One More Time In Nárnia
Capítulo 6
Plam! Plam!
Caspian suspirou. Há quanto tempo ele tentava livrar-se daquelas masmorras? Plam novamente. Suspirou. Um barulho foi ouvido, ooh...era somente Edmundo acordando.
–-Tudo bem?- perguntou Caspian.
Edmundo endireitou-se, gemendo.
–-Argh...tudo.
Plam! Plam! Edmundo engoliu em seco. Pensava em Lúcia, Eustáquio e Cristine.
–-Acha que eles estão bem?
–-Quem?- perguntou Caspian.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!–-Lúcia, Eustáquio e..Cristine.
–-Também estou preocupado e muito mais com Cristine. Aquele homem é nojento, e foi levada provavelmente para a casa dele.
–-E Lúcia e Eustáquio?
–-Devem estar no mercado de escravos.
Plam! Plam!
–-É inútil! Vocês nunca vão sair.
A voz vinha de um canto escuro da masmorra, a luz não aparecia ali. Caspian e Edmundo ficaram parados.
–-Quem está aí?- perguntou Caspian após o silêncio.
–-Ninguém...só uma voz na minha cabeça.
Caspian chegou perto do lugar da voz, Edmundo chegava a tremer, mas manteve-se firme. Quando Caspian aproximou-se, um senhor de muita idade apareceu na luz. Tinha a barba muito comprida, os cabelos mais longos ainda, cabelos brancos, nada mais de cor ali. Estava há anos sem fazê-las e tinha a pele mal cuidada, enrugada e seca e as roupas velhas e sujas. Caspian assustou-se.
–-*Lorde Mer?
Passou um leve susto no rosto do homem, ele cruzou as mãos e comentou lamentavelmente.
–-É..eu...ahm...eu já fui um lorde. Mas eu não mereço mais esse título.
E olhou para o chão como se tivesse vergonha. Caspian olhou para Edmundo.
–-Ele é um dos sete?
Caspian assentiu e chegou perto do Lorde, que se afastou um pouco com receio, mas não conteve e comentou.
–-Seu rosto...me faz lembrar um rei que amei muito.
–-Esse rei era meu pai.- disse Caspian orgulhoso.
–-Ooh...milorde...me perdoe, por favor.
E tentou em vão fazer uma reverência, que consistiu em quase cair ao chão, se não fosse por Caspian tê-lo segurado.
–-Não, por favor.
E o ajudou a levantar. Ouviram gritos. Edmundo subiu pela parede e segurou-se nas barras de uma pequena abertura na parede, que servia como uma janela e observou. Uma carroça que tinha pessoas andava pela cidade, um homem de talvez trinta anos corria atrás dela e gritava o nome de uma mulher.
–-Elaine! Elaine!
O homem pegou na mão da mulher que estava algemada, mais atrás uma menininha corria e gritava.
–-Mamãe! Mamãe!
Um outro homem, que corria atrás da carroça, tentou deter o suposto marido de Elaine, este o empurrou e outro homem o socou para longe. Ele caiu e ficou para trás, a menininha chegou logo depois.
–-Não se preocupe! Eu vou encontrar você!
Caspian subiu depois. Levaram todas as pessoas para um bote.
–-Pra onde estão levando eles?
–-Vai olhando- disse o Lorde.
E continuou a olhar. O bote navegou rapidamente, como se as águas ajudassem de propósito, o céu ficou escuro, nuvens surgiram e formaram uma grande sombra na água. Dessa sombra, saiu uma nuvem da água verde, que foi direto para o bote, enrolando, escondendo todos ali. E depois...nada. Não havia mais nada ali. Nem o próprio bote estava ali. Tudo sumiu. E o nevoeiro foi embora.
–-O que aconteceu?
–-É um sacrifício.
–-Mas...pra onde eles foram?
–-Ninguém sabe.
Caspian desceu.
–-O nevoeiro foi visto primeiro no Oriente.- Edmundo começou a descer- Noticias de pescadores e marinheiros, desaparecendo no mar. Nos fidalgos, fizemos um pacto. De achar a fonte do nevoeiro e destrui-la. Todos nós partimos, mas nenhum voltou- Caspian e Edmundo se entreolharam- Se não venderem você pros mercadores de escravos, é capaz de parar no nevoeiro.
Edmundo se intrometeu.
–-Temos que achar a Lúcia e Cristine. Antes que seja tarde.
^.^
Em outro lugar, debaixo do sol, rodeados agora de outros homens feios, nojentos e esquisitos, Lúcia estava sobre uma bancada, algemada e com a cabeça baixa, esperando algum valor maior.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!–-Eu dou sessenta!-gritou um.
–-Eu dou oitenta.- gritou outro.
–-Eu dou cem pela mocinha.- gritou um por fim.
–-Eu dou cento e vinte!
–-Eu dou cento e cinquenta.
Atrás de Lúcia, o chefe de todos, estava sentado sobre um trono e ao seu lado, estava Cristine. Mantinha a cabeça erguida, o olhar duro, usava um vestido comprido, mangas compridas e com as bocas abertas. De uma cor neutra, um tom areia, tinha os cabelos soltos ainda e não se via mais o sangue, mas bem ali no cantinho, havia um roxo no rosto, uma cicatriz iria se formar. Enquanto isso, a negociação continuava.
–-Mais algum lance?
Pessoas escondidas atrás das portas, dos muros observavam. Lúcia sentiu um colar pesado sobre seu pescoço, com uma placa dizendo “vendido”.
–-Vendida- e o homem pegou Lúcia pelos braços e a colocou no chão, enquanto o outro homem pagava pela nova escrava.
Enquanto isso, na masmorra, Edmundo e Caspian eram empurrados para fora. E a negociação continuava, e nesse momento, Eustáquio foi posto na bancada.
–-Agora, por este..belo espécime. Quem vai abrir o leilão?
Ainda havia pessoas olhando. Eustáquio estava pasmo. Ninguém dos compradores disse algo.
–-Entusiasmo. Ele é magricelo, mas é...bem forte.- e apertou o braço de Eustáquio para comprovar.
Enquanto isso, Cristine estava dura, séria, mas por dentro estava destruída e nervosa. O chefe tocou na mão dela, estava algemada.
–-Está bem, querida?
Cristine tirou a mão de perto e disse entre dentes.
–-Não toque em mim.
Ele riu. Alguém gritou.
–-Ele é forte mesmo e fedido como o traseiro de um minotauro.
Todos riram, exceto Eustáquio, ora essa, ele se sentiu insultado e não teve vergonha de falar.
–-Mas isso é uma mentira absurda! Eu ganhei o prêmio de higiene escolar dois anos seguidos.
Todos riram.
–-Alguém, faça um lance!
–-Eu alivio você dessa carga- disse um homem encapuzado.
Caspian e Edmundo estavam saindo das masmorras nesse momento, Caspian ouviu a voz. E a reconheceu. Sabia de quem era. Espiou lá de cima, de onde estava.
–-Eu alivio você de toda essa carga!
O homem tirou o capuz e revelou Drinian com Ripchip em seu ombro, nesse momento, outros tantos que estavam encapuzados tiraram seus capuzes, prontos para lutar.
–-Por Nárnia!
–-Nárnia!
*Todos gritaram em uníssono. E a luta começou. Homens jogaram seus capuzes por cima de alguns para distrai-los, Eustáquio não sabia o que fazer e desceu da bancada. O homem que estava com Caspian e Edmundo na frente, distraiu-se com o barulho.
Caspian socou o homem que estava atrás e empurrou pela beirada o da frente, Cristine empurrou o trono e o chefe caiu junto, ela pegou a chave e livrou-se, pegou a espada e defendeu-se de um homem, Ripchip pulou no mercador que gritava pelos lances, os aldeões ainda olhavam, sem nenhuma reação. Edmundo defendia –se da espada colocando-a entre as algemas, para assim também livrar-se delas, Drinian socou o mercador, Ripchip soltou Lúcia.
–-Obrigada Rip, sabia que ia aparecer.
–-Majestade, iáá!- e bateu na mão de um que tentava roubar o dinheiro.
Ripchip pulou em outro homem que ia atacar Lúcia, esta pegou um caderno grosso e bateu contra a cara do homem que ficou tonto, Cristine enfiou a espada na barriga de um, após este, cortou a barra da saia até os joelhos e voltou a lutar. Edmundo enroscou o homem das chaves com as algemas no pescoço.
–-Pega as chaves!- gritou para o Lorde.
Este pegou, Caspian jogou um homem ao chão, havia dois minotauros que lutavam fácil contra os outros homens, jogando-os para longe.
–-As chaves!- gritou Caspian.
Um homem foi jogado ao longe, parando a metros de Eustáquio que ficou paralisado, faunos também estavam na guerra, Eustáquio pegou as chaves, livrou-se e correu para longe. Os aldeões agora desciam para ajudar, pegaram vasos e tacaram nos homens, mulheres davam tapas neles e os outros homens batiam com espadas ou qualquer outro objeto por perto.
Caspian pendurou-se por uma corda e empurrou um homem pela janela. Cristine já lutava com o sexto homem, quando cortou sua garganta, foi empurrada para frente, quando virou-se o homem caiu ao seu lado. Viu Drinian com a espada em punho. Cristine levantou-se sozinha.
–-Obrigada capitão.
Drinian assentiu e voltou para a luta, Cristine fez o mesmo. Eustáquio estava agora indo em direção aos botes, entrou e sentou-se em um. Nada fez. Murmurou.
–-Você é um barco numa terra mágica, não podia remar sozinho?
O chefe estava ali. Sorriu malvadamente. Tirou um punhal da cintura e começou a andar silenciosamente, iria atacar Eustáquio pelas costas, enquanto isso, este tentava mexer com os remos, fazendo tudo errado por sinal. Eustáquio se desequilibrou e bateu com o remo na cara do homem que caiu na água.
–-Ai não, será que era o cônsul britânico?
Perguntou-se Eustáquio. Dentro da cidade , a luta foi ganha, aplausos, gritos e agradecimentos do povo. Caspian, Edmundo, Lúcia andavam à frente e Drinian um pouco atrás.
–-Majestade! Majestade!
Gritou o homem que minutos antes, lutava pela liberdade de sua esposa. Drinian o deteu, segurando o pelos braços.
–-Calma.
–-Majestade- implorou o homem- minha mulher foi levada esta manhã.
–-Está tudo bem Drinian.
–-Papai- chegou a menininha.
–-Eu imploro que me leve, por favor.-disse o homem, aproximando-se de Caspian.
–-Gael!- gritou uma mulher atrás para a menininha.
–-Eu quero ir- implorou a menininha.
–-Não, Gael, fique com sua tia. Sou um bom marinheiro, passei minha vida inteira no mar.
–-É claro, venha.
E Caspian se distanciou, seguido pelos outros.
–-Obrigado.
–-Mas papai...
–-Eu já deixei de voltar pra você?
Gael negou com a cabeça e lágrimas nos olhos. Seu pai a abraçou.
–-Seja boazinha.
E ele se foi. Lúcia assistiu a tudo e sentiu uma mão em seu ombro. Era Cristine. Ela possuía a cicatriz da boca e da testa roxas, mas nada muito grande, sua espada na mão estava imunda pelo sangue, mas tinha um sorriso agradável no rosto. Confortou Lúcia. E elas seguiram o fluxo dos outros para os botes, atrás de mais algo que só Aslam poderia saber o que era.
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