Bons Sonhos

Pesadelos...Bocchan!


Fogo...

Cinzas de minha residencia caindo com um gosto amargo sob meus lábios.

Gritos, dor e magoa, rancor...

Arrancado com fúria do lar e do amor de meus pais

Deus não existe...

Deus... Não existe.

Lastimáveis damas e cavalheiros, quem está deixando esse mundo cansado, chato e com algumas extravagâncias.

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Hoje iremos apresentar a vocês, um presente do nosso amado Deus!

Escuridão...

O pecado de não acreditar em nenhum sentimentos, não acreditar em nada mais do que na vingança.

O corpo pequeno envolto em pesadas cobertas de procedência cara, se eleva de súbito completamente absorto, alheio ao que lhe rodeia a respiração acelerada a pele brilhando com o bater da luz da lua no suor que lhe toma o corpo, as lembranças de mais um sonho, ainda lhe fazendo ter tremores e os pelos eriçados.

-Pesadelo... Bocchan!

A figura nefasta parada ao lado da cama lhe questiona e tens sua atenção, a criança amedrontada só consegui visualizar a realização de seus desejos, denominada de seu mordomo por intermédio das velas presas ao castiçal que seu serviçal dedicado segura com uma das mãos enluvadas, a algo mais que pode ser visto na escuridão, o brilho rubro dos olhos demoníacos em sua direção.

-Sim.

Responde tentando em vão fazer seu autocontrole ser predominante falhando miseravelmente, deixando uma lagrima solitária lhe escapar, a enxugando com violência com a manga, do pijama comprido de tecido aconchegante que protege seu corpo da completa nudez.

-Sabes que não a necessidade de temer, estarei aqui.

-Para me proteger? Questiona ainda mantendo seus olhos presos nas cobertas claras e macias, deixando um tom de cinismo fazer parte, da fala.

-Para lhe garantir a segurança Bocchan!

-Não pode me proteger daquilo que eu mesmo criei.

-E oque seria isto Bocchan? O que teme? Pergunta a criatura não humana encarando a sua tão adorada presa.

O pequeno nobre luta com sigo mesmo durante alguns segundos em duvida se deve ou não verbalizar a resposta, mas o sono em um corpo infantil é estritamente necessário, e os minutos que se passaram desde a hora se seu despertar, fazem a barreira tão fortemente erguida todas as manhas, desmerecer.

-Você...

Responde por fim novamente voltando a deitar as costas sob o colchão fofo da cama de dossel, não dando ao fiel criado a visão dos olhos amargurados de cílios molhados, um nó se forma em sua garganta na tentativa de suprir a vontade de chorar.

O fiel criado negro deixa um sorriso ganhar a capacidade de ser visto, mesmo que os olhos azuis percam esta atitude, sorri e balança a cabeça fazendo os fios negros que cresciam em uma velocidade impressionante, tocar-lhe a face algumas vezes afinal era melhor assim, o sorriso sem dentes seria algo amedrontador para seu pequeno contratante ver em um estado tão lastimável, se despede do pesado castiçal em sua mão o abandonando em cima do criado mudo ao lado da cama, aonde repousa o corpo possuidor de uma alma extremamente saborosa, se inclina vacilante sob o pequeno, dividido entre o não poder e o querer.

O querer profano, pelo nobre impuro.

E sussurra rente ao ouvido da criança.

-Estarei por toda a eternidade junto de você, e se me teme pecas pois sou incapaz de lhe querer mau.

O pequeno contratante em um momento de fraqueza havia deixado, uma verdade escapar, era justo que se igualasse a ele.

-Sebas...

A criança dominada por sentimentos vingativos movimenta o pescoço, tendo assim seu rosto de expressões delicadas rente ao da figura que lhe atormentava e lhe protegia, a fala sendo abruptamente interrompida pelos lábios gelados do mordomo a respiração voltando a estar descompassada e as mãos confusas apertam o lençol de cetim abaixo do seu corpo, por alguns instantes se perde e fecha os olhos incerto se deveria ser esta mesmo decisão a ser tomada.

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O mordomo leva uma das mãos de dedos esguios a tocar a face juvenil a sua frente, fazendo seus dígitos percorrem a pele quente das bochechas em completa adoração, o contato superficial de apenas um tocar de lábios se desfaz, lentamente e relutante, deixando o pequeno sem reação ainda com os olhos fechados, a mão enluvada do fiel criado toca-lhe o peito fazendo com que o tronco que havia se elevado volta-se a estar colado no colchão.

-Boa noite Bocchan.

Diz com a voz calma, mesmo que seu interior esteja tomado por um desejo absurdo de tocar a pequena criança, o pequeno conde se aconchega nas cobertas incapaz de voltar a levantar as pálpebras cansadas, e em alguns segundos entra novamente no mundo dos sonhos dessa vez com a garantia dada pelo seu fiel criado que nada de mau o aconteceria.

A criatura não humana, de aparência bela especialmente planejada para perturbar olhos humanos, volta a ter em mãos o castiçal abandonado, caminha lentamente até a porta de mogno escuro do aposento de seu senhor, a abrindo com cuidado na intenção de não ocasionar um ranger por parte das dobradiças já velhas, olha uma ultima vez por cima do ombro para o pequeno nobre submerso no mundo dos sonhos com o rosto livido e sem preocupações, e com um assoprar apaga a luz proveniente das velas, falando baixinho.

-Tenha bons sonhos, meu pequeno.

E era assim, era só mais uma noite, era assim todas as noites na mansão dos Phantomhive.

Fim

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.