A Vida de Elizabeth Ashfield
Capítulo 30: Solidão
James, que se encontrava no mesmo restaurante, observando tudo de longe, ao saber do ocorrido, telefonara novamente à Margareth.
- Chegou a hora, querida. Estou prestes a tirar o bebê da desgraçada da Elizabeth e vendê-lo para aquele casal que eu lhe mostrei. Espero que você esteja satisfeita por aí, pois não quero mais sujar minha mão mais do que ela já está suja.
- Acho que tirar o bebê dela já é punição o bastante depois da morte do marido dela... Por enquanto, estou satisfeita sim. Obrigada, James. Não são todos que fariam tudo o que você fez, e ainda faz, por mim.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!James já se encontrava no hospital, em uma das inúmeras salas de espera. Havia seguido o carro de Victoria Wilkinson até o local, descobrindo o que estava prestes a acontecer.
...
Após Elizabeth ser levada para a realização do parto, Victoria e Teddy ainda se encontravam no interior do cômodo onde a milionária repousava, antes da bolsa estourar.
- Vai nascer o filhinho dela... Vai ser uma benção. Esse bebê vai alegrar a vida da Elizabeth, Teddy! Minha irmã merece.
- Ela é uma ótima pessoa... E também não vejo a hora da nossa princesinha nascer. – Teddy passava noites sonhando com a pequena filhinha, com o rosto e bracinhos delicados. Despertou após um forte grito, vindo da esposa a seu lado. – Victoria, o que está acontecendo?
- A Isa... A Isabella também vai nascer! Mas não tá na hora ainda, estava para o final do mês!
...
Enquanto Victoria se dirigia para a sala do parto, Elizabeth já estava no momento de dar a luz. Jazia sobre a cama, à espera.
- Chegou a hora... Preciso ser forte. – pensava, debulhando-se em lágrimas, emocionada. Um presente de Deus estava para vir.
Fora realizado um parto normal. Após longos e desesperados esforços e lágrimas, um longo e intenso choro de bebê surgia, ecoando pelo grande corredor.
- É um lindo menino, minha senhora! – exclamava a parteira, orgulhosa. – Qual é o nome do príncipe?
- Thomas. – respondia Elizabeth, sem forças. Gritara muito durante o nascimento do bebê, mas tudo aquilo valeria a pena. Sua vida estava para mudar depois daquela noite, definitivamente para melhor.
...
Para o nascimento da filha de Victoria, diferentemente do caso de Elizabeth, fora realizado um parto por cesariana. Isabella nascera sendo uma menina linda e saudável.
Teddy, extremamente alegre após o nascimento da filha, passara um tempo ao lado da esposa, abraçado à mesma.
- Querido, avise à Elizabeth o que está acontecendo. Ela deve estar se perguntando porque ainda não formos vê-la.
- Tem razão.
Teddy obedeceu a esposa e se dirigiu ao quarto onde Elizabeth repousava.
- Teddy, estou tão feliz! Por que não vieram antes?
- Você não vai acreditar! – exclamou o cunhado. – Nossa filha também acaba de nascer. - Teddy se assustara com o alto e festejado grito de Elizabeth.
- Que ótimo... Muita coincidência!
- Fico imaginando quando contarmos essa história à eles, aos nossos filhos.
...
James caminhava assustado pelos corredores do hospital. Apesar do medo, estava decidido a fazer o que sua amada pedisse.
O corredor era deserto, o que o acalmara um pouco. Ao sentir passos vindo na direção oposta, se escondera em uma parede que ligava a outro corredor. Os passos se tornavam cada vez mais altos, se aproximando do homem.
Um jovem médico perambulava solitário por ali. Era a chance perfeita. James o agarrou, tampando a boca, adentrando uma sala vazia próximo a onde estavam. Em seu interior, retirou as vestimentas do rapaz, amarrando-o em uma cadeira de madeira, completamente despido.
Chegara ao berçário após tempos de procura, fitando os belíssimos bebês que ali se encontravam, esboçando um sorriso.
- Tão lindos. – pensou, fitando todos eles, sem possuir ideia alguma de qual deles era o filho de Elizabeth.
Uma enfermeira se aproximara deste, que vibrou, assustado.
- Desculpe, não a vi entrar. Fiquei sabendo que minha prima, Elizabeth, uma bem rica, lindona, acabou de ter um bebezinho. Poderia me informar qual desses é ele?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!- É aquele lá. As notícias correm rápido... Ele acabou de nascer! – a moça apontava para um menino que cochilava tranquilamente.
- É lindo... Bom, tenho que voltar ao meu trabalho. – James se retirara dali, se escondendo novamente, na espera de que a enfermeira saísse. Retornando ao berçário, fitou o bebê de perto. – Não é nada pessoal. Venha comigo. – e carregou a pequena criancinha para fora do hospital, longe da mãe e de todos. No interior do carro, colocou o bebê no interior de uma grande cesta, situada no banco do carona, partindo.
Em uma praça longe dali, um casal os aguardava. O homem, com cabelos quase brancos de tão loiros, a mulher, com os cabelos pretos longos presos em um coque. James se retirara do interior do veículo, com Thomas nas mãos, se dirigindo aos dois.
- Aqui está a encomenda.
O homem, sem pronunciar absolutamente nada, retirou uma gigante quantia em dinheiro da carteira, entregando para James.
- Ótimo negócio. Vocês não vão se arrepender.
...
Margareth Wargrave se dirigia à sua cela, fitando as detentas, que também a encaravam. Sentou-se ao lado de uma delas no chão, deitando sobre o joelho. Aquela hora seu maquiavélico plano para vingar a morte da irmã já deveria ter sido realizado. James poderia ser um covarde em algumas horas, no entanto, ele jamais falhara com a amada, e não falharia dessa vez. Margareth sentia isso.
- Vamos ver o que será da Elizabeth sem o marido e o filho. Ela não vai aguentar. Ela vai sentir na pele o que eu senti quando soube da morte da Megan.
...
Elizabeth despertara após ter cochilado durante muitas horas. Fitou o quarto ao seu redor, sentindo-se uma nova pessoa.
- A partir de agora, sou uma nova Elizabeth. Uma Elizabeth que vai ser a melhor mãe do mundo. Devo isso ao meu bebezinho, a coisa mais preciosa que me sobrou. – refletia, sentindo que devia se tornar uma pessoa melhor. A mulher se arrependera verdadeiramente de todas as atrocidades cometidas no passado, tudo por um pequeno bebê, que finalmente traria luz à sombria vida de Elizabeth Ashfield.
Uma enfermeira havia adentrado o aposento, chamando a atenção da mais nova mãe.
- Eu já posso ver o meu filho?
- Claro. – respondia a enfermeira simpaticamente. – Vou buscá-lo agora mesmo. – se retirou do quarto, sorridente, no entanto, depois de longos e demorados minutos, retornou ao quarto, sem a criança, com uma expressão de assombro.
- O que aconteceu? – Elizabeth sentou na cama, onde antes se encontrava deitada. Ergueu uma das sobrancelhas, fitando o terror nos olhos da jovem. – Cadê o meu filho?
- Minha senhora... O seu filho... O seu filho sumiu!
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