Finally
Palavra com "A"
Ravena POV
Estava deitada na cama olhando para o teto como se ali fosse ter a resposta para todos os meus problemas. Eu tinha tocado piano de novo... A situação estava séria. Quando ouvi baterem na porta. Era Robin.
– Entra. – ele passou pela porta e se deitou ao meu lado.
– O que tem de tão interessante no teto?
– Boa pergunta.
– Estelar está falando com Mutano no telhado.
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– Está lá por que ele nos contou a mesma história que você, e ela decidiu dar alguns conselhos para ele.
– Nossa... – permanecemos em silêncio por um tempo. – Por que veio aqui?
– Acho que era você quem deveria estar lá falando com ele.
– Não vejo motivos pra isso.
– Você gosta dele.
– Prove.
– Não preciso. Você sabe muito bem disso. – Por Azar, como eu odeio esse mascarado.
– Isso não significa nada.
– Ah, pode acreditar, significa muita coisa. Sempre esteve na cara que o Mutano gostava de você, e agora para a surpresa de todos... A garota do coração de pedra também gosta dele.
– Robin, você sabe muito bem que eu não quero um relacionamento depois do que aconteceu, e francamente... Mutano... – disse fazendo careta.
– Um: isso foi a mais de dois anos. Dois: qual o problema com ele? – lhe lancei um olhar sarcástico. –Tudo bem, você são bem opostos, mas... Faria mal assim dar uma chance?
– Eu não sei. – ele abriu a boca para revidar, mas o cortei. – E sabemos muito bem o quanto ele sofreu com Terra! Quem garante que ele ainda...
– Eu garanto. – ele me olhou sério. – Eu meio que tenho bancado o psicólogo pra ele. – fiquei calada. Robin sempre tinha razão, e isso era muito irritante. – O que vai fazer?
– Vou meditar.
– Tudo bem. – ele se levantou e foi até a porta. – Vou ver se Estelar já terminou a conversa. – e saiu. Algum tempo depois, me levantei e fui para o terraço. Sempre preferi meditar lá, especialmente quando minha mente estava muito confusa. Quando abri a porta, tive um d’javu.
Mutano estava sentado na beirada da Torre e se virou para mim quando abri a porta.
Mutano POV
Eu estava sentado no telhado da Torre com Estelar do meu lado, engraçado como ela ficou feliz quando eu contei o que aconteceu. Coisas de alienígenas. Ou de garotas mesmo.
– O que eu faço? – perguntei com a cabeça apoiada nos joelhos.
– Conte pra ela o que sente. – ela respondeu calmamente balançando as pernas.
– Espera ai... Eu beijei ela duas vezes, eu preciso mesmo falar?
– Beijos são beijos. Não são promessas, nem compromissos e nem declarações. – Star é filósofa agora... Que lindo.
– Mas como? Estamos falando da Ravena!
– Bem, se ela beijou de volta é porque ela corresponde a você, então... Quem melhor que você mesmo?
– Isso não ajudou. – ela riu.
– Desculpe então. – ela fechou os olhos e ficou sentindo o vento em seus cabelos.
– Queria pelo menos saber o que se passa na cabeça dela...
– Acho que isso é algo que ninguém nunca vai saber direito. Mas me surpreende você reagir assim...
– Assim como?
– Sei lá... Geralmente você encara os desafios de frente e agora parece estar recuando. – pensei sobre aquilo. – Está com medo? – bufei.
– Medo da Ravena? – dei um olhar cínico para ela, mas ele logo se desfez. – Amedrontado na verdade... – ela riu. Cara... Eu sou uma piada...
– Bem, Ravena não morde. Não em situações normais pelo menos, mas... Duvido que ela faça mal a você.
– Haha, eu não duvido.
Ficamos em silêncio até Robin aparecer na porta e ela se levantar para se juntar a ele.
– Só não se mate tá? – ela disse e saiu correndo. Olhei para o mar perdido em pensamentos. Ouvi passos subindo a escada e pensei que fosse Star ou Robin, mas quem abriu a porta foi Ravena. Ela pareceu surpresa em me ver ali.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Rae?! Er... Você vai meditar? Eu posso sair se...
– Tudo bem. – ela disse e se sentou ao meu lado. Eu. Travei. Eu tinha que conversar com ela e essa era uma boa oportunidade, mas, eu travei. Idiota...
– Er... Rae... Sobre o que aconteceu nos últimos dias... Eu acho que... A gente precisa falar sobre isso...
– Também acho isso. – Deus ela não podia responder mais devagar ou hesitar um pouco só pra eu ter tempo pra pensar?! Quando eu abri a boca pra tentar dizer alguma coisa, mas ela me interrompeu. – Posso fazer uma pergunta? – assenti. – Você... Sente alguma coisa por mim? – ai meu coração...
– Rae... Olha...
– Só responda.
– Bem... Sim. – ela fez uma cara angustiada. O que eu fiz agora? – O que foi?
– Dá para se dizer que eu fui projetada para as pessoas gostarem de mim... A aparência atraente e tudo o mais... Para não... Temerem a filha do demônio...
– Por isso você repele as pessoas?
– Em parte... E por medo de machuca-las. Eu não sou exatamente estável com meus poderes... Qualquer emoção muito forte eu posso machucar alguém. Mas acho que a personalidade eu puxei da minha mãe.
– Aonde quer chegar com tudo isso? – perguntei semicerrando os olhos. Ela fitava o mar.
– Que você não pode gostar de mim. E vice-versa. Porque minhas emoções e meus poderes... – ela olhou para as mãos. – Poderiam fazer um estrago tremendo. – espera ai. Ela disse vice-versa? Se ela disse isso então...
Ravena POV
Bem, talvez esse não fosse à conversa que Robin queria, mas eu estava falando com Mutano, sobre o que tinha acontecido e sobre sentimentos então...
Eu olhava para o mar, mas não realmente focada nele. Só queria algo pra me agarrar antes de ouvir o que ele diria.
– Eu não gosto de você Rae. – nossa. Me encolhi com aquela resposta. Curto e grosso, mas... O que eu poderia esperar? – É mais do que isso. – olhei para ele atônita. Ele tinha um leve sorriso no rosto.
– O que quer dizer?
– A palavra com “A” Ravena.
– Palavra com... – ah, não! Ele não... É brincadeira! Só pode ser! Isso é... Impossível! Tentei me levantar, mas ele segurou minha mão.
– Agora você é quem vai me ouvir. – ele disse suavemente. – Você só tá tentando fugir, sabe disso não é? Se estamos todos vivos e bem aqui é porque você soube controlar suas emoções.
– Esse tipo de... Coisa é mais forte.
– Mas se essa força vem de você, quem garante que você não controla?
– Eu... – o faça desistir, o faça desistir. – Eu não...
– Nem adianta dizer o contrário. Falando desse jeito você não fez outra coisa além de afirmar que sente a mesma coisa. – não olha nos olhos dele, não olha nos olhos, se você olhar tudo acaba. – Só queria que você não tivesse todo esse medo. – ele se aproximou mais de mim, senti meu rosto esquentar e olhei para meus joelhos. – Se ao menos você esquecesse Malchior e o que passou com ele... – ele levantou meu queixo com o dedo me obrigando a olhar em seus olhos cor de esmeralda. – E desse uma chance... – ele se aproximou. Próximo demais, próximo demais... Mas era tarde.
Ele puxou meu queixo e selou os lábios nos meus. Eu não acredito que estou fazendo isso de novo! Ele me enlouquece de todos os modos possíveis e... Eu adoro isso. O beijo era lento, como se ele tivesse todo o tempo do mundo para aquilo. Senti aquele calor em meu peito novamente, uma sensação boa e de conforto. Passei minha mão para sua nuca o puxando pra mim e ele me colocou em seu colo me deixando mais ou menos de sua altura e facilitando o beijo. Nos separamos algumas vezes e ele sussurrava meu nome até que diminuímos a velocidade até parar e ficarmos nos fitando aquela pequena distância.
– Tá vendo? – ele disse sorrindo. – Nada. Eu não morri, não me machuquei nem nada.
– Ainda...
– Rae...
– Sinto muito. – disse me levantando. – Eu não posso. – quando andei para a Torre ele segurou minha mão novamente.
– Só sabe dizer isso? “Não posso”. Você pode sim! E quer! – me desvelhenciei de sua mão e flutuei rapidamente para meu quarto. Sentei na penteadeira e olhei meu reflexo.
Mostrar meus sentimentos...
Mostrar o que sinto...
Dar uma chance...
O espelho se quebrou, com rachaduras enormes em meu reflexo.
Quem dera...
Mas...
Será...?
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