Os Marotos
A Lua
O sol se punha no horizonte, deixando no céu uma risca laranja e roxa. Os alunos seguiam, em sua maioria, para o Salão Principal. Era hora do jantar. Pirraça, como sempre, jogava giz nos que passavam pelo corredor. Tudo estava normal em Hogwarts. A escola parecia alheia a tudo o que acontecera na sala do diretor, apenas algumas horas antes. Na opinião de um quarteto, era melhor assim.
– Pensei que sua mãe fosse matar o Tiago. – Remo ia dizendo, enquanto desviava do giz que Pirraça jogava.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Também pensei – Potter concordou, e continuou – ela é maluca.
– E ela iria matá-lo, não fosse o Dumbledore. – Sirius estava convencido, sua mãe nunca fora nenhuma santinha, principalmente quando se tratava da honra dos Black.
– Ainda bem que continuou no colégio Sirius, ou iria perder todos os banquetes. – Pedro mal acabara de sentar e já agarrara uma coxa de frango.
– Será que só pensa em comer Pettigrew? – caçoaram, juntos, Tiago e Sirius.
– Qual o problema em comer? Vocês deveriam fazê-lo, estão muito magros. – uma menina ruiva e baixinha passou a encará-los.
– E que é você, posso saber?
– Sou uma Abbott, e você deve ser Sirius Black certo?
– A-ham.
– Foi você quem nos escreveu uma carta não foi? Mamãe e papai tiveram medo de respondê-la pô-lo em encrenca... – um menino ruivo, que aparentemente estava no último ano, entrou na conversa e foi falando, sem esperar uma resposta da parte de Sirius.
– Que carta? – Tiago, curioso, quis saber.
– Ele nos mandou uma carta, perguntando o motivo de nossos nomes terem sido apagados da árvore genealógica da família. Ah, a propósito, sou Arthur Weasley.
– E por qual motivo isso aconteceu? – Remo, a esta altura, já estava prestando atenção ao diálogo dos colegas e amigos.
– Porque somos considerados traidores do sangue, é claro.
– E o que é isso?
– Saberia o que este termo significa se lesse um pouco Potter.
Tiago virou-se deu de cara com a garota que lhe batera no trem. Lílian Evans.
– E o que o termo significa, hein sabe-tudo?
– Traidores do sangue são bruxos sangue-puro que defendem os trouxas e os trouxas congênitos – disse Lílian – Quer dizer bruxo nascido trouxa.
– Sei o que é trouxa congênito – Tiago respondeu-lhe irritado, fechando a cara.
– Claro que sabe – revirou seus grandes olhos verdes.
– E por que os Black fariam isso? – Remo indagou, tentando evitar uma briga ao atrair a atenção do grupo para si e para Arthur Weasley.
– Existe algo com o que minha mãe se importa mais que a honra da família? – uma nova pergunta, feita com tom de resposta pela voz entediada do jovem Black.
– Que horrível! – a menina exclamou, as mãos tampando a boca, sem acreditar no que ouvira. – Como pode existir gente assim no mundo?
– Existem pessoas piores – Remo murmurou cansado, lembrando-se de todo o preconceito que sofrera por ser lobisomem.
As primeiras semanas de aula passaram-se sem nenhum acontecimento fora do normal. Lílian e Tiago passavam grande parte do tempo brigando e se provocando. Severo Snape era alvo de zoações por parte de Sirius e seus amigos. Pirraça continuava caçoando dos alunos. Argo Filch corria incessantemente atrás de malfeitores. Tudo absolutamente normal, ou tão normal como uma escola para bruxos pode ser. Até a lua cheia. Uma época que deixava um menino cansado realmente preocupado. Ele desejava que essa data jamais chegasse. Infelizmente, a vida não era pura maravilha sempre, e a fase cheia da lua chegou mais rápido que ele imaginara.
– Senhor Lupin, o Professor Dumbledore deseja vê-lo – disse a Professora McGonagall ao ver os quatro meninos entrando em sua sala.
– O que o diretor quer Professora?
– Saberá quando chegar lá. Vá logo. Ele não gosta de atrasos. E, ah, Sr. Lupin, jujubas, lembre-se...
Remo saiu da sala, indo em direção ao escritório de Dumbledore, deixando Tiago, Sirius e Pedro intrigados.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– O que será que o diretor queria com Lupin? O que significara a última frase da McGonagall?
– Não sei Pedro, não sei. Iremos descobrir quando ele voltar. – suspirou Sirius. Estava cansado demais para se aventurar em uma missão visando descobrir o motivo pelo qual Dumbledore chamara um de seus melhores amigos.
Os meninos voltaram sua atenção para a aula de Transfigurações. Minerva passou a difícil lição de transfigurar seres vivos em objetos inanimados. Começariam com uma formiga, algo simples, mas não menos difícil.
Remo seguia o caminho da sala do direto, sozinho. McGonagall deixara uma pista muito clara sobre qual era a senha, porém, nada óbvia. Tinha certeza de que seus amigos ainda não haviam decifrado-a. Seus amigos. Pensou na aula que estava perdendo. Mesmo aos onzes anos, gostava de estudar. Estudar e ler eram atos que o acalmavam e faziam-no esquecer de sua... Anormalidade. E, pensando nelas, preocupou-se. Era lua cheia. O que aconteceria? Gostava do perigo. Aprendera a ter atração por ele nessas poucas semanas que passara ao lado de Sirius e Tiago, porém não lhe agradava a ideia de pôr outras pessoas em perigo. Isso seria irresponsabilidade de sua parte, e ele não se admitiria irresponsável.
– Jujubas– sussurrou perante a gárgula que guardava a escada.
Subiu-as, o coração na mão. Somente agora que estava a passos da porta do escritório do Professor Dumbledore, pensara no por quê do diretor tê-lo chamado. O único motivo que lhe ocorria era que seria expulso. Que diretor permitiria que uma aberração como ele continuasse em sua escola? Preparava-se para o grande golpe, quando bateu à porta.
– Entre – uma voz calma respondeu
– Me chamou diretor? – Remo estava apreensivo, as mãos cruzadas e suadas nas costas, o coração batendo cada vez mais rápido.
– Chamei Remo. Precisamos discutir sua condição e como permanecerá no colégio durante a lua cheia.
– Então é melhor eu ir arrumando minhas coisas, não é?
Fechou os olhos esperando o ‘sim’. Porém ouviu apenas o silêncio. Era angustiante. Os olhos azuis do diretor o fitavam; pareciam ler sua mente. Virou-se em direção a porta. Já sabia o que faria em seguida. Fora avisado por seu pai de que isso aconteceria.
– Aonde pensa que vai Sr. Lupin?
– Arrumar minhas coisas senhor.
– E quem disse que será expulso? – Dumbledore levantou uma sobrancelha, parecia estar se divertindo.
– Mas sou um lobisomem! Sou um perigo! – o menino não compreendia o que estava acontecendo.
– É um perigo apenas se acreditar ser um perigo Remo.
– Mas... Onde ficarei quando me transformar?
– Na Floresta Proibida. – as palavras saíram da boca do homem como se fosse algo óbvio.
– Mas os alunos são proibidos... - a frase morreu em sua boca, a felicidade frente à incredulidade.
– Exatamente. Todavia, não há motivo para temer criança. O nosso guarda-caça, Hagrid, ficará de olho em você todo o tempo.
– Mas eu posso machucá-lo...
– Isso não acontecerá.
– Mas...
– Creio criança, que está perdendo uma aula importante de transfiguração. Não quero prejudicar seus estudos. – indiretamente o diretor expulsou-o de seu escritório.
Apesar da confusão, Remo estava feliz. Desceu as escadas e refez o caminho em direção à sala de aula mais leve, com um enorme sorriso no rosto. Apesar de tudo, talvez as coisas ficassem bem.
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