_ Quer mais sopa, Jamie? – ela balançou a cabeça para um “não”, suspirou como se dissesse que estava cheia e ele entendeu – Eu sei que você já tomou um banho lá com outra tia. Então eu vou preparar um quartinho para você dormir. – ela então fechou o cenho e abaixou a cabeça – Não quer dormir?

Jamie começou a chorar e correu para ele e o abraçou.

Bruce parecia desabar naquele momento, parecia ela, sua voz não saia, e ele a apertou em seu colo.

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_ Não vai ficar sozinha! – disse com muito custo, e a menina se acalmou, parou de abraça-lo e apenas ficou encostada nele, como se nunca mais quisesse sair dali.

Bruce segurou em sua mão e a levou para seu quarto. Entendeu que ela não dormiria se não tivesse alguém com ela, então mostrou sua cama, era de casal e bem espaçosa.

_ Está vendo? Você vai dormir aqui comigo. Essas cobertas são macias e quentes. Você gosta? – outro balançar de cabeça, significava um “sim” – Então vamos nos deitar.

A menina então o assustou, pois levantou seu vestido para tirá-lo.

Ele a impediu delicadamente.

_ Espere que eu vou buscar sua roupa de dormir.

Ele ia sair do quarto, mas ela foi atrás dele, não queria ficar sozinha nem por um segundo. Bruce buscou a mala de roupas de Jamie e as colocou sobre a cama. Escolheu um pijaminha de calça e camisa de manga comprida e pediu que ela vestisse. Jamie a vestiu em sua frente, mas ele fechou os olhos, pois ela já apresentava um corpo de mocinha, sua altura ia até 5 cm abaixo do queixo dele, era uma criança na puberdade.

Depois de vestida, Jamie esperou que ele se deitasse para acompanha-lo. Ele o fez, e ela deitou-se agarrada a ele para dormir, segurava seu braço e não o soltou, até que pegou no sono e virou-se para o outro lado.

Durante o tempo em que ela estava com os olhos abertos Bruce olhava pra ela, parecia querer descobrir seus pensamentos e fazer com que ela esquecesse aquilo que viu, ele sentia-se responsável por Jamie e era como se Deus a tivesse posto em suas mãos para tentar reparar o erro que o mundo causou a ela e por intermédio dele, guiar seu destino. Jamie também o encarava e apenas respirava suavemente.

Quando ela finalmente dormiu, ele a cobriu com uma coberta separada, fez um “montinho” para mantê-la aquecida e deitou-se de novo. Queria estar perto dela para o caso de ela acordar.

Mas ao ouvir o barulho de sua mãe se levantando e o carro de Laurence parando, ele saiu devagar e fechou a porta.

Antes de abrir a porta da sala ele voltou ao quarto de sua mãe e ela ainda dormia. Aqueles momentos com Jamie o fez esquecer-se de tudo que passou naquele dia: Grace, a ferida em seu braço e no peito, a pior cena que presenciou em sua vida: Um homem nu e ereto e sua mãe em posição de parto. Aquilo tudo voltou à sua cabeça quando ouviu a voz de Laurence.

Bruce o atendia na sala.

_Vim ver como sua mãe está.

_ Fale baixo, por favor. Jamie está dormindo. Ela deve estar bem, acabou de se levantar!

Passando por ele, Laurence foi para o quarto de Betsy, estava chateado com a acusação prematura de Bruce.

Mas ele não se importou, apenas voltou para o quarto e deitou-se na cama ao lado de Jamie. Queria ficar lá para o caso de ela acordar, pois ela talvez chorasse se não o visse ao seu lado.

Antes de pegar no sono, Bruce se lembrou de Grace, de suas lágrimas e das marcas na perna. Ele havia se tornado Policial por que queria defender as pessoas, cresceu vendo Laurence obter sucesso nisso por causa da autoridade que sua profissão lhe proporcionava.

_ Eu só estou pedindo ajuda para ficar livre. Quando entender, me procure.

Foram suas palavras a ele e que soavam mesmo como um pedido de socorro.

Em seu sonho de menino Bruce sempre foi seu herói, e a salvava de homens maus. Era intrigante para ele que agora poderia ser mesmo um herói de certa forma. Descobriu que ainda a amava, e movido pela esperança de que ela voltaria a ser o que era antes, decidiu procura-la novamente. Ele dormiu, enquanto acariciava os cabelinhos pequenos e enrolados de Jamie.

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No quarto ao lado, Laurence decidiu não contar a Betsy que ela foi vista por seu filho, pois ela já sentia muita vergonha por ter bebido.

_ Ele me chamou e ficou preocupado? – ela dizia fragilizada, já havia tomado um banho e se deitou novamente, sua cabeça doía muito.

_ Sim, e eu também, por isso eu vim. Coloque uma roupa decente e eu lavarei você ao médico.

_ Acha mesmo que eu teria coragem? Um comprimido já basta.

_ Então vamos para minha casa, tenho muitos comprimidos lá.

Ele a abraçou lentamente, mas ela se esquivou um pouco.

_ Laurence, não. Bruce está aí.

_ Betsy, - se afastou – nós já ultrapassamos a barreira do pudor, somos velhos e sozinhos, e nos amamos! O que mais quer que sejamos para nos casarmos? Idosos e esclerosados?

Ela sorriu , ainda gemendo de dor.

_ Você é um amor, Laurie, mas eu não posso ir à sua casa. Não disse que Bruce trouxe uma menina?

_ Sim, mas ela já é grande, não um bebê, e está sendo cuidada por ele. Não vai ficar aqui por isso, vai? Ele terá uma semana de folga. – ela ficou pensativa – Bruce teve você toda a vida, mas você... Quando fez algo que não o incluísse, que fosse pra você?

Ela se lembrou do que o próprio Bruce disse à tarde, e resolveu.

_ Tem razão. Eu vou com você!

Depois de deixar um bilhete na porta do quarto de Betsy, Laurence a levou, junto a algumas roupas e utensílios pessoais dela. Pretendia que ela ficasse alguns dias com ele para se acostumar com a ideia do casamento. Ele estava muito decidido a isso.