Cotidiano

Novo País, Novos Amigos


Mônica entrou em sua casa, enfurecida. Subiu até o seu quarto e se jogou na cama, chorando. Depois de um tempo, ouviu batidas na porta.

- Quem é? – a garota perguntou, secando as lágrimas dos olhos.

- Sou eu, filha.

- Entra, mãe.

- Tá tudo bem? – perguntou Dona Luisa, entrando no quarto da filha.

- Eu só terminei com o Cebola. – disse ela, fingindo. – É claro que está tudo bem.

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E jogou os braços no pescoço da sua mãe, recomeçando a chorar.

- Filha, eu sei que essa não é uma boa hora, mas eu e o seu pai estávamos pensando: você precisa mudar de ares. E hoje, mais do que nunca, isso ficou provado. Então, resolvemos realizar o seu maior sonho e te dar um presente.

Mônica parecia surpresa e não tão triste. Já não chorava.

- Presente? Meu maior sonho? Adooooooro! E quando vamos para Dubai?

- Dubai? Pra quê? – Dona Luisa parecia confusa.

– Para eu me casar com o meu milionário magnata do petróleo, ué! Você e o meu pai já combinaram com o meu futuro marido? Temos que...

– Mônica! Não bóia! – Dona Luisa cortou a empolgação da finha. – Nós vamos mandar você para os EUA, para morar com a sua tia

Mônica deu pulos de alegria. Iria realizar o seu sonho.

No dia seguinte, já pronta para ir, ligou para Magali, se despedindo.

– Mô. Tem certeza mesmo? – perguntou Magali.

– Tenho. Melhor me distanciar um pouco do pessoal. – disse Mônica.

– Bom... Se você pensa assim... Mas não deixe de mandar mensagens.

– Pode deixar, amiga. Tchau. – Mônica desligou o telefone.

Mônica não queria contato com o resto da turma. Não era por desprezo. É que ela iria para longe e sentiria saudades da turma se houvesse despedidas emotivas. E não queria ver um certo vegetal, para não mexer com suas emoções.

Quando estava embarcando, recebeu uma mensagem no seu celular: “Mô! Mô! Não vá. Não acredite no que viu. Beijos do Cebola.” Derramando uma lágrima, ela desligou o celular. “Que safado!”, pensou Mônica.


Quando chegou à Califórnia, sua tia, Dona Melody a recebeu muito bem. Junto com as suas primas, Amber e Claire, deram uma festa de boas-vindas para Mônica. Ela pensou: “Não é o meu milionário, mas é demais!”. Até se esqueceu por um momento o seu “passado” no Bairro do Limoeiro.

A tia dela já havia feito a sua matricula na Skrof High School (qualquer semelhança não é mera coincidência). Iria começar só em setembro. “Ai que chique! Começa quase no fim do ano. Ainda tenho o resto de julho e agosto inteirinhos para aproveitar. E é verão aqui.” pensou Mônica.

Em um fim de semana particularmente quente, Mônica e suas primas resolveram tomar um solzinho na praia. Lá, as primas dela apresentaram suas amigas para Mônica. Logo, Mônica já estava deixando o modo “Brasil” de ser. Elas garantiram que ela não ficaria deslocada na escola, afinal, o grupo “Cat Power” praticamente dominava a área.

- Não se preocupe, prima. Antes que alguém encoste um dedo em você, terá que se ver com as Cat Power. – disse Amber.

- Não dá para negar que vocês são minhas primas. – Mônica riu. As outras garotas também. Mônica havia contado mais cedo como era a sua vida no Limoeiro e o que ela fazia com quem a atormentava.

- Quero ver alguém tentar algo. Ei, não toque na minha prima! – aos risos, Claire ameaçou alguém invisível.

Na praia ela também conheceu boa parte do time de futebol da escola. E Mônica se simpatizou por todos, principalmente por um garoto alto e forte, de cabelos lisos e negros, que se chamava Richard.

Com o passar das férias, ela só se lembrava vagamente dos amigos do Limoeiro, pois a sua cabeça estava ocupada com tanta informação e ela ainda tinha que melhorar o seu inglês. Do mundo de lá, era só com os seus pais que ela falava. E com Magali, às vezes. Será que a Mônica estava mudando? Será que estava virando uma... Carmem? Esnobando todos? Bom, se estava, não reparava.


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