Eles se separaram e seguimos a diretora até a diretoria. A escola já estava vazia há essa hora, então entramos e nos sentamos. Contei tudo o que aconteceu e a diretora ligou para nossos pais.

Capítulo 13 – New Tears

- Annabeth, espera! – Escutei Percy gritando ao longe. Não parei de correr e chorar. Aquilo era culpa minha.

Percy finalmente me alcançou em um dos corredores do hospital, me abraçou e tentou limpar minhas lágrimas. O que foi inútil, já que elas não paravam.

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- Não foi culpa sua, ok? Ninguém sabia o que iria acontecer. Foi um acidente! – Percy disse.

- Eles foram ME buscar na escola, bateram o carro por MINHA culpa e agora... a-agora – eu comecei a chorar e soluçar e Percy me abraçou mais forte.

Explicação: quando a diretora ligou em minha casa, vieram meu pai, minha madrasta e meus dois irmãos me buscar. Mas no caminho meu pai perdeu o controle do carro e bateu MUITO forte em um poste, matando todos os que estavam no carro. Bem na verdade, meu pai e minha madrasta morreram na hora, Mateus e Bobby morreram no hospital. O pior foi que eu os vi morrendo. Eles disseram que me amavam e que sempre estariam comigo. E Mateus pediu para que, sempre que eu comprasse chocolate, lembrasse-me dele. Bobby disse que era para eu pensar nele quando eu assistisse Bob Esponja. Eu prometi à eles que sempre faria isso. E eles se foram, juntos e sorrindo.

Eu nunca me senti tão sozinha e culpada em toda a minha vida.

O pior de tudo foi quando eu esperava por eles na diretoria, e a secretária chegou e sussurrou algo no ouvido da diretora. Ela disse que eu e Percy (cujos pais já haviam chegado) estávamos liberados e que meus “pais” (Anna não era minha mãe, mas era como se fosse a segunda mãe) haviam sofrido um acidente. Fui correndo ao hospital em que estavam.

Percy ainda me abraçava. Eu nunca fiquei tão triste em toda a minha vida.

Dois meses depois

- Você bebeu – Percy disse assim que eu acordei.

- Sério? Nossa, nem percebi porque estou uma ressaca fodida! – Eu respondi.

- Não diga palavrões! – Percy me advertiu com uma cara séria. Fazia muito tempo que não sorríamos um para o outro.

Depois da morte em grupo, eu passei a morar sozinha na minha casa. Isso é ilegal, eu sei. Que se dane! Minha mãe não queria me deixar, mas ela teve que ir.

Minha vida mudou muito depois daquilo. Eu parei de falar com meus antigos amigos e passei a ir a festas para beber até cair. E Percy não gostava disso. Nosso namoro estava meio (MUITO) forçado e nós dois sabíamos disso, apesar de não admitirmos. Mas sem ele, as coisas ficam piores.

- O que é isso no seu braço? - Percy perguntou após alguns minutos em silêncio.

- Não é nada. – Eu disse e escondi meu braço.

Se eu fosse a antiga Annabeth, eu teria contado tudo o que está acontecendo ao meu namorado, mas eu já não era mais a mesma. E se Percy fosse o antigo Percy, mesmo com essa resposta estranha vinda de mim, ele teria dito: “Ok, se você diz. Mas saiba que pode contar comigo para tudo.” E depois ele daria um sorriso digno de Perseu Jackson. Mas ele também tinha mudado comigo. Ele simplesmente ignorou minha resposta e puxou meu braço bruscamente para fora das cobertas que me cobriam na cama.

- Eu não acredito nisso! – Percy praticamente gritou. – Você está se cortando? Você é louca? - Ele puxou meu outro braço e viu que também havia cortes por toda a extensão do mesmo. – Você não pode fazer isso comigo, nem com você! – Ele disse e parecia estar com muita raiva. – Você bebe, se corta, parou de estudar e só vai à escola para sentar no fundo da sala e ouvir músicas, parou de falar com nossos amigos, já me traiu com não sei quantos garotos. QUEM É VOCÊ? O que você fez com a minha Annabeth, aquela que vivia de sorrisos e meiguice?

- ELA SE FOI! – Eu disse já chorando. – Ela deixou de existir no momento em que eles morreram!

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- Olha para você! – Percy disse com a voz falha e parecendo que ia chorar – Olhe-se no espelho! Olhe para todos ao seu redor! Estamos todos tentando ajudar! – Ele disse e, de repente, se colocou ao lado da cama. – E quer saber? Parece que você não precisa da minha ajuda! Nós não somos mais os mesmos, não podemos continuar nos machucando assim.

- O que você quer dizer? - Eu perguntei com medo da resposta.

- Que está tudo acabado. – Ele disse e saiu pela porta. Eu poderia ter ido atrás dele, eu poderia ter dito que gostava muito dele e pedir desculpas. Mas eu não fui. Senti mais lágrimas escorrendo quando escutei a porta de entrada batendo com força. Me levantei e fui ao banheiro, soluçando e chorando.

Peguei a navalha que eu usava para me cortar em todas as vezes e cortei meu pulso. Fiz um corte. Aliviou um pouco.

Cortei de novo.

E de novo.

E de novo, dessa vez um corte mais profundo.

Depois desmaiei

*****

Meus olhos estavam pesados. Tentei abrir meus olhos. No segundo que os abri, fechei. Havia muita luz naquele quarto. Estranho, meu quarto não é branco. Abri meus olhos e vi que estava em um quarto de hospital.

- Finalmente. – Disse uma voz um pouco ao meu lado. Thalia estava sentada em uma cadeira ao lado da cama. – Achamos que tínhamos te perdido.

- Onde estou? - Eu perguntei, e minha voz saiu rouca. – E por quanto tempo eu... Hum... Dormi?

Quando Thalia ia falar, uma enfermeira entrou no quarto. Ela apenas trocou o soro que eu tomava na veia, disse que ia chamar o médico e saiu. Thalia teve que sair junto com ela.

- Olá Srta. Chase. – Disse o médico. – se sente melhor¿ - Eu acenei com a cabeça. – Vou começar a te explicar tudo e seus amigos poderão entrar logo em seguida. O Sr. Jackson me informou de sua perda. Só queremos te ajudar e você só sairá daqui quando se sentir pronta.

- Pronta? C-como assim? - Eu disse com a voz fraca.

- Você está na Clínica de Reabilitação JKP por problemas com bebidas e automutilação, também chamado de cutting.

Continua...