Bravios tons da juventude
Kaline Bogard


Capítulo 01



Bobby Singer parou na ponta do longo corredor e observou, contemplando o silêncio e vazio do lugar. Os olhos voltaram-se para o relógio de forma arredondada que ficava pendurado acima da porta principal de folha dupla.



Faltavam segundos...



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Segundos para que o silêncio e a paz fossem quebrados. Então, ao soar o sinal, centenas de alunos sairiam de suas salas, passariam por ali rumo suas casas, após o fim das aulas. Sábado era o dia mais desejado por todos.



E o pensamento profetizante se realizou. O sinal disparou, o disparo que dava início a corrida. Então se seguiu o som de passos, vozes altas, animadas e risadas descontraídas.



Os alunos do colégio ganharam os corredores como uma manada em fuga, vindos de várias direções, descendo as escadas e dos pátios externos.



Bobby Singer observava a todos com olhos atentos. Conhecia cada um daqueles garotos e garotas, suas famílias e histórias.



– Senhorita Lauper esta saia está curta demais, não a use de novo. Senhor Forrest cuspa esse chiclete e arrume a blusa do uniforme! – assim Singer ia dando um jeito de manter todos na linha. Ou pelo menos a maioria.



O fluxo começa a diminuir. O homem cruzou os braços nas costas e ia voltar para o seu gabinete quando ouviu um grito que não combinava com a cena.



– SAIIIIII DA FREEEEEENTE!!



Bobby mal teve tempo de saltar para o lado e um garoto passou por ele sobre uma prancha de skate, deslizando pelo corredor velozmente.



– WINCHESTER! – Bobby gritou furioso, enquanto os outros alunos saiam do caminho para não serem atropelados.



– EU ESQUECI – o adolescente puxou o boné azul da cabeça, expondo os fios loiros e arrepiados, um tanto amassados por causa do boné – SORRY!



– NÃO FALO DO BONÉ! – não dando a mínima o loiro escapou pela porta da frente da escola sem olhar pra trás novamente – DEAN WINCHESTER!!



– CUIDADO!



Sem nem se recuperar do susto Bobby teve que saltar de novo, por que um rapaz alto e magro, levemente desengonçado, passou veloz patinando com os rollers nos pés.



– WINCHESTER!! – o homem gritou pela segunda vez.



– SINTO MUITO VICE-DIRETOR SINGER! – o rapaz puxou um gorro de lã da cabeça, bagunçando os fios de cabelo castanho um tanto longos.



Bobby deixou os ombros caírem e desistiu de continuar ali berrando. Os dois irmãos, Dean e Samuel Winchester, eram do grupo que lhe dava muita dor de cabeça. Mas segunda-feira os pegaria de jeito: um mês de detenção pra cada um. Outra vez...



Quando Sam cruzou as portas de saída flagrou Dean terminando de descer a escadaria principal, conseguindo manobrar até o fim com uma postura meio tensa, os braços dando equilíbrio e estabilidade. Assim que terminou o último degrau o loiro girou o skate e parou, sendo aplaudido pelos outros que assistiam. Não era a primeira vez que fazia aquela demonstração, porém; nem sempre conseguia sair-se tão bem, e finalizava a ousada ação com um ou mais hematomas. Ou joelhos e cotovelos ralados.



Sam, que também apreciava o desafio e adrenalina, tomou um caminho diferente: saltou para o corrimão de metal, deslizando com os patins roller de lado, chegando a tirar algumas faíscas. A manobra, menos arriscada que a de Dean, conseguia mais velocidade. E foi igualmente apreciada pela improvisada torcida assim que o garoto aterrissou no chão.



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– Brinquedinho de viado – Dean resmungou olhando pro roller, fazendo Sam rir – Ei, espera aí! – chamou ao ver que o irmão continuava patinando. Colocou o boné azul com a aba para trás, ajeitou a mochila nas costas e disparou atrás do irmão caçula.



S&D



Assim que chegaram em casa, Dean deixou o skate encostado na parede da varanda e entrou; arremessou a mochila, que um dia tinha sido branca, sobre o sofá e foi em direção a cozinha. Enquanto Sam sentava-se num dos pequenos degraus para descalçar os patins.



– O pai saiu com um grupo – o loiro gritou da cozinha, ao encontrar um recado na geladeira preso com um imã – Volta na segunda de manhã.



Os olhos verdes localizaram algum dinheiro sobre o balcão da cozinha e brilharam de satisfação. Aquilo significava pizza no jantar.



– Ele disse pra onde foi? – Sam perguntou entrando no lugar.



– Nops – o loiro respondeu pegando biscoitos de chocolate de um pote e enfiando na boca – Tive uma idéia...



O caçula rolou os olhos.



– Ir pra casa do Cas filar bolo de carne da mãe dele.



– He, he, he – Dean pegou mais um biscoito – Hoje é sábado, bro. E o bolo de carne da senhora N. é uma delícia!



– Vou mandar um SMS avisando.



– A gente pode fazer um aquecimento também – o mais velho acertou um tapa com as costas da mão no peito do outro – A competição está chegando... a gente não ta ensaiando como deveria.



– Boa idéia – Sam concordou.



– Então vamos logo, Sammy.



– É Sam...



Mas o rapaz foi ignorado pelo mais velho que correu até o quarto que eles dividiam e voltou de lá com duas cases nas mãos. Entregou uma para Samuel, antes de colocar a própria nas costas.



– Avisou?



– Avisei sim. Cas respondeu que tudo bem.



– Ótimo. Assim a gente descobre por que ele não foi na aula hoje – o rapaz loiro soou preocupado. Castiel Novak era o um dos melhores amigos dos irmãos, e estava na mesma sala de Dean Winchester, ambos com dezessete anos. Sam, o caçula, estava ainda no primeiro ano do Ensino Médio e era dois anos mais novo. Cas era meio nerd e nem um pouco fã de esportes (principalmente os radicais), geralmente não faltava às aulas.



Ao sair da casa Dean estava novamente sobre o adorado skate e Sam já tinha calçado os patins. Juntos seguiram para a casa de Castiel, levando não apenas a case com os instrumentos musicais, mas sonhos juvenis dos mais variados tons.



Mal sabiam eles que uma desagradável surpresa os esperava na casa do amigo.



Continua...



Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.