No dia seguinte, levantei da cama, me arrumei para o colégio, tomei o café da manhã na companhia de meu pai e meu irmão e fui para o colégio depois de escovar os dentes e trocar de calça pela segunda vez.
Assim que coloquei meus pés na rua vi Vinícius. Continuei andando fingindo não vê-lo.
Vinícius gritou meu nome, mas eu continuei ignorando. Escutei fortes passos se aproximando e logo em seguida uma mão puxou meu ombro esquerdo.
–Jessica – disse ele – Estou falando com você.
Afastei o braço dele do meu ombro.
–Me deixe em paz – disse eu com um tom de voz elevado.
Continuei andando rapidamente e ele tentando seguir meus passos.
–Quero te pedir desculpas – disse ele.
Parei bruscamente e olhei para ele.
–Como? – perguntei.
–Fui um babaca com você ontem – disse ele um pouco constrangido – quero te pedir desculpas.
Respirei fundo e continuei andando.
Vinícius me acompanhava.
–Porque fez aquilo? – perguntei.
Ele parecia um pouco envergonhado.
–Eu não sei – respondeu cabisbaixo – você me deixou excitado e no momento eu achei que seria uma boa ideia.
Senti vontade de socar a cara daquele garoto.
–Da próxima vez que achar alguma coisa – disse eu – tente expressa-la antes.
Ele ficou em silencio.
–Você vai me desculpar? – perguntou ele.
Bufei o ar para cima.
–Vou – respondi – mas se tentar isso de novo comigo ou com qualquer outra garota, eu corto seu pênis fora.
Ele me olhou um pouco assustado e riu. Seguimos para o colégio conversando sobre a redação.
Tudo ficou perfeitamente normal. Como se aquela tarde não havia existido em momento algum de nossas vidas.
Minha desavença com Vinícius havia sido resolvida.

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