Ai Chikara

Capítulo - XII - Sinal de Aviso


================================================================

Capítulo XII: Sinal de Aviso

Shizune explicou exatamente o que Sakura teria que fazer. Explicou como aquela máquina maluca que atirava bolas de Baseball a cada dez segundos era ligada. Ela teria apenas que rebater a bola vinda na sua direção. Sem problemas... Pensou a cerejeira. Mas na verdade estava nervosa com que estava acontecendo. Teria uma tarde de jogos com Sasuke? Aquilo era inacreditável para ela. Ele ainda não havia aparecido o que deixou a rosada meio apreensiva. Será que ele desistiu?

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Shizune saiu de dentro da quadra de baseball, deixando Sakura do lado de dentro com um taco, pronta para rebater. Olhou para fora novamente, não havia nenhum sinal de Sasuke pelos arredores. Ficou tão distraída, tentando imaginar o que ele estaria fazendo, que uma bola quase bateu na sua cabeça. O susto a fez voltar a atenção à máquina que cuspia bolas de Baseball violentamente a cada dez segundos.

Posicionou-se para receber mais uma bola, quando ouviu a porta de grades se fechar atrás dela.

–Sasuke? - ela se virou para ele, porém assim que terminou de pronunciar seu nome, uma bola bateu na sua nuca. - AI!! - olhou mais uma vez para ele, depois de abrir os olhos, perdendo-se na silhueta do moreno. Seus cabelos ainda estavam úmidos e arrepiados. Ele usava uma calça preta e uma regata vermelha, que deixava os braços másculos bem à mostra.

–Coloque um capacete, Sakura. - alertou ele, tomando o taco que ela tinha em mãos. - Se afasta.

–Shizune não me deu um. - Sakura ficou no canto da quadra, enquanto Sasuke se posicionava para rebater a bola.

Seu coração estava acelerado tendo-o tão próximo à ela e estando a sós naquele lugar. Bem, não tão a sós. Dava para ver Shizune falando ao celular um pouco afastada deles no jardim. Mas estavam a sós.

–Sakura? - a voz dele a despertou dos devaneios, causando um arrepio estranho por seu corpo. Mas pela expressão do Uchiha, ele a chamou mais de uma vez. - Acho que a bola bateu na sua cabeça, mais forte do que pareceu.

–Não, Sasuke! Eu estou bem... - tentou mostrar um sorriso, porém saiu o mais sem graça possível. Por Kami! Como queria espantar aquelas sensações. Estava se sentindo uma idiota!

–Sua vez. - ele lhe estendeu o taco.

Ela se aproximou meio receosa, pegando o taco das mãos dele, tentando imaginar se Sasuke estava fazendo aquilo forçadamente. Afinal ela não estava achando tudo aquilo divertido. Muito menos ele estaria.

–Sasuke, eu não sei... Eu não sei jogar! Você mesmo viu a bolada que eu levei na cabeça.

–Não foi você quem disse que aprende rápido?

–Por que... Por que você me chamou para jogar? - perguntou receosa. Não imaginava um motivo óbvio para Sasuke querer passar a tarde com ela, já que todos os dias ele fica o mais sozinho possível, escondido em algum cômodo da mansão, fazendo sabe-se lá o que!

Sasuke ficou calado por um momento, imaginando sua resposta. Claro que nunca diria à ela que não queria ficar sozinho. Esse era o motivo. Quando estava na academia mais cedo, malhando antes de mergulhar na piscina, estava necessitado da presença de alguém. Mas não qualquer pessoa. Sakura certamente. Não queria entender o motivo daquele pensamente repentino, só imaginou o que diria à ela para que lhe fizesse companhia. E quando percebeu a garota tediada com o que parecia uma pilha de livros nas mãos, sugeriu o tal jogo de baseball. Poderia ter sugerido outro jogo, afinal a mansão Uchiha era repleta de jogos diversos, mas como gosta de baseball, foi a primeira coisa que veio à sua cabeça.

–Vai jogar ou não, Sakura? - não pensou em uma desculpa. Na verdade não havia outra resposta além da verdadeira. Não queria ficar sozinho. Isso era suficiente. Mas o que ela pensaria se ele lhe dissesse isso?

–Sim... - Sasuke fitou os olhos dela por um momento, depois se afastou para que ela rebatesse a bola.

Sakura mal colocou-se no lugar onde deveria ficar para rebater, desviou-se de uma bola que atravessou sua cabeça.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

–Você está segurando errado. Junte mais as mãos.

–Assim? - mostrou ela olhando para Sasuke.

–Olha a bola!!

–AH!

Por pouco outra não lhe atinge o rosto.

–Está bem! Eu vou rebater! - a rosada apertou bem as mãos envolta do taco de madeira, esperando a próxima bola. Quando esta veio, ela foi para um lado enquanto o taco foi para outro. Sakura quase cai tropeçando nos próprios pés. - Droga!

Sasuke se aproximou dela novamente que assim que o viu se aproximar, estendeu-lhe o taco de Baseball. Porém Sasuke não o pegou.

–Segure assim. - disse ele, ficando atrás da cerejeira.

–Sasuke, eu... - ele a cercou com os braços desnudos e fortes, mantendo a cabeça um pouco afastada do ombro dela. Na verdade tentava não se encostar muito na garota, que já se encontrava desnorteada pela aproximação.

–Afaste mais as pernas... - sussurrou no ouvido dela, fazendo os pelos da pele sensível do pescoço, se eriçarem. Ele mesmo afastou as pernas dela, já que Sakura não movia um músculo. Estava paralisada, com o coração aos pulos.

Uma bola foi lançada, mas eles ainda não estavam preparados. Eram apenas dez segundos até a próxima ser lançada. Dez segundos segurando a respiração? Ela não agüentaria. Sakura já estava roxa pela falta de oxigênio, mas só quando começou a ficar tonta, lembrou-se de respirar. Seu peito oscilou sob o vestido fino de estampa florida, enquanto sentia o corpo de Sasuke atrás de si, segurando firmemente o taco sobre suas mãos.

Dez segundos para Sasuke ficar com os sentidos perdidos por conta daquele perfume. Ele havia esquecido de como aquele perfume de cerejas era inebriante. A última vez que o sentiu assim tão forte, foi naquela manhã no depósito, quando acordou com Sakura sobre o seu corpo. Estava segurando firmemente o taco em suas mãos, mas sua vontade era de apertá-la contra o seu corpo. Podia sentir a respiração acelerada da rosada, no entanto não se incomodou com isso. Percebeu que a bola viria a qualquer momento, o que fez seu corpo colar-se mais ao de Sakura, afastando o taco para o impacto e inclinando-se para rebater a bola.

Rebateu. A bola atravessou o meio da quadra velozmente, parando apenas quando bateu na grade que a cercava.

Lentamente, Sasuke soltou as mãos dela, que apertavam o taco de madeira, afastando-se de seu corpo.

–Aprendeu? - perguntou ele, virando-a para frente dele.

Sakura estava ruborizada, tentando dizer alguma coisa. Fitou Sasuke nos olhos, percebendo que ele, mesmo estando em juízo perfeito, a olhava de uma maneira diferente, como se tivesse sentido algo parecido com o que ela sentiu.

–A-Acho que sim... - ele lhe deu o taco novamente, se afastando para que Sakura rebatesse a bola.

Sasuke encostou-se na grade, tentando entender o que acabara de acontecer. Ele sabia que havia pintado um clima ali. Conhecia um clima daquele muito bem. Mas novamente se perguntava o motivo.

Estava cansado de se perguntar isso, na verdade. Cansado de tentar entender porque sentiu aquilo quando viu Sakura tão bela no vestido de sua mãe. Cansado de tentar entender porque se sentia culpado nas vezes em que a magoou. Cansado de tentar entender as imagens do rosto dela na sua cabeça toda noite antes de dormir. Sakura estava em toda parte. Até dentro da sua cabeça! Ele queria entender que merda estava acontecendo com ele, mas ninguém tinha as respostas. Como uma garota pode fazê-lo sentir tudo aquilo? Isso nunca havia acontecido antes! Nem mesmo com Karin, sua namorada. A garota que conhecia a tanto tempo!

As risadas de Sakura o despertaram dos pensamentos.

–Do que você está rindo? - perguntou ele, tentando mostrar irritação. Mas com Sakura ele teria que fingir. Parecia que ela não o irritava de verdade.

–Você não viu a bolada que eu levei na cabeça de novo?

–Está rindo de você mesma? - Sasuke deixou suas costas deslizarem nas grades, para depois sentar-se no chão da quadra com os joelhos dobrados.

–Bom, é que me lembrei de uma coisa... - disse ela se aproximando de Sasuke. Sentou-se ao lado dele, rindo novamente. Claro que Sasuke não perguntaria do que ela teria se lembrado. - Na verdade foi um “mico” como dizem os “descolados”... - ela fitou o rosto de Sasuke, que olhava firme para frente, no entanto com uma sobrancelha arqueada. Ele estava mesmo querendo saber o que era, mas nunca pediria. Então Sakura resolveu dizer de uma vez. - Eu estava prestes a receber o prêmio de melhor aluna, no auditório da minha escola em Tóquio, quando atiraram uma bola de basquete na minha cabeça. Sem querer eu joguei o diretor de cima do palanque... - ela mal terminou a frase e já estava rindo novamente.- Ha ha ha... Ele caiu de pernas abertas... Ha ha ha ha...

Sasuke deixou um sorriso torto escapar de seus lábios ao imaginar a cena, enquanto Sakura segurava a barriga de tanto rir ao seu lado.

–Bom... - ela enxugava as lágrimas. - No memento eu fiquei constrangida com o ocorrido e com as risadas, mas é como minha mãe diz: “Um dia você vai se lembrar disso e vai achar tudo muito engraçado...”

–Por que jogaram uma bola de basquete na sua cabeça? - Sasuke não achava mais nada engraçado. Agora parecia irritado de verdade. Aquilo poderia tê-la machucado. Ultimamente Sasuke tinha uma preocupação estranha com Sakura. Quando estava com ela sentia-se muito responsável.

–Minha cabeça era um alvo para o time de basquete. - Sakura olhou para frente um momento, deixando as lembranças lhe invadirem a mente. - Principalmente para o capitão do time... - Sasuke fitou a cerejeira ao seu lado. O rosto feliz e sorridente de instantes atrás, estava triste, lembrando-se de alguma merda que os idiotas do time de basquete fizeram a ela.

Ambos ficaram em silêncio. O único som que eles ouviam, era o barulho da máquina atirando suas bolas, aparentemente infinitas, acertarem as grades. Sasuke ficou incomodado com a mudança repentina do humor da cerejeira, pensando em algo que pudesse dizer para acabar com aquele silêncio. Afinal, a companhia dela o confortava, exatamente pelo jeito alegre e barulhento da rosada de ser.

Porém antes que pudesse abrir a boca, ouviu uma voz fina e aparentemente irritante às suas costas.

–SASUKE!!

Ambos sentados dentro da quadra olharam para trás. Karin se aproximava deles pelo jardim, com Shizune logo atrás dela.

Sasuke se levantou juntamente com Sakura, mas ela continuou do lado de dentro, enquanto ele foi até a ruiva.

–Mas que gritaria é essa?

–Gomene, Sasuke-san! - desculpou-se Shizune. - Eu avisei à ela que você estava ocupado, mas essa perua quase passou por cima de mim!

–PERUA?!! - repetiu ela ajeitando os óculos de armação vermelha no rosto. - Eu vou te mostrar quem...

–Karin! O que você quer? - Sasuke já estava irritado com aquela gritaria. Karin já havia feito uma visita no dia anterior, o que ela queria com ele de novo?

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

–Sasuke-kun, eu só queria... - ela olhou para Shizune ao seu lado. - Pode dar licença? É particular! - Shizune deu meia volta com uma carranca, adentrando as grades da quadra onde Sakura estava. - Eu vim te fazer companhia, Sasuke-kun... - a ruiva se aproximou do corpo dele, cercando o seu pescoço com os braços e aproximando o rosto para beijá-lo. Mas Sasuke virou o rosto, e retirou os braços dela de seu pescoço.

–Eu não preciso de companhia. - respondeu seco. - Quando eu quiser te ver, eu te ligo.

–Esse é o problema! - a ruiva bateu um pé no chão e fez uma cara de desgosto. Na verdade estava furiosa. - Por que você nunca liga?! - ela reparou que Sasuke endureceu a expressão, exatamente igual ao dia em que eles discutiram. Sabia que Sasuke odiava discutir com ela, porém não se importou com isso. Estava com raiva e iria descontar em alguém.

–Talvez por eu não querer vê-la...

Ela abriu a boca para continuar a descontar sua raiva, quando ouviu Shizune e Sakura gargalharem do lado de dentro da quadra. Foi aí que a ruiva explodiu. Seu rosto ficou da cor de seus cabelos, suas mãos começaram a soar. Caminhou em passos duros para dentro da quadra, agarrando os cabelos de Sakura por trás dela.

–DO QUE VOCÊ ESTÁ RINDO??! - ela puxou os cabelos de Sakura brutalmente, desfazendo a trança e derrubando os seus óculos.

–AHH! AI!! ME SOLTA!

–VOCÊ FICOU MALUCA?!! - Shizune tentou tirá-la das garras da ruiva, mas isso só fez com que Karin, puxasse ainda mais.

Apenas Sasuke conseguiu fazê-la parar. Ele agarrou a cintura da ruiva, puxado os seus braços para que ela soltasse os cabelos de Sakura.

–Já chega! Dê o fora daqui! - ordenou Sasuke furioso.

–Mas, Sasuke-kun, eu...

–Agora! - quando Sasuke usava aquele tom de voz com ela, era impossível replicar. A ruiva virou as costas sendo seguida por Shizune.

–Eu sei o caminho, sua empregadazinha de merda!

–Ótimo! - Shizune adoraria dizer mais alguma coisa, porém ficou calada. Conhecia Karin muito bem, para saber que não podia subestimá-la. Aquela ali era capaz de qualquer coisa. - Você está bem, Sakura?

–Acho que sim... - respondeu ela ajeitando os cabelos bagunçados. - Por que ela fez isso?

–Aquela maluca pensou que a gente estava rindo dela. - respondeu Shizune ajudando Sakura com os cabelos.

–E não estavam? - perguntou Sasuke com uma sobrancelha arqueada.

–Claro que não! Sakura estava me contando como derrubou o diretor de sua antiga escola de um palanque. Por que a gente riria daquela ruiva sem graça?

–Eu acho que é melhor eu entrar... - Sakura olhou sorrateiramente para Sasuke, sem esconder sua expressão triste por aquilo ter acontecido. Afinal estava apaixonada por seu meio irmão que era comprometido. Talvez aquele ataque, para ela, fora um sinal de aviso.

***

A noite chegou rápida e sombria em Konoha.

Novamente lá estava Sakura trancada no seu quarto, lendo mais uma vez um livro de poesias. Ah, como queria não estar apaixonada! Naquele exato momento lembrava-se daquela aproximação, quando Sasuke tocou em seus braços, respirando sobre a pele do seu pescoço... Kami! Aquilo era demais para a pobre garota!

Saiu do quarto e foi onde Sasuke estava: na sala de TV do quinto andar. Não queria incomodá-lo, mas precisava vê-lo mesmo que fosse por um momento. Na verdade não era apenas isso. Sentia-se culpada por ser um empecilho para o Uchiha se divertir. Ouviu ele conversar com Naruto pelo telefone mais cedo, que o chamou para irem ao Kusanagi naquela noite, comemorar a sua volta, já que o pai de Hinata não a deixou sair. Ele poderia estar entediado, já que era de costume sair nas noites de sexta-feira. Mas por causa dela, ele estava em casa.

–Sasuke? - ela a chamou, vendo as costas largas desencostadas do sofá, virarem-se na direção dela.

Sasuke e fitou confuso, esperando a garota se aproximar. Ela sentou-se ao lado dele na sala escura, onde apenas a TV os iluminava.

–Você não vai sair com seus amigos hoje? - Sasuke voltou a atenção para televisão à sua frente. Sakura esperava ansiosa pela resposta, com o coração aos pulos.

–Quer mesmo voltar naquele bar? - ele continuava olhando para frente.

–Na verdade não. Mas eu não quero te impedir de se divertir...- Sasuke tentou raciocinar um pouco nas palavras dela. O que seria divertido naquele momento? Eram quase onze da noite, o horário que encontrava com seus amigos no bar. Ainda daria tempo, porém levar Sakura novamente naquele lugar, poderia ser até pior que da última vez. - Dessa vez terei mais cuidado. - disse ela antes que Sasuke pudesse retrucar alguma coisa. - Não vou permitir que um barman maluco me engane novamente. Na verdade, não vou me aproximar nenhum centímetro daquele balcão.

–Está bem. - respondeu ele depois de um tempo pensativo. Observou Sakura se levantar e seguir a direção da porta. Por que ela estaria fazendo aquilo? Certamente ele já havia percebido que eles estava se dando bem, comparado aos seus primeiros dias de convivência. No entanto, imaginava que a Haruno o odiava pelo que ele fez com ela desde que se conheceram. Ela poderia estar fingindo todo esse tempo. Afinal, qual a pessoa em sã consciência o perdoaria depois de esquecê-la um dia inteiro num museu? Alguém que teria pavor de altura como ela, o perdoaria depois de praticamente jogá-la para dentro do carrinho de uma montanha russa? Depois de rir, mesmo que sem vontade, de uma piada estúpida de um balconista de lanchonete?

Sakura era mesmo diferente. Não só de qualquer garota, mas sim de qualquer pessoa que ele tenha conhecido. A não ser por sua mãe...

***

Desceram do lamborghini Diablo da cor preta, seu carro preferido e o mais potente que existia dentro da garagem da mansão. O bar estava cheio naquela noite, o que não era normal, já que o Kusanagi não era muito famoso. Sasuke gostava de freqüentá-lo exatamente por ser um lugar calmo, porém naquela noite alguma coisa estava diferente.

Havia uma fila enorme de pessoas do lado de fora e na entrada, lá estava o Colosso com os braços cruzados e uma cara assustadora por trás dos óculos escuros. Sasuke lhe entregou uma nota de cem discretamente e ele liberou a passagem para o Uchiha e para Sakura, apelidada de “rosadinha” pelo colossal.

O lado de dentro estava mais cheio que do lado de fora, óbvio. O balcão estava lotado de pessoas esperando por suas bebidas. As mesas de bilhar não estavam mais no centro do bar. Agora havia uma pista de dança, empestada de pessoas dançantes e bêbadas.

Demorou um tempo para o moreno encontrar os seus amigos. Eles estavam numa mesa, bem no canto do bar, acenando para o Uchiha.

–Eu vou procurar um canto, Sasuke. - disse Sakura bem perto do ouvido dele, já que a música estava alta. Quando ele se virou, viu apenas uma cabeleira rosada, desaparecendo no meio das pessoas.

Aproximou-se de seus amigos, mas alguma coisa o incomodava. Algo não estava certo. Sakura praticamente se sacrificou por ele, vindo àquele lugar que ele tem absoluta certeza de que ela odeia, apenas para que ele se divertisse.

E enquanto à ela? Isso não parecia nenhum pouco justo.

–Desde quando o Kusanagi virou uma boate? - perguntou o moreno irritado, puxando uma cadeira ao lado de Naruto.

–Vai dizer que você não sabia? - perguntou o loiro meio cambaleante. Com certeza já estava bêbado. - Fizeram isso porque um cara cheio da grana abriu uma boate não muito longe daqui...

–Que cara? - perguntou Shino. O moreno estava sentando que nem uma pedra sobre a cadeira. Tudo por conta de uma ruiva em outra mesa, que estava dando mole pra ele.

–Um tal de Hidan não sei do que... - respondeu Shikamaru, bebendo sem muita vontade um copo de vodka.

–A gente podia ter ido lá. - disse Kiba bebendo de uma vez o seu sakê. - Suigetsu disse que lá tem umas gatinhas gostosas...

***

As horas foram se passando e por mais que Sasuke tentasse esquecer de Sakura, ele não conseguia. Tentou de todas as maneiras se envolver nos assuntos que se surgiam, porém estava achando tudo extremamente irritante. Era o único sóbrio do grupo, por isso a conversa não tinha graça para ele.

–Merda! - pestanejou o Uchiha, xingando para si mesmo.

–Que que foi, teme? - Naruto tentou encher o copo do Uchiha, mas estava tão tonto que não conseguia localizá-lo.

Sasuke o ignorou, olhando a sua volta à procura de Sakura mais uma vez. Ele não conseguia simplesmente esquecer que ela estava ali. Alguém poderia estar oferecendo alguma bebida para ela ou fazendo sabe-se lá o que! Merda! Novamente aquela preocupação idiota! Sentiu que não iria sossegar enquanto não visse a cerejeira.

–Já sei! - disse Naruto ao seu lado. - Você não gosta de aglomeração, não é?

–Relaxa, Uchiha! - Kiba virou outra dose de sakê goela abaixo. - Você é muito fresco, como diz a Ino...

–Vá se foder! - Sasuke se levantou da mesa adentrando a multidão dançante e barulhenta, sem se importar com as mulheres que praticamente se jogavam para cima dele.

Aquela noite não estava sendo nada divertida. Foi uma péssima idéia ter concordado com Sakura. Procurou por ela por todos os cantos, até mesmo dentro do banheiro feminino. E nada da cerejeira.

–Mas onde essa garota se enfiou?! - Sasuke estava bufando de raiva, no entanto não iria desistir.

Adentrou a multidão novamente, empurrando as pessoas que estavam no seu caminho. Sua vontade agora era de encontrar Sakura e lhe dizer umas boas verdades para que ela não sumisse assim.

Quando saiu do meio da pista de dança, a encontrou deitada num sofá, o mesmo sofá da noite que estava bêbada. Seu coração pareceu bater mais devagar assim que viu a garota dormindo, como se nada a impedisse, como se nada a machucasse naquele lugar. Só Sakura mesmo pra conseguir dormir no meio daquele barulho.

Antes que ele pudesse chegar até ela, um homem parou ao lado da rosada, sentando-se na beira do sofá.

–Cai fora! - em dois passos Sasuke já estava ao lado dele, puxando-o para longe dela.

–Calma, cara... - o homem, que segurava uma garrafa de vodka, saiu cambaleante de perto do Uchiha. - Não fiz nada...

Sasuke abaixou-se na direção dela e por um momento, ficou fitando a rosada antes de acordá-la. Inacreditável... Ela estava mesmo dormindo! Respirava suavemente. Estava com a cabeça apoiada sobre as mãos no braço do sofá e as pernas dobradas sobre o mesmo. Os óculos estavam ao lado de sua bolsa aberta com um livro sobre ela, o que indicava que ela leu até se render ao sono. Tinha um semblante tão sereno, tranqüilo. Mesmo com a falta de luz, era possível notar a pele pálida e delicada de seu rosto, coberto parcialmente pelos fios róseos da sua franja. Os lábios avermelhados, estavam entreabertos. Era como se eles chamassem pelos lábios do Uchiha...

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Sasuke tinha certeza de que não havia bebido, porém estava vendo coisas. Só podia ser! Sakura estava ainda mais bela com aquelas luzes prateadas iluminando seu rosto.

Sem hesitar nenhum minuto, Sasuke aproximou-se do rosto da cerejeira, levando uma mão até os fios da franja que cobriam seu rosto.

–Sakura... - sussurrou, aspirando o perfume que emanavam de seus cabelos. Talvez aquele perfume era ainda mais inebriante que a vodka que bebeu à uns minutos atrás. - Sakura...

–Sas...Sasuke? - ela entreabriu os olhos, deixando seu coração acelerar assim que fitou aqueles olhos negros tão perto do seu rosto. - Já são cinco da manhã? - ela apoiou o corpo nos cotovelos, sentando-se no sofá.

–Não. - respondeu o Uchiha, colocando-se de pé. - Vamos embora. - novamente aquela sensação estranha! Como já havia desistido de tentar entendê-la, tentou apenas não senti-la novamente.

Sakura pegou sua bolsa e seguiu Sasuke até a saída.

Já dentro do carro, Sasuke percebeu que ela estava de olhos fechados. Com certeza estava com muito sono.

Por um momento as lembranças daquela noite, em que ele a levava para casa bêbada, atacaram sua sanidade novamente. Porém sentia uma coisa diferente. Naquela noite lutava contra o seu lado pervertido e aproveitador de garotas indefesas por conta da bebida. Não havia nada além do desejo de possuí-la, de saciar o seu ego faminto pelo luxúria. Algo mais forte que ele, no entanto domável, já que ele conseguiu resistir.

Mas agora, sem entender que misto de sentimentos eram aqueles no seu interior, sabia que algo estava diferente, sabia que agora sentia alguma coisa por Sakura. Talvez estava levando essa idéia de irmão mais velho a sério demais. Ou agora que a conhecia melhor, sabia que ela não era uma má pessoa...

Não... É mais que isso...

Muito mais. Mais do que ele poderia imaginar...

Olhou para o lado mais alguns segundos e uma idéia absurda passou pela sua cabeça.

Flashback on!!!

–Com ela é diferente, teme! - Naruto estava encostado na sacada da janela da sala de aula com as mãos nos bolsos e Sasuke sentado na mesa. – Por que não dá uma chance para alguma delas? - ele se referia ao fã clube enorme do Uchiha. Praticamente todas as garotas da escola estavam a fim do moreno. – Nem todas são iguais...

Sasuke bufou de raiva. Aquela conversa estava irritando-o, principalmente a cara abobalhada do seu amigo apaixonado. Já conhecera tantas garotas e para ele são todas iguais. Sem exceções! Talvez Naruto tenha dado sorte de encontrar Hinata, que fora capaz de transformar o coração do Uzumaki.

Mas para ele, uma garota não poderia ser capaz disso! Capaz de deixá-lo tão idiota como Naruto estava. Isso era impossível! Uma pessoa não muda por causa de outra!

Seu próximo passo era pedir Karin em namoro, como seu pai havia lhe aconselhado. Outra garota fútil, sem escrúpulos, que só sabe dar valor ao dinheiro.

Naruto estava ficando louco com essa conversa toda. Ele tinha certeza de que nunca se apaixonaria por alguém assim. Nunca!

Flashback off!!!

–Droga!! - Sasuke freou o carro bruscamente quando viu o sinal ficar vermelho. Olhou alarmado para o lado, mas Sakura não moveu um músculo. Dormia profundamente.

Voltou aos pensamentos.

Estaria ele apaixonado...? Apaixonado por Sakura?

Aquilo tudo que sentia nos últimos dias, e principalmente na última tarde, era estar apaixonado?

Então Naruto tinha razão!!

Merda!! Quantas perguntas!

Iria enlouquecer a qualquer momento se continuasse assim!

Olhou para o seu lado mais uma vez. Seus olhos negros firmaram-se no rosto pleno e alvo da cerejeira. Sabia que algo estava diferente nele e isso por causa de Sakura. Sim... Estava acontecendo. O que ele dissera uma vez ser impossível, estava acontecendo. Acontecendo com ele!

Só tinha certeza de uma coisa. Se aquilo era estar apaixonado, ele não saberia dizer. Afinal nunca se sentiu assim.

Deu a partida no lamborghini, acelerando o mais rápido que podia. Deveria chegar à mansão o quanto antes possível para tomar um banho e ter uma bela noite de sono, a fim de espantar aquelas idéias malucas da sua cabeça!

Ao menos era isso que tentaria fazer.

=============================================

Continua...