Capítulo 1

PDV Bethanny

- Atenção! Os habitantes estão proibidos de chegar perto do Vale Magistral. Não há motivo para pânico, hajam normalmente. Qualquer anormalidade deve ser reportada imediatamente ao assistente do conselheiro real. O toque de recolher será mudado para sete horas da tarde. Repetindo, os habitantes...

A multidão reunida na praça central, calada até o momento começou a falar, gritar e sussurrar, sem entender o que aconteceu. “Muito estranho não dizerem o motivo de tudo isso” pensei. Já eram quase seis horas da tarde, o que significava que eu tinha que correr pra casa.

- Max, me ajude com essas sacolas e vamos para casa – eu disse ao meu irmão.

- Mas Bethanny ainda temos tempo.

- Você me ouviu Max. Aonde esta a Tune? Já era pra ela ter voltado com as maçãs.

Max passou as mãos por seu cabelo cor de areia, um gesto que só fazia quando estava nervoso. Ele não respondeu e evitou o meu olhar.

- Max – eu disse em tom de aviso.

- Não fique brava Bethanny, ela só queria algumas amoras.

Há não, só havia amoras no Vale Magistral, exatamente onde não era para ninguém estar. Suspirei e disse:

- Vá para casa e diga à mamãe que eu fui comprar o resto das coisas e que Tune esta comigo.

Esperei apenas o tempo suficiente para ver se ele me obedeceu e comecei a correr na direção oposta, para o Bosque dos Híbridos. De lá eu podia pular a cerca e entrar no Vale Magistral. Tentei passar despercebida pela cidade, mas não tive problemas. Assim que cheguei pulei nas pedras para atravessar o riacho que havia ali para chegar à cerca e comecei a procurar o ponto entre os arbustos onde à cerca estava quebrada, mas parei quando escutei uma voz grave dizer atrás de mim:

- Você não devia estar aqui.