Raios De Luz

Eclipse


Eu e Eio estávamos começando a ficar preocupadas com o sumiço de Falkon. Apesar de o inverno ter acabado há dez dias, ainda estava frio e tinha nevado uma vez. Aquela manhã era uma dessas lembranças de inverno; O sol brilhava, mas estava um frio cortante. Seria bom ter Falkon comigo, se eu pelo menos pudesse vê-lo...

Levantei da cama e me agarrei ao casaco de moletom de Falk. Desci as escadas lentamente, porém já ouvia a voz de Falk do corredor.

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- Não, ela está bem... Nos estamos bem, caso queria saber... Eu a deixei com um amigo, mas ele era um idiota... Tudo bem, desculpe, ele era uma pessoa desprovida de inteligência... Não, Elliot, eu não- Não me importa se você vier aqui, ela não sai daqui.

Falk me notou na escada, me chamou com um aceno e abriu o braço. Puxei o zíper do casaco até o peito, cobrindo meu pijama, e corri até ele. Falk me envolveu no seu abraço e beijou meu cabelo.

- Sim, estamos prontos... Vamos estar. Nos encontramos no aeroporto, então. – Falk desligou.

- Como está? – Ele perguntou olhando para mim.

- Bem. Era Elliot? – Perguntei coçando os olhos.

- Era. Obviamente, ele sabe que ficou bêbada.

- Oh, não! Ele vai contar para a minha família! – Desviei o olhar.

- Não vai, eu negociei com ele.

Sorri para ele. Os olhos de Falk brilharam, o fazendo sorrir.

- Acho que eu posso ficar ouvindo você falando no telefone o dia todo. – Ri.

Falkon riu de mim e me pegou pela mão. Subiu as escadas me puxando pela mão e entrou no meu quarto.

- O que você quer aqui?

Antes que eu pudesse perguntar novamente, Falkon se virou para mim enquanto eu me virava de costas para ele e me puxou para o seu peito. Ele envolveu minha cintura com os dois braços e o ouvi cheirar o meu cabelo.

- O que você quer? – perguntei rindo.

Quase pude ouvir Falk sorrir ao tirar meu cabelo do pescoço e começar a me beijar. Comecei a rir quase histericamente. Ele sentou-se na cama, comigo no colo e seu rosto no meu ombro.

- Eu quero você. – Ele disse divertido.

Peguei seu rosto com uma das mãos e virei meu rosto para ele, dei um beijo casto nele e Falk sorriu.

- Vá se arrumar, vamos sair. Como está sua dor de cabeça?

- Péssima. – Ri.

- Você não deveria poder nem falar com a quantidade de álcool que ingeriu ontem...

- Estou bem porque dormi com você... – murmurei.

Falk sorriu e me soltou. Me levantei e me encaminhei para o chuveiro.

Falkon Conquista Corações Lovejoy

Fiquei mais algum tempo sentado na cama de Fox sorrindo feito um idiota. Me levantei só quando notei que ela, a qualquer hora, ia sair do banheiro e me ver ali. Fui para o meu quarto, tentando uma técnica de meditação ao não pensar em nada fixo.

Entrei no banheiro e tomei um banho quente e rápido. Vesti uma calça jeans, uma blusa social azul escura e coloquei uma jaqueta preta por cima. Calcei meus tênis All Star vermelhos e me olhei no espelho. Eu estava apresentável para ficar ao lado de Foxie. Digo... Eu sei que sou bonito. Não, não estou sendo esnobe, mas eu tenho um espelho em casa e sei como as pessoas me olham. Sei como as pessoas olham Fox também e apesar de ela mesma não saber, ela é linda.

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Sorri para o meu reflexo e olhei para o meu cabelo. Estava secando ainda, ia pegar uma toalha, mas Fox entrou pela porta antes. Ela estava linda. Usava uma vestido creme completamente rendado. Ele era folgado no busto e um com um decote quadrado, embaixo de seu busto, uma corda fina e do mesmo tecido do vestido apertava seu corpo, fazendo o vestido cair rodado ao redor. O vestido rendado tinha a altura certa para exibir suas longas pernas. Ela estava descalça e com uma bolsa com alças longas pendurada no ombro esquerdo. Ela sorriu para mim e não pude evitar sorrir para ela também.

Não comentei sobre o vestido, mas ela parecia satisfeita só com o meu sorriso.

Fox veio até mim e disse:

- Você vai pegar um resfriado se não secar esse cabelo.

Ela me guiou pela mão até a cama e me puxou para baixo, me sentando. Ela jogou a bolsa na cama e foi até o banheiro, voltou com uma toalha na mão e se ajoelhou atrás de mim, eu a olhei pelo espelho enquanto ela estendia a as mãos com a toalha por cima, para o meu cabelo.

Fox começou a secar meu cabelo na parte de trás e depois foi secando os lados. Era uma sensação boa, alguém cuidando de você...

- Nunca secaram o meu cabelo... – Comentei em murmúrios.

Fox interrompeu seu trabalho e me deu um beijo na bochecha, voltando a secar meu cabelo. Quando a percebi desatenta, a peguei pela cintura e a coloquei por cima de mim, cai para trás enquanto ela ria.

- O que você está fazendo?

- Tendo uma vista melhor. – Eu disse me divertindo.

Fox corou e riu. Ela continuou a secar meu cabelo, dessa vez na frente até acabar e se levantar.

- Pronto. – Ela colocou a toalha no banheiro.

- Para onde vamos? – Ela perguntou.

- Como está sua cabeça?

- Martelando.

- É fome. – Respondi com certeza.

- Acho que alguém já ficou de ressaca muitas vezes... – Ela diz atrevida.

- O que quer dizer com isso, Srta. Firing? – pergunto petulante.

- Eu? Nada! – Ela se apoia na parede.

Sorrio seduzente e se eu pudesse ver, veria ela se derretendo por dentro.

- Vamos. Sei de um ótimo lugar.

Pego sua mão se descemos as escadas. Pego meus óculos escuros e a chave do carro. Fox alcança sua bolsa que eu joguei no sofá na noite passada e recolhe todos seus pertences, colocando-os na bolsa em seu ombro. Ela abre a porta e olha para mim.

- Vamos? – murmura.

- Sim.

Ligo o carro e abro a porta para ela, fingindo ser um cavalheiro. Ela sorri encantada e entra, fecho a porta atrás dela e entro no carro. Dou a partida e vou em direção ao portão sem pensar muito no que fazer. Fox pega seu celular e eu a ouço arfando.

- Dezesseis ligações perdidas de Hiver! E outras muitas ligações e mensagens.

- Ligue para ela. – Sugiro.

- Mas ela ainda está em aula. – Ela olha para mim.

Entro na rua e dou uma olhadela para Foxie.

- Ela faria qualquer coisa para atender, tenho certeza que esta preocupada.

- Certo...

Fox coloca o celular no ouvido depois de discar alguns botões e começa a falar.

- Hiver... Sim, eu estou bem.

Consigo ouvir Hiver sussurrando do outro lado da linha.

- Estou de ressaca, um pouco... Eu não lembro... Acho que sim.

Fox tira o celular do ouvido e olha para mim.

- Eu vomitei? – Ela pergunta.

- Bastante.

Fox faz um som indicando um não-pode-ficar-pior e volta a falar com Hiver.

- Ah, nos acordamos tarde...

De repente, Fox para de falar e arrisco olhar para ela. Fox está totalmente vermelha.

- Sim. – Ela murmura.

- Vocês não transaram, não é? – Ouço Hiver sussurrar do outro lado.

Chio.

Fox vira a cabeça para a janela, tentando esconder o rosto.

- Não, Hiver, não.

Elas conversam mais um pouco até que Fox desliga. Ela vira de volta para frente e olha para as mãos.

- Estamos chegando.

- Bom. – ela murmura.

- Ontem... Não rolou nada, certo?

Olho para Fox e depois para a rua. Volto a olhar para ela por um momento, apenas enquanto respondo.

- Você estava bêbada. Você que me assediou.

- O que?! Não! Eu nunca faria isso! – Ela se vira totalmente no banco.

- Pois é... Eu não imaginava que você fosse esse tipo de garota. – me finjo de desapontado.

- Ai, meu Deus... – Fox esconde o rosto nas mãos.

Rio e pego sua mão.

- É brincadeira! Bom, menos a parte de você ter me assediado, mas eu já esperava isso. – Dou de ombros.

Ela ri e aperta minha mão. Solto sua mão para passa-la para o volante e estacionar o carro. Paramos em frente a uma cafeteria francesa em uma rua pequena e cara.

Saio do carro e dou a volta para abrir a porta para Fox. Ela salta do carro sorrindo e entramos no café.

...

Depois de comermos, ela me insiste para irmos ao Shopping comprar uma mala melhor para a viagem.

- Você sabe que é só o final de semana, certo?

- Sim, mas tenho que levar muitas coisas.

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Então vamos ao shopping. Claro, Fox é um alvo de olhares atrevidos.

- Você não acha muito estranho isso tudo? – Ela me pergunta olhando para o chão.

- Está falando do que?

Penso nos caras olhando para ela.

- Eles nem me conhecem, mas assim que meus dons floresceram, vieram me procurar. E sabe, eles tem que agradecer a você.

- Talvez e talvez.

Fox revira os olhos. Estamos nos aproximando da loja quando ela faz outra pergunta inadequada.

- Como era sua convivência com os seus pais? Eles não secavam seu cabelo, você quase não ficava doente, sabia se cuidar...

- Bom, era péssima. Até eu decidir novamente a te caçar e começar meu treinamento, entrar em uma rotina.

- E porque você mudou de ideia? – Perguntou depois de um silencio tenso.

- Eu vi como você era feliz, mesmo depois da perda de seu pai.

Tentei ignorar o meu egoísmo, mas ela estava chocada.

- E por que voltou atrás? – Ela perguntou quase sussurrando.

- Porque vi como você era feliz. E que não tinha nada haver.

- Quer dizer que esse argumento pode ser usado para os dois casos?

- Acho que sim. – Olho para o chão.

...

Depois de comprarmos a mala de Fox, ligo para Elliot. Ele tinha me mandado os detalhes do voo por e-mail, mas ligo de qualquer forma avisando que iremos nos encontrar lá no aero porto.

- Ah, você pensou que eu estaria ai? Não... Já estou no palácio desde a manhã, preparando a recebida da princesa. – Elliot diz.

- Oh, eu não fazia ideia, cara. – Passo a mão no cabelo.

Fox está me seguindo de perto, arrastando a mala com rodinhas atrás dela.

- Por favor, olhe a intimidade...

- Certo, desculpe. Chegaremos em terras brasileiras em algumas horas.

Desligo. Toda a atenção de Fox em mim.

- Terras brasileiras? Vamos para o Brasil?!

- Sim. As ilhas ficam no Atlântico, algumas no Pacífico, mas a vila da Luz fica mais perto do Brasil, por isso nos pegamos um avião até o Rio de Janeiro e depois um barco reservado para nos até a ilha. Vamos sair daqui uma hora, devemos chegar lá por volta das quatro da manhã.

- Eu nunca estive no Brasil.

- Eu morei lá durante alguns meses, apenas para treinar.

- Você morou no Brasil? Com as brasileiras? E frequentando praias? – O tom dela é cético.

- É. Mas a minha cor pálida sempre volta.

Fox ri e não vejo como não me juntar a ela.

- Você não é pálido. Sua cor combina com você.

- Obrigada, Srta. Firing. Isso foi um elogio, algo nada costumeiro de sua parte.

Ela me mostra língua cor de rosa e eu rio.

...

Chegamos em casa já meio atrasados. Fox corre escada acima jogando os sapatos nos degraus. Antes que eu pudesse recolher os sapatos do chão, ela grita lá de cima:

- A mala!

Peguei seus sapatos e subi com a mala lentamente. Entrei em seu quarto e ela estava com uma calça jeans e ajeitando uma blusa de alça preta. Fox parecia um furacão no quarto, jogava tudo dentro da mala preta. Decidi que a melhor coisa que eu podia fazer era deixa-la sozinha e ir arrumar as minhas coisas, que caberiam todas dentro de minha mochila verde. Meia hora depois, estamos prontos e atrasados. Pegamos um taxi em frente ao sítio e rumamos para o aeroporto. Fazemos tudo no automático, a mala de Fox não é despachada e corremos para a sala de embarque. E claro, algo tinha que acontecer, então o sensor apita quando Fox passa embaixo dele. Ela tira os sapatos e passa novamente, o sensor fica quieto.

Corremos para nosso portão, eu arrastando a mala e levando os saltos dela. Por sorte - ou destino – chegamos quando esta se formando uma fila em frente ao nosso portão.

Foxie Firing

Eu estava dormindo no peito de Falkon. Ele, na verdade é muito confortável e não se importa com o meu peso.

Próxima às três da tarde, a aeromoça nos cobre com um cobertor e eu acordo de um sonho florido. Falk ainda esta dormindo e com seu braço ao meu redor. Eu o encaro e ele ronrona no sono. Solto um sorriso nos lábios e me acomodo em seus braços, volto a dormir.

...

Não fazia ideia de que horas eram, mas eu estava com muito sono e Falk me arrastava pelo aeroporto pelo pulso. Ele também puxava a mala e corria para um taxi.

Ele me colocou no taxi e a mal no porta-malas. Deu ordens em um português perfeito ao motorista e colocou o braço ao meu redor. Voltei a dormir.

...

Falkon me colocou nas costas e eu só ouvia o som das rodinhas deslizando a nossa frente. Gemi algumas coisas sem sentido e Falk balançou a cabeça.

- Estamos indo para o barco. Iremos chegar em algumas horas. Volte a dormir.

A voz de Falkon soou cansada, rouca.

...

- Bom dia, flor do dia. – A voz de Falkon disse.

Abri os olhos relutantes e olhei ao meu redor. Eu estava em um quarto todo vermelho. A impressão que eu tinha, era que era muito quente, mas do que parecia. Desesperadamente senti calor, não só porque o lugar estava quente e a sala parecia quente, mas porque Falkon estava perigosamente perto.

- Você não deveria manter distancia?

Falk parecia ter sido acertado por mim. Ele se ajoelhou na cama e me observou até eu me sentar.

- Já estamos perto, achei melhor te acordar.

- Tudo bem...

Falk se levantou da cama e saiu do quarto em passos largos. Suspirei, eu nem tinha percebido que eu estava contendo o folego. Me senti mau por ter digo aquilo, mas decidi que iria me desculpar mais tarde.

Peguei dentro da mala, os meus saltos alto e os calcei. Me olhei no espelho e ouvi Eio dizendo: Cara, se acalma.