50. Bullying com a Sophie?

POV. Sophie

Acordei no dia seguinte com a minha cabeça latejando, tomei alguns comprimidos e fui
vestir meu uniforme. Enquanto eu prendia o cabelo, acabei me lembrando de uma coisa da minha infância na Califórnia.

Flash Back On:

“-Olha só se não é a quatro olhos que namora o surfista! –falou Anitta, a “popular” da
escola.

-Me deixa em paz! –gritei. Ela tirou meus óculos do meu rosto e ficou brincando com ele.

-Devolve o óculos para ela! –falou Matt atrás da turminha da Anitta.

-Chegou o namoradinho para defender a quatro olhos! –Matt me abraçou e comecei a chorar, pois aqueles óculos tinham custado muito caro.

Anitta jogou o óculos no chão e pisou em cima dele.

-Não! –gritei e as garotas começaram a rir de mim.

-Calma Sophie. –falou Matt beijando minha testa.

-Minha mãe vai me matar! –ajoelhei-me no chão pegando o que sobrara do óculos.

-A gente da um jeito, querida.”

Flash Back off.

Balancei a cabeça tentando não lembrar mais disso. Saí do quarto para ir a cantina. Enquanto eu descia as escadas, vi Thomas.

-Bom dia senhor Willians! –falei e ele me encarou.

-Como sabe meu sobrenome?

-Toda garota tem que saber o nome e sobrenome do garoto mais lindo da escola. –ele abriu um sorriso convencido.

-Sei que sou o garoto mais bonito dessa escola, ninguém precisa ficar falando.

-Amor! –escutei alguém falar e vi Meredith descendo as escadas e me olhando nervosamente.

-Mary! –Thomas a abraçou e depois a beijou. –Vamos tomar café da manhã?

-Não, vamos para o jardim quero falar com você. –falou olhando para mim.

POV. Meredith

Quando vi Sophie e Thomas conversando ao pé da escada, tive vontade de agarrar o pescoço daquela garota.

-Amor! –chamei e os dois se viraram para me olhar. Lancei um olhar de exorcista para Sophie.

-Mary! –Thomas me abraçou bem forte e me beijou apaixonadamente. –Vamos tomar café da manhã?

-Não, vamos para o jardim quero falar com você. –falei e ele assentiu.

Fomos abraçados até o jardim e ele se sentou em um banco e eu em seu colo.

-O que você quer falar?

-A Sophie está afim de você. –falei e ele começou a rir.

-Fala sério!

-Claro que está! Ela falou isso ontem para mim!

-Uau, minha cota de garotas gostando de mim está aumentando a cada dia. –falou e o encarei.

-Quem são essas nojentas que estão de olho em você?

-São muitas... Você está com ciúmes?

-Claro que estou! Você é só meu! –abracei-o e ele riu. –Como foram suas notas?

-Recuperei tudo.

-Parabéns!

-Valeu. –escutamos o sinal tocar e fomos para nossas salas.

-Te vejo no almoço. –falou e assenti. Entrei na sala junto com o professor de cidadania e todos se sentaram.

-Hoje vamos falar sobre algo muito comum nas escolas, o Bullying. –quando o professor falou, escutei Sophie gemer ao meu lado. –Alguém dessa turma já foi vitima deste tipo de agressão? –a turma inteira ficou em silencio, mas Sophie levantou a mão.

-Sophie?

-Eu sofri Bullying quando eu ainda morava na Califórnia. Eu tinha dez anos de idade e usava aqueles óculos de garrafa. E algumas alunas implicavam comigo, me batiam e muitas vezes me jogavam dentro de lixeiras, porque eu era cega e namorava um surfista...

POV. Matt

Sophie estava contando uma historia da época que namorávamos, eu não gostava de lembrar aqueles anos, pois Sophie sofria muito. A mãe não ligava para ela e quase sempre batia nela sendo que uma vez a policia já foi na casa dela porque Sophie havia ligado para a policia, o pai era alcoólatra e foi para uma clinica só que nunca mais voltou. Eu não culpo Sophie de ter se tornado a pessoa que é agora, ela não teve uma infância fácil.

-Quem era esse garoto surfista? –perguntou o professor, ela olhou discretamente para mim e assenti.

-Era o Matthew... –respondeu e a turma inteira olhou na minha direção. –Minha mãe tinha dado duro para pagar aquele óculos e ela sempre dizia: Se você o quebrar, o próximo lugar em que eu vou morar é na prisão. Só que um dia as garotas que implicaram comigo o jogou no chão e o quebrou.

-E a sua mãe? –perguntou Antônio.

-A ultima coisa que me lembro é da policia na porta da minha casa. Mas a minha mãe não ficou muito tempo na prisão, mas foi tempo o suficiente para os hematomas sumirem. –Sophie começou a chorar e me levantei para abraça-la. Eu me lembrava daquele dia. Tinha sido horrível.

Flash Back On:

“-Matt, por favor, não quero voltar para casa! –Sophie estava abraçada a mim chorando
muito.

-Eu não quero que você volte para lá. Mas você não pode ficar aqui para sempre! –falei
tentando acalma-la.

-Ela vai me bater de novo!

-Se ela te bater, você grita ou liga para a policia de novo. –falei beijando sua bochecha.
–Qualquer coisa, você me liga. –falei vendo ela se soltar de mim.

-Ok. Tchau Matt, não sei se amanhã vou à escola. –uma ultima lagrima escorreu pelo seu
rosto e ela entrou em sua casa.”

-Calma Sophie. –falei abraçado a ela, do mesmo jeito que eu dizia quando namorávamos. A turma inteira estava em silencio, acho que ninguém esperava por isso.