POV Eva

Desde aquele dia que tenho pesquisado mais sobre os Cullen, mas tudo o que encontrava era sobre o sucesso dos livros e dos filmes da Saga Twilight.

Apenas falavam das personagens e então dei comigo a pensar, que talvez a história fosse toda verdadeira, já que no livro, Crystal descobriu que os Cullen existiam mesmo e se a Crystal fosse a miúda que tinha tido o acidente então tudo era verdade…

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Toda aquela história me andava a consumir, até as minhas amigas e o meu namorada haviam reparado que algo me estava a preocupar!

Eu já tinha planos de viajar até Forks e La Push, mas o que diria aos meus pais para justificar o meu súbito interesse por esses lugares… Afinal nós sempre viajámos para sítios como o Hawai, Caraíbas, Tunísia, Egipto, Itália, França… e mantínhamos, como alguns britânicos, residência de férias no Algarve.

Se eu lhes pedisse para ir a Forks eles iam desconfiar, porém já havia pensado em ficar hospedada em Seattle para ter a desculpa de querer conhecer uma das grandes cidades do Estado de Washington.

Eu iria pedir-lhes naquela noite, por isso nem fui à biblioteca nesse dia, fui logo da escola para casa, para não correr o riso de chegar atrasada ao jantar.

Quando cheguei a casa fui para o meu quarto e deitei-me na cama a ver um filme qualquer do clube de filmes da TV por fibra óptica.

Faltavam só 5 minutos para o jantar quando o filme acabou, então corri pelas escadas a baixo para não estar nem um minuto atrasada, afinal não podia deixar a minha mãe mal disposta, se não a resposta seria negativa.

Sentei-me à mesa e a minha mãe sorriu-me em aprovação por ter chegado a horas, se bem que lá no fundo ela não gostava muito disso, porque assim já não haveria nenhuma desculpa para eu não comer.

Eu era magra, tinha umas maminhas com o tamanho normal para uma britânica, também tinha ancas, mas não muito salientes e tinha um cu pequenino. Mesmo assim, a minha mãe dizia que os meus 52 quilos para um 1,73 m, era muito.

Por isso eu sofria muitas oscilações de peso e por vezes chegava mesmo a ficar doente por não comer. Cheguei a ser internada no hospital, por estar com um peso muito baixo, mas para a minha mãe isso era normal. “Antes assim do que gorda!” dizia ela.

Isso revoltava-me muito, porque era a minha saúde que estava em jogo, e graças à maneira como a minha mãe me obrigou a alimentar, eu não conseguia ingerir as quantidades recomendáveis de alimento, mesmo que eu quisesse.

- Bem, eu gostava de vos pedir uma coisa. – disse sem saber bem como começar.

Os meus pais tiveram uma troca de olhares e a minha mãe respondeu:

- Continua.

Sinceramente, não sabia se aquilo era bom ou mau, mas lá ganhei coragem e continuei.

- Eu gostava de fazer uma viagem a Seattle, que fica no Estado de Washington…

Então a minha mãe sorriu e o meu pai esboçou um género de sorriso, também. Sim…um género, porque eu nunca o tinha visto a sorrir, e muito menos a rir.

- Querida, nós temos algo para te contar. – eu assenti – Nós vamos nos mudar para Seattle e, bem, nós decidimos adoptar uma criança. – aquilo nem me soou muito mal, e voltei a assentir – Nunca perdi a esperança de ter uma filha perfeita, e esta è uma oportunidade perfeita. – acabou sorrindo.

Aquilo foi como um murro no estômago.

Eu sempre soube que ela nunca me achou boa o suficiente, mas tê-lo dito assim, daquela forma? Sinceramente, apeteceu-me mandá-la à merda, desculpem a expressão, mas só me levantei e fui para o meu quarto.

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Passado uma semana, eu já tinha acabado com o meu namorado, já tinha-me despedido das minhas amigas e estava no aeroporto com as malas prontas para partir, e ir viver para Seattle.

Seria uma grande mudança, mas podia ser que eu conhecesse pessoas que realmente gostassem de mim pelo que sou e não pela minha aparência.

O voo foi passado a dormir e só fui acordada pela minha mãe quando já tínhamos aterrado.

A viagem até à minha nova casa, que ficava nos subúrbios de Seattle, foi lenta e, ainda por cima, tive de passá-la a ouvir a minha mãe a falar de que dali a cinco dias iriam buscar a menina que tinha escolhido, Margaret. Pelos vistos eles já tinham tratado de tudo, fazia alguns meses.

A minha nova casa até era bonita, estilo vitoriano, de dois andares. O meu quarto era grande, tinha um bom closet e uma casa de banho privativa espaçosa, mas não era tão bom como o da Margaret…

Arrumei tudo e decidi ir dar uma volta pela cidade, para conhecer melhor o local.

O passeio pela cidade foi agradável, descobri onde era a escola secundária que eu ia frequentar, o que era muito bom, assim no dia seguinte pouparia tempo.

Antes de adormecer fiquei a pensar como seria a minha nova vida. Seriam muitas mudanças, a minha nova “irmã”, a minha nova escola… Naquele dia nem havia comido, para que a minha mãe ficasse contente, mas ela nem ligou, estava mais ocupada a preparar o quarto da Margaret.

Não vou dizer que não chorei nessa noite, porque a verdade é que adormeci a chorar.

No dia seguinte acordei, sem muito ânimo, afinal, nunca era fácil ser a miúda nova…

Levantei-me, tomei um banho, vesti umas calças de ganga justas e escuras, uma camisola de mangas compridas vermelha e um casaco de malha preto.

Deixei o cabelo solto e fiz um risco preto levezinho nos olhos.

Peguei na minha mala e desci as escadas sem sequer parar para tomar o pequeno-almoço. Mesmo que quisesse, não conseguiria, estava tão nervosa, que o meu estômago, já de si fraquinho, não aguentaria nada lá dentro.

Entrei no meu novo carro, um BMW, e conduzi até à escola sem muitas pressas.

Como Seattle nem era assim uma cidade tão pequena, a escola também era grande e, consequentemente, tinha muitos alunos, logo ninguém repararia em mim, pelo menos esperava que ninguém reparasse em mim.

Desci do carro e entrei na escola, indo à procura da secretaria, para receber o horário.

A manhã correu normalmente, tive as aulas de Biologia, História e Inglês e, por sorte, não tive de me apresentar. Apenas recebi uns olhares curiosos e deu-me a sensação que um grupo de rapazes da equipa de basquetebol, começaram-se a rir de mim.

Quando a última aula acabou, fui na direção da cantina e quando estava quase a chegar à entrada da mesma, senti uma pancada forte nas costas e caí para a frente.

Senti algumas dores nas costas, mas o orgulho foi maior e tentei logo me levantar. No entanto, quando o ía para fazer, senti uma mão forte a ajudar-me a levantar.

- Estás bem? – perguntou uma voz masculina e muito bonita.

Olhei para quem me estava a ajudar e ia ficando sem ar. Ele era lindo Tinha o cabelo castanho, a pele um pouco morena, uns olhos verdes intensos, tinha algumas feições de índio nativo americano, que lhe davam um ar exótico. Além disso era alto e musculado, mas não em exagero.

- Sim… – gaguejei.

Então ele virou-se para o grupo de rapazes que estavam a rir atrás de nós e gritou:

- Mas que merda foi esta?? – perguntou furioso.

Só então, reparei que eles eram os rapazes que estavam a rir na aula.

- Ei, tem calma, capitão!

- Sim tem calma, Mathew, Ela é nova cá, temos de a receber bem.

Ele respirou fundo e respondeu:

- Calem-se e desapareçam já da minha vista antes que eu me passe!

E, apesar de chateados, eles foram-se todos embora, sem sequer reclamarem.

Então ele virou-se para mim com um sorriso lindo, e disse:

- Suponho que ainda não tenhas almoçado.

Neguei com a cabeça e ele conduziu-me pela cantina.

- Então eu sou o Mathew Black, e tu?

Aquele nome, Black, eu conhecia-o… Será?

- Eva Evans, Só por curiosidade, quais são os nomes de solteiros dos teus pais?

Ele olhou-me sério, e pareceu ponderar se dava ou não aquela informação, e acabou por decidir responder-me.

- Jacob Black e Reneesme Cullen.

Não podia!

Só podiam estar a brincar comigo!!!