Não respondi, meus nervos faciais se prenderam me impossibilitando de falar.
– Mas então Ju... — pausa — vai mesmo na festa sábado comigo ne? —ele sorriu.
– Vou sim — sorri.
– Então, te pego ás nove, ok? — ele disse.
– Irei esperar — sorri, e o professor se virou de volta.
O resto das aulas foram um saco total. Só foram melhores, porque eu tinha a companhia do Dudu para conversar.
Até que enfim o sinal tocou, hora do intervalo.
– Amém — disse me levantando da carteira e pegando meu dinheiro na mochila.
– Vamos — Dudu passou por mim, pegando em minha mão e sorrindo.
– Vamos, mas... — pausa — posso falar uma coisa com você? — sorri.
– Pode
– Tipo... A gente pode até andar junto e tal, mas sei lá... — pausa — a gente não pode mostrar que está junto... Pra ninguém.
– Então a gente tá junto? — um enorme sorriso se abriu em seu rosto.

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– Bom, não sei...
– Estamos, — afirmou, sem tirar o sorriso do rosto.
– Mas ninguém pode ficar sabendo...
– Como assim?
– Ninguém, ninguém mesmo! — pausa — tipo, a gente não pode nem andar de mãos dadas aqui na escola, ok?
– Por que?
– Bom, eu não quero dar na telha, sei lá... — pausa — Também é o Emilio e tal, ele já tá dando chilique, e eu prefiro que não... Porque ele é meio doido.
– Tudo bem então — ele sorriu, e me abraçou — abraçar pode ne?
– Só dentro da sala — disse, e rimos.
– Tudo bem, tudo bem — ele me deu um aperto de mão e rimos.
Saímos andando, e eu comprei dois pacotes de bala na cantina. Esse era meu lanche preferido haha.
– Oi Ju! — Gabriel disse vindo em nossa direção e sorrindo — Oi Dudu — ele sorriu, amigavelmente.
– E ai cara — Dudu disse, dando um aperto de mão em Gabriel.
Me sentei embaixo da árvore. Dudu veio logo e se sentou ao meu lado esquerdo, e Gabriel ao lado direito, em seguida.
Sorri e ficamos conversando.
Eu tentava não tocar no assunto ficar, ou coisa parecida, para não dar na telha nada que está acontecendo.
Rafaela passou, e olhou para nós três. Começou a rir logo em seguida, e eu franzi a boca, num sinal de duvida, e rimos.
O resto do recreio foi assim, e as aulas também. Procurei ficar com os dois juntos, para não haver intrigas e desconfianças. E na aula, fiquei conversando com Dudu.

Fui para casa sozinha, andando. Não achei Emilio, ele deve ter faltando na escola hoje, porque nem no recreio ele passou.
– Oi mãe, cheguei! — disse entrando em casa.
Minha mãe estava sentada na mesa, ao lado de Emilio.
Os olhos dele estavam arregalados.
– oi Emilio Eric — disse seca, e entrei na sala, jogando minha mochila no sofá.
– Oi Ju — pausa — Como você está linda — ele sorriu.
– Não é Emi? — minha mãe se virou pra ele, sorrindo.
– A sua cara — ele deu um selinho na minha mãe e sorriu.
Eca, não acredito que estou vendo isso.
Peguei meu prato, e me servi. Depois fui comer na sala, senão perdia a fome de ficar vendo minha mãe e Emilio se agarrando na minha frente.
Me sentei no sofá e liguei a TV. Comi devagar, garfada por garfada, para não precisar ir na cozinha tão cedo e encarar o Emilio.
– Tchau Ju — minha mãe disse, me dando um beijo na testa.
– Tchau mãe — sorri.
Ela saiu andando, e eu ouvi o portão bater. Amem, estou sozinha novamente.
Me levantei do sofá, e fui até a cozinha. Coloquei o prato na pia, e comecei a passar a bucha.
Eu podia ouvir a respiração de alguém, mas não era minha, nem do Willy que se encontrava no pet shop nesse momento e...

– Você tá tão linda agora Ju — ouvi a voz de Emilio e me virei pra trás rapidamente.
– Ai que susto seu inútil! — gritei, colocando a mão no peito. Meu coração estava disparado.
– Não era minha intenção te assustar — ele sorriu.
– Você não presta! — disse, e ele riu.
– Eu sei — pausa — mas eu te amo mesmo assim... — disse com pose de galante.
Revirei os olhos e voltei a lavar meu prato.
– Mas, voltando ao assunto ne Ju... — ouvi sua voz novamente — você está tão linda...
O ignorei, e terminei de colocar meus talheres para escorrerem.

Me virei para ele, com a blusa toda molhada. Eu tinha um serio problema em lavar vasilhas, que era me molhar totalmente.
Uow — ele disse, mordendo os lábios.

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