Harry esteve n'A Toca desde que a guerra acabara. Ele não tinha mais uma casa, a casa dos Dursley não é e nunca fora sua casa. Depois que a guerra acabara, os Dursley foram retirados do esconderijo e levados de volta à casa deles. Harry não pretendia aparecer por lá.

Hermione fora à Austrália achar seus pais, Rony permanecera depois de muita insistência da menina. Ela queria que Rony ficasse ao lado da família depois que Fred morrera na guerra. E ela estava certa.

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A vida na casa dos Weasley não estava sendo fácil, a Sra. Weasley vivia aos prantos pela casa, não tricotava mais e só cozinhava porque a família dependia dela. Mas a comida não tinha o mesmo sabor. Jorge estava inconsolável, não saia do quarto pra nada, os irmãos se revezavam para levar algo para ele comer, quem cuida da loja é Rony, mas a loja não era a mesma. Gui, Fleur e Carlinhos estão n'A Toca, eles tiraram licença nos trabalhos, o que não houve problema nenhum já que agora os Weasley são uma família de prestígio no mundo bruxo.

O Sr. Weasley está abalado com a morte do filho, mas todos os dias se levanta e vai trabalhar. Ele diz que a vida não pode parar. Percy continua indo trabalhar, mas voltou a morar n'A Toca. E bom... Gina... Harry não acha que seja o melhor momento para conversar com ela sobre os dois. Ela tentava se passar por forte, mas toda noite Harry se sentava na frente da porta da garota e a escutava chorar. Eles ainda conversavam sobre quadribol, Hogwarts e tudo o mais, mas nunca sobre eles.

É 31 de julho, ou seja, aniversário de Harry, este está deitado em sua cama no quarto de Rony. Ele lembra que hoje é aniversário dele, mas não espera que alguém lembre. Rony ainda dormia em sua cama, Harry se levantou e trocou de roupa. Desceu para a cozinha, a casa estava silenciosa, ninguém acordara ainda.

Ele pegou as coisas na geladeira e começou a preparar o café da manhã, como estivera fazendo desde que chegara da guerra. Logo o Sr. Weasley desceu.

_ Harry – ele falou – Bom dia, eu já lhe disse que não precisa fazer nosso café da manhã – ele o repreendeu enquanto o menino colocava um prato com torradas, bacon e ovos a frente do Sr. Weasley.

_ Eu não faço isso porque me sinto obrigado a fazê-lo, faço porque não me custa nada e além disso... Eu estou acostumado, na casa do meus tios era eu quem preparava o café – ele respondeu fazendo mais uma porção de torradas, ovos e bacon e colocando em uma bandeja junto com o chocolate quente que ele havia apresentado aos Weasley que amaram – Vou levar isso pro Jorge lá em cima... Bom trabalho, Sr. Weasley.

_ Obrigado, Harry – ele fez uma pausa – Por tudo, tudo o que você tem feito pela minha família.

_ Vocês são a minha família, Sr. Weasley. Vocês me acolheram quando eu precisei de uma família. Eu que tenho que agradecer. - ele disse e depois saiu da cozinha.

Subiu as escadas e parou em frente à porta dos gêmeos, agora do Jorge. Ele ficou um momento parado, lembrando de quando passava por ali e ouvia explosões e risadas. Fred fazia muita falta. Ele bateu na porta e a abriu. Jorge estava sentado no chão, estava com a mesma roupa há três dias e estava pálido e sem expressão no rosto.

_ Hey, cara! Bom dia... - Harry o cumprimentou – Trouxe seu café da manhã e...

_ Obrigado, Harry – ele falou a primeira palavra em meses.

_ De nada, Jorge – Harry se sentou à sua frente – Agora coma...

Jorge pegou a caneca de chocolate e tomou um gole.

_ Isso é realmente muito bom – ele falou dando um meio sorriso – Fred tinha que ter experimentado isto.

_ Acredito que ele iria gostar do chocolate, mas não acredito que iria querer te ver deste jeito, Jorge – Harry jogou na sorte.

_ Não mesmo, né?

_ Claro que ele não gostaria – Harry falou esperançoso.

_ Mas eu não consigo fazer mais nada.... Passei dezenove anos agarrado ao Fred, se fossemos siameses não teríamos ficados tão juntos como ficamos. Não sei fazer nada sem ele...

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_ Eu sei, Jorge. Mas você tem que reagir. Você andou se olhando no espelho ultimamente?? Você tá deprimente... eu sei que é como você está por dentro, mas não deveria. Todos nós estamos abalados com a morte de Fred, mas tentamos seguir em frente. Jorge, a quanto tempo você não vê a sua mãe?

_ Não sei... Desde o enterro do Fred?

_ Sim... Ela chora o tempo todo, tem feito umas comidas horríveis, mas ela está pelo menos tentando seguir em frente.

_ Então o gosto ruim da comida não é da minha boca... A comida está realmente ruim?

_ Pois é, acho que ela tem temperado a nossa comida com lágrimas. Por isso que está tão ruim....

_ Bom saber que eu não to maluco...

_ Não tá, não? Imagina se tivesse... Bom, cara... Termina de comer e vê se toma um banho, mas vai sozinho, não quero ter que chamar o Gui e o Carlinhos para te darem banho de novo, foi horrível ver aquela cena...

_ Falou... vou tentar...

_ Que bom – Harry se levantou – Deixa eu descer que eu ainda tenho que fazer o café da manhã do restante da família.

_ Valeu, Harry.

Harry sorriu e saiu, voltou pra cozinha e continuou fazendo o café. Todos desceram um a um e comeram. Gina foi a última descer, ela tinha os olhos vermelhos e inchados, uma cara péssima e o cabelo não tinha o mesmo brilho...

_ Carlinhos, vamos ver como tá o Jorge? - Gui perguntou, eles eram os últimos pela cozinha.

_ Ah, claro – Carlinhos entendeu a deixa para que deixassem Harry e Gina sozinhos.

_ Bom dia, Ginny – Harry a saudou colocando uma caneca de chocolate quente à frente da menina e se sentando ao seu lado.

_ Obrigada...

_ Andou chorando de novo? - ele não aguentou.

_ Não estive chorando...

_ Pare de mentir pra mim, Ginny... Eu tenho estado à porta do seu quarto todas as noites...

_ Você tem estado do lado de fora do meu quarto todos as noites me ouvindo chorar – ela repetiu tentando absorver a informação – Por que?

_ Porque eu sinto a sua falta, eu estou preocupado com você e sei lá...

_ Repete... - ela pediu ainda sem nenhuma emoção esboçada no rosto.

_ Estou preocupado com você...

_ Não... A outra parte...

_ Eu sinto a sua falta...

Ela pensou por uns segundos.

_ Você é um idiota, Harry Potter! - ela gritou se levantando com a caneca em mãos, pegou uma torrada e subiu as escadas.

_ Ginny!

_ O que você estão fazendo?? - Harry pode ouvir a voz dela vindo do andar de cima.

_ Só estamos levando o Jorge pra tomar um banho – respondeu Carlinhos aparecendo no final da escada com Jorge suspenso no ar pelo tornozelo.

Gina e Gui vinham atrás. Carlinhos saiu pela porta da cozinha com Harry e os outros atrás dele. Eles param no jardim, Jorge gritava pela mãe. A Sra. Weasley apareceu junto com Rony e Fleur. Carlinhos murmurou o contrafeitiço e Jorge caiu na grama.

_ Pronto pro banho, maninho? - perguntou Gui.

_ Esperem! Deixem comigo – Percy saiu correndo de casa com a varinha nas mãos.

_ Não!!!! - gritou Jorge.

_ Aguamenti! - gritou Percy e um jato de água foi da varinha de Percy até Jorge, o molhando.

Harry, Gina, Rony, Carlinhos e Gui se juntaram à Percy e deixaram Jorge totalmente encharcado. Eles pararam para ver se o Jorge reagia. Por uns segundos eles acreditaram que Jorge não iria reagir. Mas de repente, Jorge levanta a varinha e grita com toda a voz que ele tinha guardado nesses meses “ Aguamenti!”.

Então, uma guerra de água começa. Mas para no estante em quem escutam uma risada que Harry e Rony conheciam muito bem. Eles se viraram para a casa e lá estava Hermione.

_ Mione!- Rony saiu em disparada, ela também correu. Eles se beijaram...

Depois do beijo eles se separaram e ficaram se olhando abraçados.

_ Atacar! - grita Jorge correndo na direção dos dois e jogando água em cima deles. Hermione pega a varinha e se junta à brincadeira.