A voar!

(Wendy) Despedida


Chegamos em casa. Na nossa casa, enfim. João e Miguel estavam exaustos, deram um abraço de despedida em Peter e foram direto pra cama. Eu não consegui despedir tão rápido. Contei pra ele minha nova história. Nossa história, a história de nossas aventuras. Dançamos, embora sem música alguma. E só então eu tive coragem de me despedir. Ele me deu um beijo e ficamos lá, apenas parados e abraçados. Nem vi o tempo passar, mas quando o vi voando de volta para a Terra do Nunca junto à Sininho, já estava de madrugada. De repente, eu me lembrei. Uma pergunta que eu quis fazer desde que cheguei em casa.

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– Peter! – Gritei. Ele se virou. – Você volta?

Ele deu um sorrisinho e disse:

– É claro que eu volto, Wendy.

E então sumiu na escuridão na madrugada, levando consigo meu sorriso, deixando apenas a saudade que eu iria sentir dele, para sempre.


Não consegui dormir aquela noite. Quando escutei meus pais chegando, apenas fingi estar dormindo. Fiquei pensando o tempo todo se havia feito a coisa certa. Não queria crescer. Queria permanecer criança pra sempre, mas... Mas e quanto a papai e mamãe? Eu não me perdoaria nunca se abandonasse meus pais. Como sentiriam minha falta. Imagino então a mãe de Peter. Ela deve estar por aí, em algum lugar, sofrendo pela perda do filho, imaginando onde o próprio estaria. Imaginei o que aconteceria se eu permanecesse na Terra do Nunca. Poderíamos ficar juntos, para sempre e o tempo nem passaria. Seríamos crianças eternamente. Felizes.

Mas não importa o tempo que passe, eu nunca o esquecerei. Assim como também nunca esquecerei as aventuras que passamos juntos na Terra do Nunca. Sininho, os Meninos Perdidos... Todos eles ficarão eternamente em minha memória. Mas Peter... Peter é o que eu sei que é completamente impossível de esquecer. Afinal, quem é que esquece seu primeiro amor?