Além Das Estrelas

Capítulo 5 - Visita noturna


Capitulo 5 – Visita noturna.

“Existem coisas sobre os outros que não sabemos. Mas mesmo assim isso não nos impede de julgá-los de forma precipitada. Às vezes devemos deixar tudo de lado para que algo novo possa florescer.”

Eu não sabia se ria ou chorava naquele momento.

Eles haviam perdido, e eu apenas abaixei a cabeça com um sorriso triste.

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O silencio se instalou.

Pelo quarto... pelo estádio...

- Espeeeera ai! – gritou Natsu.

- Ele é melhor do que eu pensava – ouvi o moreno dizer.

Wendy sorriu para mim enquanto Natsu e Gajeel diziam coisas as quais não dei muita atenção. Devolvi o sorriso.

Era realmente reconfortante ver que eles estavam bem. Era reconfortante e doloroso, pois a luta continuaria.

- Ei!! Seu... I-Isso é... Ugh... – assim que voltei-me para a tela pude ver apenas Gajeel ser levado para longe por um carrinho de mina enquanto passava mal. E logo o grito dele ecoou pelo cômodo.

Arregalei os olhos. Natsu esta confiante demais. Espero que não se machuque mais...

As investidas entre eles recomeçaram. O rosado desafiou Sting e Rogue, apesar de que o segundo queria apenas lutar contra Gajeel.

Se eu pudesse suspiraria, mas Wendy notaria que estou desconfortável para com a luta.

Tudo o que eu podia fazer era observar. Mas um nome dito por Sting me chamou a atenção...

Abaixei o olhar fixando-o em minhas mãos. Meus olhos ainda mantinham-se arregalados após escutar aquele nome, o nome que há muito tempo não ouço.

Então era mesmo verdade o que eu ouvi muito tempo atrás.

Fechei os olhos. Eu tinha de descobrir mesmo que tivesse de me revelar para eles...

Após alguns segundos ergui o olhar para a tela apenas a tempo de ver um rugido de Natsu derrubar Rogue.

Eles lutaram juntos. Uniram-se contra um inimigo maior... dessa forma, olhando por esse ângulo, eu podia ver o espírito deles queimando... ansiando pela vitoria. Mas Natsu era forte, assim como Igneel...

Ele tinha movimentos rápidos e fortes, podia-se ver o quão calculados eram. Ele, Natsu, estava em vantagem, e nem mesmo um Unison Raid de trevas e luz foi capaz de detê-lo. E com apenas um ataque os Dragões Gêmeos foram ao chão, desacordados.

Esse ultimo ataque realmente me preocupou. Mais tarde eu verificaria como eles estavam, e confirmaria minhas suspeitas.

Weisslogia e Skiadrum...

- E-E-E-E-Essa é a... – começou o locutor gaguejando. – Fairy Tail! – berrou. – Eles derrotaram os Dragões Gêmeos!! – afirmou-o. – Agora ela é a primeira! E o quarto dia dos Jogos acaba aqui!!! Vocês tem um dia para descansar, a ultima batalha ocorrerá depois de amanha. O ultimo dia será uma batalha de sobrevivência com todos os membros de cada guilda. Quem será o vencedor?? – a platéia gritou.

Ignorei o restante do que foi dito pelos comentaristas. Meu único interesse estava em dois Dragon Slayers.

Voltei a deitar-me a fim de dormir, mas ainda podia ouvir Wendy sair do quarto com a lacrima e comemorando por estarmos em primeiro lugar agora.

...

Suspirei assim que Levy saiu do quarto. Ela havia vindo aqui depois que acordei e acabamos por ficar conversando sobre como foram às lutas.

O dia foi cansativo, mas eu ainda precisava vê-lo. E aproveitaria agora que não havia ninguém aqui já que passara do horário em que todos devem estar em seus devidos aposentos.

Respirei fundo ignorando a dor que se instalava por meu corpo cada vez que me movimentava. Afastei o lençol que havia sobre mim e me levantei, ainda ignorando a dor.

Troquei-me e dei graças ao rei celestial que Sting e Rogue ficaram mantidos por hoje na enfermaria da arena, e também por Elfman estar dormindo assim como Ever.

Suspirei baixo após atravessar a porta do aposento.

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Apoiei-me na parede e logo vi um enfermeiro aproximar-se de mim.

- Por favor, poderia me dizer em que quarto Sting-san e Rogue-san estão? – pedi. Ele me olhou de testa franzida, mas ainda sim me respondeu.

Quarto vinte e oito no segundo andar.

Respirei fundo, agradeci ao enfermeiro, e comecei a andar.

Assim que subi as escadas, agradeci por o quarto ser um dos primeiros do lado esquerdo.

Parei frente à porta e devagar a abri, verificando para ver se não estavam dormindo.

Meu olhar varreu o cômodo e logo parou em Rogue que estava sentado em sua cama olhando Frosch dormir ao seu lado.

Na cama ao lado Sting ainda estava desacordado e seu neko estava dormindo ao lado dele também.

Ambos possuíam varias ataduras e curativos.

Encolhi os ombros e voltei-me para o moreno, que agora me observava atento.

- P-Posso entrar...? – murmurei, mas sabia que ele escutaria.

Ele afirmou com a cabeça e adentrei no cômodo, fechando a porta assim que a atravessei.

- O que veio fazer aqui? – perguntou assim que me sentei na ponta da cama próxima a Fro para poder acariciá-lo.

- B-Bem... vim ver se vocês estavam bem – senti minhas bochechas esquentarem.

- Não devia estar aqui – murmurou-o virando a cabeça para encarar o outro lado.

Encolhi os ombros e abaixei o olhar.

- Vocês lutaram bem hoje... – murmurei.

- Nós perdemos. – afirmou de forma fria.

- Sim... – murmurei virando-me para encará-lo. – Mas sabe... – aproximei-me mais dele e murmurei em seu ouvido: - Eu estava torcendo por você...

Afastei-me rapidamente e voltei a acariciar Frosch.

E o silencio prevaleceu, claro que não completamente já que Sting gemia de dor vez ou outra. Mas eu podia senti o olhar de Rogue sobre mim o que me fazia corar mais e mais.

Voltei-me para ele após alguns minutos, não focalizei seu olhar no meu – por que se eu fizesse isso gaguejaria – e então perguntei:

- Não esta sentindo dor?

Ele pareceu dar de ombros.

- Não muita. Sting foi quem lutou e se feriu mais – disse-o.

- Entendi... – voltei a murmurar enquanto direcionava meu olhar para a janela que havia entre as camas.

- E você? Não esta sentindo dor? – indagou-o.

Sorri para ele.

- Estou, mas é uma dor suportável – pisquei para ele mostrando a língua, mas logo voltei à atenção para o loiro que continuava a gemer de dor.

Suspirei e levantei-me.

- Por favor, Rogue-san, você pode me dizer quais foram os dragões que criaram vocês? – pedi.

- Por que isso agora? – perguntou frio.

Baixei o olhar. E balancei a cabeça.

Virei-me para Sting e me ajoelhei ao lado de sua cama, tudo sobre o olhar cuidadoso de Rogue Cheney.

Respirei fundo. Essa magia poderia me desgastar mais, mas não queria ver nenhum dos dois sofrendo.

- Seimei no Ko: Iyashi (Arco da vida: Cura) – murmurei e logo pude sentir aquela energia deliciosa percorrer meu corpo acumulando-se em minhas mãos.

Depositei as mãos sobre o peito do loiro. Os efeitos foram imediatos. Os gemidos cessaram, assim como alguns ferimentos leves que provavelmente devem ter sarado completamente, já os mais profundos aumentaram a taxa de cicatrização.

- Pela manha ele estará quase cem por cento – murmurei erguendo-me e voltando ao meu lugar ao lado de Rogue que estava surpreso. – Por favor, não conte a ninguém sobre isso.

Ele abriu a boca para perguntar, mas apenas coloquei o dedo sobre os lábios pedindo silencio.

- Iyashi... (Cura) – murmurei colocando as mãos sobre o peito do Cheney e novamente veio aquela sensação, mas junto a ela veio à tontura.

Assim que acabei virei-me e apoiei um braço sobre a cama enquanto levava a outra mão à cabeça.

Respirei fundo.

O mundo a minha volta parecia girar.

Senti o moreno me segurar. Sorri sem graça.

- Obrigado – murmurei.

- Pensei que fosse apenas uma maga celestial – sussurrou.

Fiz uma careta enquanto sentia minhas costelas doerem.

- Há muito sobre mim que não sabe – afirmei.

- Tipo...? – ele... ele esta interessado em mim...

Naquele reles segundo contive um sorriso largo. Primeiro por que estava surpresa o suficiente para não o fazer e segundo por que eu ainda sentia dor.

- Sou órfã – murmurei. Ele pareceu surpreso e... ele ainda esta com a mão sobre meu ombro. – Err... melhor eu voltar para o meu quarto. Já é de madrugada.

Ele acenou com a cabeça.

Levantei-me e lentamente fui para a porta.

- Até amanha – ele disse.

Abri a porta, mas antes de sair me virei.

- Até amanha Rogue-san – acenei e sai, claro que não sem antes dar uma olhada em Sting que, para falar a verdade, parecia um anjinho dormindo.

Mas de anjo ele não tem nada quando está acordado.

Caminhei de volta para meu quarto fazendo diversas caretas devido à dor.

Rogue-san é realmente uma boa pessoa. E ele disse “até amanha”. Contive um largo sorriso. Então quer dizer que amanha nos veríamos novamente, assim espero.

Troquei-me assim que já estava na minha ‘ala’. Guardei minhas roupas onde elas estavam antes e, devagar, deitei-me puxando o lençol para me cobrir já que a noite estava fria.

Encarei o teto.

- Tenho a impressão de que amanha será um dia longo...

xXx

Dia 4 de julho de X791. Faltava pouco mais de três dias para o Festival do Rei dos Dragões ocorrer.

Naquele tempo eu mal imaginava que meu pequeno ‘encontro’ com Rogue pudesse ter feito todas as peças do tabuleiro se moverem a meu favor. Mas isso não foi a parte crucial de todo o enredo dessa historia.

Se não fosse por “Ela” talvez o Agora não existisse mais...