Cinzas do Crepúsculo

Os Ladrões da Pedra


CHAPTER 11

THE STONE THIEVES

Dez para meia noite, Revan se levantou da cama e jogou água em Draco para acordá-lo. O menino tinha dormido enquanto esperava! Revan agradeceu a magia quando, com um simples “Aquamenti”, um jato de água atingiu Draco na cara. O loiro pulou com os cabelos molhados, ainda penteados perfeitamente, e lançou adagas com o olhar para Revan antes de se virar e colocar vestes bruxas.

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“Estamos atrasados, Black” reclamou Draco descendo as escadas lentamente para não fazer barulho. Desde que acordara, não parou de reclamar. Primeiro, da água. Depois, de Revan. “É sua culpa.”

“Cale a boca” retrucou o herdeiro Black, espiando o corredor antes de entrar nele. Ninguém estava lá, e ele elegantemente correu sem fazer um pio até uma das portas. “Nem estaríamos aqui se não fosse por você.”

Draco não respondeu, porque sabia que era verdade. Assim como Revan, ele deslizou para o chão e parou, sem respirar. Nenhum som era ouvido. Os dois caminharam devagar para a Sala de Troféus até ouvirem vozes discutindo algo. As poucas palavras em latim faladas já denunciavam o motivo da discussão: feitiços.

“... Porque isso é contra as regras!” disse uma voz mandona. Revan levou um momento para reconhecer a voz de Granger. “Duelos não são permitidos em Hogwarts. Você vai perder pontos de Gryffindor!”

“Por favor, Hermione” Nicholas deu um sorriso confiante e um tantinho arrogante. “Eu vou acabar com ele em dois minutos!”

Draco decidiu que era a hora de aparecer. Ele e Revan saíram das sombras tão silenciosamente quanto haviam entrado, fazendo os três Gryffindors olharem aterrorizados para as figuras. O olhar foi substituído por desprezo quando eles foram reconhecidos. Ron levantou a varinha, se posicionou na frente de Draco e levemente balançou a cabeça ao invés de curvar para o oponente. Draco fez pior: Apenas sorriu, e também levantou sua varinha.

“Petrificus Totalus!” gritou Draco, avançando com um olhar ameaçador. Ron se jogou para o lado, como se era esperado fazer quando não se sabia um feitiço de defesa, e lançou seu próprio feitiço, que passou longe de Draco. “Estupefaça!”

Ron caiu desacordado. Nicholas engoliu em seco; agora era a sua vez e aparentemente Draco conhecia feitiços que apenas seriam estudados mais tarde naquele ano. Logo, porém, seu medo passou. Ele havia treinado feitiços desde os cinco anos de idade. Seis anos de treino compensariam o conhecimento de um puro sangue mesquinho que gritava pelo papai sempre que precisava de ajuda, por menor que fosse. Ele ganharia esse duelo. Tinha que ganhar.

Nicholas Potter se curvou para Draco, dessa vez sem seu sorriso brilhante capa de revista. Draco, novamente, sorriu, não sabendo do talento do menino que sobreviveu, e inclinou a cabeça. Cada um andou para um canto da sala; Revan arrastou o corpo de Ron para o canto e o acordou facilmente com um “Ennervate”.

Ele abriu os olhos lentamente, e quando eles se fixaram nos robes com o símbolo de uma cobra, berrou: “Slytherins! Nick, eu te disse que eram maus! Aposto que me atingiram com...” As palavras dele não entraram na mente de Revan, pois ele estava ocupado demais prestando atenção no duelo que estava prestes a acontecer.

“Expelliarmus!” berrou Nicholas, não parando de se mover nem por um instante.

Draco não demorou a se proteger, utilizando o feitiço “Protego!” para criar um escudo em sua frente. Ele se recuperou em segundos, gritando “Reducto!”

O chão abaixo de Nicholas explodiu. Feitiços voavam, ricocheteando nas paredes e destruindo janelas e fazendo com que Revan recuasse cada vez mais para evitar ser atingido. Nicholas era mais ágil apesar dos quilinhos a mais, e conseguia lançar escudos mais fortes do que os de Draco, que preferia usar feitiços mais avançados e com maior frequência. Isso pesou em seu núcleo mágico, não levando muito tempo para que os robes do loiro começassem a se encher de suor.

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Revan começou a se preocupar quando ele precisou começar a lançar feitiços para proteger Draco, que estava exausto demais para lançar feitiços de proteção, se limitando apenas a se desviar dos jatos coloridos que vinham em direção a ele. Uma hora, porém, como era esperado, Draco caiu no chão, e lá ficou.

Nicholas caminhou até Draco e o rolou com o pé para examiná-lo. O loiro estava vermelho e respirava profundamente, tentando recuperar o fôlego. Ele levantou a cabeça até encontrar os olhos castanhos do menino que sobreviveu, cuspiu no chão e se levantou, tremendo de exaustão, indo até onde Revan estava.

“Não ouse perder” sussurrou Draco ameaçadoramente ao se sentar. “Ou darei um jeito de fazer com que seja expulso de Slytherin.”

Revan assentiu, indo para onde Draco anteriormente estava. Ele retribuiu o sorriso brilhante mas cansado de Nicholas, se curvou e, ainda com a cabeça abaixada, disparou o primeiro feitiço. O ruivo foi pego de surpresa, mas conseguiu se desviar a tempo. Ele replicou com seu próprio feitiço, Estupefaça, que passou longe de Revan, fazendo-o sorrir. Ele ainda tinha a melhor mira da casa.

“Expelliarmus!”

Revan levantou a mão na frente dele para criar um escudo antes de pensar sobre o assunto. Nicholas não pareceu notar, levitando uma armadura e fazendo-a voar até Revan. Não que isso fosse um problema. Um Deletrius depois e não havia mais armadura em sua direção. Pouco a pouco, Revan se soltou no duelo. Nicholas era melhor do que outras crianças da idade dele, mas Revan havia treinado diariamente por quatro anos como se defender, e não com qualquer pessoa. Não eram muitos os que tinham a oportunidade de treinar com o próprio Lorde das Trevas ou um de seus fiéis seguidores.

“Levicorpus!”

Revan viu o jato amarelo vindo até ele, e se viu pendurado de cabeça para baixo. Ele se lembrou das palavras de Voldemort; estudar feitiços sem uso em batalha não era útil. Aparentemente ele estava errado naquilo. Pelo menos uma das primeiras coisas que Revan havia aprendido era como quebrar um feitiço básico, e ele estava de volta no duelo em poucos segundos.

“Rictusempra!” ordenou Revan, apesar de querer lançar feitiços bem piores no irmão. O menino de ouro de Gryffindor começou a rir, com lágrimas escorrendo pelos olhos, enquanto se debatia ao tentar de livrar do feitiço. “Incarcerous!”

Cordas voaram do nada para prender o menino de ouro de Gryffindor e Revan permitiu que o feitiço Rictusempra saísse do corpo do ruivo. Ele se debateu, tentando escapar das cordas, mas elas apenas se apertaram mais fortemente contra ele. Revan ficou satisfeito de causar alguma dor no irmão, mesmo que fosse um ligeiro desconforto.

Ele olhou para onde Draco descansava, e depois para Nicholas, que ainda lutava contra as cordas mágicas, e suspirou. Não havia como ganhar aqui. Ou ele seria Revan, o amigo do menino que sobreviveu, ou Black, inimigo de Gryffindors. Ele não tinha realmente uma escolha. Não se quisesse continuar com o plano criado junto a Voldemort depois que Revan percebeu que Nicholas estava interessado em ter sua amizade. O herdeiro Black encarou o irmão com pena, e proferiu as palavras:

“Finito Incantatum!”

(N/A: Surpresa!)

As cordas desapareceram. Revan ofereceu a mão para Nicholas, ajudou-o a se levantar e caminharam juntos até a parede mais próxima. Eles se sentaram lado a lado respirando profundamente. Draco não estava mais lá, Revan percebeu, e Ron roncava no chão. Algo dentro dele dizia para matar o irmão agora, fugir de Hogwats e declarar guerra contra a luz depois de terem perdido o seu precioso menino que sobreviveu, acabar logo com isso para que ele pudesse seguir sua vida sem se preocupar. Era exatamente isso que Harry faria.

Mas ele não era mais Harry. Ele era Revan, e Revan Black nunca faria uma coisa dessas.

“Você luta muito bem” elogiou Nicholas. Revan verdadeiramente sorriu. Elogios eram difíceis de ser arrancados de seguidores das Trevas. “Onde aprendeu?”

O sorriso de Revan desapareceu. “Meu...” ele de repente se calou e colocou uma das mãos na boca de Nicholas. Ambos prenderam a respiração, ouvindo o som que parecia subir as escadas. Revan sentiu os lábios de Nicholas se moverem em sua mão, querendo falar, mas Revan apenas apertou sua mão contra o rosto do irmão mais fortemente.

Aquilo eram passos, certo? Mas leve demais para serem de um humano. Os olhos de Nicholas se arregalaram quando ele percebeu quem vinha caminhando na direção deles. Revan se concentrou em Ron, que ainda roncava em um volume que podia acordar o castelo inteiro, e fez o mesmo que havia feito com John anos atrás: simulação de picada de abelha. Ron abriu os olhos e deixou um grito de susto escapar.

“Droga!” berrou, colocando a mão no pescoço. Então ele viu quem estava lá e voltou a repetir “Droga!”

Houve um miado em resposta, e Ron disparou pelo corredor ao ouvir a voz de Filch perguntando onde estavam os alunos que não haviam dormido. Os olhos dos gêmeos se encontraram e, silenciosamente, eles correram juntos bem a tempo de escapar de Filch. A sorte, porém, não parecia estar a seu favor; alguns minutos depois Nicholas e Revan encontraram Ron freneticamente tentando abrir a única porta que dava saída do corredor.

“Saia da frente!” rosnou Nicholas, empurrando o outro ruivo. “Alohomora!”

E conforme os queixos dos três caíram depois de entrarem na sala, perceberam por que a porta estava trancada.

“O que diabos...” começou Nicholas ao olhar para o cachorro gigante. Ele se lembrava vagamente de uma criatura parecida de um de seus livros, mas achava que eram fictícias. Em todas as suas aventuras imaginárias que havia criado onde possuíra imenso poder, o ruivo nunca imaginaria que enfrentaria um Cérbero em Hogwarts.

Uma das cabeças do cão rosnou, enquanto a outra latia para eles. A terceira salivava ao imaginar a refeição que teria naquele dia.

Revan olhou para debaixo do cão. O que era aquilo? Um alçapão? Ele não teve muito tempo de examinar o local, pois Ron pensou que aquela era uma boa hora para sair correndo da sala. Revan não teve opção senão o seguir, e aproveitou o caminho para notar onde estavam e como voltar para lá. Porque se havia um Cérbero em uma escola cheia de crianças, em cima de um alçapão, a pedra filosofal deveria estar lá, certo? Ele não podia esperar para contar as novidades para Voldemort. Eles estariam um passo mais perto do renascimento do Lorde das Trevas!

Eles finalmente chegaram no quadro da Mulher Gorda, e Revan só foi liberado depois de prometer não contar a ninguém sobre estarem no corredor proibido do terceiro andar depois da meia noite, muito menos sobre o Cérbero.

Revan bateu levemente na porta de “Professor Quirrell” e esperou pacientemente para entrar. Ele ouviu passos e como esperado, a porta foi aberta e ele entrou depois de verificar que Voldemort estava sozinho.

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“O que está fazendo aqui?” questionou o Lorde das Trevas. “Você sabe as regras! Nada de nos encontrarmos!”

“Me desculpe, senhor. Eu precisava te ver.”

Voldemort levantou uma sobrancelha. “Bem?”

“A Pedra Filosofal, há um Cérbero guardando ela” contou Revan. Ele engoliu em seco, e continuou: “Nicholas Potter sabe disso também.”

O herdeiro Black mordeu os lábios até que sangrassem para não gritar de dor ao receber uma pequena demonstração da Maldição Cruciatus, não o suficiente para debilitá-lo porém o bastante para que Voldemort o deixasse saber seu verdadeiro lugar. Um servo das Trevas sem nenhum privilégio especial. Se ele cometesse um erro como o que havia cometido, ele seria punido por isso.

A dor parou, mas Revan não se levantou do chão. Seus músculos ainda pareciam queimar e ele não conseguia sentir as pernas. Ele descansou o rosto contra o chão gelado, tomando respirações profundas para tentar se recompor. “Um duelo...” conseguiu sussurrar com a voz fraca. “Filch... Terceiro andar. Alçapão.”

Ele se levantou e foi até o sofá mais próximo, desabando sobre ele. Quem diria, apenas algumas semanas sem sofrer com a dor da Cruciatus e ele já estava tão vulnerável a ela novamente!

Voldemort caminhou até ficar frente a frente com ele. “Bom. Pelo menos a sua estupidez não foi de todo inútil. Logo darei um jeito para que você pegue a pedra. Snape está me vigiando de perto. Agora, vá para seus dormitórios e amanhã, consiga que Nicholas Potter e o moleque Weasley fiquem calados.”

Revan se curvou e saiu dos dormitórios de Voldemort, se misturando com as sombras e ansiando o descanso que apenas sua cama naquele momento poderia lhe dar.

__

“Repitam comigo: Wingardium Leviosa!” falou professor Flitwick, balançando uma minúscula varinha na frente dele para demonstrar o movimento correto da varinha para os alunos de Slytherin e Hufflepuff.

“Wingardium Leviosa!” repetiu a classe, tentando refazer o movimento da varinha. Revan olhou para a pena e, apenas piscando, fez com que ela levitasse alguns centímetros da mesa. Professor Flitwick se virou para ele ao ouvir o “wow!” de Nott, mas quando olhou a dupla, não viu nada demais. Ainda assim, decidiu tentar a sorte.

“Tente, senhor Black.”

Revan fingiu balançar a varinha e falou as palavras mágicas para que a pena flutuasse. Ela se levantou sessenta, setenta centímetros no ar, e continuou a subir até alcançar o teto. Em seguida ele deixou com que a pena flutuasse ao redor das mesas, fazendo-a voltar para a sua frente, pousando suavemente.

Flitwick parecia maravilhado, concedendo dez pontos para Slytherin. Os alunos da casa verde também olharam para Revan com admiração. Não eram muitas pessoas que conseguiam tantos pontos para uma casa odiada pela maioria da escola. Porém bastou um olhar de Draco para que todos voltassem o olhar para suas penas. Revan fez a única coisa que pensou no momento: colou a pena de Draco na carteira e se divertiu observando-o gritar o feitiço até que faíscas vermelhas saíram de sua varinha, demonstrando sua frustração.

“Melhore essa cara” pediu Nott enquanto caminhavam para o almoço. “Você ganhou pontos para Slytherin, arruinou o trabalho de Draco, e além disso, é Halloween! O que poderia dar errado?”

Revan franziu a testa. Aquela frase com certeza era um tabu.

__

O Halloween era ainda mais impressionante em Hogwarts. Abóboras iluminadas flutuavam no ar, rodeadas por morcegos criados por feitiços que só estavam lá para assustar alunos do primeiro ano ao voarem diretamente em suas direções. Os fantasmas pareciam se multiplicar e Pirraça estava trabalhando mais do que o normal para criar truques assustadores.

Nas aulas daquele dia, Binns falou contra a sua vontade sobre a Queda do Lorde das Trevas naquele 31 de Outubro. Durante o relato, ele sempre fazia menção às revoluções duendes do passado e como duendes e bruxos das trevas haviam sido aliados na Grande Guerra, terminando o relato com um recorde de três alunos acordados.

Voldemort também havia sido forçado a falar sobre a Queda de si mesmo, divertindo Revan com as suposições da luz sobre como o amor direcionado a Nicholas Potter havia salvado o mundo das trevas, e que o potencial do menino seria imenso já que, com apenas um ano de idade, havia derrotado um dos maiores bruxos de todos os tempos. Voldemort explicou para todos mais sobre a Maldição da Morte e suas regras, e no final da aula teve que admitir que não sabia como alguém poderia sobreviver a um feitiço que nunca havia falhado antes.

Junte essas duas aulas com a fama de Nicholas Potter e as celebrações, e você veria quase toda a escola cercando a mesa de Gryffindor comemorando.

“Eu não o suporto!” confessou Revan, se sentando ao lado de Nott. Ele comeu um pouco da salada que havia no prato, lançou um olhar mortal para Nicholas quando ele não estava olhando e verificou se ninguém estava ouvindo a conversa deles. “Ele tenta parecer legal, mas ele simplesmente não consegue! É um menino mimado que só sabe se comportar porque provavelmente recebeu aulas extras para isso.”

Nott bebeu um gole de suco de abóbora e levantou uma sobrancelha para ele. “Então por que ele parece não desgrudar de você, Revan?”

O herdeiro Black grunhiu em resposta ao ver Nicholas Potter acenando para ele do outro lado do salão. “Ele quer alguma coisa de mim. Só pode. O menino de ouro de Gryffindor não pode querer ser amigo de um Slytherin sem razão.”

“Você poderia ignorá-lo como todos nós fazemos” sugeriu Zabini. Revan olhou para ele surpreso; Zabini havia se distanciado dos dois cada vez mais depois da confirmação que Nott de fato apoiava o lado negro e que Revan não parecia se importar com isso.

“E perder os privilégios de ser amigo do Menino Que Sobreviveu?” replicou Revan balançando a cabeça. Ele parecia ganhar pontos a mais, ser capaz de burlar algumas regras e até mesmo entrar na Sala Comunal de Gryffindor uma ou duas vezes quando alguém o vigiava para fazerem a tarefa de casa juntos. Bom, Revan fazia a tarefa, Ron e Nicholas copiavam, por isso ele fazia questão de escrever erros grotescos que seriam corrigidos mais tarde.

Nicholas Potter não teve muito tempo para aproveitar mais quinze minutos de fama. Nenhum dos estudantes aproveitou o Halloween por completo, pode-se dizer. Tudo porque Voldemort decidiu naquela hora que permitir que um Troll entrasse em Hogwarts seria uma boa distração para que Revan pudesse roubar a Pedra Filosofal. O queixo de Revan caiu junto com os outros quando “Quirrell” invadiu o Salão Principal, gritando:

“Troll! Troll nas masmorras! Achei que você deveria saber...” e desmaiou no chão.

Caos reinou no salão. Os alunos se levantaram e correram para as portas de saída, como se o troll estivesse no salão, e alguns professores também se levantaram, prontos para lutar. Revan encarou Voldemort até ele abrir os olhos e indicar a porta. Revan balançou a cabeça; ele não poderia simplesmente desaparecer do Salão. As palavras de Dumbledore vieram no momento certo:

“SILÊNCIO!” os gritos pararam abruptamente quando Dumbledore se levantou, apesar dos sussurros apavorados continuarem. “Professores, levem os alunos para os dormitórios para procurarmos o troll. Nenhum aluno deverá sair de lá.”

E o alvoroço continuou. Revan ouviu Nott constatando que eles não poderiam ir para os dormitórios, eles ficavam nas masmorras, onde o troll estava! Eles não tiveram escolha, porém, senão seguir o prefeito até as masmorras. Revan esperou o momento certo para sair da multidão, se escondendo atrás de uma armadura antes de correr na direção das escadas. Era o momento perfeito. Ele não podia falhar, não agora.

Com um olhar, ele desbloqueou a porta em sua frente e voltou a correr pelo corredor que levava à sala onde o Cérbero guardava a pedra filosofal. Revan ouviu passos atrás dele, mas não parou, ao contrário, apressou o passo e lançou um feitiço de desilusão em si mesmo. Ele usou o olhar para desbloquear mais uma porta e deu de cara com o Cérbero, que com uma das cabeças rosnou para Revan com fios de baba caindo dos lados da boca; não levou muito tempo para Revan perceber que mesmo camuflado, ele ainda tinha um cheiro forte e poderia ser detectado por um cão gigante de três cabeças. Seu plano A havia falhado.

Hora do plano B.

“Impedimenta!” ordenou Revan apontando a varinha para uma das cabeças do cão. Ele precisou repetir o feitiço mais quatro vezes antes de deixar o cão atordoado o suficiente para abrir a porta do alçapão e escorregar para dentro, caindo em plantas, mas não antes de ganhar uma mordida do cão. Revan começou a se debater; ele não gostava de estar preso, se sentir imponente era um sentimento horrível. Por isso, antes mesmo de pensar em um método mais eficaz, Revan queimou as plantas ao seu redor.

Vagamente ele ouviu um grito no andar de cima enquanto examinava a sala. Estava coberta de chaves voadoras, e havia uma vassoura encostada contra a parede. Revan revirou os olhos. Eles queriam que Nicholas Potter pegasse a pedra, mas por quê?

“Accio chave.”

E a chave veio até ele. O próximo obstáculo, porém, era complexo, e Revan levou tempo para resolvê-lo. Quando estava prestes a tomar a poção certa, ele ouviu a porta atrás dele se abrir.

Revan congelou, antes de reagir e prender a respiração, ouvindo e tentando identificar quem estava atrás dele. Não teria tempo para resolvê-lo. Ele leu e releu a charada até decorá-la, voltou a lançar um charme de desilusão em si mesmo e esperou.

Era Snape. Era sempre Snape, ele pensou amargamente. Pelo menos ele viu o sangue escorrendo de sua perna, o que significava que o cachorro havia o mordido também. Talvez mais tarde “Quirrell” poderia denunciar isso para Dumbledore e fazer com que ele fosse demitido ou algo pior. Revan suspirou. Aquilo não ia acontecer tão facilmente. Dumbledore nutria um respeito surpreendente por Snape, e mesmo com as constantes reclamações de alunos, nenhuma providência era tomada. Dumbledore queria Snape ali por alguma razão.

Na primeira oportunidade que teve, Revan correu pelo caminho de volta, e estava indo na direção do salão quando ouviu gritos. Ele se aproximou para ver o que estava acontecendo, bem a tempo de ver Nicholas jogando feitiço atrás de feitiço para tentar deter o troll. Revan piscou, entendendo o plano de Voldemort. Atrair os professores para o outro lado do castelo? Boa jogada. Aparentemente Nicholas se cansou de jogar feitiços ofensivos e simplesmente levitou o bastão do troll acima da cabeça do monstro e removeu o feitiço. O troll, como esperado, desmaiou, fazendo com que o banheiro chacoalhasse com o peso recém recebido.

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Por um momento Revan pensou em avisar Nicholas que ele ouvia passos, porém considerou, essa era uma chance para fazê-lo perder pontos e ficar com uma reputação ruim na escola. Sem mais nada para fazer, Revan apressou o passo ao ponto que corria quando chegou às masmorras. Ele cumprimentou Merlin, que o vigiava com um olhar de quem sabia o que ele estava fazendo, disse a senha “Wingardium Leviosa” e correu contra a parede, encontrando, graças a Merlin, uma sala comunal tão amontoada que ninguém percebeu sua chegada.

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“Você está mancando” comentou Voldemort, pegando uma taça de vinho e se servindo. Ele parecia furioso com a constatação. “Alguém fez isso com você?”

Revan balançou a cabeça, conjurando os medicamentos necessários para curar sua perna. Com um feitiço, ele fechou o corte resultante da mordida, e aplicou um creme para a cicatrização e para evitar uma infecção. “O cachorro me mordeu” cuspiu, testando a perna. Ainda doía, mas bem menos do que antes.

“E acredito que não conseguiu a pedra?”

Revan suspirou e voltou a balançar a cabeça, lançando um outro feitiço na perna de forma que ninguém visse a mordida. Nicholas Potter podia ser muitas coisas, mas ele não era desatento. Ele descobria cada mínimo detalhe que as pessoas deixavam aparecer.

“Vou consegui-la, mestre” prometeu Revan ao se levantar. “De algum jeito, eu vou pegar a pedra.”

_

Nicholas Potter não perdeu pontos por causa daquela noite. No dia seguinte, para o desgosto de 3/4 da escola, ele e Ron Weasley ganharam no total vinte pontos para Gryffindor por sua braveza ao tentar salvar uma estudante, Hermione Granger, que pareceu não desgrudar deles a partir da data.

Agora eram ele e três Gryffindors; Nott era o único que permanecia do lado de Revan, depois que Draco espalhou para toda a casa de Slytherin como Revan Black era um covarde que nem finalizava um duelo corretamente. Pelo menos, pensou Revan, ela sabia manter a boca calada desde que todos seguissem suas ordens. E a melhor coisa, na opinião do herdeiro Black, era que agora Ron copiava os deveres de casa de Hermione, não dele. Nicholas continuava a copiar o dever de Revan, mas pelo menos ele não teria um ruivo debruçado na mesa do café da manhã copiando páginas e páginas de dever de casa com a boca cheia, sujando o trabalho de Revan.

“Você perdeu, Revan!” contava animadamente Nicholas. “Eu consegui ganhar do troll sozinho! Hermione estava tão nervosa que não se mexeu, mas eu consegui!”

“Hey!” protestou Ron. Hermione também não parecia muito satisfeita com o rumo da conversa. “E eu?”

“Ron ajudou também” falou Nicholas contrariado. “Ele distraiu o troll lançando coisas nele. E então eu usei o feitiço de levitação que eu havia aprendido muitos anos atrás, a propósito, para derrubar o monstro.”

“Feitiço de levitação que me levou para o banheiro, em primeiro lugar” adicionou Hermione, cruzando os braços. Isso fez com que Revan levantasse uma sobrancelha, exigindo uma explicação. Eles estavam conversando havia dois minutos e ele ainda não sabia o que havia causado a encrenca na noite passada! Nicholas estava escondendo alguma coisa, e por um momento, Revan soube como era ser deixado no escuro.

Nicholas deu um de seus sorrisos brilhantes. “Podemos esquecer o que aconteceu ontem a noite? É Novembro! A temporada de Quadribol vai começar!”

Revan retribuiu o sorriso, um sorriso mais frio e calculista. As engrenagens de seu cérebro começaram a trabalhar. De fato a temporada de Quadribol começaria em algumas semanas, e um acidente não seria tão inesperado, seria? Afinal, primeiranistas não podiam voar por uma razão. Seria uma pena se Nicholas Potter caísse da vassoura...