Percebi que tudo tinha sido um sonho quando acordei com o barulho da porta do quarto rangendo. Meu coração estava acelerado e minha respiração descompensada, e por mais que eu quisesse me levantar permaneci paralisada na cama. Escutei um barulho e então percebi que eu não estava só. A Morte se encontrava ali.

– Fico feliz em saber que está acordada. – sua voz era doce e maquiavélica ao mesmo tempo. – Assim você poderá contemplar a morte lenta que planejei para você.

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O medo me consumia e eu tentava me mexer, mas meu corpo não obedecia. Eu não podia acreditar em quem eu via ali. Como eu não percebi antes?

– Tentar se mexer é inútil, minha querida. – disse se sentando no sofá ao lado da minha cama. – Você deve estar se perguntando o porquê de tudo isso, não é mesmo? Ora, terei o maior prazer de te responder. Mas antes, vamos falar do que realmente é interessante: sua morte.

Fechei os olhos com força desejando que isso tenha sido somente um sonho, porém não era. Aquela era a realidade. Uma realidade terrível.

– Confesso Leah, eu não queria te matar. Você se tornou uma garota forte e muito bonita, mas promessa é promessa não é? Venho arquitetando esse plano por anos, muito antes de você nascer. Se não fosse sua irmã enxerida você não estaria nessa posição hoje e provavelmente ela ainda estaria viva. Mas confesso que a morte dela só fez com que o meu plano se adiasse e eu não poderia estar mais feliz por isso. – a voz sem compaixão que era mantida por Ela me causava calafrios.

Lembrei então que meu celular estava debaixo de minha cobertas e concentrei minhas forças em me mexer, nem que seja os dedos, para conseguir pegá-lo.

– O negócio é o seguinte, tenho duas coisas para você. – Ela disse segurando em suas mãos, essas duas coisas. – Tenho essa faca, e essa seringa que completará o coquetel de drogas que está correndo em suas veias. – disse balançando os dois em sua mão. – Mas, o jeito que irá morrer dependerá de como reagirá ao que vou te contar... Eu nunca tive a intenção de matar sua irmã, na verdade o meu alvo mesmo é: Juliet. – ao ouvir o nome dela, senti meu coração palpitar. – Pois é, querida. Juliet. Eu nunca gostei dela. Sempre a achei uma vadia intrometida que destruiu minha vida. Mas isso não importa mais, não é mesmo? Em poucos dias teremos duas mortes trágicas e totalmente sem explicação, assim como a de Carol. Ou será que podem ser três mortes? O que me diz sobre Noah? – ao ouvir seu nome tentei me mexer e insultá-la, mas A Morte tinha pensando em tudo, e o máximo que fiz foi lançar um olhar mortal sobre Ela. Nesse momento eu já tinha alcançado meu celular e ligado para o primeiro número que conseguir pensar – Você realmente o ama, não é? Ele ficará arrasado ao ser noticiado sobre a morte do seu amor. Talvez eu faça uma visita a ele para consolá-lo. – sorriu de maneira sinistra.

Ela se levantou e veio até a cama, e começou a passar as mãos em meus cabelos.

– Vamos acabar logo com isso, não é mesmo? – seus dedos ainda percorriam sobre meu coro cabeludo. – Eu poderia injetar isso em sua veia do braços. Mas eles provavelmente achariam na autopsia, então eis a minha ideia: irei injetar em uma veia no coro cabeludo. Ninguém irá notar um ponto vermelho em meio a seus lindos cabelos, não é querida? Colabore comigo para eu não ter que usar meu outro refúgio. – disse apertando em um lugar especifico, achando o local ideal. – Não faça como a Carol, ela foi uma menina má e não se comportou. – a partir desse momento tudo se fez claro. Me lembrei claramente de todas as conversas e suspeitas que minha irmã disse que tinha, lembrei que ri alegando ser um absurdo quando ela me contou. Até me deparar com uma cena parecida com a que eu estava vivendo agora. Tudo se fez claro e eu me odiei por não ter entendido as pistas deixadas por Carol. Agora era tarde demais.

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Com um algodão e um pouco de álcool, Ela desinfetou o local e senti uma picada sendo depositada ali. A droga, rapidamente começou a correr por minhas veias e o torpor começou a lentamente tomar conta do meu corpo.

– Boa noite, Cinderela. – A Morte sussurrou.

Minhas pálpebras se fecharam diante a minha visão turva. Porém fui despertada por um estrondo alto de algo se quebrando. Abri os olhos tentando focar minha visão no que estava acontecendo.

Ainda com a visão embaçada e dobrada, pude ver que A Morte ainda levava seu sorriso assustador nos lábios, porém havia sangue escorrendo por seu rosto, o que fez com que seu corpo se desfalecesse saindo do meu campo de visão.

– Fica comigo amor. – ouvi súplicas e alguém segurar em minha mão. – Leah, não me abandone. – e tudo ficou escuro.

(...)

Haviam se passado um mês.

Os médicos lutaram para que eu permanecesse viva, e depois de muita luta, cá estou eu.

A Morte, mais conhecida como minha mãe havia sido julgada e presa por seu crimes. Nada mais merecido. A história da mãe psicopata que matou uma filha e tentou matar a outra chocou o país inteiro e eu estava sendo tratada muito bem, apesar de todo trauma.

Hoje seria o dia em que eu sairia do hospital depois de um longo mês naquele lugar. Minha vida se estabeleceu e por fim pude deixar Carol descansar em paz.

Ela sempre será dona da minha saudades, mas agora eu estava em paz. Pois sua morte finalmente fez sentido e “se encaixou” em minha vida.

– Pronta para ir amor? – Noah disse me ajudando a levantar da maca.

– Estou sim, herói. – sussurrei a última palavra e ele sorriu.

– Faço tudo por você, pequena. – deu um beijo na minha testa.

Noah entrelaçou nossas mãos e eu dei um sorriso para ele, e depois para meu pai que estava ao meu lado segurando minhas malas. Juntamente de minha família, ou o que restou dela, e com o amor da minha vida sai daquele hospital deixando todos os males para trás e seguindo em direção a uma nova vida. Uma vida sem medos.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.