- Pisa. Você está pisando, né?
- Lógico. Não vou dar trela... - Olhou para baixo.
- O que foi? - A olhei preocupada.
- Porém, ainda tem um problema...

- Qual? - Fiquei assustada. - Você não...
- Sim - Me olhou extremamente séria e eu coloquei a mão na boca.
- Não creio. - Eu estava assustada. Muito assustada.
- Pois é - Suspirou. - Eu guardo mágoas, rancor, mas acima de tudo, ainda não o superei.
- E como você consegue o negar, mesmo sentindo a mesma coisa de antes por ele?
- Sei lá. Aprendi que se eu for idiota de cair na dele, vou sofrer tudo de novo, viver o mesmo filme nada romântico novamente. Então aprendi a ignorá-lo.
- Nossa - Murmurei pouco menos assustada. – Estranhamente... Estranho. – Nós rimos.

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(...)
Tudo acontecendo normalmente, transcorrendo do mesmo modo que acontece, tirando o fato do Montez ainda estar olhando indiscretamente para Luiza e que eu ‘estava’ com Louis, estávamos normalmente numa boa no quarto, depois da escola e uma coisa que eu não esperava acontecer nem queria que acontecesse, aconteceu.
- Está esperando alguém? – Eu perguntei à Luiza, assim que a campainha tocou.
- Não...
- Vou lá atender - A interrompi, saindo praticamente correndo do quarto.
Quando abri a porta, levei um susto. Mas, que moleque cara de pau, ainda tem a coragem de vir a minha casa, depois de ter falado um monte de baboseiras para a minha irmã e de ter feito tudo o que fez comigo.
- O que você está fazendo aqui? - Perguntei, ainda bem incrédula.
- Sam, eu vim te dizer...
- É Samantha pra você - O interrompi, já recuperada do susto.
- Você pode me ouvir? - Suspirou.
- Seja breve - Me apoiei na porta, já impaciente.
- Você sabia que aquele dia eu não estava sóbrio, eu não queria fazer aquilo com você, você sabe que eu te amo...
- Quanta hipocrisia, Leonardo. Quanta cara de pau a sua de vir até aqui para me falar essas besteiras. Quem bebe demais, faz o que quer, inclusive o que não tem coragem quando está sóbrio. Perdeu seu tempo, amigo - Ia bater a porta em sua cara, já totalmente sem paciência, quando ele colocou a mão, me impedindo de fechá-la, então abrindo-a novamente.
- Para com isso, Sam. Por favor, eu...
- Cala a boca, Leonardo! - Aumentei meu tom de voz, o interrompendo. - Sai daqui, vai embora! - Eu ia falar mais coisas, quando ele me interrompeu, me beijando. E foi quando eu ouvi a voz do Josh.
- QUE PORRA É ESSA NA MINHA CASA? - Estava com a voz alterada.
Eu me separei de Leonardo e lhe dei um tapa na cara, o empurrando pra fora e fechando a porta. Me virei para trás e Josh estava encostado na parede, com os braços cruzados e me encarando, com as bochechas rosadas.
- Josh, isso não é o que você está pensando, eu juro... - Fui me aproximando e ele dando passos para trás.
- Jurar, uma palavra tão fácil para ser usada, não é? Pena que as pessoas talvez não saibam seu real significado - Então ele se virou totalmente, me dando as costas e foi para o seu quarto.
- O que aconteceu? - Luiza apareceu na sala, totalmente confusa.
- Tudo que não devia Luiza, tudo que não devia - Lambi os lábios e fechei os olhos, me segurando para não chorar.
A ouvi sussurrar algo, mas não pude compreender o que.
- O que disse? - Perguntei confusa.
- Nada, vem cá - Passou o braço pelo meu ombro, me puxando para o quarto. - Me conta - Não, eu não podia contar nada, ela ia descobrir sobre eu e o Josh... Mas, hora ou outra ela ia ficar sabendo. Então resolvi contar.
- Você viu quem estava aqui, não viu? - Suspirei. Ela apenas assentiu com a cabeça. - Então... - Suspirei novamente. - Ele me beijou. E o Josh viu - Ela apenas tapou a boca com as mãos, piscou duas vezes fortemente e tentou disfarçar.
- Mas o que tem? - Se fez de desentendida.
- Eu já sei, não se faz de besta - Revirei os olhos.
- Como? - Ficou surpresa.
- Ele me falou... - Olhei em volta, tentando ver se ela percebia que ele fez algo 'a mais'.
- E?
- E... - Gesticulei com as mãos, indicando para ela continuar.
- Ele te beijou? - Colocou a mão na boca novamente, arregalando os olhos. Eu apenas assenti com a cabeça e não pude deixar de sorrir, seguido de uma lágrima caindo dos meus olhos. MALDITA, EU NÃO DEIXEI VOCÊ SAIR.
- Não fica assim... - Ela me abraçou forte, fazendo com que eu deixasse cair mais algumas lágrimas dos olhos.
Por que eu estava chorando? Me coloquei no lugar dele. Imagina se fosse eu que tivesse o visto beijando outra garota, imagina como eu ia me sentir? Horrível, péssima. Mesmo que não fosse culpa dele, mesmo se eu interpretasse tudo errado, como eu sempre faço... Deus me livre. Quando parei de 'chorar', me lembrei de Dylan, então eu imediatamente abri um sorriso.
- Por que está sorrindo assim?
- Me lembrei do Dylan - Falei isso e ouvi meu celular tocar.
Me levantei para pegá-lo na sala e adivinha quem era? O Dylan. Por acaso ele lê pensamentos à distância?
- Oi meu amor! - Atendi toda animada.
- Oi minha linda! Como você está?
- Ah, agora estou bem melhor... Literalmente. Mas, e você?
- Estou bem. O que aconteceu? - Pareceu preocupado.
- Nada demais, quando você chegar eu te conto. Além do mais, quando você vem?
- Chego amanhã! Você vai me buscar no aeroporto, né?
- Claro! Que horas?
- Por volta das 13h00, dá?
- Sim! Então, te espero lá.
- Tudo bem! Não vejo a hora.
- Também não! Tenho muita coisa para te contar.
- Também tenho algumas coisas pra contar...
- Não me deixa curiosa, poxa.
- Ok parei. Tenho que desligar aqui, se cuida, viu? Até amanhã.
- Até amanhã! Te amo.
- Também te amo, meu amor. Beijo.
- Beijo - E eu desliguei.
Estava praticamente pulando de alegria, Deus me ajuda! Não vejo a hora de ele chegar aqui, para eu pode desabafar; ele me contar as coisas que tem acontecido por lá, e...
- Quem era? - Luiza entra na sala, interrompendo meus pensamentos.
- Dylan! - Exclamei.
- E o que ele falou?
- Que chega amanhã - Bati palmas, toda animada.
- Calma menina, assim você vai ter um treco. - Riu e eu a acompanhei.
- Eu estou morrendo de saudades dele, você não tem noção!
- Ok, ok - Riu.
Ficamos por mais um bom tempo no computador, rindo e conversando, até que finalmente chegou a hora de tomar um banho e dormir. Eu fui primeiro e, assim que saí, me enrolei na toalha, vesti meu roupão e fui passar meus cremes. Foi quando me lembrei de Josh. Ele não saiu do quarto o dia e a noite toda, nem sequer para ir à cozinha. Estava começando a ficar realmente preocupada. Vesti meu pijama, prendi meu cabelo em um rabo de cavalo alto, frouxo e saí do banheiro. Fui até sua porta, respirei fundo e bati, mas fiquei sem resposta. Então, resolvi insistir, se ele não me respondesse, iria abrir a porta por conta própria. Na terceira vez, ele resolveu ceder.
- Entra - Murmurou baixinho. Entrei em seu quarto e ele estava debaixo da coberta, com a luz apagada.
Então, acendi um pouco da luz [regulador de luz, sabe?] e me sentei a onde parecia estar localizada sua cabeça.
- Josh, me escuta - Praticamente implorei, balbuciando. E ele nem me respondeu. - Josh. - Falei um pouco mais alto.
- Fala - Murmurou novamente.
- Você não viu o que aconteceu exatamente, eu não queria, ele quem me beijou, eu juro, eu não faria isso com você... - Suspirei e ele não falou nada, apenas tirou a coberta da cabeça, mas não me olhou. Seu rosto estava totalmente rosado, seu olho bem esverdeado e me partiu o coração, sério mesmo. - Eu não fiz nada de errado, não com intenção, mas espero que me perdoe - Olhei para o chão e ele se ajeitou na cama, se sentando.
- Mesmo? - Sussurrou com certa dificuldade.
- É lógico - Eu sorri. Eu estava próxima demais dele, mas isso não me incomodava de forma alguma.
Eu me sentei virada para ele e não pude deixar de notar um sorriso fraco esboçado em seu rosto, mas sua cabeça estava baixa. E foi depois de alguns segundos de silêncio que ele me olhou, sorriu maior e se aproximou devagar, parando com o rosto bem próximo do meu, com a mão sobre minha bochecha.
- Eu simplesmente não consigo ficar bravo com você - Sussurrou, fazendo meu sorriso se alastrar.

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