Um Torneio Diferente

Capítulo três – Hermione


Era oficial. Hermione estava ficando louca. Ficava mais nervosa a cada dia, mesmo sabendo que o torneio só aconteceria dali á um mês.

-Você precisa se acalmar – Foi o que Rony lhe disse, mas ele parecia quase tão aflito quanto ela.

Harry, Rony e Hermione estavam discutindo, na aula de transfiguração, sobre quais feitiços a garota deveria praticar quando foram interrompidos por alguém que pigarreava alto ao lado deles. Hermione ergueu o olhar e se deparou com Prof.ª McGonagall parada em frente a eles com uma expressão ligeiramente diferente da de um buldogue com raiva. A garota se forçou a virar para seu pombo e tentar transformá-lo em um cálice. Estava tão nervosa com a droga do torneio que mal conseguia se concentrar para fazer um simples feitiço, por mais que tenha tentado, em vão, transformar seu pombo quatro vezes.

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Hermione olhou para os lados e viu que os amigos estavam quase tão bem quanto ela. Isto é, se não estavam pior. Harry tinha criado um cálice com asas, que por livre e espontânea vontade saiu voando pela sala. Já Rony tinha transformado seu pombo em uma espécie de cálice-ave. O objeto (ou seria animal?) saiu ciscando pela mesa com seu bico de prata e quando viu que não tinha mais ele, começou a se debater freneticamente, o que teria feito Hermione rir, se não fosse pelo fato de Prof.ª McGonagall estar os fulminando com o olhar.

Ao fim da aula a professora mandou as pessoas que não haviam conseguido transfigurar seus pombos – Na verdade só os três e Neville não obtiveram êxito na tarefa – praticarem, pois apresentariam o feitiço á professora na aula seguinte.

Como se não bastasse a novidade do torneio para atormentar Hermione, na hora do almoço Dumbledore fez questão de informar aos que quisessem ouvir que os outros campeões chegariam á noite e que era dever de todos os estudantes de Hogwarts dar-lhes uma recepção calorosa.

-Como se fosse motivo para comemorar. – Grunhiu Harry. Hermione sabia que o amigo já tinha participado do torneio uma vez, e sua experiência não foi, como ela podia dizer, uma das melhores. Durante a última tarefa ele tinha ido parar no meio de um cemitério, onde assistiu a volta de Você-sabe-quem. Isso sem falar do fato de Cedrico Diggory ter sido assassinado lá.

Nenhum motivo para se preocupar. Hermione pensou, respirando fundo.

-Hey, vai ficar tudo bem. – Confortou Rony, colocando suas mãos sobre as dela. Hermione sentiu o rosto esquentar e teve certeza de que estava quase tão vermelha quanto o pudim de frutas vermelhas em seu prato. Antes que pudesse responder algo realmente inteligente como ‘ãh...’ ou até mesmo ‘me passe o molho?’ uma coruja pousou em frente a eles com uma carta amarrada á perna.

-É de algum de vocês? – Ela perguntou á Harry e Rony, mas os dois negaram com a cabeça. Como a coruja não se dirigia á nenhum outro aluno, Hermione decidiu abrir a carta que o pequeno animal trazia.

Querida Hermione,

Eu e seu pai soubemos que foi sorteada para um torneio bruxo muito importante, e estamos orgulhosos de você! Dumbledore nos mandou uma carta avisando sobre o evento e poderemos ir vê-la em sua primeira tarefa.

Sentimos sua falta, mas esperamos a ver logo.

Assinado, Mamãe.

Hermione se sentiu subitamente melhor. Iria ver seus pais, e eles iriam apoiá-la. Ela mostrou a carta aos amigos, que também ficaram empolgados. O resto do dia se passou normalmente: Aulas e mais aulas, professores os atolando de deveres de casa, Simas explodindo coisas, nada incomum.

Hermione aguardou ansiosa durante o dia todo, a hora do jantar. Ela não tinha visto os campeões de outras escolas ainda, a não ser pela rápida espiada quando entraram naquele galpão no meio do nada. Pelo que notou, todos eles mantinham a mesma média de idade, a não ser pelo garoto pálido e a garota de mechas azuis. Eles pareciam ser os mais novos, mas Hermione decidiu não tentar adivinhar. Teria tempo para conhece-los melhor depois. Quem sabe até fazer algumas amizades?

Antes que pudesse sequer se sentar á mesa para comer, Dumbledore anunciou que os campões tinham chegado, e que todos deveriam dar-lhes as boas-vindas.

Os diretores de suas respectivas casas arrumaram os alunos em uma posição aceitável em frente ao saguão de entrada. Logo uma carruagem puxada por cavalos alados pairou delicadamente sobre a entrada de preda do castelo e doze – pelo menos foi o que Hermione conseguiu contar antes de um aglomerado de alunos espicharem as cabeças para espiar os novos convidados a impedindo de vê-los.

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Depois de toda aquela cerimônia de boas vindas, os alunos voltaram ao Salão principal e se sentaram ás mesas, mas a maioria parou para observar os convidados, que estavam parados, meio atônitos, meio embaraçados no batente da porta.

-Podem se sentar á mesa que desejarem – Informou Dumbledore, cortesmente, mas eles continuaram parados encarando a multidão de alunos que os encarava de volta. Hermione se sentiu envergonhada por eles. Tentou não imaginar como seria realizar as próximas tarefas em um lugar onde não conhecia ninguém.

Depois de um pequeno tumultuo, todos se alojaram em mesas aleatórias e o banquete começou. Uma garota loira de cabelos cacheados sentou-se ao lado de Hermione acompanhada por um garoto de cabelos negros e olhos extremamente verdes. Ele era realmente bonito, Hermione pensou, mas não ficou encarando. Isso não seria legal se eles fossem um casal, o que aparentemente, eram.

-Então, você é uma das campeãs do torneio não é? – Perguntou Rony na maior cara de pau. Hermione lhe censurou com o olhar.

-Sim. – A garota concordou – Sou Annabeth – Ela disse apertando a mão de Rony por cima da mesa, o que incomodou Hermione um pouquinho, e parece que também incomodou o suposto namorado da garota.

-Então... – O garoto de olhos verdes se manifestou – Hogwarts, hein. Nunca pensei que bruxos realmente existissem.

-Nós também não estamos muito acostumados com a existência de mais de um Deus. – Falou Harry. – É estranho para os dois lados.

-Acho que sim – Disse o garoto dos olhos verdes.

Durante o jantar, os cinco conversaram e até fizeram amizade. Hermione descobrira que Annabeth também era do tipo ‘’intelectual’’ e elas até que se deram bem. Mas elas realmente começaram a se dar bem quando Percy – o garoto dos olhos verdes – perguntou de onde vinha tanta comida.

-Os elfos domésticos fazem a comida – Explicou Rony – E mandam para as mesas. A cozinha é aqui embaixo na verdade.

-E quanto tempo dura o contrato deles? – Perguntou Annabeth.

-Ah não! Eles não são pagos. – Disse Harry.

-Não são? – Perguntou a garota incrédula. Foi aí que Hermione lhe explicou sobre como isso era uma injustiça e até lhe explicou sobre a F.A.L.E. A partir daí, o jantar se passou normalmente, como se os cinco fossem amigos de infância.

Depois disso, Dumbledore anunciou que os campeões e seus amigos seriam divididos e ficariam parte na sala comunal da Grifinória, e parte na sala comunal da Sonserina, já que os dois campeões de Hogwarts eram dessas casas.

Dito e feito. Os meninos foram para a sala comunal da Sonserina (Percy se despediu de Annabeth com um beijo, confirmando as suspeitas de Hermione de que estavam juntos) e as meninas rumaram para a da Grifinóra. Depois que todas estavam devidamente acomodadas, as luzes foram apagadas e todos caíram em um sono profundo.

Não foi tão ruim afinal. Não como Hermione esperava. Estava sendo até um bom começo.