Irmãos, Apenas Irmãos...

Capítulo 24 - Então, pra quê resistir?


À ménida que pronunciava cada palavra, muito devagar e com uma certa melodia na voz, Bernardo se foi chegando para mim, nossos rostos ficaram frente a frente e nossas respirações se cruzaram. Falou as ultimas palavras muito devagar e com um jeitinho muito sedutor e galante, arrancando um belo sorriso rasgado de minha pessoa. Fez uma pausa naquilo que falou e contornou meus lábios com o dedo.

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_... Viu…, Você acha mesmo que eu consigo olhar para outra menina, quando você me dá um sorriso como esse? Como eu posso querer outra quando eu tenho tudo o que eu desejo numa só! Você acha mesmo que eu consigo resistir a um sorriso assim?

Agarrei os dois fios da sua camisola de moletom que pendiam em seu peito e foi a minha vez de abrir a boca.

_Então, pra quê resistir? – num movimento imediato o puxei para mim e o beijei.

A gente não tinha muito tempo por isso…

_Eu por mim ficava aqui beijando você para sempre, mais a gente tem aula e eu começo logo com prova. – Bernardo falou ainda com sua boca colada na minha e fazendo um grande esforço para não se entregar por completo naquele beijo.

O larguei e passei minhas mãos para seu rosto:

_Fazer o quê, né? - Peguei minha mochila e ele fez o mesmo. Saiu do carro e eu saí também. Fomos andando até ao portão preto daquele grande edifício e nos separamos lá, seguindo cada um para a sua sala.

Cheguei na sala e o professor já tinha chegado. Bati na porta e entrei.

_Desculpe o atraso. É que ouve uns problemas lá em casa e, você sabe! – falei atrapalhada.

_Deixe para lá. Não volte a se atrasar e agora vá mais é se sentar para não perdermos mais tempo da nossa rica aula.

Olhei em volta e achei Marta sentada numa carteira bem lá no fundo, o lugar ao seu lado estava vazio por isso corri até lá para o ocupar.

_Bom dia! – falei sorridente para Marta.

_Bom dia! Estava a ver que não chegava! Fiquei um tempão lá fora te esperando, como nunca mais aparecia decidi entrar.

_Fez bem. Houve um estresse lá em casa e eu me atrasei.

_Ah, você chama estresse a isso? E por acaso esse estresse é moreno, é um ano mais velho que você, vive na sua casa e por acaso é o garoto por quem você sente algo?

_Onde está querendo chegar? – Preguntei irónica.

_Ao professor você consegue enganar mais a mim não, garota. Pensa que eu não sei que a razão de seu atraso foi Bernardo. – Ela falou muito convincente.

_ E as coisas com o Miguel como vão? Bernardo me disse que vocês estiveram falando! – tentei desviar assunto.

_Como ele soube disso? – ela perguntou assustada e impressionada.

_Ele e o Miguel são melhores amigos, se esqueceu? – falei que meia sínica e esperando a sua resposta. - Vocês brigaram de novo?

_Foi ele que veio ter comigo. – ela disse triste e eu não achei o porquê.

_Mais isso é bom não é?

_Ele me propôs para que gente fosse dar uma volta de novo, mais agora sem garotas se metendo no meio e perguntando pelo barco. Apenas eu e ele. – fiquei impressionada. Como ela poderia estar triste quando ele lhe faz um convite desses?

_Ele te disse isso? – ela assentiu com a cabeça sem abrir a boca. – E você sabe o que isso quer dizer, certo? – ela voltou a assentir. – E então você me fala como se a conversa tivesse sido muito má. Se ele te falou isso é porque gosta de você!

_Ele até pode gostar de mim e…

_Sim, agora é que você disse tudo. Ele pode estar gostando de você e você já estava pensando que não.

_Mesmo assim, isso não é razão para ele me ignorar.

_Oh, essa foi a maneira que ele encontrou para lidar com a situação da garota, e ainda para mais ele tentou se justificar, você é que não deixou e o tratou mal. – Marta ficou sem resposta.

_Ele até pode querer se redimir comigo, mas…

_Mas nada Martinha. Você gosta dele e ele gosta de você. E segundo aquilo que o Bernardo me disse ele quer conhecer você melhor. E quem sabe, você e ele até podem vir a ser um só e dar por fim um nó.

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_Agora o que pondo meu cérebro num verdadeiro nó, é aquela equação que o professor passou, você já sabe qual é a solução? - Ela desviou a assunto e eu não teimei mais.

Olhei para o quadro e vi a equação que ele tinha passado. Marta tinha muita razão eram muitos números seguidos para uma só cabeça!!

Tocou alguns minutos depois de termos corrigido o problema e eu e Marta fomos até ao bar. Estava com fome, ainda não tinha comido nada desde que acordei e minha barriga já estava dando sinais de fraqueza. Marta sentou numa mesa qualquer e ficou brincando com as braceletes que transportava no braço enquanto eu me dirigia no balcão.

Comprei um suco de fruta e uma torrada. Voltei para junto de Marta e puxei uma cadeira para me sentar.

Vi Bernardo e Miguel entrarem pela porta e trocarem uns olhares comigo, dando sinal para eu não contar para Marta da sua entrada. Miguel veio de mansinho ter com Marta:

_Acha que a volta que lhe estou devendo pode ser agora? – Ele falou no seu ouvido e ela deu um belo pula na cadeira de susto.

Eu e Bernardo rimos que nem uns perdidos. Eles eram muito tolos. Marta se levantou e acompanhou Miguel. Eu e Bernardo ficamos os vendo desaparecer pela porta. Ele se sentou no lugar que antes era ocupado por Marta.

_Aquele hoje, já ganhou o dia! – ele se referiu ao Miguel.

_E ou muito me engano, ela também. – Bernardo riu, me roubando uma gargalhada também, e arrancou um pedaço de minha torrada o ingerindo.

Protestei mais ele nem ligou, e ainda tirou mais.

_Hei, esse é meu café da manhã! Dá para ao menos ter consideração e parar de roubar pedaços de minha tosta?

_E se eu não para, você vai fazer o quê? Vai me beijar, como faz sempre?

_Não acho que vou mesmo te tapear. – falei irritada.

_Você não imagina o quão sexy ficou dizendo isso, hein!

_Bernardo Soares, você acha mesmo que eu estou brincando?

_E não está?

_Fique sabendo que se a gente não tivesse aqui eu já…

_Olá Bernardo, que é feito de você? À quanto tempo é que eu não vou na sua casa? – não consegui terminar porque uma piriguete se meteu na frente de Bernardo.

_Rosana? – Bernardo falou surpreendido e me olhando de… Pera aí!! Rosana? Esse nome me era familiar. Rosana foi a garota que esteve lá em casa nos primeiros dias e que Bernardo tinha defendido.

Peguei minhas coisas e me levantei.

_Já vai Leonor? – A loira voltou a falar. Como ela sabia meu nome? Que me lembrasse eu nunca lhe tinha dito!!

_Sim, acho que estou aqui a mais. – tentei dizer sem dar a perceber minha raiva interior. – Acho que o Bernardo lhe deve umas explicações, né? – lancei um olhar mortífero para Bernardo, tava capaz de o matar. – Eu vou indo então!

_Mas Leonor… - Bernardo tentou falar. Não o deixei terminar e me pronunciei fria e rude.

_Logo a gente acaba nossa conversa. Eu não quero que deixe a sua amiguinha á espera...