O quarteto seguiu em frente acima da montanha, havia um caminho que ficava ao lado de um abismo, do qual não se dava para ver o fundo, nem mesmo saber se havia um. De qualquer jeito, era bom não arriscar. Gumi andava bem a frente dos outros, antes de começar a caminhada ela tinha dito que era pra Yamada ficar pelo menos cinco metros longe dela. Na verdade, não era uma ameaça e sim um aviso, pois ele realmente acabaria morrendo se não cumprisse.

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– Por falar nisso, Nagamasa que atalho era aquele que você pegou? - Rin perguntou um pouco curioso.

– Há um quilometro mais ou menos ao redor da montanha havia uma espécie de escadaria, não era bem uma, só que dava pra escalar aquelas pedras, embora estivesse fora do mapa. Pensei que pudesse ser uma armadilha, mas seria problemático se fosse mesmo. - Nagamasa respondeu tranquilamente. – Eu vim até aqui por causa do bato dos tesouros, mas lutar em grupo é bem melhor sem contar que não estou a fim de encarar um chefão.

– Mas pode haver um chefão guardando o enigma. - Rin disse pensativo. – Só sei que segui meu mapa mesmo, mas não imaginava que outros jogadores tinham um mapa igual. – Você também seguiu o mapa Gumi-san? - Rin quase se arrependeu de ter perguntado, ele estava com medo.

– Eu tenho cara de quem segue mapa? Na verdade, eu apenas ouvi boatos sobre pistas pro enigma nessa região e vim pra cá, meu mapa apontava pra outro local. - Gumi respondeu com mais calma, parece que a fúria tinha passado, pelo menos temporariamente.

– Estamos andando a um tempão e não chegamos a lugar algum, queria saber por que estamos num lugar tão alto. - Yamada disse meio cansado. – É bom acamparmos e continuarmos depois.

– Aqui não é uma zona segura, se acampar num lugar destes vai morrer bem rápido. Além disso... Tele transporte não funciona aqui. - Nagamasa disse pensativo, na verdade ele estava um pouco concentrado em algo. – Acho bom sacarmos nossas armas.

– Por quê?- Yamada disse meio confuso, até perceber o que estava acontecendo.


Das laterais das montanhas começaram a sair algumas criaturas de pedra, entretanto elas eram um pouco diferentes. Parecia que correntes elétricas corriam em torno delas, alguns raios começaram a cair do céu no campo à frente, enquanto as criaturas avançavam por trás, os jogadores estavam ficando encurralados. Todos sacaram suas armas e ficaram em posição de luta, estavam preparados para atacar a qualquer momento.


As criaturas eram bastante rápidas, por isso era difícil deter seus golpes com muita precisão, entretanto elas não pareciam muito inteligentes.


– Olha, tem uma caixa bem lá na frente! - Rin apontou para um objeto que estava numa espécie de altar, um pouco longe. Não dava para ver os detalhes, mas era uma caixa preta com detalhes roxos entalhados em suas laterais.


Haviam cerca de umas 20 criaturas de pedra, e avançavam todas juntas. A única maneira de fugir era indo em direção a tempestade de raios, mas aquilo era perigoso de mais, tendo em vista que se fossem acertados provavelmente morreriam bastante rápido.


– Se atrairmos essas criaturas pra tempestade podemos destruí-las. - Nagamasa sugeriu, observando bem o campo a sua frente. Ele sacou suas espadas duplas, e decidiu atrair as criaturas.

– Você é doido. - Yamada disse sacando sua espada também, que pelo menos dobrou de tamanho naquele momento.

– Não sejam fracotes. - Gumi balançou seu cajado, que começou a criar alguns galhos que ela iria usar para atrair as criaturas.

– Cuidado! - Rin pulou e a empurrou antes que um raio a acertasse.

– Eu podia ter me defendido. Madeira não conduz eletricidade!

– Mas árvores atraem raios, esse jogo parece que segue uma lógica do mundo real. Isso não é totalmente ruim, se você usar elas pra atrair os raios pras criaturas além de servir de pára-raios para gente destrói algumas delas. - Rin sugeriu, a idéia parecia louca, mas todos concordaram.

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Gumi fincou seu cajado no chão e começou a se concentrar, suas energias estavam se acumulando o máximo. Algumas criaturas saltaram para atacá-la, mas Nagamasa as interceptou com suas espadas e começou a defendê-los enquanto ela se concentrava. Algumas árvores um pouco longe começaram a brotar do chão, os raios estavam sendo desviados e acertando-as. Rin e Yamada atraíram as criaturas de pedra para o centro do campo, Gumi e Nagamasa estavam um pouco mais atrás. Ambos os jogadores usaram suas espadas para atacar as criaturas que eram muitas. Uma árvore de cor estranha brotou bem no meio do campo, e logo após alguns cipós começaram a sair dela e a ir em direção as criaturas de pedra, alguns eram partidos por suas mãos afiadas, outras eram capturadas. Não eram criaturas tão fortes, apenas rápidas.


Cerca de umas 7 criaturas foram presas e amarradas à árvore, que foi atingida e totalmente desintegrada por um raio, para cada uma delas Gumi ganhava cada vez mais pontos de experiencia de vida. Embora tivesse que gastar muita energia para realizar tal técnica, e um jogo como aquele, era comum sempre sacrificar algo em troca de uma habilidade relativamente forte, mas não era ao tipo de sacrifício que fosse matá-la por exemplo.


Rin resolveu usar sua habilidade especial para finalizar o resto das criaturas, durante 5 minutos ele ficou rápido o suficiente para derrotar umas 9 delas, seus companheiros mal conseguiam vê-lo, e aproveitando a ajuda, Nagamasa e Yamada lutavam contra as outras criaturas para derrotá-las enquanto Gumi desviava mais alguns raios para que não os acertassem

.
Quando a ultima criatura foi derrotada, a tempestade parou. Os garotos que eram usuários de raio ganharam alguns pontos em habilidade Elemental, além de experiência de algumas recompensas como dinheiro e itens mágicos. Gumi também tinha ganhado alguns, embora diferentes.


Rin acabou ficando paralisado por causa do uso de sua habilidade, isso duraria alguns minutos e ele estava bem, embora só pudesse falar. Yamada o ajudou enquanto os outros se aproximavam do altar onde estava a caixa. Gumi que era a com mais atitude ali, sem pensar duas vezes abriu a mesma, imediatamente de dentro primeiramente saiu uma luz branca bem forte indo em direção ao céu, como se uma energia escapasse e subisse, logo após milhares de polígonos luminosos começaram a subir e flutuar no ar, se juntando e se materializando em uma pessoa. Era uma garota, de cabelos negros meio arroxeados e longos, tinha franja e seus olhos eram roxos também. Ela usava um vestido negro, com algumas rendas em volta e parecia ser uma espécie de roupa de gala, como a de uma dama da nobreza.


Depois de abrir os olhos a garota começou a descer lentamente até tocar o chão, mas ninguém conseguia saber que tipo de pessoa ela era. Havia apenas uma barra com o Nick de "Pandora", mas não havia qualquer outra coisa como, por exemplo, a barra de HP com os pontos de vida. Todos estavam em dúvida sobre ela...


– Obrigada por virem até aqui me resgatar. - Ela disse educadamente e de forma bem calma e serena, sua voz era baixa e bastante fria.


Naquele momento os jogadores notaram que em seus menus estava aparecendo um novo item, este era apenas um pedaço do que parecia ser um mapa, mas era muito pequeno para que pudessem associar há algo, fora que não era possível ativar o mapa sem que estivesse completo. Todos tinham recebido peças diferentes, mas nenhuma delas se encaixavam.


– Quem é você? - Rin perguntou curioso e Yamato não parava de babar pela garota que sequer percebia sua presença.

– Eu sou Pandora. - Ela respondeu sendo bastante vaga, não pretendia dar mais informações do que o necessário a eles. – Isso nós já vimos, mas você é uma jogadora ou NPC? - Nagamasa completou a pergunta, pois aquela falta de informação deixava todos confusos.

– Não é algo relevante agora, mas se me fizerem um favor eu revelo tudo sobre mim além de recompensá-los pela ajuda. - Ela disse calmamente. – Eu preciso encontrar uma pessoa.

– E que pessoa é essa? - Gumi perguntou.

– Eu não sei ao certo... Na verdade, eu não sei que Nick essa pessoa usa, mas é alguém que sabe tudo sobre o jogo e talvez seja capaz de concertá-lo... - Quando ela terminou de falar, todos ficaram surpresos.

– V-você ta falando sério? -Yamada falou pela primeira vez, bastante esperançoso.

– Eu sempre falo sério. - A garota respondeu.

– E como vamos saber se podemos confiar em você? - Gumi disse um tanto desconfiada, pois a garota era um pouco suspeita, e se fosse algum NPC tentando levá-los para alguma armadilha?

– Acho que não tem problema em levá-la com a gente. - Nagamasa disse confiante. – De qualquer jeito, quanto mais pessoas no grupo melhor. De um jeito ou de outro estamos todos presos aqui mesmo.

– Talvez você tenha razão. - Rin concordou. – Mas se ela não sabe por quem procura como vamos achar então?

– Rastreando o IP de jogador. - Pandora disse ativando um menu a sua frente, não era um menu grande como o de um GM, parecia o de uma jogadora normal, mas havia algumas diferenças nele. – Eu sei o nome dessa pessoa na vida real, por isso posso conseguir achar o IP, mas pra isso eu preciso ir até a torre perdida.

– E que tipo de torre é essa? - Yamada perguntou.

– Ninguém sabe onde ela esta exatamente, mas de lá teoricamente é possível achar qualquer jogador que esteja procurando se tiver informações como o Nick e o número do cadastro, mas se não tiver essas informações você só consegue achá-lo através do nome real e o IP. Se me ajudarem a chegar até lá, juro que vou recompensá-los. Não tem nada a perder.

– Então vamos ajudá-la moça. - Nagamasa disse calmamente. – E vocês, vão também?

– Viajar em grupo é melhor. - Yamada disse animado.

– Concordo. - Rin também deu sua palavra.

– Eu to afim da recompença, então sem problemas pra mim. - Gumi disse calmamente também.

Depois de decidirem que iriam ajudar a garota, todos seguiram em direção a cidade mais próxima, pois lá conseguiriam informações sobre a torre perdida. Justamente por ser "perdida" que aquela era a melhor maneira de achar alguém, e não era tão complicado assim encontrá-la, mas ainda assim todos teriam que passar por inúmeros obstáculos ao longo do caminho. A mensagem do enigma ainda estava um pouco confusa, mas os jogadores desconfiavam que não tinham recebido-a por acaso. Antes de partir Pandora pegou a caixa onde estava antes e a guardou dentro de seu menu, enquanto seguia caminho e a identidade dela continuava cada vez mais confusa.

Se aventurar em meio às zonas livres, ou seja, que não fossem seguras era um trabalho para pessoas corajosas, pois aquele não era um jogo para fracos. Desde que a exploração havia começado, cerca de 400 jogadores haviam morrido lutando contra criaturas do jogo e caindo em armadilhas, e isto porque de fato estes ainda eram os chefões mais fracos. Ninguém jamais seria capaz de entender o que se passava na mente do Jocker para manipular o jogo daquela forma e diferente de Kayaba Akihiko, ele não queria se envolver com os jogadores. Usar um disfarce seria muito bem vindo, mas Jocker era o tipo de pessoa que gostava de observar os resultados de suas ações.

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– Alguns de nossos amigos estão se rebelando contra nós, quero que vocês dois vão e comecem a jogar. - Jocker pronunciou de uma forma assustadoramente feliz, ele parecia estar se divertindo com aquilo.

– Sim mestre. - Seus dois seguidores se curvaram e disseram em uníssono.