Not That Simple Maid

Capítulo 12 - Provocações e preocupações


Riley esperou até que Ward desse de costas para colocar o telefone de volta no gancho para sair de detrás da porta do quarto. Pretendia não fazer nenhum ruído, mas a porta acabou rangendo um pouco. Ward virou-se para ela de repente, como se estivesse esquecido de sua presença por um segundo. Por apenas um segundo.

– Bom dia, Ward. – ela disse tímida enquanto se aproximava da sala. Ele ainda estava atrás da bancada de mármore da cozinha.

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– Bom dia, Riley. – sua voz saiu um pouco fraca, e ele esboçou um meio sorriso, mal olhando diretamente para ela.

– Deixa eu adivinhar: família, não é?

– Você nem imagina.

– Sei como é. – ela sentou em uma das cadeiras altas da bancada, brincando com as mangas da malha dele emprestada. Ecoando alto como uma sirene, o estômago de Riley quebrou o silêncio.

O semblante preocupado de Ward quebrou-se numa gargalhada, e Riley ficou encabulada.

– Não ria! Ruffles e Doritos não enchem o estômago de verdade!

– Acho que seria bom alimentar essa fera. Posso te levar para almoçar?

– Eu vou aceitar, mas antes preciso de um banho. – Riley ainda usava a malha branca que sobrava em seu corpo, e por baixo o vestido curtíssimo de Kate. – Huum, espero que ela não se importe se eu devolver mais tarde o vestido dela.

– O que, Kate? Ela nem notaria, compra mil vestidos novos toda semana. – Ward finalmente parece sair do transe de seus pensamentos, e parece lembrar de algo. – Falando nela, você não me perguntou sobre o que aconteceu ontem a noite.

– Não era da minha conta, afinal. – Riley deu de ombros, se lembrando do beijo molhado que Kate dera em Ward.

Ele se apoiou na bancada bem na frente dela, com o sorriso que Riley conhecia muito bem. O sorriso das provocações maliciosas. – Se você ficou com ciúmes, tudo bem falar.

– HÁ! Eu, com ciúmes? De você? Ah, vai nessa Ward!

– A maioria das garotas tem.

– Mas acontece que eu não sou como a maioria das garotas!

Ward abaixou a cabeça, sorrindo e balançando o cabelo. “Sei disso como ninguém.”

– Ward, então, banho? – Riley levantou-se, animada para mudar de assunto.

– Achei que você nunca fosse me pedir!

Percebendo o que tinha dito, Riley corou. – AHH!!! N-não era isso que eu queria dizer!

Ward andou diretamente até ela, sem dizer nada. Com isso, o coração de Riley começou a bater forte e ela ficou imóvel, com as costas bem próximas da parede. Ward chegou bem perto de seu rosto, e inclinando-se, levantou o braço e tirou de cima de uma prateleira uma toalha dobrada.

– Você vai precisar disso para se secar. – ele estendia-a para ela.

– Seu, seu ALIEN PERVETIDO!

Ward riu com a reação dela, e entrou rapidamente no quarto enquanto ela gritava com ele. Saiu de lá com uma camiseta branca nas mãos.

– Aqui, você pode vestir isso. Essa encolheu há um tempo, quando eu tive uma batalha épica com a secadora de roupas.

Riley pegou-a, e antes de poder agradecer, Ward estava andando pelo corredor para mostrar-lhe o quarto de hóspedes.

– Então, fique à vontade. – Ward disse e logo retirou-se.

Riley colocou sua bolsa e as roupas que havia usado antes da festa em cima da cama de casal. A primeira coisa que notou foram as paredes, de cor salmão, e aproximou-se do único porta retrato na casa inteira, em cima do aparador. Era a foto de uma linda mulher de cabelos castanho-escuros, lisos como o cabelo de uma japonesa tradicional, sorrindo na frente de uma linda árvore de cerejeira. Riley pensou já ter visto aquele sorriso antes, e como resposta, viu um menininho de no máximo oito anos, com os cabelos loiro-pálidos e olhos verdes grandes, agarrado à sua perna. “Essa deve ser a mãe de Ward. Me pergunto se ela também vive na Inglaterra.”

Em seguida, a garota despiu-se e pegou a toalha, entrando debaixo do chuveiro. O banheiro parecia ser de hotel: havia pequenos frascos de shampoo e sabonete, além do fato de ser todo de granito branco, num arranjo tão bonito que Riley se viu rodeada de luxo. Enquanto lavava seu cabelo, pegou-se pensando em sua mãe. “Ela deve estar preocupada. Não dei notícias minhas, e mesmo que tenha dito que eu voltaria tarde do trabalho ontem, ela não sabia que eu acabaria passando a noite fora.”

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Ao fim, enrolou-se na toalha e saiu para o quarto novamente, a fim de pegar seu celular e discar o número de casa. Aguardou alguém atender na outra linha enquanto observava a vista pela janela.

– Alô?

– Alô, Suzana? Sou eu, Riley.

– Por onde você esteve ontem à noite? Você não estava aqui hoje de manhã. – a voz sempre impassível de Suzana não deixava Riley saber se a irmã estava brava ou preocupada.

– Sim, eu sei, me desculpe. Eu.. acabei me enrolando com o trabalho ontem, e sai muito tarde. Não queria ir para casa porque eu poderia acordar a mamãe, então fui para a casa da Hanna. Por favor diga a ela que vou almoçar fora.

– Oh, sim, isso é uma boa, porque a Sra. Kit já fez o almoço e não sobrou nada.

“Suzana!” Riley suspirou antes de continuar.

– Tudo bem, então. Como ela está?

– Ah, acho que melhor do que ontem. Ontem a tarde ela ficou meio fraca, e quase caiu da cadeira de rodas.

Riley sentiu seu coração ficar pesado como uma rocha, remoendo uma culpa terrível de não ter ficado ao lado de sua mãe para ajudá-la. Ela sentou-se na beirada da cama, e uma lágrima cortou sua bochecha.

– Mas não se preocupe, irmã. Ela está bem agora. Está descansando. Vejo você depois. Tchau.

Riley fechou o celular, e rapidamente limpou sua bochecha.