Somebody that I Used To Know .
Heavy in your Arms
Jon: eu acho que ela falou pra você soltar ela. – olhou pra Sean no chão com o nariz sangrando. – você está bem? – falou pra mim vindo em minha direção e me abraçando.
Sophie: o que você fez? – arregalei os olhos quando Sean se levantou, sua blusa está ensopada.
Jon: ele te beijou a força! Eu ouvi a sua voz e vim ver o que estava acontecendo.
Sean: ei! Bate igual a bonequinha não é? – provocou.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Jon: ah é? Deixa eu te mostrar a bonequinha. – ele deu impulso pra ir aonde Sean está, mas eu o segurei.
Sophie: não Jon. Vamos entrar. Sean, por favor cara, vai embora. – estou nervosa.
Sean: quer dizer que você voltou com esse daí? Hm... podia ter coisa melhor não acha? – foi se aproximando.
Sophie: não, eu não acho. Vamos Jon. – ele está com o braço por cima de mim e nos dirigimos a porta.
Sean: pelo menos foi comigo que ela transou pela primeira vez. Se ela te amasse tanto, faria questão de esperar?
Foi a gota d’água. Jon tirou os braços de mim e parte pra cima de Sean. Os dois caem no chão e uma das atendentes chama os seguranças do hotel. Pessoas dos quartos vizinhos saem pra observar o que está acontecendo.
Sophie: Não! Você dois! Parem, parem! – eu fui tentar puxar Jon pela camisa e levei um soco no queixo. Caio no chão e logo os seguranças chegam.
...: pra delegacia, todos três.
Um dos seguranças me dá a mão pra eu poder me levantar e a recepcionista veio com um copo com água gelada pra eu colocar no queixo. Seguimos separadamente, Sean na frente, Jon no meio e eu logo em seguida em carros separados. Na delegacia, Sean foi depor pra o delegado numa sala isolada e eu e Jon ficamos noutra pequena sala com dois policiais na porta, esperando sermos chamados pra depor.
Jon: você tá bem? – pergunta num tom de voz baixa.
Não respondo.
Jon: o que ele falou...? – suspira.
Fico em silêncio. Ele tinha que ter dado ouvidos a Sean?
Sophie: eu pedi pra você ficar no quarto.
Jon: ele te beijou a força. – tentou argumentar.
Sophie: eu pedi pra você ficar no quarto.
Jon: talvez você tenha gostado. Não queria que eu separasse você dele e pediu pra que eu ficasse no quarto, enquanto você se entregava lá pra ele.
E ficamos em silêncio desde então. Não estou afim de brigar com Jon. Só quero sair dessa delegacia. Fui chamada pra depor primeiro e logo em seguida pediram pra que e eu esperasse na recepção. Minutos depois, o delegado chegou e me informou que Sean foi autuado a ficar no mínimo 200 metros de mim caso ao contrário ele será preso.
Fui pra casa sem esperar por Jon, peguei um táxi e fui pra casa. No andar do quarto, os vasos que enfeitam estão quebrados. Sigo melancolicamente até a porta e entro no quarto. Jogo minha bolsa no sofá e vou até a janela apreciar a vista dos arranha céus luminosos que dão luz a cidade á noite. Sinto meus olhos arderem e começo a chorar compulsivamente. Sento-me num canto, agacho-me e choro silenciosamente, balançando-me sozinha na tentativa de me acalmar. Sinto-me nervosa, com medo, sensível, vulnerável, perdida, desconcertada, atordoada, louca, só. Pego meu celular e fico ouvindo Seven Devil da Florence and the Machine, muito propícia pra esse momento. Vou até o meu quarto e pego minha pequena bolsa de remédios. Tiro alguns da cartela de uma dúzia de comprimidos e tomo com um pouco de bebida. Talvez isso me acalme. Eu não entendo porque estou nervosa. Fico sentada no meu canto, bebendo, esperando que o remédio faça efeito.
P.O.V Jon.
Saí da delegacia pensando que Sophie estivesse me esperando na saída, mas ela não estava. Peguei um táxi, olho o relógio e ele marca dez da noite, a hora que Nova York está no pique. No andar, vejo os vasos quebrados e relembro a cena de Sean beijando Sophie.
E se ele tivesse gostado?
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Obrigo-me a expulsar o pensamento da minha mente. Vou até o quarto e tudo está escuro e sinto um cheiro forte de vodca. Ascendo a luz e a imagem que vejo é apavorante. Vejo Sophie deitada no chão, com uma garrafa vazia e outra derramando bebida no chão, com a maquiagem borrada. Devia estar chorando. Dou um pulo e vou ao seu encontro e pego-a nos braços.
Sophie: hm... Jon. – sussurra sem abri os olhos.
Jon: que diabos você está fazendo? – digo com os dentes cerrados.
Ela está mole nos meus braços e gentilmente a carrego para a cama. Deito-a devagar, tiro seus sapatos e ligo o ar condicionado pra refrescar o ambiente. Vou até o guarda-roupa decidido a trocar a sua roupa suja quando vejo uma bolsa de remédios no canto, com algumas cartelas abertas e alguns remédios faltando. Fico preocupado. E se ela tomou remédio misturado com bebida? Pelo pouco que conheço sei que isso pode fazer um belo dano a sua saúde. Deixo-a deitada e vou até a sala, fico em pé admirando a vista enquanto ligo para um médico conhecido meu. Enquanto ele não chega, vou até a recepção e pego uma cadeira de rodas para banho. Voltando ao quarto, tiro as roupas de Sophie, sento-a na cadeira e levo-a para tomar banho. Lavo suas costas, suas pernas, seu cabelo com um shampoo de amoras, seus ombros, sem nem sequer pensar em tocá-la com segunda intenções. Apenas quero o seu bem e que esteja “apresentável” quando o médio vier.
Deito-a na cama, seu sono está profundo e de vez enquanto diz coisas sem coerência e indecifráveis. Ouço a campainha tocar e vou recepcionar o médico.
...: Olá Jon. Algum problema?
Jon: na verdade é com a minha... – engulo seco. – namorada.
...: e o que há meu caro?
Jon: talvez ela tenha misturado bebida com muitos remédios de vários tipos.
...: hm... deixe-me ver. Com licença.
Jon: siga a esquerda e ela está dormindo no quarto.
Fecho a porta e logo em seguida vou acompanha-lo. Ele examina seus olhos, sua boca, sua face e se mostra preocupado.
...: poderia me ajudar a pesá-la?
Jon: claro. – ele tira da maleta uma balança de vidro pequena. Levanto o corpo molenga de Sophie e a coloco em pé (com algum sacrifício) na balança.
...: ela está abaixo do peso.
Jon: e o que isso significa?
...: provavelmente a sua namorada é uma fumante alcoólatra e não seria nada mal passar uns dias no hospital. Seu nível de álcool no sangue deve estar alto e precisa de um certo modo “purificá-lo”. Ou, você pode dar a ela esses remédios que podem fazer a mesma função, mas por um período de tempo curto.
Jon: eu acho que vou ficar com os remédios.
...: certo. Eu tenho algumas amostras grátis aqui. Pode ficar com algumas. Diga a ela pra parar de beber e fumar que logo, logo fará efeito.
Jon: pode deixar. Obrigado.
...: qualquer coisa, só é chamar. – eu assinei um cheque com o valor da consulta e em seguida ele foi embora. Sinto-me cansado, exausto. O dia hoje foi cheio. Espero que o canalha sem vergonha do Sean não apareça mais. Tomo um banho de alguns minutos pra relaxar meu corpo, visto meu pijama e deito-me na cama. Observo o rosto de Sophie, tão sereno, tão lindo, perfeito. É quase inacreditável que uma menina tão doce como ela tenha se envolvido com bebidas e cigarros. De hoje em diante, eu quero protege-la de todo o mal que pode lhe afetar, se possível criar um campo de força que possa evitar que coisas maldosas possam se aproximar dela.
Jon: eu te amo tanto... – sussurro mesmo que não possa me escutar. Dou um leve beijo em seus lábios e aliso seus cabelos com a mão. Inconscientemente ela aninha seu corpo ao meu.
Fale com o autor