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Capítulo 7 - The Ball (Part 1)


Ponto de vista: Rose Weasley.

Logo após Mirian repetir todos os esquemas do baile, todos nós concordamos com a cabeça. Ela deu uma espécie de pulinho de animação e voltou a escrever mais coisas no bloquinho, enquanto eu e Alvo olhávamos as fotos, os registros e os preparativos de festas anteriores que eles haviam organizado.

De fato, todas as festas que os Basiliscos organizaram em toda a sua história foram de proporções enormes. Mesmo a primeira festa de inauguração do grupo foi um sucesso entre eles, como dizem. Não tinha como negar que eles eram realmente bons naquilo, e eu já começava a me sentir animada quanto à preparação de tudo aquilo.

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– Muito bem... – Mirian disse, puxando eu, Alvo e Hugo para um canto. – Como é a primeira vez de vocês organizando festas aqui nos Basiliscos, vou tentar explicar como funciona. A festa está realmente próxima, então vamos precisar correr. As reuniões vão passar a acontecer todos os dias para vocês, pelo menos até a festa, só pra ir arrumando. E o resto... bem, é simples.

Mirian continuou falando e nos dando instruções de como conseguir organizar tudo. Era preciso cuidar da divulgação, da música, dos convidados, da comida, dos enfeites e de todo o resto. Nunca achei que ficar nos Basiliscos exigia tanta coisa de uma única pessoa, mas eu gostava. Era algo que me ocupava e me deixava bem, até.

No resto da semana, minha vida em Hogwarts ficou mais movimentada do que eu jamais conseguiria imaginar. Além de cuidar de todas as aulas e deveres de casa, que já ocupavam boa parte da minha noite e dos meus horários livres, tinha que correr atrás dos preparativos para a festa. Eu e Alvo ficamos responsáveis pela divulgação e pela lista de convidados da Grifinória. Hugo ajudava na divulgação e também encontrando alguém para tocar durante a festa.

Todos os dias depois do banquete, nós três íamos até a Sala Precisa para dar as informações à Mirian e descobrir o que os outros tinham conseguido. Scorpius e Alison já tinham em média 85% da Sonserina – já que pelo menos 60% dos Basiliscos era composto por sonserinos – com a presença confirmada na festa, dois garotos de cabelos loiros tinham negociado com os elfos domésticos e conseguido a comida para a festa e uma das garotas que Hugo havia paquerado já tinha terminado a árvore onde ficariam os envelopes dos pares. Em outras palavras, já estava tudo com meio caminho andado.

Mitchie ficou realmente animada quando eu e Alvo contamos sobre a festa e como iria funcionar. Ela nos encheu de perguntas sem sentido e ficou falando de como a noite seria perfeita se o par dela, por algum acaso, fosse Finn. Enquanto Mitchie disparava suas preocupações sobre não saber algum passo de dança para dançar com seu par, lancei um olhar de tédio para Alvo e ele riu, logo depois se concentrando novamente na sua redação de História da Magia.

Depois de dias desesperados e agitados, finalmente o dia do baile chegou. Já estava tudo pronto – apenas o grupo de organização da festa, que era pequeno comparado com todas as outras pessoas nos Basiliscos que poderiam ter ajudado, tinha conseguido arranjar tudo até o dia. Eu me sentia feliz e até orgulhosa em saber que tinha participado de tudo aquilo. Quem sabe os Basiliscos não eram assim tão desprezíveis...

Acordei com a cabeça finalmente esvaziada. Já tinham se passado duas semanas que eu estava em Hogwarts e essas foram, de longe, as duas primeiras semanas mais agitadas que eu já tive no castelo. Até mesmo mais agitadas do que aquelas em que James e Fred explodiram bombas de fedor por pelo menos quinze salas de aula, ou aquelas quando o guarda-caças, Rúbeo Hagrid, deixara acidentalmente uma aranha de pelo menos três metros de comprimento sair da floresta negra. Foi realmente perturbante para Hugo, que tinha um pavor eterno por aranhas, provavelmente herdado do papai. Ele ficou três semanas sem chegar a menos de dez metros de distância da cabana de Hagrid, que era razoavelmente perto da floresta.

Quando me sentei à mesa da Grifinória para tomar meu café-da-manhã, meus colegas me amontoaram de perguntas. Pude notar que todos estavam animadíssimos com a festa e até mesmo aqueles que tinham um ódio mortal pelos Basiliscos – entre eles estava meu primo James Potter, o que me surpreendeu um pouco – me agradeceram por ter divulgado a festa para eles. De fato, logo depois que entramos nos Basiliscos e falamos algumas coisas para nossos colegas, o ódio deles diminuiu. Era óbvio que a rifa nunca iria acabar, até porque o grupo fora criado por sonserinos, mas eles pelo menos não falavam mais mal deles na minha frente.

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– Estou simplesmente doido pra entramos naquele salão e esfregar na cara de todos da Sonserina que somos melhores... – ouvi James dizer, enquanto pegava um ovo frito. Eu ri da cena.

– Então você só vai pra mostrar para eles que você também vai em festas? – eu disparei, me segurando para não dar gargalhadas da careta de raiva que ele fez.

Lily se sentou ao meu lado e riu da expressão de James, enquanto começávamos a conversar. Quando terminei de tomar o café-da-manhã, fui rapidamente até a Sala Precisa para checar tudo. Mirian estava obviamente lá, checando os últimos detalhes. A decoração da festa estava quase pronta, mas essa era a responsabilidade de outras duas duplas, então não me preocupei muito com isso.

– Ah, Rose! – Mirian disse, quando me avistou. – Já está praticamente tudo certo... Eu particularmente acho que vai ser a melhor festa que os Basiliscos já deram.

– Também tenho esse pressentimento. – eu sorri.

– Mas agora acho que você tem aula, não? – ela ergueu uma sobrancelha. – Eu tenho esse período livre, então...

– Eu já vou indo mesmo. Só passei pra ver se precisavam de alguma ajuda.

Ela sorriu mais uma vez para mim e voltou-se para a mesa, fazendo mais algumas anotações. Saí da Sala Precisa e fui diretamente à torre da Grifinória, pegando meus livros e me dirigindo para a sala de aula. Durante todas as aulas, eu mal consegui me concentrar no que os professores falavam. É óbvio que eu tentava fazer o meu máximo, mas parecia que tinham coisas muito mais importantes do que a Revolução das Bruxas – sempre existiram coisas mais importantes e interessantes do que História da Magia, aliás.

Quando a última aula finalmente acabou, eu, Alvo e Mitchie fomos diretamente até a torre da Grifinória. Jogamos algumas partidas de Snap Explosivo com James, Hugo e Lily, até dar a hora do jantar. A animação no Salão Principal era previsível. Eu mesma estava totalmente ansiosa para a festa. Quero dizer, ter que descobrir quem era seu par fora uma das ideias mais incríveis que já escutei.

O jantar finalmente acabou e subi diretamente com Mitchie para o nosso dormitório. Deixei ela tomar banho primeiro, já que eu poderia chegar à hora que quisesse, já que pertencia aos Basiliscos, e ela tinha apenas até as 10 horas. Nesse meio tempo, eu, Reyna, Alice e Rebecca, nossas outras colegas de quarto, ficamos conversando. Alice e Rebecca foram depois, e eu decidi ficar por último.

Ao sair do banho, apenas Mitchie estava lá, ajeitando os últimos detalhes do vestido. Eu já estava com o meu, me preparando para arrumar o cabelo. Ele era comprido, como todos os das outras pessoas, e de uma cor azul escuro. Ele tinha alguns detalhes prateados que combinavam com a máscara. Meu cabelo estava solto e, como sempre, com alguns cachinhos nas pontas.

– Eu acho que já vou indo. – Mitchie disse, enquanto eu terminava de arrumar meu cabelo. – Você sabe, tenho que chegar até as 10 e são nove e meia.

– Vamos juntas, já estou pronta. – eu disse, sorrindo.

Quando chegamos à Sala Precisa, uma aluna, provavelmente do sexto ou sétimo ano, estava na porta. Ela anotou nossos nomes e me entregou um envelope com o número 234, em dourado, na frente. O de Mitchie tinha o número 235.

– Dentro do envelope tem 8 papéis, sete para escreverem as dicas e um com o número de seu par. – ela explicou para nós e para mais algumas pessoas que chegavam atrás. – É só escrever uma dica no papel número um e colocar tudo no envelope, pendurando-o na árvore. Quando pegar o do seu par, leia a dica e devolva o envelope, que vai ser o mesmo que ele fará com o seu. E é assim até a última dica, ou seja, até a meia-noite.

Depois de falar isso, elas nos deixou passar pela porta. Meu queixo caiu involuntariamente, assim como o de Mitchie, eu acho. A Sala Precisa estava totalmente diferente do que eu tinha visto algumas horas atrás, depois do café-da-manhã.

Globos de festa giravam no teto, junto à um conjunto de luzes. No palco afastado, a banda tocava uma música desconhecida por mim, porém boa. Em um canto havia uma extensa mesa com aperitivos e bebidas e, no outro, uma enorme árvore marrom, no momento vazia. O “salão” já estava praticamente cheio, com pessoas dançando e se divertindo.

Ajeitei minha máscara, de um jeito que cobrisse todo o meu rosto, e abri o envelope. Haviam sete papéis iguais, que obviamente eram para as pistas, com horários escritos em dourado no canto superior direito. “Dica 1 – 9:45” “Dica 2 – 10:00” “Dica 3 – 10:15” “Dica 4 – 10:30” “Dica 5 – 10:45” “Dica 5 – 11:00” “Dica 6 – 11:15” “Dica 7 – 11:45”. O último papel continha apenas um número grande, também escrito em dourado: 194.

– Qual o número do seu par? – ouvi Mitchie me perguntar.

– 194, e o seu? – eu disse.

– 208. – ela respondeu. – E quando vamos escrever a primei...

Ela foi interrompida por um barulho de sinos tocando. Olhei para um relógio no alto, perto dos globos, e vi que eram 9:45. Mais adiante havia uma espécie de balcão com várias penas e tinteiros.

– Agora. – eu sorri, me dirigindo até o balcão.

As pessoas esperaram para escrever. Quando chegou a minha vez e tirei o papel do envelope, comecei a pensar. Que merda de dica eu daria sobre mim mesma, sendo que não fazia a mínima ideia de quem era meu par? Molhei a pena no tinteiro e pensei, logo depois escrevendo as seguintes palavras:

O céu noturno pode ser mais escuro que meu vestido, mas nem mesmo os globos que pendem no teto brilham mais que a minha máscara.

Soltei uma risada ao ver o tipo de dica que eu escrevera, me sentindo uma poeta fracassada, mas coloquei o papel de volta no envelope e me dirigi até a árvore. Pendurei num dos galhos mais baixos, já que não era muito alta, e comecei a passar os olhos. Meus olhos pararam involuntariamente no envelope com o número 194 gravado em dourado, num galho um pouco mais acima que o meu.

Dei um sorriso sarcástico e peguei o envelope, me afastando da árvore. Abri o envelope e peguei o primeiro papel, me deparando com uma letra que não conhecia. Dizia:

Minhas vestes podem parecer exatamente como a dos outros garotos de longe, mas de perto qualquer um consegue perceber a diferença.