6. Condição.

O silêncio do lugar foi interrompido. Não demorou muito a reconhecer quem era.

- O que você quer aqui? – Perguntou levantando-se.

-*-

Andava afoita pelas ruas de Konoha, não sabia exatamente o que deveria falar com Sasuke, porque o estava procurando.

- Sakura-chan. – Uma voz a despertou do transe. Sentiu uma mão em seu ombro. – Estou surpreso encontra-la aqui.

- Oi. – Falou meio desanimada, virou-se. – Mochiko-kun. – Sorriu.

Ele sorriu de volta. Colocou-se ao seu lado, e juntos andavam pelas ruas escuras.

- Acho que nós precisamos conversar. – Começou Mochiko. O corpo da rosada tremeu, infelizmente não podia fugir, algum dia teria que ter essa conversa, só não esperava que seria tão rápida.

- Sim. – Falou, tentando parecer calma. – Pode falar. – Se fez de desentendida, queria ver até que ponto Mochiko sabia.

-Sobre... – Parou, colocou as mãos nos braços da menina a fazendo se virar contra si. – Uchiha Sasuke.

-*-

- Oras, mas que menino nervoso. – Falou a mulher em uma voz hostil. Percebeu a posição de ataque do mesmo. – Calma, ambos estamos incapacitados de lutar agora. – O moreno relaxou a postura, era verdade, não poderia lutar. – Eu quero apenas conversar.

- Como você esta viva? – Perguntou direto o Uchiha.

- Hum, podemos dizer que tive um cúmplice de ultima hora. – Andou um pouco apreensiva até o balcão e encostou-se nesse. – Realmente eu fiquei em um estado lamentável.

“Aquele homem não poderia ter aparecido em hora melhor”.

Sasuke fitou a mulher a sua frente. As roupas rasgadas, com cortes nas pernas e nos braços expostos. O rosto um pouco surrado. Porém seu chakra estava em um nível parecido com o seu, o que indicava que ela fora salva por alguém. Um médico para ser mais exato.

- Não esta diferente agora. – Cortou-a rude.

- Preciso admitir que aquela Haruno luta bem. – Sorriu de lado para ele.

- Sim. – Concordou Sasuke, sentou-se novamente na cadeira, apoiou as costas no parte de trás da cadeira, e olhou um ponto mais a frente pensativo.

“Ele é muito bonito. Esse corpo esta me deixando louca.”

Sasuke olhou de esguelha para ela, a qual praticamente a comia com os olhos.

- Qual é o seu propósito aqui? – Perguntou sem delongas, estava cansado, queria ir dormir, de preferência sozinho.

- Eu sou a única que posso te ajudar. – Falou séria Kim.

Sasuke estreitou os olhos, um pouco confuso.

- Ajudar em que? – Perguntou desconfiado.

- Não se faça de desentendido. – Falou Kim, pouco à vontade. Trocou de posição.

“Eu sei que você pode me ouvir”.

Sasuke de inicio ficou um pouco surpreso. Quem era aquela mulher? Como sabia desse seu dom temporário?

- Não preciso de ajuda. – Falou em uma tentativa de finalizar a conversa.

- Agora não. – Indagou a ninja em uma voz séria. – Mas vai precisar.

Kim desencostou-se do balcão andou sorrateiramente pela cozinha em direção ao Uchiha.

- Tenho uma proposta. – Murmurou, sentou-se na mesa. – Eu te ajudo, a se livrar disso. – Se referindo ao dom de ler mentes.

- Não preciso de ajuda. – Cortou-a. Afinal aquele dom até agora não o incomodara em nada especificamente.

- No futuro você precisará de mim. – Afastou-se do moreno. – E não sei se estarei disposta a ajudar. – Foi andando em direção a janela para sair. Parou.

- Espera. – Disse ele em uma voz fria. – Qual era a condição de você me ajudar?

- Ah sim. – Voltou-se para ele. – Saiba que não te ajudarei porque quero, na verdade eu te odeio por mim você morreria. – Cuspiu as palavras. – Mas, eu não ficaria satisfeita em te matar, igual você fez com o meu chefe. – Pausou. – Certo, a minha condição seria... – Se aproximou dele, e sussurrou. – Poder mata-la. – E desapareceu.

Sasuke ficou olhando para o local onde Kim estava. Seu olhar era meio atônito. Estava um pouco confuso. Ignorou um pouco tais pensamentos e resolveu ir dormir.

-*-

- E...o que você quer falar sobre ele? – Perguntou Sakura tentando parecer calma, pois na verdade seu coração estava a mil.

- Hum... – Mochiko suspirou. – Eu sei que nutre um sentimento mais forte por ele.

- N-não é isso, é por- Foi interrompida, por um “shii” e o indicador em seus lábios.

- Não tente negar Sakura. – Falou sorrateiro. Gentil. – Não tente enganar a si mesmo.

Sakura ficou sem fala, umedeceu seus lábios.

- Infelizmente não escolhemos a quem amar. – Continuou Mochiko. – Mesmo que esse amor seja ruim para nós. Mesmo que esse amor nos corrói por dentro, de uma maneira inexplicável.

Olhou para a rosada, a mesma estava em choque.

- Mas... – Hesitou Mochiko. – Eu estou disposto Sakura, se quiser eu posso te ajudar a esquece-lo.

Sakura estava sem fala, sem ação, não sabia ao certo o que agir em uma situação dessas.

- Acho que isso não é necessário Mochiko-kun. – Começou ela, com a voz mais calma. – Admito no passado eu gostava dele, mais agora as coisas mudaram eu cresci e amadureci.

- Acho que eu não devo mais interferir em sua vida. – Deslizou a mãos nos braços dela os puxando a altura do peito. – Mas, saiba que estou aqui, disposto a te ajudar.

- Obrigada. – Sorriu para ele.

- Para onde você estava indo? – Perguntou Mochiko soltando sua mãos.

- Ah... – “eu não posso falar que eu estava indo falar com o Sasuke, não depois dessa conversa”. – Só ia dar uma volta mesmo. Mas acho que vou para casa, esta tarde, preciso acordar cedo amanhã.

- Ah sim. – Concordou. – Eu te acompanho.

Continua.