Uncontrollable
Mellie
Mellie
Já fazia quase duas semanas que ela estava no hospital, e ainda não queria olhar para a cara de Paul.
“Quando seu pai entrou no quarto, ela se recusou a sequer olhar para ele. Ele se aproximou, e tentou puxar assunto elogiando-a e dizendo o quanto ela era parecida com a mãe.
– ainda bem. Não queria ter uma lembrança sequer sua – ela respondeu grossa
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Mellie eu... – ele ia se explicar, mas antes que falasse qualquer coisa Mellie foi direto à ferida:
–Por que você fez aquilo? Você era casado, tinha uma filha e simplesmente deixou tudo para trás. Resolveu sumir de nossas vidas. E agora me aparece aqui, dizendo o quanto sou parecida com minha mãe? Acho que você devia ir direto ao ponto. Se explicar e nos deixar de uma vez por todas, de preferencia sem aparecer daqui a catorze anos. –
–Mellie. Você não entende. Eu era infeliz naquela minha vida. Sim, eu era um pai de família. Uma bela família, aliás, mas... Bem, eu e sua mãe já não funcionávamos tão bem a coisa. E quando uma oportunidade surgiu, eu sai. Senti-me livre sabe... Nenhuma desculpa no mundo é boa o bastante para compensar os anos que eu passei fora da sua vida. Mas, outro dia eu estava caminhando na rua e vi um pai e sua filhinha. Não teve sequer um dia que eu não pensei em você. E quando voltei para nossa antiga casa, vocês haviam sumido. Demorei cerca de um ano para encontrar vocês! -
–é você tem razão. Não tem desculpa no mundo para isso. Agora se você me der licença, eu quero descansar um pouco –.
–Claro. E querida... Você pode dizer o que quiser, e ficar brava o quanto quiser, eu entendo. Mas nada disso vai mudar o fato de eu ser seu pai... -
–vai ver por isso que eu fico tão brava – Mellie disse para ele antes que ele saísse, virou a cara para a almofada, e antes que se segurasse, as lágrimas começaram a jorrar.”
Ela estava caminhando pelo corredor, quando viu que uma criança, em uma cadeira de rodas tentava passar entre um pequeno grupo de pessoas.
–Quer ajuda? –Mellie perguntou, e o garoto de cerca de dez anos respondeu que sim.
Ela segurou a cadeira e saiu pedindo licença, e se não a davam, atropelaria mesmo. Infelizmente eles deram espaço para eles passarem.
–Obrigado. Aliás, meu nome é James. Leucemia. Você é... –
–Mellie. PTI – ela já havia se acostumado com aquilo. No hospital, as pessoas se apresentavam e em seguida diziam sua doença como uma “diversão”(que ela não achava divertida).
–Mellie. Legal seu nome, nunca tinha ouvido! – ele disse alegre
– Então James, quantos anos você tem? –
Ela e James passaram o restante do dia em uma conversa amigável, e o garoto se revelo uma pessoa divertida, que apesar de passar por maus bocados, tirava diversão daquilo.
– Quem é seu médico? –ele perguntou
– é a Dra. Friggam. Conhece? –
–Claro que sim! Eu conheço praticamente todo mundo. Estou aqui frequentemente há uns cinco anos! –
A partir daquele dia, os dias no hospital passaram a ser divertidos com James. Mellie conheceu algumas enfermeiras e os médicos de James. Visitou a ala dos pacientes com câncer e conheceu outras pessoas. Ela passava as manhãs fazendo tratamentos e as tardes com James percorrendo o hospital.
–Quando você se recuperar, vem me visitar? –Ele perguntou. Já a via como uma irmã mais velha.
– Todos os dias. Eu já praticamente moro no hospital, vou me mudar de vez e ficar para sempre com você aqui! –
Sorrindo ele apertou o botão do elevador para descerem e visitarem a recepcionista Nancy.
– a Nancy sempre é gentil, e se você elogiar ela, ela nos traz doces amanhã! –James disse com um olhar sapeca.
Mellie sorriu para o garoto. Mas seu sorriso congelou no rosto quando a porta do elevador abriu.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Dylan estava do lado de fora e parado e chocado tanto quanto a própria Mellie.
–Mellie? O que você está fazendo aqui? –
– ahh... James, você vai indo falar com a Nancy, depois eu te encontro ok? –
– Certo. Tchau Mel! –
Mellie saiu do elevador e se sentou em um sofá de uma sala de espera.
–Mel? –
–É o James me chama assim. O que você está fazendo aqui? –
– Eu falo se você falar! –
Mellie pensou rápido em uma desculpa qualquer.
–O James é meu primo que está doente, eu vim visitar ele -.
– e essa roupa de hospital? – Ele perguntou olhando para a mesma
–Ele pediu que eu me vestisse assim – Ela não queria jogar toda a culpa no pobre James, mas foi à primeira coisa que surgiu em sua mente.
–Mellie, você acha que eu tenho cara de idiota? –
– Pra falar a verdade... –
–Tá, agora a verdade. E também não quero que você fuja, por que a gente PRECISA conversar –.
– Vocês homens, falam, falam e não dizem nada. Tá, o que você quer? –
–Em primeiro. O que você está fazendo aqui? O que você tem? Está tudo bem? –
– Calma! Ok. Mas só vou falar com uma condição. –
–Qual –
–ninguém. NINGUÉM mesmo pode saber que você me viu aqui! Minha mãe teve um trabalhão pra convencer a Lucy e a Amy que eu estava viajando com o Paul, se você contar pra alguém... –
–Por quê? –
–Que te importa Dylan? De qualquer jeito, Promete? Que não vai contar pra ninguém? –
Ele deu um longo suspiro antes de concordar.
–Certo. Tenho PTI por isso não tenho ido às aulas. –
–PTI? Mas, isso é grave? –
–ihh, qual é? Vai ficar preocupado comigo agora? Você que sempre me odiou? –
–Espera ai. Sempre não! Aliás, nunca te odiei. Por isso queria conversar com você. Mas antes: essa doença, você está bem? Está se tratando direito? Vai melhorar? Tem algum risco? –
–Meu deus, parece minha mãe falando! Sim, tem cura e estão avaliando a resposta do meu corpo ao tratamento. Agora eu tenho que ir... – Mellie se levantou para sair, mas Dylan a puxou de volta para o sofá.
– A gente ainda não conversou sobre uma coisa – ele disse
–o quanto você é patético? Tenho que ir! – ela tentou sair, mas ele a puxou de volta novamente.
–A gente tem que conversar quer você queira ou não! –
–Tá, e sobre o que você quer conversar? –
Ele sorriu.
– Você sabe muito bem. Sentimentos. Nossa estranha... relação. E o principal, o beijo que aconteceu na sua casa, mas que você ignora.
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