Jealousy
Capítulo VI - The hangover
Capítulo VI - The hangover
– Graças a Merlin achamos vocês! Ficamos muito preocupadas! – agradeceu Alice.
– Vocês estão bem? – perguntou Dorcas.
Com um sorriso bobo, respondi:
– E eu pareço bem? O amor da minha vida tá dançando com outra! Só falta ele comê-la em público, naquele lugaaar!
– Sirius deve tá agarrando até uma portaa!
Talvez nós não fossemos bêbadas felizes.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Desculpem por isso, mas bebuns assim eu não consigo lidar. Estupefaça!
Apaguei.
***
Por que tudo rodava? Eu estava deitada em uma cama fofinha. Pelo cheiro deve ser a minha. Minha cabeça pesava mais que uma bigorna. E eu sentia dores pelo corpo inteiro.
Odeio Firewhiskey! E odeio a Marlene McKinnon!
Eu não sei se eu havia falado muita merda, e eu esperava que não. Pelo o que eu me lembrava, eu e a Lene tínhamos saído pelo castelo, porque beber até cair naquela festa podia ser desastroso. Eu, por exemplo, podia gritar que eu amo o garoto que já tinha dona e Marlene podia gritar que amava o Sirius.
Ainda bem mesmo que a gente tinha saído de lá.
Levantei e me espreguicei. Já eram uma da tarde do Domingo e eu parecia uma doente. Mas era só a ressaca.
– Lírio?
Damn it, a pessoa que eu menos queria ver. Ele que havia cuidado de mim? Como estava meu cabelo? Minha cara? Oh, shit, eu tinha dormindo de maquiagem! Eu vou ter rugas!
– Ah, oi, James.
– Você tá melhor? Dorcas te trouxe e disse que você tava bêbada e que ela te estuporou.
MEADOWES!
– Já estive melhor. E a Lene? Tá tudo bem com ela?
James assentiu. Fiquei mais aliviada. Dorcas tinha me estuporado e estuporado a Marlene só para que a gente não ficasse falando bobagens? Que bela amiga eu tenho!
– Você pode ir agora, Jay. Eu vou tomar um banho – e morrer. Mas eu não disse isso.
Direcionei-me ao banheiro do meu quarto e ele me segurou pelo pulso. Senti mini correntes elétricas pelo nosso toque.
– Fiquei preocupado. Eu vou te esperar. Te cuida, Lil’s.
Sorri e soltei a mão. Se eu ficasse mais algum tempo, seria impossível sair. Tranquei a porta, e me olhei no espelho. Eu estava horrorosa, com olheiras e maquiagem borrada. Meu cabelo todo embaraçado. Como eu deixei que James me visse daquele jeito?
Lavei meu rosto, escovei meus dentes. Tirei minha roupa. E só naquele momento percebi que eu não estava com a fantasia. Corei só de pensar que ele tinha me trocado.
A única coisa que eu escutava era o barulho da água do chuveiro caindo. Eu não ousava fazer meus shows diários e cantar alguma coisa, seria constrangedor.
Fechei a torneira e me dei conta que eu não tinha pegado roupa. Praguejei. Minha consciência dizia “ficou ocupada demais olhando pro James”. Pelo menos eu tinha uma toalha, nem a droga do roupão eu lembrei.
Dei uma olhada pelo quarto. O cara estava deitado olhando para o teto. Se eu fosse bem rápida ele não me veria!
– Lírio?
Merda, merda, merda! Ele riu da minha cara desesperada.
– F-fecha os olhos!
– Mas a vista é tão boa!
Vamos combinar que aquilo foi muito nostálgico.
– Vou te jogar um Avada! Fecha os olhos!
Ele me obedeceu e eu peguei as primeiras roupas que eu vi pela frente. Que vergonha, Merlin!
Saindo novamente do banheiro, dei meu melhor sorriso. E ele riu.
– Se você quer saber, ficar pelada ou usar o que você tá usando agora dá na mesma.
Olhei para baixo. Oops, eu usava meu short mais curto e uma blusa dos Beatles. Corei e o fuzilei.
– Cala a boca, Potter. Eu não vou sair daqui, mesmo.
– Melhor mesmo, ou aqueles babacas vão ficar olhando pras suas pernas.
– E você é um deles – retruquei.
Com um sinal de rendição: - É, mas eu tenho dona.
Não por muito tempo. MUAHAHAH.
***
– Lene? – me virei para ver quem estava entrando no meu quarto.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!James e eu conversávamos. Ele insistiu em não me deixar sozinha, porque eu era a sua responsabilidade naquele Domingo. Incumbido pela própria Dorcas. Eu revirei meus olhos como resposta.
– Eu mesma. Mais Remus, Sirius, Dorcas, Alice e Frank.
– Meu quarto virou festa?
– Com os Marotos tudo vira festa, gengibre – brincou o cachorro.
Rolei os olhos, mas sorri.
– E aí, Lenezita.
– E aí, Lilica.
Olhei para o resto: - Todo mundo, tchau! Dorcas e Alice ficam.
Eles me mostraram a língua. Revidei. Quando eles fecharam a porta pude finalmente encarar a menina que me estuporou e sua companheira.
– Meadowes, tu me estuporou!
Dorcas fez cara de inocente.
– Você tava bêbada... E todos sabem que eu não consigo cuidar de pessoas bêbadas.
Na verdade, Dorcas ficou bêbada uma vez e depois se traumatizou. Não que ela não beba. Ela bebe, mas não até cair. Coitada. Não sabe o que tá perdendo.
– Ok, Dorcs... – entendeu Marlene. – A gente falou muita coisa?
A loira pensou. – Não, acho que não. Pelo menos não na frente deles.
Suspirei aliviada.
– Graças a Merlin.
Dorcas me encarou, agora com um sorriso malicioso.
– James cuidou direitinho de você?
Bufei e joguei um travesseiro nela. Cheguei a avermelhar, mas não que alguém tivesse percebido.
Ele tinha cuidado de mim, e por sinal, bem. Tinha até trocado a minha roupa de diabinha por um pijama. Eu rezava para que ele tivesse usado a varinha e não realmente me despido. Esse pensamento levava a outro pensamento... Merlin, eu sou muito pervertida!
– Você podia ter nos deixado chegar ao coma alcóolico, Dodô. Eu não iria me importar – falou Lene.
– A gente poderia ter batido a cabeça e esquecido que estamos amando.
Falei coisa errada, porque as meninas começaram a me encarar com os olhos arregalados, parecendo bolinhas de ping-pong.
– Lily Evans a-m-a-n-d-o? – pronunciou-se Alice.
Cobri meu rosto com as mãos. A morte seria bem vinda ao momento.
– Sim, problema? – respondi, com a voz abafada. – Você também ama o Longbottom.
– Estamos apenas surpresas, Lil’s... Não sabia que seus sentimentos por ele chegavam a tanto...
– Sentimentos por quem? – ressurgiu uma voz.
Pulei de susto. Eles estavam ouvindo t-u-d-o atrás da porta? Eu não sabia se gritava, se chorava, se azarava ou se matava aqueles energúmenos. As duas últimas opções estavam mais perto da realidade.
– Pelo meu cachorro – menti. – O Simon.
Marlene resolveu ajudar.
– Sim, ele tá velhinho coitado. Lily bebeu por causa dele.
Mais mentiras. Ok. Eu continuei com a história.
– A Lene também. O cachorro dela tá nas últimas, o Bolota.
Ela percebeu a indireta. Sirius=cachorro. Que lindo, eu nem tinha me dado conta da associação. Tá, eu tinha sim.
– Elas estão muito mal – concluiu Dorcas. – E posso saber se vocês escutaram tudo o que estávamos falando?
Fizeram cara de criancinha inocente. Difícil. James, Sirius, Remus e Frank nunca foram inocentes em suas curtas vidas de dezessete anos.
– Não tudo... – admitiu Remus. Ele não conseguia mentir para Dorcs. – Só conseguimos chegar a um acordo nas duas últimas frases que vocês falaram.
Eu quase suspirei de alívio. Repassei a conversa na minha mente, e percebi que eu não havia mencionado nomes. Tínhamos de ficar mais espertas.
– Podem ir embora do dormitório, agora? Minha cabeça parece que vai explodir – pedi.
– A minha também – concordou Marlene. – Vou ficar por aqui. Podem ir.
As outras nos olharam, pedindo permissão. Fizemos um gesto de “vai” e elas saíram. Tranquei a porta, joguei um Abaffiato e um Colloportus, só como precaução contra bisbilhoteiros.
– Hangover sucks – falamos juntas.
E depois rimos meio débeis. Talvez o efeito do álcool não tivesse passado direito.
– Você o ama mesmo? – indagou.
Suspirei e assenti. Ela me abraçou.
– Eu também amo o meu cachorro – brincou.
– Mas tem medo de se machucar – continuei. – E está o machucando.
Marlene olhou para as próprias mãos.
– Sim. Porém eu vou dar uma chance. E não vai ser no mais tardar.
Ficamos um tempo caladas. Até que eu me pronunciei.
– Queria que tivesse um jeito de curtirmos o último ano. Ir todos na casa de alguém ou algo do tipo. Podia ser bom para os possíveis casais. A escola é muito aberta – pensei.
Um brilho perpassou pelos olhos de minha amiga e ela sorriu marotamente, como seu Sirius.
– Lil’s, você acaba de me dar uma ideia maravilhosa.
***
Local: Sala Comunal da Grifinória. Dia seguinte. Sentados em volta da lareira, como naqueles filmes trouxas de família no Natal.
– Tem certeza que não vamos dar muito trabalho, Lenezita? – conferiu Alice.
– Claro que não! Será ótimo ter companhia em casa. E eu sentirei falta de vocês daqui um ano.
Pigarreei: - A ideia foi minha.
Marlene fez meu habitual “rolar de olhos”.
– Sim, a ideia foi da Lilica.
James pareceu pensativo. Quando me encarou deu um sorriso malicioso que foi inocentemente disfarçado.
– Posso convidar a Ali?
Segurei-me para não gritar palavras de baixo calão. Com uma sobrancelha arqueada, foi Remus que respondeu essa pergunta. Graças a Merlin, se tivesse sido uma das garotas (que estão do meu lado da guerra) não seria legal.
– Melhor, não, Prongs. Só os amigos.
Ele deu de ombros, concordando.
– Depois a gente combina direito. Tenho que fazer lição – despedi-me.
– Eu também – falou Sirius. Fiquei boquiaberta. – Que foi? Eu também faço lição. E eu preciso de ajuda.
Olhei-o desconfiada, junto com Lene. Passamos por um entendimento por olhares e suspirei, rendida.
– Ok, por que não? Vamos, pulguento.
***
Minha cabeça pesava novamente. Sirius não parava de cantar uma musiquinha irritante na biblioteca, enquanto eu escrevia com a minha pena meus cinquenta centímetros de História da Magia.
– Cala a boca, cachorro – grunhi.
– Só se você me responder o que a Marlene sente por mim.
Contei mentalmente, para me acalmar. Não funcionou.
– Vai perguntar pra ela! Minha cabeça parece que vai explodir.
– Ih, já vi que a gengibre não soube lidar com a ressaca de ontem – alfinetou. Depois continuou cantando.
Respirei fundo. Quais eram as táticas para não explodir com um dos seus melhores amigos? Contar até dez, se beliscar e respirar pausadamente. E pensar em coisas felizes e relaxantes.
– Se você parar com essa cantoria filha-de-uma-puta, Black – murmurei friamente. – Eu falo o que a Lene sente por você.
Me olhando desconfiado, contudo e felizmente, parou de blábláblá.
– Tá, agora me conta ruiva.
Seus olhos pareciam brilhar com a possível resposta. Se ele sabia o que eu iria falar por que perguntou?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Eu só quero a confirmação.
Rolei os olhos. Ele lia pensamentos agora? Não podia ter meus momentos de perversão perto de Sirius, então.
– Olha – comecei. – Ela... Te ama. Muito. Demais da conta. E tem medo que você a machuque.
Com um sorriso, deu um pulinho de alegria. E depois entristeceu.
– Eu sou muito idiota. Por que eu fui nascer tão bonito e desejável?
Dei um tapa na minha testa.
– Se servir de consolação, você tá provando que não é mais assim. Só mais um pouco, Six. Logo ela vai dizer sim.
Sirius deu um sorriso de agradecimento.
– E ele ainda te ama também. O seu “cachorro”. Ele logo vai perceber isso.
Neguei com a cabeça. Mas não prolonguei o assunto. Eu estava meio que festejando por dentro.
Tomara que seja verdade, Sirius. Tomara que seja. Não continuei com a comemoração porque ainda estava com o resto da ressaca pelo meu corpo.
Beber faz mal. Não façam isso.
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