3 Escolhas

Demons - Imagine Dragons


– Me desculpa por tudo ter acabado assim. - lamentou Nathaniel - Não era para a noite acabar assim.

Olhei para ele, cabisbaixo. Ainda sentia raiva por não ter enfrentado Castiel. Quase agradeci por ele não estar olhando para meus olhos, assim ele não veria a mágoa. Foi então que ele me olhou, provavelmente porque eu não tinha dito nada. Seus olhos se fixaram nos meus e pensei em desviar; mas aqueles olhos me revelaram sentimentos que eu nem imaginava que estava dentro dele, e mais surpreendentemente em mim.

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– A noite ainda não acabou. - respondi finalmente.

Ele sorriu em resposta, segurou minha mão de forma delicada e entramos no restaurante mais uma vez.

– Foi uma noite maravilhosa. - eu disse sorrindo. E realmente fora.

– Só resta saber se não vamos pro inferno depois de fazer aquele menino chorar de medo da gente. - ele gargalhou.

– Ele bem que mereceu. - fiz cara de justiceira.

– Minha barriga já está doendo de tanto rir. - ele tirou a mão do volante e pousou sobre o abdômen enquanto esperava o portão eletrônico do prédio abrir.

Olhei para ele, apoiando minha cabeça no banco do carro. Eu estava muito cansada, e minha barriga também doía de rir. Ele sorriu para mim de forma tímida e não pude deixar de ficar vermelha.

– Obrigada pela noite. - eu disse.

Ele tirou a mão do abdômen e passou a ponta dos dedos em minha bochecha, descendo bem devagarinho até meu queixo. Fechei os olhos por cansaço e pela delicadeza do toque. Senti sua respiração quente por poucos segundo até que ele puxou meu queixo para mais perto e nos beijamos.

Tão manso quanto as águas de um riacho, um beijo que nunca havia recebido igual. Com tanto carinho e ternura que queria me prender nele. Seria difícil encarar a realidade deste mundo cruel depois de um toque tão terno.

Quando seus lábios se distanciaram, ele me abraçou. Confesso que senti minha garganta formar um nó. Eu queria dizer algo, mas tudo que conseguia era chorar. Tentei não chorar na frente dele, afundei meu rosto em seu ombro e me mantive lá. Protegida.

Do que eu tinha que me proteger? Ou melhor, de quem eu sentia que precisava de proteção? De quem eu não conseguia me proteger?

Quase pude escutar o murro que Castiel dera na mesa do restaurante há poucas horas atrás. Ele me assombrava, mesmo no calor dos braços de Nathaniel.

O apertei contra mim e talvez minutos se passaram desta forma até que um morador buzinou para que déssemos passagem. Nathaniel beijou minha bochecha úmida de lagrimas e entrou na garagem do prédio.

Naquela noite dormi no meu sofá, tão exausta emocionalmente que todo o resto parecia limitado.

Bem, eu dormi apenas algumas horas porque, no que pareceu minutos depois de eu deitar, o barulho de toques na porta me acordou. O barulho parecia tão alto no meio da madrugada que pensei ser uma invasão.

Abri a fresta da porta e presença de Castiel me fez dar dois passos para trás.

– Posso entrar? - ele disse em voz baixa.

Não consegui fazer muito além de mexer a cabeça positivamente, apesar de não ter certeza se deveria realmente deixar ele entrar. Mas ele entrou, e passou a mão no cabelo parecendo querer organizar os pensamentos. Mas ele não parecia muito bem saber o que queria dizer, nem que havia de fato algo a dizer.

– Desculpa por te acordar esta hora. - ele começou.

– Se nosso único problema fosse isso. - respondi.

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Ele pareceu incomodado com o que eu disse.

– Sim, temos muitos problemas. Mas quero resolver um deles. - ele se aproximou de mim com rapidez. Seus olhos pareciam arder com determinação. Suas mãos quentes entrelaçaram minha cintura. - Aquela distância certamente era um problema.

Um sorriso pareceu surgir em seus lábios e de alguma forma aquela auto-confiança de que eu me derreteria em seus braços me irritou.

– Você acha mesmo que pode simplesmente vir aqui e me abraçar depois de tudo que falou no restaurante? - minha voz estava um pouco trêmula por ele estar tão perto. Mas logo tomei coragem e me afastei. - Esta distância é algo que VOCÊ criou Castiel.

Ele pareceu surpreso demais com minha reação.

– Não sou um brinquedo Castiel. - finalizei.

O sorriso de seus lábios se tornou apenas uma expressão dura.

– Eu deveria ter mantido a maldita distância. - ele deu dois passos até mim - Mas não consigo.

Sua voz estava carregada de uma dor que eu não sabia que existia nele. Abaixei a cabeça para fugir de seus olhos. Eu não sabia o que fazer.... sei que ele esperava alguma reação. Mas me mantive calada. Não podia implorar pelo seu amor. Não depois de tudo que ele disse.

Ele suspirou e me soltou.

– Boa noite, Melissa. - fechou a porta e me deixou sozinha novamente.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.