Já era meia noite quando Reyna aceitou que não conseguiria mais dormir. Rolava de um lado para o outro na cama. Levanta-se frequentemente. Ligava a Tv. Contava carneirinhos. E nada. Nada era capaz de fazê-la pegar no sono.

E para piorar, o Leo a seu lado dormia pesadamente, roncando e babando no travesseiro. Desgraçado!, ela pesava a cada suspiro alto que o garoto dava a puxar de volta os edredons.

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Ligou a Tv novamente, passando de canais em canais, sem se prender à nada. Continuou passando até encontrar um filme infantil com a faixa etária para menores de cinco anos. Três esquilinhos cantavam músicas natalinas e andavam pelados. Realmente teria uma grande chance de lhe fazer dormir.

Com o tempo, ela percebeu que nem o mais estúpido dos desenhos a faria pegar no sono. E numa tentativa desesperada, decidiu acordar Leo, imaginando que uma discussão com seu ígneo companheiro propiciasse a calma necessária para dormir.

Ela o cutucou no ombro, sussurrando seu nome seguidas vezes até acordá-lo.

- Leo. Leo. – ela murmurava.

- O que foi Reyna? – ele balbuciou sonolento.

- Eu não consigo dormir. Fala comigo até eu pegar no sono? Se não for incomodar, claro.

- Tudo bem, afinal, quem é idiota ao dormir há... – ele olhou no relógio. – uma da manhã? Eu não durmo!

- Bobo!

- Sobre o que quer falar? – ele perguntou coçando os olhos e se espreguiçando.

- Não sei, apenas preciso estar segura de que alguém além de mim está acordado, é como se eu não estivesse sozinha. Eu me sinto fechada, oprimida.

- Muito gentil da sua parte em me acordar, - ele ironizou.

- Você é a pessoa mais próxima. – ela deu de ombros.

- Ok. Está assistindo o quê?

- Nada mais entediante que sua conversa. – ela provocou. – Ao que parece é um filme infantil sobre três esquilos cantantes. Extremamente divertido, não acha? – ela ironizou.

- Gosto desse filme, é engraçado.

Ela rolou os olhos.

- O Theodore é fofo. – ela admitiu.

- Dá vontade de morder! – ele brincou.

- Isso é insano!

- Insano é acordar as pessoas de madrugada por se sentir oprimida por ficar sozinha.

- Eu já pedi desculpas, volte a dormir se quiser, eu não me importo.

- Eu não reclamei. Só... comentei. Fica tranquila, eu só vou dormir depois de você.

- Mas eu se eu virar a noite?

- Eu viro junto. – ele respondeu como se fosse óbvio.

- Por que mesmo está fazendo isso por mim?

- Não sei. – ele respondeu. – Talvez eu esteja com medo de ser acordado outras vezes durante a noite, mas de uma forma não tão carinhosa quanto sussurrar meu nome e me cutucar de leve.

- Idiota. – ela riu.

- Aproveita que essa pode ser a última vez que eu sou legal.

- Você nunca é legal.

- Muito linda você, sabia? – ele ironizou.

Reyna riu.

- A minha camisa é legal. – ela comentou.

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- Minha camisa, melhor dizer. Parece que alguém andou mexendo no meu armário.

- Desculpe. É que eu cansei daqueles pijamas justos. Não aguento mais.

- Tudo bem, só não se surpreenda se me ver usando um daqueles tubinhos pretos que você tem, com botas de cano alto, meia calça e peruca, cantando New York, New York! numa boate gay em Las Vegas.

- Eu nem tenho tubinhos! – ela reclamou.

- Eu estava brincando. E além de tudo, essa camisa fica melhor em você, fica comprida porque você é menor que eu.

- Calúnias! – ela sussurrou rindo baixo.

- Por que não tenta comer alguma coisa? – ele sugeriu.

- Boa ideia, talvez um copo de leite quente ajude.

- Isso é mito.

- Como já deve ter percebido, eu sou uma pessoa um tanto quando agitada...

Reyna riu.

- Prossiga.

- E minha mãe me fazia tomar leite quente antes de dormir. Nunca adiantou nada.

- E o que o Sr. Hiperatividade sugere?

- Não sei, deve ter alguma coisa gostosa no armário.

- Vem comigo?

- Claro!

XXX

- O que vamos comer? – perguntou Reyna.

- Sandey tudo-que-você-encontra-na-cozinha. (N/A: Tirei essa ideia do filme “Um geek encantador”, é bonitinho!)

- E como é isso?

- Uma vasilha beeem grande, - ele falou colocando uma tigela de 40 cm de diâmetro sobre a bancada – coloca sorvete, de todos os sabores que tiver. Eu gosto de chocolate, e você?

- Baunilha.

- Tudo bem.

Leo abriu o freezer e tirou todas os 15 sabores de sorvete que encontrou. Baunilha, morango, chocolate, pêssego, abacaxi, doce de leite, chocolate, pistache, flocos, uva, coco, limão, amendoim, cereja e banana, colocando pelo menos três bolas de cada sabor.

A tigela já estava cheia, quando Leo se lembrou de mais coisas.

- Caldas!! – ele riu, abrindo um dos armários para pegar todos os sabores que encontrava.

Reyna rolou os olhos e soltou uma gargalhada ao vê-lo despejar toda a calda possível na tigela de sorvete.

- Jujubas! – ela lembrou.

- Como posso me esquecer delas?! – ele reclamou. – Quer fazer as honras?

Ela riu e assentiu com a cabeça, abrindo sacos e sacos de jujubas, balas e marshmallows coloridos.

Como uma criança, cantarolava baixinho enquanto as arrumava na vasilha.

- Espera! – ele gritou.

- Que foi criatura?

- Nada.De.Jujubas.Verdes.

- Por quê?

- Eu não gosto. Elas têm cor de meleca.

- Absolutamente. – ela concordou prendendo o riso. – Pode deixar que eu tiro todas.

- Falta mais alguma coisa?

- Chantilly!

Leo abriu a geladeira e tirou um recipiente branco e azul com a tampa redonda. Colocou todo o conteúdo no sorvete, que milagrosamente não derretera nada.

Pegou duas colheres e entregou uma à Reyna.

- Primeiro as damas. – ele fez uma reverência, fazendo-a rir.

Reyna tirou uma colherada do sorvete de baunilha e comeu.

- Aprovado?

Reyna hesitou. Crispou os lábios e olhou novamente para a tigela em sua frente.

- Delicioso. – ela respondeu, enquanto o sujava de chantilly.

XXX

- Vou ter cáries. – ela observou.

- Você é definitivamente chata.

- Eu sei.

- Quem é você e o quê fez com a Reyna?

- Não sabia?

- O quê?

- Eu fico mais amigável de madrugada.

- Excelente. Agora sempre que eu quiser falar com você, eu te acordo depois da meia noite.

- Se quiser levar um olho roxo, por mim tudo bem. – ela deu de ombros.

Ele riu.

- Seus olhos já estão vermelhos. Não quer se deitar?

- É melhor, mas eu não escovei os dentes.

- Será que você não pode ser irresponsável por uma noite?

- Vou tentar, desde que isso não envolva arrotar em público nem tirar meleca.

- Vamos. – ele riu.

XXX

- Agora feche os olhos e relaxe, que o sono vem.

- Eu não consigo, parece que quando eu fecho os olhos, um turbilhão de preocupações me vem na mente.

- Tenta pensar em alguma coisa fixa, sei lá, uma cor, um momento, uma pessoa tipo... eu.

- Aí eu tenho pesadelos. – ela brincou.

- Acéfala.

- Parece que alguém andou lendo o dicionário.

- Boba.

Reyna fechou os olhos. Passados cinco minutos, Reyna notou que nada dava resultados.

- Definitivamente eu não consigo.

- Quando eu era pequeno, também tinha dificuldades para dormir. Mamãe me ensinou uma música pra me ajudar a relaxar, desfocar de tudo, entende? – Reyna assentiu. – Era uma música boba e infantil, mas me ajudava a dormir. Começa assim:

Saiba: todo mundo foi neném
Einstein, Freud e Platão também
Hitler, Bush e Saddam Hussein
Quem tem grana e quem não tem

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Saiba: todo mundo teve infância
Maomé já foi criança
Arquimedes, Buda, Galileu
e também você e eu

Saiba: todo mundo teve medo
Mesmo que seja segredo
Nietzsche e Simone de Beauvoir
Fernandinho Beira-Mar

Saiba: todo mundo vai morrer
Presidente, general ou rei
Anglo-saxão ou muçulmano
Todo e qualquer ser humano

Saiba: todo mundo teve pai
Quem já foi e quem ainda vai
Lao-Tsé, Moisés, Ramsés, Pelé
Gandhi, Mike Tyson, Salomé

Saiba: todo mundo teve mãe
Índios, africanos e alemães
Nero, Che Guevara, Pinochet
e também eu e você

- É bonitinha até. – ela comentou.

- Tenta repeti-la cinquenta vezes. Na 30° vez, você pega no sono.

- Tudo bem.

XXX

- Ainda não consegui.

- Eu percebi, você ficou se mexendo muito. Vem aqui. – ele chamou, estendendo o braço pra que ela se deitasse.

- Vai se aproveitar de mim.

- Não vou não, deixa de ser boba.

- Isso é contra as regras.

- Que regras?

- As minhas. Eu tenho que te odiar.

- Você tem o resto da sua vida pra fazer isso. Faz o seguinte, quando você acordar, a gente volta a brigar, ok?

Ela assentiu e fechou os olhos.

XXX

- Leo?

- Sim?

- Já dormiu?

- O que eu disse?

- Que jujubas verdes têm gosto de meleca?

- Não isso, idiota. Eu só vou dormir depois de você.

- Hum. Leo?

- Fala.

- Posso te chamar sempre que eu estiver com insônia?

- Você tem noção do que acabou de falar?

- Não. – ela riu. – Já devo ter mencionado que eu fico idiota de madrugada.

- Tudo bem. Mas como você me chamaria?

- Mensagem de Íris?

- E como pretende fazer um arco íris sem sol?

- Tem razão.

- Eu poderia ir para o seu chalé e ficar na janela.

- Eu jogaria um balde de água fria em você, se fizesse isso. Me envergonharia.

- Muito lindo da sua parte. Mas supondo que ninguém nos visse, o quê faria?

- Não sei.

- Tudo bem, você me chama e eu fico na sua janela olhando pra você, e quem sabe assim você se sente menos desconfortável por não ser a única acordada.

- Aproveita e faz uma serenata pra mim. – ela ironizou.

- Tem noção do que disse?

- Já falei que não.

Ele riu.

- E que música eu cantaria?

- Não sei, que tal essa: (N/A: June eu estamos in love com esta música, precisei colocar) Siempre tú, en cada beso, eres tú, en la que pienso...

- Para! Credo Leo, que música é esta?

- Música latina. Você deveria conhecer. É sexy e se dança em casal.

- Não faço a mínima ideia de como.

- Qual é? A sensualidade latina corre em suas veias, não em tanta quantidade quanto nas minhas, mas pelo menos alguma coisa deve ter.

Reyna riu sonolenta. Parecia preste a dormir a qualquer hora.

- Um dia eu te ensino, prometo. – ele sussurro ao notar que ela finalmente dormira. – Boa noite mi reyna.

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Gostaram? Ou tá muito clichê?

Aproveitem, porque já já eles voltam ao normal. Muahahahaha

Já me vou.

XOXO

P.S: Curtam a página da minha amiga-pseudo-desenhista-de-leyna-e-também-ficwriter.

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Agradeço!