Selena esperava tudo, menos uma profecia da professora de Adivinhação. E dessa vez, era verdadeira. Harry detalhara à amiga o que acontecera na sala da professora, e a garota ficara completamente surpresa e ao mesmo tempo, pensando na sorte de Harry (que não era nada boa por sinal).

Ao chegarem ao buraco do retrato e dizerem a senha rapidamente, Harry e Selena entraram na Sala Comunal, onde encontraram os amigos juntos (inclusive Dominique, Drika, Scórpius, Rebeca e Tiago).

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- A Profª Sibila - começou Harry, ofegante - acabou de me dizer...

Mas o garoto não terminou a frase. Selena havia notado a expressão no rosto dos amigos e Harry pareceu notar, minutos depois.

- Bicuço perdeu - disse Drika, com a voz fraca. Parecia ser a única capaz de dizer algo.

- Hagrid acabou de nos mandar isso. - Rony estendeu o bilhete, à Harry e Selena.

O garoto a apanhou e Selena leu por cima do ombro do amigo.

“Perdemos o julgamento do recurso. Vão executar Bicuço ao pôr-do-sol. Vocês não podem fazer nada. Não desçam. Não quero que vocês vejam.

Hagrid”.

- Temos que ir! - disse Harry, na mesma hora.

Selena concordou.

- Não podemos deixá-lo esperando o carrasco!

- Mas é ao pôr-do-sol! - disse Rebeca, olhando pela janela.

- Nunca nos deixariam sair. Principalmente você, Harry. - concordou Livia, nervosa.

Harry apoiou a cabeça nas mãos, pensando.

- Se ao menos tivessémos a Capa da Invisibilidade...

Selena pensou nas suas luvas, mas elas não poderiam tornar todos ali, invísiveis. Pelo menos, não totalmente e por muito tempo.

- Onde está a capa? - perguntou Hermione.

Harry contou que deixara na passagem da bruxa de um olho só.

— Se Snape me vir por ali outra vez, vou entrar numa fria — terminou ele.

— É verdade — concordou Rose se levantando, se levantando.

— Se ele vir você... Como é mesmo que se abre a corcunda da bruxa?

— A gente dá uma pancada e diz: "Dissendium" — disse Harry.

— Mas...

Hermione e Rose não esperaram o resto da frase; atravessaram a sala, empurraram o retrato da Mulher Gorda e desapareceram de vista.

— Ah, não acredito que elas tenham ido buscar! — exclamou Rony, acompanhando-a com o olhar. Scórpius fez o mesmo, boquiaberto.

Dito e feito. Hermione e Rose voltaram quinze minutos depois com a capa prateada dobrada com cuidado sob as vestes da castanha.

— Mione, não sei o que deu em você ultimamente! — exclamou Rony, espantado. — Primeiro você mete a mão em Draco Malfoy, depois abandona o curso da Profª. Sibila...

Selena balançou a cabeça, confusa.

- Você meteu a mão no Malfoy? - perguntou, encarando a amiga.

- Ela quase matou o Malfoy! - exclamou Sebastian e Tomas sorriu, dando um soco no ar.

- Bem feito! - exclamou Tomas, rindo. - Foi hoje mais cedo.

- Ah - Selena estava decepcionada por não ter visto a cena, mas logo pensou, que haveriam muitos socos para dar em Draco Malfoy durante os outros quatro anos.

Os amigos se arrumaram, pegando suas varinhas e trocando as vestes. Selena pegou sua aljava de flechas e seu arco, colocando-os nas costas, apenas por precaução. Colocou a varinha no cinto e fez uma trança nos cabelos.

Assim, eles desceram para o jantar juntamente com os outros. Entretanto, não voltaram para a Torre da Grifinória depois disso. Invísiveis, desceram os jardins, em direção à cabana de Hagrid.

(...)

Hagrid havia ficado inconsolável. Quando Selena e os amigos chegaram na cabana do amigo, ele parecia ter chorado muito. Ao mesmo tempo que Hagrid estava triste, parecia não saber onde estava e nem porque estava ali. Aquilo tinha sido particularmente horrível para Selena.

Logo, muitas coisas aconteceram ao mesmo tempo. Hagrid quebrou a jarra - na qual faria o chá para o grupo - e Hermione pegou outra no ármario de louças. Entretanto, enquanto Hagrid explicava sobre o que aconteceria, quem iria na cabana e tudo o mais (coisas que Selena pouco prestou atenção, por conta de outros pensamentos que passavam em sua cabeça), Hermione soltou um grito.

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Na mesma hora, as garotas deram um pulo e Selena se levantou. Hermione tinha a voz trêmula, quando disse simplesmente "É o Perebas!".

Rony ficou confuso e Selena notou a expressão de Harry que dizia claramente "Isso é hora?". Hermione virou a jarra com a boca para baixo. Guinchos e correria.

Depois de muito lutar, Rony conseguiu apanhar Perebas, que tinha uma aparência horrível. Mais magro, quase sem pêlos. O rato parecia extremamente nervoso, como se previsse que algo ruim estaria prestes a acontecer.

Hagrid então, se levantou. Ele não parecia estar muito atento ao reaparecimento de um rato que tinha sido considerado morto. Hagrid mandou o grupo embora pela porta dos fundos, anunciando que Fudge, Dumbledore, um membro do Ministério da Magia e o carrasco, Macnair.

- Hagrid, não podemos... - insistiu Alice, com a voz embargada ao ver Bicuço, a poucos passos de distância.

- Vamos contar a eles o que realmente aconteceu... - disse Hugo.

- Não podem matar Bicuço... - afirmou Laays, tristonha.

- Vão! - disse Hagrid, ferozmente. - Já está bastante ruim sem vocês se meterem em confusão!

Sem opção, Selena agarrou as mãos de Rebeca e Laays - que seguraram as mãos de Hugo, Rose, Scórpius e Milena -, ficando invisível e deixando os amigos invisíveis. Hermione jogou a capa por cima dos amigos.

— Vão depressa — disse Hagrid, bastante rouco. — Não fiquem ouvindo...

Ele entrou na cabana e na mesma hora, alguém bateu à porta.

Lentamente, Selena e os amigos contornaram a cabana de Hagrid.

— Por favor, vamos nos apressar — sussurrou a voz de Milena, em algum ponto à direita de Selena. — Não posso suportar, não posso suportar...

Selena e os amigos subiam a encosta gramada, em direção ao castelo. O sol começava a se por depressa e Selena começava a ficar com certo medo. Era uma sensação comparada à essa. Medo de ver Bicuço sendo morto ou medo de ouvi-lo. Ela não sabia se seria forte o bastante.

— Ah, por favor, Rony — começou Hermione, da mesma direção que Selena à ouvira minutos antes.

— É o Perebas.. Ele não quer... Parar... - Rony com certeza fazia o máximo para segurar seu rato nas mãos. — Perebas, sou eu, seu idiota, o Rony.

Os garotos ouviram a porta fechar às suas costas e o som de vozes masculinas. Selena tentava continuar caminhando, mas uma voz em sua cabeça (provavelmente a coragem), dizia para que ela retornasse e salvasse Bicuço.

— Ah, Rony, por favor, vamos andando, eles vão executar o Bicuço! — murmurou Hermione.

— Ok... Perebas fique quieto...

- Selena, você está bem? - Rebeca apertou a mão de Selena, levemente, como se impulsionasse a amiga a continuar caminhando.

Selena balançou a cabeça.

- Vamos. - disse ela, tentando caminhar novamente.

— Não consigo segurar ele! Perebas, cala a boca, todo mundo vai nos ouvir...

O rato guinchava alucinado, mas não alto o suficiente para abafar os ruídos que vinham do jardim de Hagrid. Ouviu-se um rumor indistinto de vozes masculinas, um silêncio e então, sem aviso, o som inconfundível de um machado cortando o ar e se abatendo sobre o alvo.

Selena vacilou e esquecendo de tudo, soltou as mãos de Rebeca e Laays e caminhou para trás, onde os amigos estavam reunidos e Rony consolava uma Hermione, que chorava sem parar.

Harry parecia sem saber o que fazer. Selena então, segurou a mão do garoto, em meio ao nervosismo. Harry a encarou.

— Executaram Bicuço! — murmurou ela para Harry. — Ele está...morto.