The Diary Of A King Off The Armature

Delicioso, simples assim!


15 de Dezembro de 1188 – velha cabana

Depois de uma noite perturbadora e de um pesadelo horrível, consegui dormir por um tempo, mas logo fui acordado pelo barulho em minha cela.

“Beba, beba, precisamos de você forte” – uma mulher me estendeu uma garrafa antiga com um vinho dentro, a voz dela era rouca, como a de alguém que passou a noite gritando, sua roupa era feita de um couro vermelho mas seu rosto era o que mais me intrigava, uma sombra se formava em seus olhos e em sua boca, em qualquer lugar que ela fosse aquela sombra a perseguia

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“O que vocês irão fazer comigo? E o que vocês fizeram com ela? Vocês a mataram e eu sou o próximo não é? O que vocês estão esperando, me matem logo!”

“Logo você verá o que nós vemos, sentirá o que nós sentimos e saberá nossa história. AGORA BEBA, NÃO DEIZE UM PINGO!”

“Oque é isso?”

“Para o reizinho, o nosso melhor sangue”

Ela jogou a garrafa em meu colo e saiu com o salto batendo no frio chão de pedra. Só agora eu reconheci essa voz, sim, a voz do meu sonho, a voz que me amedrontou por tanto tempo.

Ela me disse uma vez que um futuro brilhante estava reservado para mim e que a justiça será feita através de mim e que o meu povo, o povo que eu tanto amo nunca mais sofrerá nas mãos de um rei que não se importa comigo.

Será que ela estaria certa?

Será que eu poderia confiar em alguém e que finalmente meu povo terá paz?

Nem mesmo eu consegui trazer paz para eles, mas ela, uma simples mulher talvez possa trazer? Isso é impossível, uma simples mulher, ou será que tudo em meus sonho era realidade?

Então quer dizer que ela...

“Ele já bebeu?” – uma voz ecoou, era uma voz masculina, diferente de qualquer outra que eu já ouvi antes

“Meu senhor, ele quer explicações, posso saber o que ele pensa, ele quer explicações e não fará nada sem as mesmas”

“BOBAGEM, ELE NÃO PRECISA QUERER, BAS ENFIAR GUELA A BAIXO E PRONTO, ESTÁ FEITO, ANDE, DE UM JEITO NELE OU EU DAREI”

Ouvi passos rumarem para uma saída, esperei para ver o que aconteceria, mas nada, nem um suspiro sequer.

Comecei a ficar com sede, cada vez com mais sede, não havia mais nada para beber a não ser aquele estranho líquido que eles diziam ser sangue, mas eu não beberia aquilo, e se realmente for sangue? Eu não posso arriscar, eu não suportaria.

Está ficando pior, eu preciso de água, qualquer coisa...

“E ficará pior – a garota da noite anterior se aproximava – eu passei por isso ontem, acho melhor você tomar, vais ficar cada vez pior, a sede vai tomar seu corpo inteiro e quanto mais você resistir mais você terá que beber para retomar suas forças”

“Eu, eu não posso” – minha voz quase não saiu, minha garganta estava seca quase que por completo

“Pode, basta um gole para você gostar, vamos bonitão, beba... beba”

E foi o que eu fiz.

Assim que a garrafa acabou eu desejava outra, era delicioso, algo que eu nunca provei na vida, nunca acreditei que um sabor como este pudesse existir, era simplesmente delicioso.