And More Confusion

Capítulo 30 - A distância está prestes a acabar


And more confusion

Kaline Bogard


Parte 30

A distância está prestes a acabar



A tarde chegava ao fim quando Sam e Bobby viram a Pajero de Connelly se aproximar. O Winchester soltou o ar de forma irritada, mal acreditando que o homem desaparecera durante o dia praticamente todo, sem dar mais notícias depois do SMS avisando que encontrara Dean.


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A espera estava acabando com os nervos de Samuel, que volta e meia sentia impulsos quase incontroláveis de ir atrás do ruivo. Ele sentia-se capaz de esganar uma pessoa com as mãos nuas.


Calmamente Nicholas estacionou e desceu do carro trazendo consigo sacolas de uma lanchonete.


– Olá, caras – estendeu um saco de papel meio amassado para Bobby – Almoço-Jantar. Espero que não estejam com muita fome...


Ao invés de aceitar o próprio lanche, Sam abriu os braços numa forma de cobrar respostas.


Nicholas riu do jeito apressado do outro, sentou-se no chão e pegou um dos lanches para si antes de recostar-se no pneu da Pajero e dar uma generosa dentada no pão, mostrando-se muito acostumado a refeições rápidas em beira de estradas.


– Essa é uma cidade pequena – respondeu como se fosse o bastante, dando um generoso gole na cerveja ainda gelada.


– Você disse que encontrou meu irmão...


– E não apenas isso, garoto – arremessou o último saco de papel fechado para Sam. Dessa vez o Winchester aceitou a oferta, recostando-se no porta-malas do Impala, ao lado de Bobby que começara a comer – Descobri o endereço da kitsune e onde trabalham as outras duas raposas.


– O quê?! – Sam perguntou incrédulo.


– Detalhes, Connelly – Bobby exigiu.


O ruivo respirou fundo, impaciente.


– Deixei meu bebê estacionado e fui atrás de gasolina, fingindo que tinha acabado. Eu queria um reconhecimento mais acirrado... e foi aí que dei com o pirralhinho brincando no parque. Adivinha quem estava por perto vigiando?


– Elisa – Bobby arriscou.


– Exato, depois consegui confirmar. Fiquei por perto até a hora do almoço e quando os dois foram embora resolvi não arriscar segui-los. Esses monstros são muito intuitivos. Cidades pequenas assim costumam fechar tudo na hora do almoço, por isso fui a corretora de imóveis e invadi.


– Sem sistemas de segurança? – Sam questionou.


– Nada sofisticado. Computador sem senha... comecei pelos contratos de aluguel e achei um em nome de Alexandra Hosse. Me lembro que uma das sobreviventes era chamada de Alex.


– Aluguel recente?


– Dezoito meses – o ruivo respondeu para Singer – Foi o único, não achei nada em nome de Danilla ou Elisa. Então resolvi conferir... passei pelo endereço e confirmei as presenças de duas kitsunes: Elisa e Danilla. Além disso, vi no varal dos fundos dois uniformes com as cores da lanchonete. Voltei para o centro para colher informações.


– E...? – Sam perguntou ansioso.


– E algumas cantadas na garçonete e o serviço veio completo: o turno é de doze horas. Um começa ao meio-dia e vai até a meia-noite. O outro é o contrário. Alex e Danilla fazem o turno da noite dia sim, dia não. Hoje as duas estarão fora de casa a partir da meia-noite.


– Essa garçonete não desconfiou do seu interrogatório?


Connelly fez um gesto de pouco caso com as mãos.


– Eu não chamaria de “interrogatório”. Acredite... foi fácil falar com essa criança, ela tava preocupada demais com as espinhas na cara.


Sam e Bobby se entreolharam. Se tudo fosse tão simples como o ruivo fazia crer então havia uma grande chance de resgatar Dean Winchester.


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– Eu tenho um plano – Nicholas afirmou antes de erguer a cabeça e fitar Sam por longos segundos – Mas talvez você não goste...


Sam estreitou os olhos e cerrou os lábios, numa indicação de sua firme determinação. Para salvar o irmão ele faria qualquer coisa.


S&D


O parquinho deixou Dean simplesmente exausto. Ele tinha corrido e escalado o tempo todo, e agora; ao chegar a casa de Elisa, sentia-se sonolento.


– Sei que está cansado, meu anjo, vou preparar o almoço enquanto você toma banho, tudo bem?


– Tudo bem...


E após abrir o chuveiro do banheiro do andar de baixo, Elisa separou roupas limpas para o loirinho. Só então foi dar inicio aos preparativos do almoço. Danilla acordou com a chegada deles e veio ajudar a irmã na cozinha. Como era noite de turno dormia até mais tarde.


Logo Alex também veio a cozinha, se dispondo a arrumar a mesa para a refeição.


Quase terminavam quando ouviram uma vozinha chamando do banheiro. Era Dean avisando que tinha terminado e que precisava que alguém fosse fechar o chuveiro. As três kitsunes se entreolharam divertidas e Dan foi socorrer o garotinho.


Os quatro se reuniram na cozinha e começaram a comer, mas Dean estava cansado de brincar a manhã toda e cabeceava com o garfo esquecido na mão, para maior diversão de Alex que ficava implicando com o pequenino.


Depois do almoço Elisa encarregou-se das louças, Dan pegou alguns travesseiros e colocou no carpete da sala, onde se deitou com o loirinho para assistir algum programa de TV que passava num canal infantil qualquer.


Alex juntou-se a eles, esparramando-se no sofá e surrupiou o controle, trocando para um filme de ação tão logo Dean rendeu-se ao sono.


– Dormiram...? – Lisa perguntou sorrindo largo ao acomodar-se no sofá ao lado da prima.


– Como se a bruxa da Bela Adormecida agitasse sua varinha – a morena respondeu lanceando um olhar para os loiros no chão. Danilla ressonava de leve, com uma das mãos entre o rosto e o travesseiro. Dean já tinha se mexido tanto que estava de travessado, com a cabeça descansando na barriga da jovem.


– Ele é uma graça – a kitsune de três caudas falou pensativa, fazendo Alex se mover desconfortável.


– Tem certeza de que não foi seguida?


– Sim – ela balançou a cabeça com convicção – Eu estava transmutada quando o peguei e corri pra valer. Eles não têm a menor pista por onde começar a procurar.


– Caçadores são uma raça maldita. Se pegarem nosso rastro...


– Sei disso, Alex, melhor do que ninguém eu senti na pele, mas – a loira falou suave – Nunca colocaria vocês em perigo. Eu só... quando o vi... não consegui...


Não foi capaz de terminar a frase de forma coerente, atraindo o olhar da morena para si. Hosse observou a prima por alguns segundos antes de voltar a fitar Dean.


– Ele parece com Tim, eu compreendo. É loirinho, cheio de sardas e de uma energia e tanto. E... tem esse desamparo nos olhos, como se precisasse carregar o mundo nos ombros, um peso muito maior do que ele deveria suportar. E isso... isso dá vontade de pegar esse moleque no colo e protegê-lo.


– É... – Elisa sussurrou emocionada – Minha primeira intenção era matá-lo, sabe? Tipo olho por olho.


– Você nunca conseguiria isso, Lis! – a mais jovem não escondeu a certeza de saber daquilo.

– Eu pensei que conseguiria. Mas... ele foi me envolvendo, me conquistando... é um menininho tão inocente e gentil. Seus olhos são como os olhos de alguém que já viu muita coisa, coisas que não deveriam ter visto. Imagina: ser arrastado por aí ao lado de caçadores. Dean tem apenas quatro anos. Aqueles dois não têm direito de fazer isso com ele. É imoral, injusto e cruel!


Alex respirou fundo, analisando o desabafo da prima e ajeitou-se no sofá. Aquilo cheirava a besteira das grandes, mas eram família. E família fica junto qualquer que seja a situação.


– Seja como for está feito. Ele é seu agora, cuide bem dele então.


Elisa apenas sorriu. O coração transbordando ondas de amor que deveriam ter sido de seu Timothy, e que agora podiam ser doadas para outra criança, tão adorável quanto seu bebê.


S&D


O dia fora maravilhoso. Depois da soneca os quatro tinham brincado de esconde-esconde pela casa, e Dean ficara maravilhado por ter três adultas (três adultas de verdade) brincando com ele! Até Alex, que o assustava no começo estava sendo legal. Na verdade ela tinha um humor que lembrava muito o de Bobby.


Pensar no caçador fez Dean se lembrar do irmão. Parecia não vê-lo uma vida inteira. Sentia falta do caçula! Da presença dele e da segurança que ele lhe dava. Por que o Sammy era o Sammy, e Dean precisava dele em sua vida.


Não estava mais assustado com as coisas malvadas. Agora tinha certeza absoluta que Elisa, Alex e Dan eram Coisas-Malvadas-Não-Lá-Muito-Malvadas, e no lugar de machucar, brincavam com ele.


Talvez fossem do tipo de coisas malvadas que punem os meninos desobedientes e levam eles pra longe das famílias, ao invés de matá-los.


Segundos antes de dormir Dean tentou pensar se era um bom menino ou não, mas o sono o venceu antes que tirasse alguma conclusão.


Entrementes, no quarto de Elisa o silêncio era total. O escuro quebrado apenas pela luz mortiça do abajur.


Passava pouco das duas da manhã e o sono da kitsune era profundo e pesado. Mas seu instinto era muito mais forte e aguçado. Ela sobrevivera por mais de trezentos anos, por sempre ouvir a intuição apurada.


Quando despertou e abriu os olhos na penumbra ela tinha uma certeza: alguém invadia sua casa.


Continua...