And More Confusion

Capítulo 08 - Primeiro sinal de perigo


And more confusion

Kaline Bogard


Parte 08

Primeiro sinal de perigo



– O Dean sente falta da mamãe – o lorinho desabafou desanimado e entristecido.

Sam abriu os lábios para responder, porém não foi capaz de emitir som nenhum. Fora pego completamente de surpresa por aquela revelação.


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Silencioso, Sam abaixou-se e apanhou Dean no colo. O menino passou o braço pelo pescoço do irmão, de modo a ter mais equilíbrio. Depois de segurar as mochilas pelas alças com a mão livre, Sam seguiu até alcançar Bobby que os aguardava na porta do motel.


Uma senhora de meia idade tomava conta de recepção.


– Boa noite – ela foi cumprimentando de forma cordial.


– Dois quartos – Samuel pediu. Quando a funcionaria lançou um olhar curioso na direção de Dean, tratou de emendar – Ele é meu irmão.


– Imagino que tenha todos os documentos? Desculpe, garoto... nos dias de hoje temos que ficar alertas com tudo. É nosso dever de cidadãos.


Bobby e Sam trocaram um olhar, antes que o moreno respondesse.


– Claro, tenho todos os documentos.


A senhora assentiu. Não era comum receber crianças num motel. Obviamente estavam acostumados a acolher viajantes cansados, perdidos na estrada quase deserta e afastada da cidade e não apenas casais afoitos em busca de privacidade. Aquele loirinho cheio de sardas era, talvez, um dos mais jovem cliente que o velho motel já recebera.


– Aproveitem a estadia – a mulher desejou depois de conferir os documentos e preencher os papeis, tudo de forma apressada, pois a visão do garotinho cabeceando de sono no colo do irmão era de se condoer. Quanto antes liberasse os três, melhor, para a criança poder descansar.


– Obrigado – Sam respondeu pegando as chaves – Até que horas a cozinha funciona?


– Por toda a noite. Peçam algo a hora que necessitarem. Os quartos são por aquele corredor.


E com essa frase deu livre acesso para que os recém chegados se instalassem nos quartos alugados que ficavam lado a lado.


– Partimos amanhã bem cedo – Bobby decretou parado a frente do quarto com o número onze – Me chame se precisarem.


– Tudo bem – Sam respondeu, encaixando a chave na porta do quarto número nove – Boa noite.


– Boa noite, garotos.


– Tchau, tio Bobby.


O mais velho bagunçou os fios de cabelo loiros e lisos antes de entrar no quarto em que passaria a noite e trancar a porta. Sam fez o mesmo, entrando no aposento ainda com Dean em seus braços.


Não era um quarto cinco estrelas, mas serviria. A cama de casal parecia confortável. Havia um guarda-roupas, duas cadeiras e um criado-mudo.


– Hora de tomar banho, Dean.


– Ah, Sammy... Dean ta cansado. Tomo amanhã...


– Não! Porquinho...


– Por favorrrr...


O pedido não amoleceu Samuel, que seguiu com o garoto ainda no colo para o banheiro.


– Pode ser um banho de gato. Precisa de ajuda? – provocou pensando que seria engraçado ver Dean cochilando debaixo do chuveiro.


– Não! O Dean toma banho sozinho – e fez um gesto de mão enxotando o moreno.


Sam riu e obedeceu, não sem antes abrir a água, pois o garotinho não conseguia alcançar.


– Lave bem os pés! – e escapuliu dali.


Ao voltar para o quarto pegou a mochila de Dean e separou o pijama do Batman, deixando-o em cima da cama. Depois escolheu uma roupa mais confortável para si e esperou que o irmão aparecesse do banho, fato que aconteceu rápido.


– Tem espuma nas suas orelhas! – Sam exclamou divertido ao ver Dean saindo do banheiro arrastando a toalha pelo chão.


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– Eu lavei direito!


– Dá pra ver – riu mais um pouco – Quer comer alguma coisa? Eu peço antes de ir tomar banho.


– Não to com fome, Sammy. Quero cola minhas figurinha. Eu nem colei ontem nem hoje!


– Pode ir colando enquanto...


– Ah, mas você tem que cola pra mim. Senão vai fica tudo torto!


– Então espera eu terminar de tomar banho e a gente cola junto.


– OBA! Combinado!


Sam respirou fundo e foi para o banheiro, enquanto Dean aproveitava para se secar e vestir o pijama.


– Adoro Batman – ele falou pra si mesmo alisando a estampa do pijama antes de saltar para a cama e sentar-se aguardando que o irmão mais novo saísse do banho. Porém Sam pareceu demorar tanto que Dean começou a cochilar. Para não adormecer de vez desceu da cama e fuçou na mochila do caçula até achar uma barra de chocolate. Voltou para o colchão e subiu com um salto ágil. Isso o fez pensar em pedir para Sam o levar até um parquinho novamente.


Acabou sacudindo a cabeça. Estava tão confuso... na sua mente fatos que ele sabia serem antigos se misturavam com o presente. Era cada vez mais difícil pra ele separar os acontecimentos.


Devorou o doce, apesar de já ter escovado os dentes durante o banho. Colocou o papel vazio sobre o criado-mudo e suspirou de forma longa e exagerada. Sam estava demorando tanto... entediado pela espera Dean meteu-se debaixo das cobertas e aconchegou-se. O cansaço bateu com força total e o garoto não resistiu: acabou adormecendo.


Entrementes, no banheiro o moreno tomou um longo banho, tentando relaxar e lavar toda a exaustão do dia. Dirigira por horas e horas. Agora sentia os músculos doloridos, os olhos ardendo e a cabeça começando a latejar.


Fora a pressão da situação sobrenatural.


Colhia os frutos que plantara de forma precipitada e inconseqüente. Precisava dar um jeito e corrigir aquilo o quanto antes. Evitava pensar no quanto era difícil para Dean, por que se assim o fizesse o remorso acabaria com suas forças. Quando o loirinho não fosse mais criança e retornasse a forma adulta, Sam pediria desculpas de forma apropriada. Só não seria de surpreender se o irmão mais velho lhe encaixasse um gancho de direita no meio do nariz. Dean adulto era explosivo às vezes. Aparentemente o contrário de quando era criança, por que até o momento o menino não dera trabalho algum, sendo uma criança surpreendentemente bem comportada. Disso se podia concluir que a morte prematura da mãe e as andanças pelo país caçando monstros tinham ajudado a edificar a personalidade de Dean, transformando-o no homem que era. Assim como moldara Samuel também, mas de uma forma diferente.


Libertando-se dos pensamentos analíticos, o moreno se secou e se vestiu. Então parou na frente do espelho e limpou o vidro embaçado. Observou o rosto exausto por breves segundos antes de desviar os olhos com vergonha de se fitar.


O Dean sente falta da mamãe”.


Uma frase tão singela que estilhaçara seu coração. O quão confusos os pensamentos de Dean estavam? Quanto do passado ele misturava ao presente. Ele ainda se lembrava que a mãe estava morta? Ou essa memória se perdera na confusão que o pedido de Sam causara?


Tinha medo de perguntar diretamente ao irmão mais velho e fazer a criança sofrer...


Que dilema!


Sam estava perdido nesses pensamentos sombrios quando a luz do banheiro falhou. Não estranhou de primeira, porém o sangue do rapaz gelou nas veias quando a iluminação piscou pela segunda e terceira vezes. Um fenômeno peculiar demais para se ignorar. Sua experiência dizia muito bem o que as falhas significavam.


Aquilo indicava a presença de demônios.


Merda!


Sem perder mais tempo Sam Winchester correu para fora do banheiro, praguejando por ter sido descuidado e deixado todas as armas no quarto, junto com seu irmão mais velho que, no momento, estava totalmente indefeso...



Continua...