Logo que eu acordei, fui para o banheiro tomar um longo banho e não pensar em nada. Ou melhor, era isso que eu queria. Você sabe, eu vou para Londres, que é um pouquinho longe daqui, e, talvez eu encontre alguém conhecido. Como não pensar nele?

Saí do chuveiro, me sequei e coloquei uma camiseta vermelha de mangas compridas, uma calça jeans e um cachecol preto. Estava começando a esfriar, pode ser que até neve aqui hoje, mas como não estarei hoje aqui, não posso saber ao certo.

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Fui para o meu quarto, peguei a minha mochila e desci correndo as escadas. Cheguei à sala de jantar (é, tecnicamente, tomamos café da manhã, almoçamos e jantamos nesta sala) que dava para ver a cozinha dali e chamei Nellie.

-Bom dia! – exclamei – Que cheiro bom. O que é?

-Ah, você já acordou. Hum, é panquecas de chocolate e suco de laranja.

Fui para mais perto dela e da comida. Sentei-me junto de Dan e do tio Fiske ao redor da mesa. E claro, não podia faltar às gracinhas do meu querido irmão.

-E aí? Já está pensando qual será o melhor lugar para o primeiro encontro de vocês? – perguntou o pequeno pirralho que estava sentado na minha frente.

Como nem sempre sou a pessoa mais controlada do mundo, não consegui evitar e taquei uma das panquecas que Nellie preparara nele, mas infelizmente caiu no chão – já sabia que alguém me xingaria quando visse aquilo... – Como minha tática não deu muito certo, simplesmente revirei os olhos.

POV Ian

-Como? Sinceramente, você realmente acha que eu vou emprestar o meu closet para a pessoa que virá de intercâmbio dormir aqui? Como um quarto? Pois é, fique só imaginando mesmo.

Natalie não tinha jeito. Realmente não emprestaria seu closet para a tal pessoa. Não sabíamos ainda quem seria, mas eu estava torcendo para que fosse uma menina, é claro. Qualquer coisa eu até poderia dar um jeito no meu quarto... Não. É claro que eu não quero que você tenha uma imagem negativa de mim, nem nada. Eu só estava falando... Ah, cala a sua boca leitor, você entendeu muito bem o que eu quis dizer.

-Querida Natalie, entenda uma coisa. Se você não emprestar temporariamente seu closet, vamos tomar outras atitudes. Talvez como emprestar o seu próprio quarto e você dormir na sala...

-Não! – ela nem havia me deixado terminar a minha fala e já foi me cortando e negando que dormiria em um sofá.

Natalie remexeu em suas pulseiras de brilhantes e subiu resmungando para o seu quarto.

Eu fiquei por ali mesmo, na sala, até mais ou menos onze horas da noite. Nossa grande sala, agora quase vazia, exceto pela presença de mim e Natalie, e nossos empregados. Nossa mãe foi presa depois da busca e nosso pai nunca estava em casa, estava sempre em viagens de negócios, e então ficamos apenas nós. Realmente precisávamos da presença de alguém, quem quer que fosse. Dar uma melhorada, uma “bagunça”. Estava esperando ansiosamente pela pessoa que viria.