CAPÍTULO 20

Ver minha melhor amiga beijando outro cara foi muito mais estranho do que eu imaginava. Mexeu comigo de uma maneira diferente. Eu senti raiva daquele metidinho por poder tê-la em seus braços sem que ela sentisse algum arrependimento.

“Como a Duda podia ter me beijado em um dia e depois já estar com outro homem?” Então minha raiva dirigiu-se pra ela, que me olhava da porta de sua casa sem entender muita coisa.

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Eu queria ir até lá e tirar alguma satisfação. Mas como faria isso sem parecer um completo maluco e idiota? Além disso, eu poderia machucá-la ou ofendê-la com a confusão de sentimentos em meu peito.

O melhor a ser feito era sair dali o mais rápido possível. E foi isso que fiz, em segundos eu já era um lobo e corria sem rumo pela floresta.

Minhas patas, traiçoeiras, me levaram justamente para o lugar em que eu menos desejava estar. O refúgio da Duda. O local em que nos beijamos.

Estranhamente meu coração se acalmou, passando isso para o resto do meu corpo que voltou a forma humana. Lembrei-me da sensação dos lábios dela sobre os meus. Aquilo parecia tão certo... Tão perfeito.

Pra mim nada poderia chegar à perfeição. Mas eu sentia que ficar com ela seria assim... Perfeito.

Nunca havia “flagrado” a Duda com outro cara. Ela sempre foi discreta e vivia reclamando das minhas ficantes. Será que eu também tinha o direito de reclamar daquele cara?! A conhecendo como sempre conheci tinha certeza de que ele não era bom o bastante para ela. Ninguém seria bom o bastante.

Ele não tinha o direito de tomá-la para si daquela forma! A fúria voltou com força total me deixando cada vez mais exaltado.

“Era pra ser eu ali, a beijando, tocando... A olhando como se fosse a coisa mais importante do mundo. Única.”

Esse pensamento martelava na minha cabeça e o pior de tudo era saber que ele transmitia toda a verdade. Tudo que eu mais queria era ter a Duda pra mim, não só como amigo, mas, principalmente, como homem.

A realidade caiu como uma bomba. Eu a amava como nunca havia amado alguém. O que eu senti pela Bella ou pela Renesmee não chegava nem perto do que eu sentia por ela. Minha amiga... Minha Duda.

Não sabia como ou quando todo o meu sentimento por Renesmee havia desaparecido. Nunca houve rumores de que um imprinting poderia retroceder. E acabava de acontecer comigo. Justamente comigo.

Eu nunca dei muita sorte com essas coisas de amor. Primeiro com a Bella e agora isso. Quando eu achava que finalmente havia encontrado meu lugar, encontrado alguém que me amasse de verdade, a Duda reaparece e muda meu jeito de ver o mundo, meu jeito de agir e muda o meu imprinting.

Mas eu não estava inconformado ou irritado. Depois de fazer essa descoberta e tanto, eu me peguei sorrindo para o nada, para o mar, para a lua... Parecia que ao entender tudo – ou quase tudo – que se passava, eu finalmente havia encontrado o certo pra mim.

Havia encontrado um amor que eu realmente queria. Um amor, que apesar de todas as circunstâncias, eu não me sentia obrigado a estar com ele. Era natural e essencial, assim como respirar.

-- Eu te amo Duda... – sussurrei as palavras ao vento.

Naquele instante eu desejei com todas as forças que a brisa levasse essa pequena frase a ela. Mesmo que eu não pudesse dizê-las diretamente, eu queria que pelo menos uma parte do seu coração soubesse que eu a amava. E se houvesse algum Deus que olhasse por mim, ele com certeza atenderia ao meu pedido.