Meio-sangues

Capítulo 20


POV ANNABETH

O que Percy me contou era realmente importante. Agora, Belona tinha nos revelado grande parte da missão. Ficamos ali sentados em silencio, apenas pensando. Não víamos o tempo passar, até que alguém bateu na porta. Era Thomas nos chamando para ajudar Mariana no treinamento. Ele nos contou sobre a visita de Hermes, e o presente inesperado de Zeus. Percy riu quando Thomas mencionou que um tal de George havia lhe mandado um recado sobre ratos. Houve um momento de trégua entre eles, enquanto Percy explicava para Thomas quem eram George e Martha. Eu fiquei feliz com aquilo, talvez eles pudessem ser amigos um dia. Descemos até a garagem dos fundos, estava um clima frio, pois a chuva era contínua. Seria bom treinar um pouco para variar. Quando adentramos na garagem, encontramos Mariana sentada no chão analisando atentamente sua espada. Me aproximei e sorri:

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-Apreciando o presente Mari? – perguntei, fazendo ela sorrir enquanto eu me sentava no chão ao seu lado.

-Acho que não. Na verdade estou surpresa por Zeus ter me mandado isto. E mais surpresa ainda por saber que ele estava... me observando. – ela respondeu um pouco confusa e pude perceber que ela não se dirigia a Zeus como “pai”.

-É estranho, não? Uma pessoa, ou melhor, um deus que você nunca viu, de repente parecer se importar com você. Não se preocupe, é assim com todo mundo. Quer dizer, com todo semideus. – ela sorriu.

-Foi assim com você Annie? Quer dizer, como você se relaciona com Atena?

-Bem. Normalmente ela fala comigo em sonhos, mas não é frequente. Normalmente para pedir um favor, ou me aconselhar. Mas, pessoalmente mesmo, só encontrei com ela em ocasiões especiais. Agora depois do tratado que o Conselho Olimpiano fez com Percy, alguns deuses fazem visitas aos seus chalés no Acampamento.

-Visitas?

-É. Mas, só as vezes. E só alguns deuses. Zeus por exemplo nem se dá ao trabalho, pois a única filha que tinha era Thalia, e bem, ela está na caçada com Artemis.

-Quais deuses vão ao Acampamento?

-Os que vão com mais frequência são Apolo, Dioniso( que mora lá), Deméter, Hipnos e Afrodite. Minha mãe, Poseidon e Hefesto por exemplo, aparecem lá de vez em quando e não nos fazem visitas demoradas.

-Mas, Percy incluiu isso no acordo?

-Na verdade não, mas alguns deuses chegaram a conclusão que seria melhor manter uma boa relação com seus filhos, para evitar que a trágica história se repetisse.

-Sábio da parte deles – Mariana respondeu. Acabei me distraindo conversando com ela, que nem percebi umacoisa completamente incomum: Percy e Thomas estavam conversando animadamente, ele até riam algumas vezes.

-Estranho, não? – Mariana perguntou apontando com a cabeça na direção dos garotos.

-Muito. Thomas nos chamou aqui para treinar você, então acho melhor começarmos logo. Assim que a chuva pare, temos que continuar nossa viagem. – eu disse me levantando com a faca na mão.

Olhei na direção dos meninos, era bom que de repente eles estivessem se dando bem. Mas eu conhecia Percy bem demais. Ele não estava sendo mais do que simpático com Thomas. Fui na direção deles e sorrindo perguntei:

-Prontos? Afinal viemos aqui para treinar a Mari. – Thomas sorriu e respondeu:

-Nós virgula. Só vocês dois; já disse que só manuseio bem meu arco, não vou ser um bom instrutor com uma espada. – ele se sentou onde eu e Mari estávamos sentadas – Bom treino! Vou ficar apenas apreciando.

Nós rimos da expressão de Thomas, e começamos.

Percy e eu mostramos alguns golpes para Mariana. Ela nem piscava, chegava a ser engraçado. Como em quase todos os treinamentos, eu me empolguei e comecei a atacar Percy para valer. Ele percebeu isso e revidou a altura. Mariana se afastou, pois o que seria uma demonstração de golpes, se tornou uma luta real. Rolamos no chão, demo-nos chutes e empurrões. Até que eu golpeei o braço esquerdo de Percy, fazendo um bom corte. Isso não o intimidou, ele acertou minha coxa fortemente rasgando minha calça jeans. Com a surpresa do seu golpe e a dor, não sei como eu consegui tropeçar no meu próprio pé e caí em cima da perna cortada. Não preciso nem falar que doeu. E como doeu. Ardia. Quando caí, Percy veio em minha direção e me ajudou levantar. Eu não conseguia apoiar a perna direita no chão. Thomas e Mariana também foram me ajudar.

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-Vocês tem néctar? Vai melhorar logo se passar um pouco de néctar no ferimento. Não foi nada tão grave. Só sangra muito pelo lugar atingido. E Annabeth, você não consegue pisar... por conta do machucado ou algo no tornozelo? – Thomas perguntou.

-Não sei direito. Só sei que tá doendo – Thomas riu, e disse para Percy que me levasse até o quarto e lavasse meu ferimento com néctar, e me desse um pedacinho de ambrosia que logo estaria melhor.

Thomas ficou na garagem com Mariana, e para nossa sorte, ninguém na pensão viu Percy me carregando para o quarto com a perna sangrando. Teríamos muitas coisas a explicar se alguém visse.