Quatro Detetives e Um Sonho
Capítulo 6 - Mais Informações
Miruku narrando
Já era quase noite quando Toshimoyo ligou pra avisar que já havia conseguido as informações de quase metade dos nomes pedidos, e que usaria o programa de computador usado por Matt que permitia enviar e-mails anônimos sem o risco de serem rastreados. Cinco minutos depois, Matt recebeu o e-mail e nos chamou para ver. Após uma lida rápida ele disse: Essa é a Toshimoyo que a gente conhece!
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Mello e Tikara apenas ficaram observando a tela em silêncio, um dos dois com um breve sorriso no rosto, até que Mihael (como gosto de chamar Mello ás vezes, por seu nome real, mas estamos tão acostumados a usar nossos nomes falsos por segurança que até esquecemos de nossos nomes reais uns dos outros).
Mello: Então vamos Matt eu e Miruku, Tikara fica tomando conta.
Tomar conta de quê o raios? Nada mais do que uma jogada pra ficar o máximo distante possível do Tikara. Eles até são amigos, mas sempre rola uma discordância entre os dois, uma necessidade inexplicável de um ficar longe do outro. Na casa há alarmes e câmeras de segurança que Matt e Tikara montaram, além do programa anti-hacker avançado que Mail criou. Em caso de ligações ou emails, veríamos por celular. Resumindo, não há pitangas motivo nenhum pra Tikara ficar em casa a não ser a estúpida vontade de Mihael.
- Tudo bem, eu fico – disse ele, com um suspiro
Matt talvez preferiria ficar em casa, comendo pizza e jogando vídeo-game como quase sempre fazia, mas como ele ta resignado a obedecer ordens, não chiou. Pegou seu PSP e ajeitou os óculos/viseira/seja que droga for aquela no cabelo. Mello abriu outro chocolate e deu uma mordida, seguida de uma risadinha abafada.
Ajeitei os cabelos pra dentro da touca de gatinho e saímos.
- Não ter maioridade nesse país pra poder dirigir é mesmo uma grande merda! – resmungou Mello
-SUA MULA! O TIKARA TEM 18 ANOS, PORQUE FEZ TANTA QUESTÃO DE QUE ELE FICASSE EM CASA? – gritei
- Eu não fiz questão nenhuma pra sua informação
- Iiiiihhh gentee relaaaaxaaa – Matt
- Não, magina – falei, tentando me acalmar – A saída é visitar a maioria de endereços de ônibus, mas já ta escurecendo, táxi vai sair muito caro
- Isso vai demorar um pouco... – suspirou Mail
- Né? – falei, mexendo na touca
Mello deu outra mordida enorme em seu chocolate.
- Visitaremos o máximo de endereços possíveis hoje, talvez uns dois ou três dependendo do que conseguirmos, o resto fica pra amanhã.
- Vou ligar pro pessoal mandar uma moto amanhã – disse Matt, jogando vídeo-game despreocupadamente
Pegamos o primeiro ônibus para o endereço (ORLLY?) e chegamos em 10 minutos mais ou menos.
- Beleza, o que a gente faz agora? – perguntei
- Já tem alguma ideia, Miruku?
- Esse vai ser o mais fácil, é a casa do Lucas, vamos fazer as perguntas do jeito que nos der na telha.
Descemos do ônibus e paramos na calçada em frente á cada verde-claro. Comecei a me sentir nervosa e ansiosa. Não era a primeira vez que “interrogava” alguém, mas era como se fosse. Respirei fundo antes de contar até três e apertar a campainha vagarosamente. Alguns momentos depois, apareceu na porta uma mulher ainda jovem, loira e de olhos verdes com expressão meia triste.
- Olá, o que desejam? – ela perguntou com voz de quem acabava de chorar
- Boa noite, senhora. – cumprimentei-a – É aí que mora o sr. Lucas Ferreira?
- É sim, precisam de algo? Sou a esposa dele – parecia impaciente
- Somos ajudantes na investigação do caso dos assassinatos e desaparecimentos que está acontecendo na cidade, e parece que uma das vítimas foi a filha do senhor Lucas. Gostaríamos de fazer algumas perguntas que poderiam ser úteis e leva-las para a polícia – menti na última parte, e Mello parecia aliviado por eu não ter usado a expressão “tio” no lugar de senhor.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!- Realmente – concordou a mulher – Podem entrar.
Matt Mello e eu nos entreolhamos. Quem iria entrar e quem ia ficar de guarda aí fora?
- Matt! – falou Mello, com sua voz grossa – Vai ficar de guarda aí fora! Vai ser útil para nós não sermos sequestrados, senta aí fora e fica de guarda pra mim! – mais uma mordida no chocolate
- E não seja imprudente em ficar jogando e esquecer de prestar atenção. Ah! Se te pegarmos fumando de novo já sabe. – e, me virando pra Mello – Eu podia jurar que ao invés de falar “fica de guarda”, você ia dizer “fica de quatro pra mim” heuehueheuheueheuheueh
Quase levei um tapa na boca.
- Do jeito que ele te obedece acho que ficava mesmo – ainda tive tempo de comentar
Quase levei outro tapa na cara, desta vez de Matt.
- Chama teu pai de gay que tu ganha mais.
Mostrei a língua como uma criancinha mimada. Entramos na casa depois de pedir licença.
- Este é o meu marido – a mulher apontou-nos um homem também com aparência jovem, mas um pouco deprimida
- Queiram se sentar, por favor – falou ele, sentando-se no sofá do outro da sala bem organizada
- Muito obrigada – falei
- Viemos fazer umas perguntas em relação ao desaparecimento trágico de sua filha. – falou Mello, dando outra mordida no chocolate e sentando-se com as pernas abertas. Sentei-me ao seu lado com as pernas cruzadas.
- Já foi encontrada e sabemos o que aconteceu com ela. Vocês não são muito jovens pra se meterem com isso?
- Não, não senhor, já resolvemos vários casos ao redor do mundo – falei, apressadamente
- Tudo bem então, o que querem saber? – perguntou
- Estamos gratos por se preocuparem com o desaparecimento de nossa filhinha – remendou a esposa dele
- Não é nada, senhora – cortei rapidamente antes que fugissem do assunto principal – Então, onde sua filha estava antes de desaparecer?
- Foi à escola, normalmente, como todos os dias obviamente – a resposta veio rápida e cortante, como se já tivesse sido usada 500 vezes
- Hum, sabe se ela foi vista com alguém estranho? O sequestro aconteceu antes ou depois das aulas? – foi a vez de Mello perguntar
- Não, ela ia pra escola sozinha, na parte da manhã, e ninguém a viu acompanhada.
Silêncio por uns instantes. Apoiei a cabeça nas mãos e fiquei olhando, pensativa, várias questões se passando por minha mente. Ainda havia muito o que ser feito se nós quiséssemos realmente solucionar este caso. E eu não admito derrotas.
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