The Curse - Red Apple
capítulo vinte e um
— Narrador —
Em Hogwarts, Marisa Dare andava de um lado para o outro. O plano de agir por baixo dos panos, não estava dando certo e aquilo a irritava. Desde que Potter mais velho dissera que Angelina estava viva, ela não conseguira tirar isso da cabeça. E se ela estivesse viva? Apostava qualquer coisa que, se Angelina estivesse mesmo morta, Tiago Potter sentiria. Eles sempre sentiam.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Marisa estava começando a ficar furiosa. Abriu a porta de sua sala com força e saiu em direção às masmorras. Ele estava tão bem escondido, que ninguém o acharia; aquela masmorra nunca fora usada ou descoberta. Hogwarts tinha muitas passagens secretas e era fascinante. Seu castelo no outro mundo era tão grande quanto Hogwarts.
Assim que chegou que chegou ao seu destino, destrancou a porta e entrou na masmorra. Fechou a porta atrás de si e o salão a engoliu na escuridão. Marisa sussurrou palavras que ninguém conhecia e aquela luz azul e fantasmagórica surgiu, iluminando uma parte da masmorra. Ela precisava saber; precisava ver com os próprios olhos.
— Espelho, espelho meu. Existe alguém mais bela do que eu? — perguntou Marisa. A voz tão conhecida por ela saiu do imenso espelho pendurado no fim da masmorra.
— Sim — respondeu Sebastian.
O peito de Marisa começou a subir e descer pela respiração acelerada. O ódio estava começando a invadir o corpo da bruxa.
— Mostre-me quem é — exigiu Marisa, sua voz não passava de um sussurro.
Sebastian sumiu. No lugar dele, a imagem de uma jovem de cabelos negros andava por uma floresta morta, com sete anões a acompanhando. Marisa controlou-se para não gritar.
Tentando acalmar os nervos, Marisa tornou a perguntar.
— Fale-me o nome dela — sua voz ainda era um sussurro.
— Branca de Neve. Agora, mais conhecida por Angelina White — respondeu o espelho, mostrando o belo rosto de Angelina.
Marisa Dare soltou um urro de fúria.
— Não! — gritou tão alto, que o castelo todo poderia ter ouvi-la. — De novo, não. Por quê não se deve confiar nas pessoas?!
Ela sussurrou outras palavras e o espelho se apagou. Saiu da masmorra e subiu novamente as escadas que davam para o Saguão de Entrada. Por algum motivo, sabia onde o encontraria.
Taylor Chase.
Ela queria ele. Na verdade, ela entregou seu coração. De novo. E de novo. Quando ela iria parar de confiar nele? Ela não podia confiar em ninguém. Apenas em si mesma.
E agora Marisa ia ter o coração dele.
Dirigiu-se para fora do castelo. Por onde ela passava, a grama e folhas morriam. Passou pela cabana de Hagrid, a vontade de queimar tudo era grande, mas evitou ao máximo não fazê-lo. Era desnecessário e daria muitas pistas. Contornou a floresta e o encontrou na orla. Dali, ninguém os veria.
Mesmo estando de costas, Chase podia sentir o cheiro de morte de Marisa emanava. Podia sentir que a Morte estava com ela naquela noite...
— Eu sabia que você viria — disse Chase, ainda de costas.
— Então você sabe que eu não vim para brincadeiras — retorquiu Marisa. — Você me deu um coração. Quero saber de que animal você o tirou.
Chase suspirou e virou-se para encarar Marisa.
— É engraçado o modo que eu te amei, Marisa — ele ignorou a pergunta. — O modo que eu lhe entreguei tudo. E agora você quer me tirar o coração.
— Você nunca me amou. Apenas me apunhalou pelas costas! Eu lhe entreguei meu coração e pedi a tarefa mais importante na minha vida. Da minha eternidade — falou Marisa, o ódio tomando lugar da mágoa. — E o que você fez? Não cumpre o que eu lhe pedi. De novo.
Chase balançou a cabeça.
— Parece que foi você que nunca me amou. Eu nunca poderia matar alguém tão puro quanto Branca. Entenda, Marisa, que isso tudo é desnecessário. Poderíamos ser felizes juntos, se você esquecesse isso tudo — disse Chase.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Você é que não entende! Eu preciso dela morta, se não eu não vivo!
— Por quê, Marisa? A garota não sabe o que lhe fez, até para mim é um mistério! — Ele balançou a cabeça. — Esqueça isso tudo, Marisa. Podemos voltar para o nosso mundo.
Marisa arfava; ainda estava com ódio e nada, nem mesmo Chase, poderia fazê-la voltar atrás. E foi então que Chase compreendeu.
— Você, Vossa Majestade — corrigiu-se Chase —, está tão obcecada pelo poder, que esqueceu o que é amar. Para Vossa Majestade, a eternidade, a beleza e o poder é só o que conta. Vossa Majestade não me ama.
— Você não sabe nada sobre o que eu sinto! — nada. — Marisa chegou mais perto do traidor, cujo o coração lhe devia. — Mas, uma coisa você está certo — ele a olhou. — Eu esqueci o que é amar — Marisa sussurrou no ouvido de Chase —, pois eu já amei você o suficiente. E, mesmo assim, você comete o mesmo erro sempre. Já está na hora de ter o o seu coração em minha prateleira. Assim como eu terei o de Branca.
— Você nunca a terá, Marisa — sussurrou Chase no ouvido da Rainha. — Preste bem atenção. Dessa vez é diferente. Ela é o seu igual: uma bruxa. A morte será bem-vinda.
Isso foi o que bastou para Marisa. Chase esperava que esta puxasse a varinha; porém, ela levantou a mão e, com força, atravessou o peito de Chase, puxando o coração dele em seguida. Ele caiu com um baque surdo e, ainda em seus segundos de vida, olhou para Marisa.
— Esse é o problema de vocês, nobres, achar que a morte é bem-vinda — disse Marisa segurando o coração de Chase em uma mão e a outra ela limpou nas vestes. Ela o olhou, fria, e saiu em direção do castelo.
E Taylor Chase deu seu último suspiro.
•••
Na manhã seguinte, Tiago e Rosa foram procurar o professor de Transfiguração na sala dele. Mas encontraram-na vazia, ainda com objetos intocados do professor. Rosa e Tiago trocaram olhares e saíram da sala.
Eles caminharam pelo castelo todo atrás de Chase. Tiago queria conversar com ele, pois no dia anterior, Chase lhe garantira que Angelina estava bem e viva. Mas agora o professor havia sumido e Tiago não sabia por onde começar a procurá-lo, até que Rosa sugeriu que fossem verificar nos jardins e na floresta.
— Você nunca aprovou a nossa entrada na Floresta Proibida — lembrou Tiago, surpreso.
Rosa, que andava na frente do primo, suspirou.
— Isso foi antes de sequestrarem minha amiga — respondeu ela. — E quem melhor do que você para me acompanhar até lá?
Tiago, pela primeira vez desde que Angelina sumira, deu um sorriso sincero.
Ele não suportava lembrar que a sua amada tivesse sido sequestrada. E os que o deixava ainda mais com raiva, era o fato da diretora, de quem sempre ouvira o pai dizer coisas boas, não acreditar que fora Marisa Dare que planejara tudo aquilo. Não era a diretora que sentia aquela presença maligna que a professora Dare emanava.
Se ela pensava que ia se livrar de Angelina, estava muito enganada. Porque, primeiro, Tiago ainda tinha fé e segundo, Chase lhe dissera que Angelina estava bem (mesmo que Tiago não tenha acreditado no início). Ele sempre iria encontrá-la.
Eles pisaram no gramado congelado e andaram em silêncio. Teddy e Lily (Tiago ainda estava muito preocupado para brigar com o primo) haviam mentido para o professor de Poções e Defesa Contra as Artes das Trevas que Rosa e Tiago ainda estavam mal pelo sumiço de Angelina, que eles não poderiam assistir a aula do dia. O quer meio verdade.
— Olha, você dá a volta na cabana de Hagrid, que eu vou por este lado. Quem encontrar algo, assobia. E, se não encontrar, nós vamos para a floresta — disse Tiago e Rosa assentiu.
Os dois se separaram e logo Rosa sumiu da viste de Tiago. Ele começou a vasculhar o vasto jardim do castelo e não demorou nem dois minutos e ele estava ouvindo Rosa.
Mas ela não estava assobiando. Estava gritando. Tiago correu até a prima, sentindo um cheiro acre no ar.
— O que foi, Rosa? — perguntou Tiago tampando o nariz. Rosa, chorando, apontou para o chão.
Tiago nunca vira um cadáver antes e agora estava vendo um e era horrível! E ficou ainda mais espantado ao ver quem era o defunto.
— Esse é...?
Mas não pôde completar a frase, pois Rosa jogou-se em seus braços. Ainda sem desviar os olhos de seu professor de Transfiguração, envolveu a cintura da prima.
— Arrancaram o coração dele, Sirius! Olha! — exclamou Rosa com o rosto no peito de Tiago, entre soluços. — Arrancaram!
Tiago alisou os cabelos da prima, consolando-a. Não sabia o que dizer; sentia algo na boca do estômago. Chase era um dos melhores professores de Hogwarts e sempre o ajudava na matéria era terrível saber que ele morrera de uma forma tão cruel.
Rosa ainda chorava e Tiago não conseguia levá-la para longe, daquela cena, quando ouviu vozes.
— Tiago! Rosa! — gritou sua irmã mais nova. Ele fechou os olhos. Parecia que havia mais pessoas com ela. Teddy? Alvo?, talvez. Só não sabia como desviar a atenção do corpo sem vida de seu professor.
Ele pegou o rosto da prima e ergueu-o para que esta o olhasse. Trilhas de lágrimas ainda marcavam a face dela. Ele escutou a voz de Escórpio:
— Rosa?
— Escute, vá com o Escórpio e chame a diretora — disse Tiago.
— Mas...
— Vai, Rosa — interrompeu-a Tiago. Rose engoliu em seco e assentiu na hora em que Lílian, Teddy, Alvo e Escórpio chegavam a cena.
— Olha só o que encontramos no Salão Principal e no Saguão de En... — Lily parou no meio da frase de olhos arregalados para o que estava acontecendo.
— Escórpio, leve Rosa e chame a diretora — disse Tiago mais uma vez. Escórpio assentiu e pegou Rosa, levando-a para o castelo.
Alvo chegou mais perto do cadáver, tampando o nariz. Seus olhos verdes pareceram saltar das órbitas ao ver o corpo de Taylor Chase. Ele tomou um tom estranho de verde e recuou para o lado do irmão mais velho. Teddy também estava ligeiramente verde e agarrou o braço de Lily, que tentava se aproximar do corpo.
Lilian desviu-se de Teddy e rodeou o professor, vendo os olhos sem vida de Chase, vidrados, e o enorme buraco no peito dele que, um dia, tinha um coração. Ela fez uma careta e se abaixou.
— Quem vocês acham que fez isso? — perguntou ela, ajoelhada ao lado de Chase.
Tiago deu uma risada sem humor.
— Você ainda pergunta? Tenho certeza de quem foi — Tiago se abaixou ao lado da irmã, que o olhou.
— Marisa — afirmou Alvo.
— Sem dúvidas. Mas não temos provas e é isso que me deixa furioso — replicou Tiago raivoso. Lilian colocou a mão nos ombros do irmão.
— É melhor a diretora chegar logo — disse Teddy pela primeira vez desde que chegara ali. — Os alunos daqui a pouco vão sair para almoçar e e se vierem para os jardins...
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Não vai prestar — completou Alvo e Teddy concordou com a cabeça.
— Por que será que sempre que há algo de errado, eu sempre encontro um Potter e um Weasley na cena do crime? — A voz de Minerva McGonagall os sobressaltaram e olharam para a professora. — E agora há também um Malfoy e um Lupin... é verdade?
Ela vinha energeticamente, companhada por Jane McClain e Horácio Slurghorn. Os três estavam vindo na direção deles e Teddy saiu do caminho para a professora e os outros verem o corpo.
McGonagall parou e observou o estado do cadáver, com Tiago e Lilian ainda ajoelhados no gramado sujo de sangue. Lily fez menção de fechar os olhos do professor, mas a diretora a impediu de completar o ato.
— Não mexa no corpo, senhorita Potter — avisou e depois olhou para a professor McClain, que se adiantou para examinar o corpo inerte de Chase.
Lilian retirou a mão e ajudou Tiago a se levantar. Eles se juntaram à Alvo e Teddy e observaram os professores fazerem um exame complexo em Chase.
Tiago viu — pelo canto do olho — Teddy pegar a mão de sua irmã e esta se aconchegar mais no peito do primo. Aquilo poderia irritá-lo antes, podia ser até que ainda irritasse, mas, vê-los assim, o fazia lembrar-se de Angelina. Doía saber que ainda estava desaparecida.
McGonagall os olhou e estes esperaram sua sentença.
Ela suspirou e foi até eles.
— O que os senhores sabem? — perguntou McGonagall. Os quatro se olharam.
— Nós não sabemos, diretora — respondeu Alvo.
— Na verdade, professora — disse Tiago irritado —, nós sabemos de algo, sim — McGonagall ergueu uma das sobrancelhas. — Mas não temos como provar.
— Qual é a sua teoria, senhor Potter?
— Que foi a professora Marisa Dare que matou o professor Chase e que mandou sequestrar Angelina — respondeu ele sem se importar com as caretas do irmão do meio.
McGonagall ficou surpresa.
— Essa é uma acusação muito séria, senhor Potter. E que história é essa de sequestrarem uma aluna? — Ela cruzou os braços, a expressão severa sob os óculos quadrados.
Lilian adiantou-se até a diretora.
— É verdade, diretora! Levaram Angelina e não sabemos para onde — seus olhos estavam cheios de lágrimas enquanto McGonagall avaliava a situação.
Por fim, a diretora suspirou.
— Se uma aluna foi sequestrada, a situação é preocupante — disse McGonagall. — Vão para o gabinete e me esperem lá. Quero conversar com os senhores sobre os acontecidos. A senhorita Weasley e o senhor Malfoy já estão esperando.
Os quatro assentiram e já estavam se retirando, quando McGonagall pareceu se lembrar de algo.
— Potter — chamou ela e Tiago, Lily e Alvo olharam para a diretora.
— Sim, diretora? — disse Tiago.
— Quem mais sabe sobre isso?
— Meus irmãos, meus primos, Teddy, Jared, Marcus, Rachel e Escórpio. — Respondeu, prontamente, Tiago. McGonagall parecia aturdida com que tanta gente soubesse das circunstâncias. Ela respirou fundo.
— Peça que todos venham à minha sala, por favor — pediu e Tiago assentiu.
Enquanto os quatro adentravam o castelo, deixando para trás os outros professores, Tiago olhou para a irmã.
— O que você encontrou? — perguntou Tiago.
Lilian, que estivera escondendo atrás de si, mostrou os objetos que encontrara junto com Teddy. Tiago pegou um par do sapato e a presilha que Angelina usara na noite do baile. Seu peito pareceu inchar ao olhar os pertences de sua amada, sentia tanta falta dela. Contudo, ele não desistiria. Ele ia encontrá-la.
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