Reticências

Capítulo 19


Edward quase gargalhou ao ver a cara de espanto de Renée. Bella ficou tensa ao seu lado, a presença da mãe ainda a intimidava. E apesar de ser adulta e cuidar de sua própria vida, quando estava diante de Renée, Bella se tornava aquela garotinha frágil e que recebia ordens da mãe. Edward notou o medo nela e a abraçou por trás, sussurrando em seu ouvido palavras de conforto.

—Calma, eu estou aqui com você, sua mãe não pode mais te fazer mal algum.

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Bella se sentiu mais confiante e relaxou nos braços de Edward.

—Olá Renée, como vai? – cumprimentou friamente a mãe.

—Isabella, o que esse rapaz faz aqui?

—Acho que isso não é do seu interesse. Edward é bem vindo aqui, assim como a família dele. – E você não é nada bem vinda aqui, completou em pensamento. Ela só não falou em voz alta em respeito aos filhos.

—Não consigo entender. Achei que tinha deixado bem claro que queria você longe da minha filha. Você acabou com a carreira dela.

—Não Renée. Você que acabou. E com a vida da Bella também. Sabe muito bem disso. Eu só tenho tentado ajudar a Bella. – respondeu ainda abraçado à amiga.

—Bella tinha uma carreira incrível pela frente, você acabou com isso garoto.

—Você sugava a Bella, nunca pensou no bem dela, só em você mesmo. – Edward rebateu. – Você sabia que ela não podia continuar a patinar. Tirou esse sonho dela. – Renée o ignorou, no fundo ela sabia que era verdade.

—E o Paul?

—Aquele lá está bem, não se preocupe com ele. – Jacob respondeu com desdém. Ele também não era o preferido de Renée. Ela quando viu que adiantaria discutir com ninguém ali, resolver dar atenção aos netos.

—Sua mãe é uma mala Bella. Coitada de você.

—Valeu Jacob. Eu sempre me senti mal perto dela, mas com o Edward aqui, me sinto forte e segura. – Edward a contra gosto soltou a amiga, ele gostava de toca-la, o deixava calmo também. Todos olhavam para os dois abraçados e achavam muito lindo os dois juntos.

—Acho que o Paul é carta fora do baralho. - Emmett comentou com Jacob e Alice.

—Meu irmão está loucamente apaixonado pela Bella e quando contar o que o Paul aprontou... Esse casamento já era.

—O que ele aprontou? – Jacob perguntou mais baixo para que ninguém escutasse.

—Depois eu conto, aqui não é o melhor lugar.

—O que os três estão cochichando aí? – Edward gritou com os três, enquanto terminava de preparar alguns pratos com a ajuda da mãe, que chegou tomando pose da cozinha.

—Deixa de ser curioso. – Alice mostrou a língua para o irmão e foi repreendida pela mãe.

—Jacob o que acha de deixar de conversa fiada e vir ajudar?

—Nossa como sou explorado por esses irmãos. Escravidão acabou sabia? – todos riram do comentário dele. Decidiram ignorar Renée e continuar com suas conversas e brincadeiras.

Alice puxou Emmett e Rose para terminarem a decoração. Carlisle e Charlie jogavam conversa fora no sofá.

Sophie pulava animada quando viu como tinha ficado a sua festa. Ela até tinha chorado de felicidade.

—Obrigada mamãe. tudo muito lindo.

—Você merece princesa, faço qualquer coisa por você. – Bella abraçou forte a filha. – Olha suas amiguinhas chegaram.

—Posso apresentar o Edward pra elas? É que eu falei que ele era o meu papai.

—Sophie você disse isso? – Bella encarou a filha em choque.

—Fiz mal? – perguntou triste.

—Não linda. Mas ele não é o seu papai.

—Eu sei, mas o meu papai de verdade não aqui. – começou a balançar o corpo se desculpando.

—Não vamos para festa não? – Edward encarou as duas.

—Edward a Sophie disse pras amiguinhas dela que você é o papai dela. – Bella tentou explicar, mas foi interrompida por ele.

—Não vejo o menor problema. – respondeu com um sorriso enorme no rosto.

—Mas...

—Bella, ela é uma criança. Se ela me considera o pai dela, não vejo o menor problema. Depois conversamos com ela.

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Edward saiu carregando a filha. Para ele era a maior honra ser chamado de pai por Sophie. E ele agia como se realmente fosse o pai dela. A seguia como um pai orgulhoso. Bella pensou em reclamar, mas reclamar de que? De ele agir como um verdadeiro pai para seus filhos? Não, ela não poderia fazer algo assim, não com Edward.

Sophie estava se divertindo muito, principalmente quando ela e Emmett foram roubar doces. Bella fingiu estar brava com o irmão.

—Belo exemplo Emmett.

—O que eu fiz de errado? – perguntou com a boca cheia de doces.

—Eca, fecha a boca. – Bella deu um tapa dele e ele a puxou para um abraço.

—Está feliz mana?

—Muito Emm. Todo mundo que eu amo está aqui.

—Falta o Paul, ou ele não entra mais no quadro das pessoas que você ama?

—Entra, é claro que entra. Você entendeu o que quis dizer.

—Sei... Acho melhor não deixar a nossa mãe e a sua sogra conversarem. Duas cobras juntos é só para espalhar o veneno mais rápido.

—Eu até temeria, mas deixa que elas se piquem para lá. Vamos nos divertir. – roubou um docinho também e saiu rindo.

—Para quem vai o primeiro pedaço? – Bella perguntou a filha, depois de cantarem parabéns.

—Vai para o meu papai Edward. –estendeu feliz o bolo. Sue saiu enfurecida do lugar. Menos uma cobra no lugar, Bella pensou e se virou sorrindo para filha.

Edward veio todo orgulho pegar o pedaço de bolo. Anthony olhou triste para mãe, que o levou até um canto para conversarem um pouco.

—O que foi?

—A Sophie chamou o Edward de pai.

—Sim, é que ela é nova ainda, acaba se confundindo e...

—Posso chama-lo de pai também? – por essa Bella não esperava, não mesmo.

—Thony, seu pai é o Paul, você sabe disso. E o Edward não vai ocupar esse lugar.

—Eu sei mãe, mas eu gosto dele e... – olhou para outro lado envergonhado. – Eu queria que ele fosse o meu pai.

—Oh... – Bella não sabia o que falar, fora totalmente pega de surpresa. – Depois conversamos sobre isso com calma.

Bella não tinha se dado conta até então, mas Edward já fazia parte da família, muito mais do que ela imaginava. Não foi intencionou, só aconteceu. Ela nunca quis que o lugar de Paul fosse tomado por outro homem. Mas certas coisas são incontroláveis. E no coração não se manda e nem se escolhe a quem ele vai amar.

Dias depois...

A casa de Bella ainda continuava cheia, apenas Renée tinha ido embora, os outros haviam ficado. Charlie, Esme e Carlisle praticamente se mudaram para lá, não queriam ficar longe dos netos. Charlie apesar de morar na mesma cidade que a filha e visitar os netos regularmente, tinha passado a ir lá mais vezes, não queria perder o lugar de melhor avô para Carlisle.

Edward tentava ter um minuto a sós com Bella para poder contar o que o marido dela tinha feito, mas estava impossível, sempre tinha alguém com ela, ou então era Anthony que estava na cola dele para poderem treinar. Mas ele conseguiu contar para Emmett, que por pouco não foi até o hospital e acabou de uma vez com o cunhado.

Às visitas que Bella fazia ao marido diariamente, agora era dia sim e dia não e os filhos nem pediam mais para irem, já fazia duas semanas que eles não visitavam o pai. Sue é claro não estava gostando nada disso, para ela a nora estava afastando os filhos do pai de proposito e queria que Edward tomasse o lugar que era do filho, mas ela não deixaria que isso acontecesse.

Hoje era o tão aguardado dia para Anthony. Era o primeiro jogo da temporada do time dele. E o garoto estava muito animado. Alice resolveu montar uma torcida organizada para ele e agora lá estava ela ao lado de Emmett, Rachel, Sophie e Seth incentivando o pequeno, que aguardava ansiosamente uma oportunidade para jogar.

—Thony, Thony, Thony é o melhor. – gritavam em coro. Os outros também torciam, mas eram mais discretos.

—Esse técnico não vai colocar o Thony para jogar não? – Emmett reclamou vaiando o time. – Coloca meu sobrinho aí, ele arrasa. – gritou para o treinador.

—Calma amor, logo o Thony vai entrar. – Rose tentou acalmar o marido.

—Vou discordar. Esse cara não vai colocar o Anthony para jogar, vai deixar o filhinho dele no lugar e deixar o time perder. Olha como o garoto é ruim. – Edward apontou para o lançador que não acertava nenhuma bola. Anthony já tinha lhe informado que o arremessador do time era filho do técnico.

Bella olhava para o filho que estava desanimado no banco.

—Ele treinou tanto, merecia uma oportunidade.

—Vou lá falar com esse sujeito, ou ele coloca o Thony por bem ou por mal.

—Isso aí cunhado. Vou junto.

—Emmett! – Bella repreendeu o irmão.

—Ok, eu espero aqui. – Bella revirou os olhos, não era por isso que ela tinha chamado à atenção do irmão e sim por ter chamado Edward de cunhado.

—Treinador, sou Edward Cullen, tio do Anthony. – Edward não soube muito bem com se apresentar.

—Ah sim, está falando do Black? – o treinador perguntou sem olhar para ele.

—Sim. Então estou vendo que o time está perdendo muito feio, acho que deveria de colocar o Anthony para arremessar. – finalmente o técnico olhou para ele.

—Você está questionando Mike Newton?

—Se você for Mike Newton, sim, eu estou. Sei que o garoto ali é seu filho, mas ele é ruim demais. O Anthony está preparado, ele vem treinando há dias e pode virar esse jogo. – Edward estava a centímetros de Mike e como ele era vários centímetros mais alto, Mike ficou com um pouco de medo.

—Não acho que ele consiga, e o jogo está quase terminando. – tentou se justificar, só que Edward deu mais um passo em sua direção. – Ok, acho que você está certo, vou dar uma oportunidade para o garoto. - pediu tempo. – Bem filho descansa um pouco e Anthony que tal entrar no jogo?

O pequeno se levantou na hora feliz, indo colocar sua luva.

—Ótima decisão Mike. – deu um tapinha no ombro dele e foi até o garoto. – Mantenha a calma e faça o que estamos treinando, você consegue.

—Obrigado Edward, você é o melhor. – deu um rápido abraço nele e foi para o seu lugar.

Edward estava certo, Anthony conseguiu virar o jogo. O garoto era muito bom e a torcida não parava de gritar, agora todos da família faziam a coreografia que Alice tinha inventado e até mesmo alguns dos outros pais também estavam participando.

Quando o jogo acabou Anthony correu para os braços da mãe e depois foi agradecer a Edward.

—Eu consegui.

—Não disse? Você é incrível, pode fazer qualquer coisa.

—Acho que sim. Podemos continuar a treinar?

—Claro, mas hoje é dia de comemorar.

—Edward. – chamou meio hesitante quando ele se virou para se juntar aos outros.

—Sim?

—Eu gosto de você, você faz a minha mãe, a Sophie e eu felizes. Obrigado. – Edward segurou as lágrimas que ameaçavam cair.

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—E eu amo você garoto. Eu que agradeço por você me aceitar.

—Você faz parte da família. – abraçou novamente o amigo e se sentiu seguro ali.

É, Paul teria muito trabalho para recuperar a família.