Além Das Estrelas
Capítulo 30 - Preludio do fim.
Capitulo 30 – Prelúdio do Fim.
“Às vezes para conquistarmos algo devemos pegar o caminho errado. Sacrifícios sempre serão necessários. Mas às vezes, os fins não justificam os meios.”
Abri os olhos devagar.
Eu sentia cada misera gota de suor e sangue que escorria por meu corpo.
Meus músculos doíam, mas o que mais doía eram as feridas.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Ofeguei deixando-me cair de joelhos. Lentamente ergui as mãos apenas para constatar – com desgosto – aquilo que estava a assombrar minha mente.
Minhas mãos estavam manchadas de sangue.
“Eu vi o sangue escorrer por suas mãos...”
Eu estava ofegante.
“Sua respiração era rápida...”
Minhas roupas estavam rasgadas e parte da armadura quebrada.
“Suas roupas estavam destruídas e sujas daquele liquido vermelho...”
Em uma espada próxima eu pude ver meu reflexo. Eu havia me transformado em um monstro...
“E então ele virou-se para mim sorrindo. Estendeu-me a mão e disse que tudo ficaria bem...”
Voltei meu olhar para os arredores.
A terra estava manchada de sangue. Sangue inimigo. E aqueles contra quem lutei...
Ofeguei mais uma vez... minha respiração estava descompassada, meu peito doía... o que eu havia feito?
“Havia sangue por todo lugar. Pedaços de corpos espalhados pelo cômodo molhado em carmim. Mas ele continuava a minha frente sorrindo ternamente. E quando peguei sua mão, ele apenas me puxou para um abraço murmurando um singelo ‘eu te amo, minha irmã’”
- Lucy... – ouvi uma voz próxima a mim, e quando me virei foi apenas para encontrar um par de esmeraldas me fitando com preocupação.
Vi-o colocar a mão sobre meu ombro. Mas eu apenas vi, por que já não sentia nada... meu corpo estava dormente.
- Lucy! – ouvi um grito ao longe. E quando voltei-me para frente fora apenas para constatar a aproximação de dois morenos.
Zeref e Acnologia.
“- Eu farei de tudo por você minha irmã... – murmurou me abraçando forte. Vi carinho em suas palavras. – Eu te amo, minha doce irmã. E juro que você será feliz. Eu juro!”
- Lucy!? – eu vi aqueles olhos vermelhos me encarando com medo.
Desviei novamente o olhar para minhas mãos.
Elas tremiam... por que?
Havia dor em cada mínima parte de meu corpo.
“- Um dia vamos viver felizes juntos Lucy. E você será amada e respeitada por todos – afirmou-o me olhando nos olhos. – Eu juro minha irmã.”
Senti lágrimas escorrerem por minha face.
- Dói... – murmurei, mas não me referia aos meus machucados.
E essa palavra fora a única que pronunciei ante de fechar os olhos mais uma vez.
O silencio havia se instalado, mas a dor ainda se fazia presente. Aquela cena aterradora ainda estava impregnada em minha memória.
- Ela está bem? – ouvi alguém indagar. Era até uma voz conhecida na verdade.
- Ela lutou contra aqueles quatro sozinha, acha mesmo que está bem? Veja esses machucados! – e outra voz, agora parecia enfurecida.
- Se acalme! – gritou alguém. Uma mulher.
- G-Gente... precisamos ser pacientes...
- O que ele esta fazendo aqui? – e novamente a primeira voz indagou. – E quem é você?
- Natsu calma! – soou uma nova voz.
A sim... aquele era o Natsu. Dragon Slayer de Igneel. Garoto extrovertido e sorridente. Um bom menino.
E então houve novamente o silencio.
“- O que está acontecendo minha irmã? – soou aquela voz tão conhecida por mim. Meu irmão. – Eu estou tão preocupado com você... desde aquele dia em que nos vimos pela ultima vez, sinto-me tão angustiado pelo que fiz.
E então houve um suspiro.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!- Eu quero te pedir perdão Luce. – disse-o. – Perdão por ter-te feito sofrer... És a criatura mais importante para mim. És minha razão de viver. Por favor, viva. Viva para ver o mundo que criarei apenas para ti, minha amada irmã.”
E então ouvi um choro abafado.
- M-Me desc-culpe. – disse uma voz infantil. – E-Eu n-não conseg-gui faz-zer nada...
- Desse jeito ela vai morrer! – disse alguém de forma desesperada.
Foi então que senti algo. Alguém quente apertar minha mão.
- Lucy, por favor, acorde – pediu uma voz calma.
Mas eu não sabia quem era. E isso me desesperava.
Soltei um gemido baixo, ou assim pensei ter o feito.
Havia apenas o silencio ao meu redor. Mais uma vez o silencio frio.
E devagar permiti-me abrir os olhos. E quando assim o fiz, visei uma claridade cegante a minha frente.
- Ela acordou... – disse alguém.
Tentei mover-me, mas era impossível.
Gemi sentindo minha cabeça latejar. Devagar consegui sentar-me sobre a cama onde eu me encontrava.
Ofeguei sentindo minhas costas doerem, mas logo a dor passou. E todo o meu corpo adormeceu.
Pisquei algumas vezes notando varias ataduras por meu corpo. Podia-se ver algumas sujas de sangue...
Respirei fundo voltando o olhar para todos que se encontravam no cômodo.
Wendy, Cheria, Lyon, Gray, Natsu, Erza, Makarov, Zeref e – até mesmo – Gajeel.
Sting estava ao meu lado e Rogue em pé perto da porta.
- Lucy lute comigo! – Natsu foi o primeiro a se pronunciar. Claro que da sua forma.
Apenas sorri fraco, e logo vi a titânia dar um soco no rosado fazendo-o ser jogado porta afora.
Só então parei para analisar melhor a todos. E arregalei os olhos ao constatar que todos tinham ataduras e curativos em alguma parte do corpo. O único ali que aparentava não estar ferido era Zeref. E eu já imaginava o por que.
Suspirei, virando-me e tentando pôr-me de pé.
- Fique deitada – mandou Makarov.
Resmunguei qualquer coisa, mas obedeci.
Suspirei.
- Vocês precisam treinar... – sussurrei notando a titânia seria.
- Lucy, quem eram aqueles quatro? - indagou-me.
- Caçadores de recompensa... eu acho – murmurei pensativa. – Estavam atrás de mim. – conclui.
- Por que? – assim fora a vez de Gajeel se pronunciar.
Apenas dei de ombros.
- Existem muito motivos... se eu for listar... não sairíamos daqui hoje – informei dando de ombros.
- Eles são como a Ikaruga e as outras? – indagou Rogue.
- Na verdade não. – respondi vagamente. – Ikaruga era apenas um pedaço de nada que eu terminei de dar fim – disse fria. – É isso que se faz com coisas inúteis que só nos atrapalham, não é?
E então uma atmosfera tensa se formou.
Suspirei.
- Escutem bem, por que não vou repetir. – comecei. – Tem uma guerra vindo ai... não é contra magos nem dragões... aquele incidente com Acnologia ano passado não vai passar de um jogo comparado ao que vem por ai.
- O qu... – começou Gajeel, mas o interrompi.
- Eu nunca quis envolver nenhum de vocês, por que os inimigos são poderosos demais e agem sem pena, mas eu realmente não tive escolha. – informei. – Zeref e Acnologia estão do nosso lado, e teremos de contra atacar com a mesma intensidade de força. Não estou forte o suficiente para ajudá-los, por isso nem todos poderão lutar...
- Quem é o inimigo? – indagou Erza.
Suspirei.
- Os detalhes serão passados por Zeref. – disse, apoiando-me sobre a cama. Tudo isso estava custando-me demais. E as dores haviam retornado. – Não há muito que eu possa fazer para ajudá-los no momento... mas tenho algo para você Erza.
Vi a titânia erguer a sobrancelha enquanto se aproximava. Erza ajoelhou-se a fim de ficar cara a cara comigo.
Segurei suas mãos.
- Feche os olhos – pedi, e ela assim o fez. – Não os abra até eu mandar. – ela apenas acenou em confirmação. – Eu sou aquela que foi amaldiçoada pelo tempo. Jurei por minha alma proteger-te do desespero e do mal. Como ultimo pedido peço-lhe que derrame sobre a alma desta jovem sua benção e proteja-a com seu corpo.
Houve exclamações de todos que ali se encontravam. Mas não era para menos.
- Abra os olhos... – murmurei. E ela assim o fez. Dei o meu melhor sorriso.
E quando a ruiva abriu os olhos vi-os brilhar em um carmim intenso e apaixonante. Seus cabelos estavam incrivelmente longos e trançados. Ela trajava uma armadura diferente. A mesma consistia em um espartilho metálico com mini detalhes de escamas de dragão. Usava ombreiras platinadas de onde se originava uma capa vermelha sangue com as pontas queimadas. Botas e luvas blindadas. Sua saia negra de camadas possuía detalhes em metal e chumbo. Sob sua cabeça repousava uma coroa que se ajustava perfeitamente a face da maga.
- Uma... armadura nova? – indagou-a.
- Não uma armadura qualquer – murmurei, e só então vi o velho arregalar os olhos.
- A armadura da Imortal – proclamou Makarov boquiaberto. – E-Eu pensei que havia se perdido.
Neguei.
- Aiyami-chan me pediu para entregar essa armadura em especial para sua descendente de sangue – murmurei.
- Armadura da Imortal? Aiyami? – indagou Erza. – Nunca ouvi falar.
- Nem eu... – pronunciou Zeref. – A não ser que... Você esta falando daquela Aiyami...? – apenas confirmei, e vi-o empalidecer.
- Quem? – gora Gajeel quem se pronunciou.
- Aiyami Scarlet. – murmurou Zeref. – A Imperatriz das Batalhas. A Demônio das Guerras. A Deusa de Sangue. – ele engoliu em seco. – Nunca imaginei que você possuísse uma das armaduras dela Lucy...
- Eu tenho três na verdade... – comentei. – Armadura do Demônio Celestial. Armadura da Imperatriz das Batalhas. E essa que acabei de dar a Erza.
- O que essas armaduras tem de tão interessante? – indagou Sting. – São só armaduras.
Soltei uma risada seca.
- Se você atingir o verdadeiro poder da armadura da Imortal... – começou Makarov.
- Poderá quebrar todas as leis. Sejam desta, ou de qualquer outra dimensão. Poderá viver para sempre. Será invencível nas batalhas. Um verdadeiro monstro! – afirmou Zeref.
- Será um deus... no caso, Deusa. – comentei.
– A armadura da Deusa interior não é nada comparada a armadura da Imortal. – concluiu o velho.
Acenei em confirmação.
– Sei que cuidará bem da armadura Erza, por isso lhe dei ela. Faça bom proveito. - todos estavam de olhos arregalados. Agora Erza era realmente alguém a quem se deve temer.
A ruiva via-se espantada.
- N-Nossa... N-Não sei nem como agradecer... – murmurou.
- Não agradeça. – sussurrei. – Re-esquip uma espada e uma lança.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!E ela o fez. Reequipou a espada da Imperatriz das Chamas e a lança da Imperatriz do Trovão. E fora questão de segundos para acontecer. A espada havia tornado-se uma labareda em questão de segundos, enquanto a lança – por sua vez – tornara-se um raio longo e prateado.
- Esse é o efeito da armadura ante qualquer outra arma que não seja a dela própria – informei. – Ela duplica as propriedades da arma... assim como também te faz consumir menos magia na utilização das mesmas.
- Ou seja... você deixou a Erza mais monstruosa do que ela já era? – concluiu Gray. Arrancando algumas risadas daqueles que estavam presentes.
Não pude deixar de sorrir mediante a cena seguinte.
Gray correndo para longe de uma Erza empunhando uma espada feita inteiramente de fogo e também uma lança feita de raio.
Respirei fundo.
- Agora voltando ao assunto anterior... – murmurei. – Makarov você Zeref, Acnologia e os Lordes se encarregaram de ajudá-los a ficar mais fortes. – murmurei. – Não possuo mais tanta força... não depois de ter convocado a armadura... sinto que vou desmaiar a qualquer instante. – suspirei.
O velho apenas assentiu e saiu do quarto, ordenando que todos fizessem o mesmo.
- Mande aquele arqueiro vir aqui – pedi. – Rogue e Sting, vocês ficam também.
Os Dragon Slayers apenas limitaram-se a acenar em resposta.
O Eucliffe estava sentado sobre a cama ao meu lado. Acenei para que Rogue fizesse o mesmo, sentando-se do outro lado.
Vi o Cheney suspirar, antes de vir.
Notei um clima de tensão se formar entre eles.
- Aconteceu algo? – indaguei segurando a mão de cada um. Vi-os dar de ombros evitando contato visual. Suspirei. – Eu posso até ler a mente de vocês para descobrir, mas queria que vocês mesmo me dissessem... – comentei e logo ouvi a porta ser aberta.
Quando voltei-me para a entrada pude ver aquele loiro de olhos verdes.
- Faz tempo que não vejo um elfo... – murmurei de forma vaga. – A que devo a honra de sua presença Vannor?
- Você sabe o porquê eu vim. – informou-o unicamente. Suspirei novamente.
Não achei que estivesse tão próximo de acontecer...
Baixei o olhar segurando com força as mãos dos Dragon Slayers. Eu podia sentir o olhar dos dois sobre mim.
- Quanto tempo? – indaguei-o.
- Cinco dias. – informou. – É o máximo que suportará com todos esses machucados e com veneno em seu corpo.
- Vou precisar de um dia a mais... – comentei.
- Infelizmente não há nada que eu possa fazer. – suspirou-o. - Estarei do seu lado há todo momento, farei o possível para lhe ajudar, mas não posso adiar o inevitável Lucy. – disse-o. – Uma hora isso teria de acontecer.
- É... eu sei – sussurrei.
- Lucy... do que vocês estão falando? – indagou Sting.
- Estou com um mau pressentimento – murmurou Rogue.
- Estarei nas proximidades, precisar de mim basta chamar... – dito isso vi-o desaparecer em um flash de luz. – Aproveite o tempo que ainda te resta Luce... – disse por fim.
- Quem era ele Lucy? – perguntou o loiro após alguns minutos de silencio.
- Um elfo... filho de um velho amigo – limitei-me a dizer.
- Mas há algo mais, não é? – foi a vez de Rogue.
Suspirei.
- Nada com que precisem se preocupar... não agora... – disse por fim levando uma das mãos a cabeça. – Minha cabeça está doendo...
- Por agora é melhor descansar... – murmurou Rogue de forma fria.
- Pode ser... – sussurrei logo puxando-os para mais perto e dando um abraço desajeitado.
Passei alguns segundos assim antes de solta-los.
- Quando acordar tentarei ajudá-los no treinamento. – murmurei antes de me afastar. A aproximação entre eles trazia um ar tenso ao ambiente, que só fazia tornar-se maior e maior.
Suspirei. Eles haviam brigado... pior ainda, eles brigaram por mim.
Enlacei minhas mãos nas suas.
- Não briguem novamente, sim? – pedi, logo os vendo me olhar atônitos. – Não preciso ler mentes para saber... – comentei. – Conheço muito bem seus dragões... acredito que você dois são diferentes de Weisslogia e Skiadrum apenas na aparência... mas possuem os mesmo gostos e as mesmas birras... – suspirei. – Não briguem por mim... no fim o resultado sempre é o mesmo.
- Qual resultado? – indagou Sting.
- Morte... – sussurrei antes de deitar-me e fechar os olhos. E novamente uma tensão de formou.
Aos poucos rendi-me ao cansaço.
xXx
O dia? 15 de agosto de X792.
Faltava pouco mais de cinco dias para a guerra se iniciar.
Esses dias se passaram em treinos intensos para meus nakamas.
E foi nesse período que eu acabei me tornando mais próxima de Sting.
É uma pena, mas... está tudo acabado agora.
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