Jealousy

Capítulo X - Fun with trees


Capítulo X - Fun with trees

Nem preciso mencionar que acordei com a cara inchada e parecendo um panda. Por causa da maquiagem que escorreu. Tentei fazer o máximo possível para ficar apresentável, porém no final acabei desistindo. Coloquei um moletom enorme com capuz e um jeans.

Mantive o capuz intocado, até sair do meu quarto com o malão. Que James não estivesse na sala, porque eu não gostaria de vê-lo naquele estado deplorável. Bem, não importava.

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– Estou de fossa – declarei, no portão de Hogwarts, onde esperávamos nossa carruagem.

– Percebe-se – afirmou Dorcas.

Olhei para a loira com a minha encarada mortal e entrei no coche, sendo seguida pelas garotas.

– O que aconteceu, afinal? – perguntou Alice. – Você saiu em disparada ontem da festa do velho Slug...

Suspirei e contei meus motivos, que rendeu conversa o suficiente até chegarmos à estação de Hogsmeade e pegar um vagão (ou seria cabine?). Aquela volta em especial, me lembrou a minha primeira vez no Expresso. Quando eu fiquei olhando pela janela, chorando.

Não que eu estivesse chorando.

Os garotos entraram no cubículo. E eu queria me matar.

– Vou ver os bagulhete dos monitores – balbuciei. Porque nem pensar eu ficaria no mesmo lugar que James.

O negócio era que não tinha muito que fazer para escapar de James. Porque ele também era monitor! Como eu podia ter esquecido? Quase bati na minha testa, mas me contive.

– O que aconteceu, Evans? Tá acabadona, huh? – brincou Zabine.

– Estou de fossa, Zabine – respondi entredentes. – Meu hamster morreu.

Aquele barulhinho de “uuuuh” foi ouvido. Rolei os olhos e falei para todos cuidarem de seus compartimentos, tentando sair de lá rápido.

– Lil’s – chamou-me James. – O que tá acontecendo?

Respirei fundo, ainda sem de costas para o indivíduo.

– Não se lembra de nada? – murmurei.

– O quê?

– Falei “nada”.

Sem esperar resposta, continuei meu caminho. Era melhor mesmo que ele tivesse esquecido tudo. A convivência no espaço fechado da casa da Marlene seria muito mais fácil. Eu acho que até poderia olhar na cara dele de vez em quando. E talvez eu pudesse pedir que ele passasse a batata.

“Amor é quando seu amigo te passa a batata”. *

Lily Evans sempre filosofando. Eu podia até escrever um livro.

Entrando no recinto do vagão, vi as caras preocupadas de meus amigos. Sim, até dos marotos. Eu estava com uma leve impressão que uma das meninas abrira o bico e contara a minha infelicidade.

– Lily Evans, a fossa não vai te ajudar – comentou Alice.

– Foda-se, se eu quero ficar de fossa eu fico, cacete – meu linguajar sempre atraente e educado.

Lice torceu o nariz para minha reação e olhou para a única pessoa que me faria rir: Sirius.

– Eita, gengibre, tu tá de TPM! Cruz credo, vou me benzer, minha amiga virou o demo! – constatou Six, fazendo o sinal do pai nosso. Quem diria que ele soubesse costumes católicos?

Permiti-me a dar um sorrisinho, ao sentar-me do lado de Lene. Parecia até que um namorado tinha terminado comigo. O que era totalmente improvável, já que eu era o cocô da vaca pisado pelo fazendeiro Wally com suas galochas laranja-verão e ninguém iria me querer.

Com esses pensamentos animados, a tiazinha dos doces passou pela porta. E como as boas amigas que Lene, Dorcas e Alice eram compraram toneladas de coisinhas gostosas com açúcar para o meu ser retardado.

– Comer sempre faz a nossa linda Lilica feliz – concluiu Dorcas.

– Vocês me conhecem tão bem – falei, fingindo enxugar lágrimas nos meus olhos.

O meu mau-humor ido embora, para bem longe eu esperava. Acho que não adiantaria eu ficar de fossa, em uma casa cheia de elementos alegres e colorida. E eu não estou falando da decoração.

– Jingle bell, jingle bell – cantava Sirius, com sua voz esganiçada.

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– Pulguento, meus ouvidos vão explodir! – reclamou Lene.

Six parou e olhou malicioso para minha amiga, provavelmente com uma resposta nada santinha na ponta da língua.

– Eu posso fazer outra coisa sua explodir.

Que casal encantador. E que ficasse bem claro, eu seria a madrinha do casamento e madrinha do filho Michael deles e da filha Kaya.

Nem sei de onde eu tirei esses nomes.

***

Esperamos o energúmeno, vulgo James, se despedir da namoradinha dele e aparatamos diretamente na frente da casa de Marlene.

Em estilo vitoriano, ela era enorme. E muito bonita. Os McKinnon decoraram a sala de estar como a Sala Comunal da Grifinória, por eles sempre fazerem parte dos leões.

– Bem, temos quartos suficientes para todos. Frank e Alice podem usar um só, mas devo frisar que quero silencio durante meu sono de beleza – piscou, marota.

O casal ruborizou singelamente e agradeceu. Subimos as escadas e fomos deixados nos nossos respectivos aposentos (me sinto uma dama que não sou falando dessa forma). Percebi tarde demais que o meu ficava ao lado do de James.

Puxei Lene pela orelha, para um lugar mais afastado.

– Por quê? Por que, de todos os quartos dessa casa, eu tive de ficar com um do lado do dele? – sibilei.

Ela tentou sorrir inocentemente.

– Foi mal, sem querer.

Fuzilei-a com os olhos.

– ‘Cê tá de brincadeira com a minha cara, McKinnon?

– Nunca, Lilizinha, imagine!

Rolei os olhos e voltamos ao grupinho que falava animado no meio do corredor.

– Se arrumem, pessoinhas, precisamos decorar essa casa para o Natal!

Grunhi. A menina nos convidava, no intuito de nos divertirmos entre amigos, e depois nos tornava escravos de design.

Com um aceno da varinha, fiz todas as minhas roupas voarem para o armário. Eu adoro magia. E o fato de já ter dezessete anos.

– Cadê a árvore? – perguntou Frank.

Marlene hesitou. Ih, lá vinha má notícia.

– A gente meio que vai ter que cortá-la.

Arregalamos os olhos. James bagunçou os cabelos. Tentador.

– Não tem problema... É só uma árvore, né Lene?

A morena hesitou de novo: - Não exatamente... Minha família e eu gostamos de colocar quatro árvores, representando as quatro casas de Hogwarts.

Dei um tapa na minha testa, seguida pelos outros. Ela não estava falando sério, ou estava? Bufei.

– Se não tem jeito, vamos logo – decidi.

– Em duplas será mais rápido! – opinou Dorcas.

Oh não. Não seria mais fácil. Porque, vamos raciocinar. Nem precisa ter muito cérebro para perceber que eu estava fodida: Alice e Frank seriam uma dupla, Dorcas e Remus outra, Marlene e Sirius. E adivinhem, quem estava sobrando? Pois é.

– Eu tenho uma objeção a fazer... – fui impedida de continuar por Marlene, que colocou a mão na minha boca.

– Tá, vamos logo cachorro. Prepare sua varinha.

Esse comentário ficou MUITO errado. Six sorriu marotamente. Ele nem precisava fazer piadinha. Lene já tinha o feito, sem nem mesmo se corrigir. Mordi a mão da imprestável.

– LILY! ISSO DOI!

– Nunca mais tente me calar desse jeito.

As duplas saíram pela porta da frente. James e eu ficamos para trás. De repente, o tapete da sala ficara tão interessante.

– Lily... Melhor cortamos essa droga de árvore logo.

Dei de ombros e saí da casa. A neve cobria tudo que estava sob o alcance de minha visão. Suspirei. Com as mãos nos bolsos do meu casaco fofinho, caminhei até o pequeno bosquezinho (redundante, sim, eu sei) de onde pegaríamos nossa árvore.

Saquei a varinha e procurei por nossa decoração perfeita. Deveria ser o quê? Um pinheiro? Eu não sou muito de saber nomes de árvores, porque, vejamos, eu não sou botânica (?).

– Corte essa aí – opinou o ser de cabelos bagunçados. Eu me arrepiei, quando percebi a MERDA da proximidade que estávamos. James podia virar um ótimo ninja, ele sabia se esgueirar pelos cantos e se aproximar sem ninguém perceber.

Contive meu susto e murmurei “Diffindo”. E ele a enfeitiçou para que flutuasse com o “Vingardium Leviosa”. Pronto. Feito. Já era. Finite.

– Quanto bafafá só pra cortar uma árvore – reclamei. James riu.

– A gente tem que decorá-la. Com uma das casas de Hogwarts. Podemos escolher, parece que somos os primeiros a terminar – e apontou para um casal adiante. – Pelo visto eles estão ocupados.

Permiti um sorriso. Remus e Dorcas se beijavam fofamente mais a frente. De outro lado, Frank e Alice. Ainda bem que não dava para ver Marlene e Sirius, talvez às imagens fossem fortes demais para meus olhos puros.

– Que casa?

James deu seu sorriso maroto.

– Vamos decorar com os temas das najas.

Estreitei os olhos. Não que eu gostasse, propriamente dizendo, dos Sonserinos. A maioria deles queria me ver morta e enterrada debaixo da casa do Hagrid. E alguns deles chegavam a ser najas mesmo.

– Por quê?

– Só para ficar divertido – ainda sorria daquele jeito desconcertante. Para falar a verdade, todos os sorrisos de James Potter eram desconcertantes. Que patético.

Caminhamos lado a lado até a casa de Lene, em uma distancia segura. Eu, er, não queria agarrá-lo. E com uma proximidade pequena isso era muito tentador. A árvore flutuante nos seguia e a botamos em um canto da sala.

– Vamos para o porão – falei.

James levantou as sobrancelhas e eu rolei os olhos.

– Para pegar as coisas e deixar essa árvore mais apresentável – completei.

Os bruxos são bem mais desarrumados que os trouxas. Fato. O porão de Marlene era enorme e cheio de coisas entulhadas. Parecia a Sala Precisa. Só que um pouco menor.

Fui em direção a umas luzinhas de Natal que estavam bem – ênfase no BEM – no fundo do lugar. Nem sei como eu achei as luzes.

Enquanto pegávamos algumas caixas com coisinhas brilhantes, eu rezava para que aqueles objetos (como cadeiras, cômodas, e outras caixas pesadas) não caíssem na minha cabeça ruiva. Por outro lado, vejamos, talvez eu esquecesse quem eu era e me apresentasse como Matilda!

– Serpentinas! – exclamou James. Aquela cara de Oo’ foi minha resposta. – Entendeu ? Serpente – inas!

Ok... Talvez a poeira do porão (poeira do porão, HAHAHA) estivesse afetando psicologicamente a cabeça do ser. E era melhor que saíssemos logo, antes que uma avalanche começasse – muito provável.

Jogamos as caixas ao lado da árvore. Observei as coisas com um olhar crítico, com direito a mão apoiada no queixo.

– Você fica muito bonita pensando – pronunciou-se James. Pareceu se arrepender do que havia falado, já que cobriu a boca com a mão logo depois.

Tá me estranhando, moleque?

– Coméquié, cara pálida? – perguntei.

Ele balançou a cabeça.

– Esquece, Lil’s.

***

– Ficou legal – comentei.

Nossa querida árvore tinha quase tanta personalidade quanto eu. Cheia de cor verde e prata, e algumas cobrar de madeira (aquelas que se compra em parques de diversão) e... Serpentinas. O trocadilho foi ruim, muito ruim.

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– Falta uma coisa – acrescentou James. E com uns movimentos com a varinha (omm, isso ficou muito estranho) ele escreveu no tronco:

Shampoo + Ranhoso = true love.

E para completar desenhou um coração em volta do que escreveu. Quanto mimo. Tão atraente, oh Merlin. Eu ri e ele me acompanhou.

Quem diria que teríamos diversão com árvores? Mas, admito, qualquer coisa fica boa se James Potter está incluído. Eu ainda pensava que ele disse que nunca me deixaria... Não. Isso seria masoquismo e era Natal. Não, Lily Evans, não pense nisso e só siga a onda.

A sala estava... Natalina. Remus e Dorcas fizeram um bom trabalho com a árvore da Corvinal. Frank e Alice da Lufa-Lufa e Sirius e Marlene da Grifinória.

– Isso que é decoração – declarou o cachorro.

Isso que seria o Natal mais... Mais de todos os tempos.

* Essa frase é do filme Mirror, Mirror com a Lily Diva-mor Collins *-*

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