CAPÍTULO 18

Sabe qual a desvantagem em ser mulher?! Sofrer antecipadamente. Eu nem havia encontrado o Jake e já estava sofrendo com medo do que poderia ocorrer. Afinal de contas, nada está tão ruim que não possa piorar...

Com minha cabeça dando milhares de voltas e nós, após a conversa com Vovó Aine, a única coisa que eu fiz foi cumprimentar minha família e voltar pra Forks correndo. Passei a noite inteira rolando na cama, até que desisti de dormir e levantei pra fazer uma faxina na casa. Há tempos que eu não cuidava bem dela...

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Terminei a limpeza por volta das cinco e meia da manhã. Faltava muito para eu ir trabalhar, então troquei de roupa e fui para o subsolo, na academia. Precisava fazer exercícios. Quando saí de La Push (ou abandonei) a única coisa que me distraía era isso. Estudei vários tipos de luta e com elas aprendi a me controlar.

No começo eu era totalmente instável e na maioria das vezes quebrava tudo pela frente, principalmente por estar sozinha e não ter ninguém pra me aconselhar, mas com o tempo eu entendi que para ter controle era preciso paciência e disciplina, coisas que perdi nesses últimos meses.

-- Duda... – Lucy me chamou entrando no local.

-- O que foi?! – perguntei olhando pra sua cara de espanto.

-- O que deu em você pra estar fazendo musculação às – olhou no seu relógio de pulso. – oito da manhã?

-- Não dormi essa noite.

-- E isso é motivo pra estar levantando mais de cem quilos?! – não respondi. – Além disso, por que a casa está cheirando a eucalipto?! Pelo que eu me lembre você não chamou a faxineira ontem.

-- Fui eu quem limpou a casa Lucy. – falei entediada.

-- Tudo beeeeeeeeeeeeem... – prolongou a palavra bem enquanto sentava-se ao meu lado, no chão, e respirava fundo. – O que aconteceu que não está me contando?!

-- Nada. – joguei o peso no chão, afundando o piso, e passei as mãos no rosto.

-- Quem nada é peixe. – falou sarcástica. – Agora desembucha e me fala o que aconteceu ontem?!

-- Sabia que eu sou descendente de celtas?! – comecei.

-- Celtas?! E o que isso tem a ver com essa sua cara de enterro?! – falei das minhas pesquisas e sobre a lenda estranha que minha avó contou.

-- Eu acho que pode ser verdade. – falou depois de um tempo em silêncio digerindo tudo.

-- Como?!

-- É... Presta atenção, isso pode explicar os seus poderes e o porquê de você não ter imprinting e tudo mais...

-- Pode ser... – dei de ombros.

-- E o que mais você não quer me contar?! – incrivelmente Lucy sempre sabia quando eu escondia alguma coisa dela. Ou quando eu estava pra baixo... Antes de ela começar a me atormentar pra falar a verdade resolvi expor meus problemas.

-- O Matthew me chamou pra jantar hoje. – contei parte da história e ela me ouviu sem interromper.

-- Eu acho que se você quer dar uma chance pra si mesma, por que não?! Duda, - puxou minhas mãos para o seu colo. – você ama o Jake há quanto tempo?! A vida inteira?! – deu um sorrisinho no final. – Se você acha que está na hora de começar um relacionamento sério com outra pessoa, tente. – deu de ombros. – Está na hora de parar com os rolos e partir pra algo que te dê segurança.

-- Mas eu ainda amo o Jake! – suspirei. – E não é errado eu querer alguma coisa com o Matthew enquanto ainda penso nele?

-- Não. Escuta, o que você sente pelo Jacob é puro, intenso... Forte. Mas grandes amores nem sempre dão certo. Eles acabam a todo momento. Em dias bonitos e ensolarados ou em dias de chuva, nublados e tristes. – comecei a chorar e ela me acompanhou. – Eles não começam de repente e você não os esquece de repente. Dói. Você chora, sofre... – limpou uma lágrima que caiu. – Um grande amor deixa marcas profundas no seu coração. Algumas demoram a cicatrizar. Outras sempre ficarão abertas. Certas pessoas nunca esquecem. Outras apagam tudo. Às vezes, pra você esquecer um grande amor você tem que encontrar outro.

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-- Mas ele é tudo que eu tenho vivido nos últimos anos. Eu vivo pensando nele, eu respiro pensando no Jacob e...

-- Você sofre Duda. E é por isso que aceitou o convite do Matthew. Está se cansando de sofrer, as feridas doem demais e você quer que isso pare. Talvez ele seja o cara certo pra te fazer feliz. Só tente.

A abracei. Não sei o que seria de mim sem a Lucy. Nossa amizade se tornou algo vital pra mim, e ela era muito mais que uma amiga, era uma irmã. Nos meus momentos mais sombrios era ela que me puxava pra luz. Nos alegres era com ela que eu compartilhava a minha felicidade.

No tempo que eu passei longe de La Push ela foi a minha família e sempre iria continuar fazendo parte dela.

-- Obrigada. – falei depois que nos recuperamos da crise de choro.

-- Não precisa agradecer. Estou aqui pra isso esqueceu?! Te encher o saco, dar conselhos, rir, chorar...

-- Mesmo assim, obrigada. – sorri.

-- Agora vamos parar de chorar. – levantou num pulo e bateu palmas. – Temos que achar a roupa perfeita pro seu encontro. – correu escada acima.

-- Louca. – sussurrei.

-- Eu escutei isso viu?! – gritou do corredor. – Mas eu te amo mesmo assim. – era possível escutar as risadas dela.

-- Também te amo minha irmã.