Desfile da Vergonha.

Fui conduzido até uma sala com três pessoas as quais olhei e me arrepiei. Uma mulher com a pele esbranquiçada e maquiagem preta, um homem com cabelo arrepiado e corpo de mulher, uma mulher com a pele esverdeada com cílios enormes.

Eles tiraram minha roupa e começaram a depilação. Não estava gostando nada daquilo, mas ainda resta um pouco de pelo em meu corpo. Depois do banho, fiquei vários minutos em uma sala clara e fria esperando o “estilista mestre” .

Uma mulher não muito jovem, aparentando ter uns 50 anos entra e sem ao menos me cumprimentar, me puxa violentamente pelo braço me obrigando a ficar de pé. Não digo nada, apesar de estar morrendo de vontade de dar um tapa bem dado naquele rosto entupido de maquiagem.

Ela tira minhas medidas e tira do closet uma roupa horrível imitando uma vaca.

- Vou ser uma vaca? – Pergunto.

- A principal atividade do seu distrito é a pecuária – Ela diz sem ao menos olhar para mim.

Fico em silêncio enquanto ela ajuda à me vestir. Não estou gostando nada daquilo. Vou desfilar para o mundo inteiro vestido de vaca. E ainda não acabou, a mulher vem com um chapéu enorme e coloca sobre minha cabeça.

Ao sairmos vou ao encontro de Michaella também vestida de vaca e tão indignada quanto eu.

Olhamos as roupas dos outros tributos enquanto eles olham as nossas com um ar de riso.

- Pronto para passar vergonha? – Pergunta Michaella enganchando-se no meu braço à caminho da carruagem.

- Não mesmo – Digo com muita raiva – Vou tentar deixar agente menos ridículo.

Puxo a parta da frente da roupa rasgando-a e transformando-a em um casaco revelando minha camisa preta por baixo. Pego meu chapéu e o de Michaella e atiro para longe.

- O que está fazendo?! – Michaella grita – Eles vão ficar furiosos.

- E o que vão fazer? Nos matar antes de entrarmos na arena? Acho que não. – Digo enquanto rasgo a sua roupa e faço parecer com um casaco longo de pele.

- Bem melhor não acha? – Pergunto.

Michaella faz que sim com a cabeça até que uma voz feminina diz que a primeira carruagem entra em 30 segundos.

Minha respiração fica ofegante e seguro a mão de Michaella. Ela está suando e tão nervosa quanto eu.

A grande porta à nossa frente se abre lentamente revelando uma luz segadora e as carruagens começam a se mover.