Just Close Your Eyes

Dia 4 - Encontro Parte 2


Os minutos se passavam e a vendedora continuava chafurdada no estoque da loja. Leo checou o relógio diversas vezes, e numa delas teve uma ideia.

“Aquela vendedora pode dificultar as coisas para nós. Será que há algum pó para esquecer?” ele pensou. E num impulso, ativou o botão. O relógio rangeu, gritou e se abriu, revelando a infinidade mágica.

- Marrie, Marrie, se você serve para alguma coisa além de ser inútil, me ajude a achar uma poção que sirva para a vendedora. – ele murmurou, afastando-se de Reyna, que estava observando entretida a vitrine.

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- Inútil e Marrie na mesma frase. Isso é i-na-cei-tá-vel! – estrilou Marrie.

- Então seja útil e me ajude! - ele pediu.

- Qual é a palavra mágica?

- Vou rasgar o seu vestido da Prada. – ele avisou.

- Tudo bem, seu ignóbil. – ela suspirou. – Poção número 27. Quinta fileira, quarto da direita para esquerda. É um vidro com líquido anil.

- O que é anil?

- Azul, sua coisa não pensante!

Leo fez uma carranca e pegou o recipiente. Estava frio. Parecia feito de gelo. E no rótulo, lia-se:! Just drink me and you will forget! Com uma letra feminina e bem desenhada. Agora só restava saber como fazer a vendedora beber.

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- Olá? Ainda estão aí? – perguntou a vendedora.

- Oh! Desculpe! Eu estava tão distraída vendo a vitrine... – respondeu Reyna. – Leo deve estar perto da máquina de refrigerantes. Conseguiu a blusa?

- Sim. Aqui está. – ela disse, entregando-lhe a peça. – Trouxe nos três tamanhos.

Reyna sorriu e caminhou em direção ao provador.

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Leo caminhava de um lado para o outro, quando sem querer, tropeçou na vendedora.

- Vocês são namorados, certo? – perguntou ela.

Leo franziu o cenho.

- Digam que não, mas eu tenho certeza. Minha memória não falha. Lembro ainda que no dia, a menina correu para te ver. Tenho certeza. Eu sei que eu não sou ninguém para dar palpites, mas eu acho que ela realmente gosta de você.

Leo sorriu.

- Poderia esquecer se esquecer de tudo? – ele perguntou. A vendedora negou com a cabeça. – Por favor, beba isso. – ele falou, entregando-lhe o frasco. – Acredite, eu lhe asseguro que não vai fazer mal.

A vendedora rolou os olhos e bebeu. E por um momento, sentiu que algumas memórias foram apagadas. Memórias que Leo tinha certeza de que eram sobre ele.

- Olá! – falou a vendedora, desmemoriada. – No que posso ajudar?

Leo sorriu. E antes que pudesse fazer alguma coisa, Reyna saiu do provador. Estava linda. A camisa branca combinava com a roupa.

- Branca? Mas a antiga era branca também. – Leo analisou.

- Isso não é branco. É gelo. – respondeu Reyna.

- Qual a diferença cara pálida?

- Branco reluz com os raios de sol. Gelo é um leve tom puxado para o bege.

- Como seu soubesse o que é bege. – ele argumentou.

- Homens! Humpft! – ela bufou. – Você consegue diferenciar aquela penca de chaves de sei lá o quê, mas não sabe a diferença de bege, gelo, branco e marfim.

- Isso é ridículo! As “chaves de sei lá o quê” – ele fez aspas no ar. – Servem para coisas completamente diferentes. Isso não é uma comparação justa!

- Dane-se! Eu vou compra-la do mesmo jeito. – ela retrucou. – Você poderia vender a camisa? – perguntou docemente à vendedora.

- Tudo bem. Cartão?

- Deixa que eu pago. – interveio Leo. – Dinheiro, por favor.

- Que gentil! – elogiou Reyna.

Leo piscou para a garota. Abriu a carteira e tirou uma nota de vinte dólares. Entregou à vendedora, que lhe devolveu cinco dólares.

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- Obrigada pela preferência. – falou a vendedora.

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- Deuses Leo! – exclamou Reyna, olhando para o relógio do Filho de Hefesto. - Já são quase três horas!

- Calma criatura! Ele não deve ser tão pontual.

- Como você sabe? – perguntou Reyna.

- Sexto sentido Amiga. – ele respondeu com uma voz feminina, fazendo a garota sorrir.

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O Starbucks ficava apenas à alguns metros da loja de roupas.

O quase-casal empurrou a porta de vidro que separava a cafeteria da rua. Assim que puseram os pés dentro do lugar, o cheiro de café e chocolate inebriou-os o olfato.

Reyna sentiu-se salivar ao ver, exposta em uma vitrine de vidro, uma enorme e deliciosa torta de chocolate.

Leo estreitou os olhos e procurou uma mesa vazia. Tarefa difícil, levando em conta que o Starbucks estava cheio. Lotado de pessoas de todas as idades que ou conversavam animadamente entre os amigos ou ficavam vidradas em seus notebooks, enquanto esperavam a décima remessa de café expresso. Haviam também as assistentes de empresários, completamente confusas entre telefonemas, Iphones e pedidos de cafés descafeinados e chocolates quentes.

Bem no fundo, próximo à uma parede de vidro Leo encontrou uma mesa. Era simples. A mesa era pequena de madeira, rodeada por um sofá que acomodava no máximo duas pessoas.

- Ali Reyna! – falou Leo, apontando para o lugar. – Sente-se lá que irei fazer os pedidos.

- Como sabe o que vou comer? – ela perguntou.

- Eu irei adivinhar. E acredite, eu sempre acerto.

- Isso é um desafio?

- Tome como um sim. – ele respondeu. – Agora vá, antes que peguem nossos lugares.

Reyna assentiu e caminhou em direção à mesa em questão.

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- Olá! Olá! Será que alguém pode me atender? – chamou Leo, em frente à bancada de pedidos.

- Desculpe! – falou uma atendente. Era nova, não passava de 19 anos e tinha longos cabelos pretos. – Estamos com muitos pedidos.

- Tudo bem. – ele deu de ombros. – Vou querer um frappuccino com creme, um chocolate quente, dois donnuts de chocolate com avelã e três bolinhos de frutas vermelhas. – ele pediu.

- Em nome de quem?

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Reyna tamborilava freneticamente os dedos na mesa. Peter ainda não havia chegado, mas ela não dava a mínima para isso. Esperava ansiosamente que Leo chegasse.

Estava prestes a se levantar para procura-lo, quando avistou, um pouco longe, a silhueta saltitante de Leo Valdez.

Ele andava de um jeito estranho, entre correr e pular. Parecia feliz.

- Oie! – ele exclamou.

- Injetaram cafeína na sua bunda? – ela perguntou sarcástica.

- Eu tenho uma surpresa! – ele falou.

- Que ótimo. Eu adoro surpresas. – ela ironizou.

- Você é chata heim. – ele reclamou.

- O que você pediu para nós dois? – ela mudou de assunto.

- Surpresa!! – ele cantarolou alegremente.

- Sua felicidade me deprime. Pode falar logo?

Mas não foi preciso. No momento em que Leo fez a menção de falar, uma voz microfônica(?) soou ao fundo, parando toda a conversa.

- Leo e Reyna Valdez. – chamou a voz.

Reyna enrubesceu completamente, enquanto Leo saltitava em direção à banca de pedidos. Ele murmurou um “Obrigado” para a atendente e caminhou em direção à filha de Belona, trazendo nas mãos uma bandeja com o ícone verde da cafeteria.

- Um frappuccino e bolinhos de frutas vermelhas para você e chocolate quente com donuts para mim. – ele anunciou, dividindo o lanche.

- Acertou. Mas isso não anula o fato de ter colocado Reyna Valdez no pedido. – ela reclamou, sugando sua bebida através do canudo.

- Queria que eu colocasse o quê? Não sei seu sobrenome. – ele argumentou. – Senhora Valdez.

- Sanchéz. Esse é meu sobrenome. – ela admitiu.

- E por quê não o usa?

- Me faz lembrar de coisas tristes. – ela falou.

Leo riu.

- Do que está rindo? – perguntou ela.

- Você está... – ele apontou para a boca da garota. – está sujo!

Reyna sorriu e passou a língua envolta dos lábios.

- Saiu? – ela perguntou, contendo uma risada.

- Deixa que eu limpo. – ele anunciou, chegando mais perto da garota.

Reyna sentia seu coração acelerar a cada segundo que ele se aproximava. E a cada segundo, cada vez mais perto. Perto demais.

Reyna fechou os olhos e se deixou levar pelo inevitável. Leo entendeu isso como um sinal e uniu seus lábios nos dela.

Ainda tinham gosto de creme.

A cada momento o beijo aprofundava. Reyna pôs as mãos envolta da nuca do filho de Hefesto. Ele a segurou pela cintura.

Um asteroide poderia cair sobre a Terra e destruir cada foco da presença humana. Nada poderia lhes atrapalhar.

Leo sentia saudade como nunca. Todo o tempo que passara sem sentir os lábios de Reyna.

O ar era uma coisa desnecessária.

Os minutos se passavam. Pessoas iam e vinham.

Mas então, algo os forçou a parar.

- Que palhaçada é essa? – exclamou Peter, plantado em frente a mesa do casal, punhos fechados prestes a esmurrar alguma coisa.

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Suspense! hahahaha

Cara, eu não esperava que a fic tomasse a dimensão que tomou. Já era para ter acabado, segundo meus planos. Mas aí, acabou que eu decidi dividir o dia em várias partes. Melhor né?

O povo queria beijo. Eu fiz beijo,

E agora eu quero ir ao Starbucks.

A! Antes que eu me esqueça, a Jade me perguntou quantos anos eu tenho: 13. É, minha mãe ainda diz que eu sou criança, mas fazer o quê? Quantos anos eu pareço ter??? Curiosidade...

Não se surpreendam se um dia eu der ALOKA e postar uma foto da pessoa aqui. Apenas não riam, ok?

Vou-me.

XOXO