Novamente

Capítulo 5


Asuna percebeu que algo estava errado assim que chegou em casa, suas reclamações sobre Yui não tê-la esperado na escola aumentando de volume até que ela chegara em nosso quarto.


– O que foi? - ela perguntou, parando na entrada para o cômodo e observando com as sombrancelhas franzidas o objeto que eu segurava relutante nas mãos.


Virei várias vezes o aparelho frio, o material que nos dava acesso ao jogo que prometemos nunca voltar. Eu estava sentando desconfortávelmente na ponta de nossa cama, tentando esconder minha expressão abaixando a cabeça e deixando os cabelos negros bloquearem minha visão do olhar estranho de Asuna.


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– Por que está segurando isso? - ela perguntou, pegando o material prateado da minha mão no mesmo momento e jogando-o no colchão, como se o objeto queimasse sua pele ao simplesmente tocá-lo - E onde está Yui?


Sua voz começava a ficar histérica, a respiração descompassada enquanto ela tentava entender a situação. Seus olhos procuravam os meus que eu tentava em vão esconder.


– Onde está Yui? - ela perguntou novamente, ajoelhando-se lentamente à minha frente e levantando meu rosto, a ponto de eu não ter outra escolha a não ser observar seus olhos preocupados - Cadê ela?


Meus lábios abriram e fecharam várias vezes, sem que eu pudesse colocar a sentença horrível em uma frase adequada, todas as palavras pareciam secas e erradas naquele momento.


– E-Ela... - comecei, apenas balançando a cabeça, tentando desviar meu olhar da expressão cada vez mais triste de Asuna - Ela foi pega.


Ouvi um ofego de surpresa vindo da garota, e quando finalmente virei meu rosto para o seu novamente, seu olhar estava marejado de lágrimas enquanto suas mãos sobre a boca tentavam inutilmente conter os soluços sofridos que começaram a atravessar seus lábios.


– Apenas entrando no jogo podemos salvá-la - disse, terminando o terrível desafio que nos fora deixado pelo psicopata por trás de tudo aquilo.


Asuna balançou a cabeça, fechando os olhos com força, movimento que fez com que as lágrimas que tentavam ser controladas deslizassem delicadamente por suas bochechas. Parecia que só ouvir as palavras de nossa sentença já a fazia sofrer.


– Isso é tão injusto - ela sussurrou, abaixando a cabeça e chorando baixo.


Ajoelhei no local onde ela estava e envolvi seu corpo com meus braços, em uma tentativa fraca de amenizar uma dor que não conseguiríamos diminuir até conseguir nossa filha de volta. Ela respondeu meu abraço, querendo mais que nunca meu conforto tanto quanto eu precisava do dela.


– Nós vamos tê-la de volta - sussurrei determinado, conseguindo uma leve confirmação de Asuna.


Nós entraríamos naquele jogo, e salvaríamos nossa filha, nem que aquela fosse a última coisa que fizessemos.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.