Que Chegue Até Você.

Parte XXXII – Juntos!


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Parte XXXII – Juntos!

Hinata estacionou ao lado da residência Uzumaki, e teve que respirar fundo antes de descer do carro. Pelos vidros escuros, ela ajeitou os cabelos que estavam um pouco desajeitados, e limpou o lápis de olho borrado. Olhou para o relógio mais uma vez, confirmando que não estava sendo nem chata, nem boa de mais, e que deixara a filha tempo suficiente na casa de Naruto.

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Tomando coragem, ela se aproximou da campainha. Hesitou um pouco, mas enfim apertou-a, e pôde ouvir os sinos mesmo do lado de fora da casa. Não demorou muito até que Kushina abrisse a porta; ela estava sorridente, e vestia uma roupa casual e um avental com o símbolo dos Uzumaki estampado. – Hinata-san! – Ela sorriu sinceramente ao vê-la. – Entre, entre! Estamos preparando o café. – Hina sentiu o rubor subir, e negou imediatamente.

- Eu estou bem, senhora Uzumaki. Só vim buscar Yume. – A ruiva demorou um pouco para associar o nome dito à Rikka.

- Claro, querida. Mas ela sequer se alimentou. Não gostaria de entrar, tomar uma xícara de chá ou um copo de água? – Ela estava claramente tentando ganhar mais tempo com a neta, e Hinata sabia disso. Ela olhou para os lados e pensou um pouco. Ainda estava atordoada com o acontecimento com a irmã.

- Talvez um pouco de chá não seja uma má ideia... – Ela ponderou, e a senhora Uzumaki foi só sorrisos.

- Entre, entre! – Deu espaço para que a Hyuuga, timidamente, adentrasse a casa pela primeira vez. Sem dúvida, era um lugar muito reconfortante. Não tão perfeitamente simétrico, como o clã Hyuuga e nem tão organizado quanto o distrito Uchiha. Era “arrumadinho”, com algumas coisas fora do lugar que pareciam dar o aspecto de “lar”. – Ela está na cozinha, fazendo panquecas com Mayuki. – O sorriso de Kushina foi divertido, o que a fez hesitar ainda mais em segui-la. Mesmo assim, no fim das contas, não resistiu à curiosidade.

A cozinha estava uma bela bagunça! Panelas para todos os lados e farinha de trigo espalhada no ar. Rikka estava sentada no colo de Mayuki e juntas elas preparavam a melequenta massa das panquecas de nutrição questionável.

Naruto e Minato estavam próximos, também. O mais velho era visivelmente habilidoso com as panelas, já o filho... Hinata riu ao sentir o cheiro de queimado e teve a imediata atenção da filha. – Mamãe! – Rikka se levantou num pulo e correu para a cintura da mãe. Hina retribuiu o carinho de bom grado, agachando-se para abraçá-la.

- Se divertiu? – Ela perguntou sorridente, e a pequena assentiu freneticamente.

- Muito! A tia Mayu me ensinou a pintar as unhas, olha! – Esticou a mão com as unhas gritantemente coloridas; a morena arqueou a sobrancelha e olhou sugestivamente para a ex- cunhada, que gargalhou.

- Ela escolheu, eu juro! – Segurando-se para não rir, a de olhos perolados tornou a olhar para a filha.

- Você ficou linda, querida. No caminho, prometo comprar as cores que você quiser, desde que não sejam muito escuras. – Foi só mencionar “caminho” que o olhar da menina broxou.

- Nós precisamos ir agora, mamãe? – Aquele olharzinho... O estômago de Hina se revirou, só de vê-la tão tristonha.

- Agora, agora não... Na verdade, a mamãe ainda vai ver uma antiga amiga.

- A Sakura-chan? – Ela negou. – A Ino? – Negou mais uma vez. – Então quem?!

- Ela se chama Suzuki, e quer muito te conhecer. – Rikka fez uma careta.

- Eu não posso ficar aqui enquanto vocês conversam? – Hina riu, e negou com a cabeça. Levantou-se e pegou a filha no colo.

- Você já ficou muito tempo longe de mim, mocinha.

- Isso é injusto. – Naruto falou de repente; só a voz dele fez Hinata congelar. Com o rosto fervendo, mas tentando afastar essa sensação, a mãe acompanhou o olhar da filha em direção ao loiro. Ele estava sujo com algo que Hina identificou como farinha de trigo e manteiga; sorria de um modo que ela tinha certeza que era para provocá-la. – Eu só passei uma noite ao lado dela. – Ela cerrou os olhos demonstrando irritação, mas só o fez sorrir mais.

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- É mamãe! – A menor concordou. – Eu só passei algum tempinho com o onii-chan, e nem foi tanto assim, porque a gente dormiu.

- Vamos, Hina-nee! – Mayu pediu com a voz cheia de mimo. – Por favor! Só enquanto você fala com a Suzuki-san!

- Mas... Mas eu tenho que apresentá-las... – Ela tentou explicar, mas com todos os Uzumaki olhando-a como se ela estivesse com a decisão do século, tinha certeza que não conseguiria aguentar a pressão por muito tempo.

- Só por algumas horinhas! – Kushina implorou. Os olhos dela brilhavam tanto quanto os da própria Rikka.

- Só até ela comer as panquecas. – Até Minato pediu. – Se quer tanto apresentá-la à senhora Hyuuga, fique mais um tempo.

- Isso! Fique mais um tempo! – Mayu concluiu decidida. – Nós vamos lanchar como uma família de verdade deve fazer. – A ideia iluminou a pequenina, que olhou para a mãe com uma expressão de cachorrinho abandonado. Hinata estava a ponto de ceder quando ouviu a voz que sempre lhe dava enjoo.

- Bom dia... – Shion bocejou sonolenta. Hinata virou-se parcialmente, quase sem acreditar no tamanho minúsculo da camisola que ela tinha coragem de usar em uma casa com dois homens. Kushina não pareceu se importar – talvez por já estar acostumada -, mas Hina sentiu a incômoda pontada no estômago.

O silêncio que se fez após a chegada da Senjuu foi absoluto. – Ah! Rikka-chan! – Ela exclamou com falsa felicidade, e aproximou-se da menina, que parecia gostar dela quase tanto quanto Hinata. – Você já vai embora? Uma pena. Nem pudemos conversar... Eu mantive seu pai ocupado por um tempo. – Tanto Naruto quanto Hinata enrijeceram. Ele olhou para a prima com censura, e Hinata teve que contar até vinte mentalmente.

- Ele não é meu pai ainda. É meu onii-chan. – A menina explicou; foi como um soco no estômago de Naruto. Shion corou ao perceber a besteira que havia feito.

- C- Claro. – Ela gaguejou. Sentia todos os Uzumaki fuzilarem-na. – Mas é como se fosse seu pai, não é? – Rikka deu os ombros e concordou com um aceno, fazendo o pai respirar com alívio. – É uma pena que vá tão cedo. – Hinata sorriu de repente, e teve que se conter para não rir.

- Não se preocupe, Senjuu-san. A Rikka vai ficar um pouquinho mais. – O radar romântico de Mayuki quase apitou naquele momento, quando a garota pôde detectar ciúme em cada movimento da sua adorada Hina-nee. – Eu vou me encontrar com uma amiga, e já que sua família quer tanto que ela fique... – Tentou dizer as palavras com a mesma falsidade que a outra conseguia, mas duvidou ser capaz.

- De verdade, mamãe?! – A menor se iluminou, e Hinata concordou.

- De verdade. – Sentiu seu rosto ser beijado.

- Obrigada! – Ela exclamou sorridente, e a mãe a pousou no chão. Hinata despediu-se da filha com um beijo doce na testa, e dos Uzumaki com uma educada reverência. – Tchau, mamãe! – Rikka despediu-se da porta; estava ao lado de Kushina, que sorria sinceramente, cheia de gratidão. Hina acenou para as duas do carro e deu partida; estava a caminho de uma cafeteria que ficava no centro de Konoha. Em meio ao prazer de acabar com o conforto de Shion Senjuu deixando a filha aos cuidados de Naruto, Hinata sequer pôde se lembrar da apreensão sobre o assunto “Hanabi”. Infelizmente, a má reação da irmã no reencontro logo lhe tornou à mente, e ela não pôde pensar em mais nada.

~

Quando Hanabi tornou à residência Hyuuga àquele dia, seus olhos estavam inchados e vermelhos. Suzuki e Hiashi estavam na sala naquele momento; a esposa media a pressão do marido, e ambos se assustaram quando a garota, visivelmente nervosa, passou pelo corredor correndo a caminho do quarto. – Ela está bem?! – Hiashi perguntou assustado, mas a mais jovem deu os ombros.

- Ela está confusa. – Explicou enquanto continuava os procedimentos. – Não solte o punho. – Ela murmurou para lembrá-lo, e ele assim o fez. Ela esperou até medir a pressão e dar os medicamentos certos para líder do clã antes de se levantar e pegar as chaves do carro.

- Aonde você vai? – Hiashi perguntou do sofá, e ela deu os ombros.

- Vou encontrar sua filha. – Murmurou com simplicidade, e ele pasmou.

-... Hinata?! – O homem estava visivelmente chocado. – Ela ainda está aqui?!

- Voltou para o casamento dos Uchiha. – Suzuki explicou enquanto guardava as coisas na maleta de primeiros socorros. – Ela está aqui com a Yume. Eu quero conhecê-la. – O marido não respondeu, então ela achou melhor prosseguir. – Claro que meu propósito verdadeiro é conversar sobre Hanabi...

- Hanabi?! – Ele pareceu confuso. Ela suspirou. Sentou-se ao lado dele e olhou-o de maneira severa.

- Elas estão péssimas por sua causa. – Preferiu não poupá-lo, pois sabia que os sinais cardíacos estavam bem. – Hinata está perdida e Hanabi, ignorante. Por Deus, Hiashi... Como pôde poluir a mente da sua filha contra a irmã?! – O rosto do mais velho queimou, e ele olhou para baixo.

-... Eu só falei a verdade. Que ela nos abandonou. – Suzuki expirou longamente.

- Sabe que não é verdade. E também sabe que não teria acontecido se você não fizesse o que fez. – Ela se levantou. O marido não respondeu. – Eu só não falo agora para Hanabi que monstro você foi com sua filha mais velha porque não quero magoar Hinata. Por isso, vou conversar com ela antes.

- Você nunca vai ficar do meu lado?! – O velho reclamou, resmungão, e a médica riu daquilo.

- Quando você fazer o que é certo, eu certamente ficarei ao seu lado. E colocar suas filhas uma contra a outra não é o jeito de eu ficar do seu lado, querido. – Ela lhe deu um beijo gasto, que ele não retribuiu, pois seus lábios estavam retorcidos de maneira emburrada. Rindo, ela se afastou para procurar a carteira.

-... Você vai ver a menina? – Ele perguntou como quem não quer nada.

- Sim. – Ela disse simplesmente. – Soube que ela é um amor. – O marido ficou calado por mais um tempo. Quando finalmente a carteira foi encontrada, e colocada na bolsa, ele pigarreou.

- Traga uma foto da menina para que eu possa conhecê-la. – Ordenou. Suzuki ergueu uma sobrancelha e sorriu desconfiada.

- Não. – Ela respondeu, simples e maldosa. O rosto de Hiashi ficou vermelho, e ele encarou a esposa a espera de uma explicação. – Você só vai conhecer sua neta quando pedir à Hinata para fazê-lo. – Disse simplesmente, antes de sair de casa, deixando para trás um revoltado e furioso marido.

~

- E então, você joga a panela assim. – Minato explicou, divertido. Sua primeira netinha estava em pé num banquinho para que pudesse alcançar o fogão. Segurando as mãozinhas que seguravam a panela, ele jogou a panqueca para cima; o círculo girou uma vez, e caiu certeiramente de volta para a frigideira. – Viu só? É muito fácil! – O sorriso da menina era radiante.

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- Vovô! Você é um gênio! – Ela exclamou com felicidade, e deu um beijinho tímido no rosto do loiro, que riu.

- Essa foi a última. – Naruto falou impaciente. Estava visivelmente enciumado, e o pai notou. Implicante, ele pegou a menininha no colo, fazendo-a gargalhar deliciosamente. Eles seguiram até a mesa, onde ela depositou a última panqueca americana sobre uma pilha delas. – Vamos comer, Rikka! – O mais jovem se apressou em puxá-la possessivamente. Estava realmente enciumado com a situação... Afinal, a pequena chamava Hinata de “mamãe”, Kushina de “vovó”, Minato de “vovô” e Mayuki de “tia Mayu”. Ainda assim, continuava a chamá-lo de “onii-chan”. Mesmo que ele nunca tivesse se importado antes, agora aquela situação era realmente incômoda.

Shion estava excluída do resto da família, sentada em um canto isolado da mesa. Perdia todo seu tempo em fitar as unhas bem feitas e reclamar do trabalho da manicure.

Para comerem, Rikka sentou-se entre ela e o pai, e propositalmente não o deixou ter olhos para ninguém além dela, mesmo com as inúmeras tentativas de Shion para conseguir a atenção do primo. As intenções da menina estavam claras para absolutamente todos na mesa, menos, é claro, para o pai babão.

~

Sentada numa das mesas afastada das vidraças, Hinata tomava o doce chá calmante de camomila. Ela não pediria antes de sua companhia chegar, se não estivesse tão ansiosa pelo último acontecimento com Hanabi.

Suzuki se atrasou um pouco, mas não o suficiente para a enteada se preocupar. Elas se cumprimentaram com um abraço caloroso e sinceras palavras de saudades. A Hyuuga explicou para a madrasta o contratempo que teve na casa dos Uzumaki e Suzuki, embora realmente tivesse curiosidade em conhecer a pequena menina, pôde entender perfeitamente. Depois de se sentarem e pedirem uma porção de biscoitos caseiros, mais um chá para Hina e um café para Suzuki, elas começaram a tensa conversa. – Ela gritou com você? – Perguntou a médica, depois de a empresária dar um resumo da aparição da irmã.

- Muito. – Hina murmurou com a xícara na boca. Suspirou e tomou um gole gordo do chá. – Eu fiquei muito preocupada. – Suzuki, que beliscava um biscoito, concordou com um acenar.

- Hanabi é uma boa garota, mas muito carente. Infelizmente, ela ficou muito sozinha depois que você se foi. – Hinata deslizou o indicador pela boca da xícara, refletindo sobre tudo o que ela e a irmã haviam vivido juntas. – Ela te ama muito, Hinata. – A afirmação fez os olhos perolados se erguerem. – E eu sei que você também a ama. – Hina concordou instantaneamente. – O problema é que... – Ela pareceu hesitar. – Você foi muito impulsiva sobre a imprensa. – Comentou sinceramente. A mais jovem suspirou, e tomou outro gole gordo.

- Era o jeito mais rápido de ela voltar para mim... Além disso, aquele médico nojento foi demitido. Eu sinceramente não me arrependo disso. – A mulher concordou; ergueu ambas as sobrancelhas, enojada.

- Não posso deixar de concordar sobre isso. Pergunto-me como existem pessoas assim. – Com um aceno, Hina consentiu. Depois de um minuto de silêncio, ela suspirou profundamente; e escondeu o rosto com as mãos. -... Por que não fica aqui por um tempo? – A madrasta sugeriu com um sorriso doce. Hina a olhou, confusa. – Você pode se reaproximar da Hanabi... Isso faria muito bem a você. E tenho certeza que seria ótimo para sua filha e o pai dela.

-... Mas ela está em aulas, como eu poderia tirá-la da nova escola?! – Era uma clara desculpa, e perceber isso fez a médica se cansar. Ela puxou as mãos da mais jovem com gentileza, e com um sorriso doce, olhou-a nos olhos perolados idênticos aos seus.

- Hinata, você é a pessoa mais doce que eu já conheci, ou vou conhecer. Em toda sua vida, tomou pouquíssimas decisões pensando em você mesma. Dessa vez, você foi egoísta, e sabe disso... Não estou te culpando, nem te pressionando, mas... Você tem que consertar isso. Pela sua filha, pela sua irmã, e por você mesma. – Lentamente, a empresária concordou. Sabia que tudo aquilo era verdade... Sabia que precisava consertar as coisas, e sabia que queria estar mais uma vez ao lado da irmã.

-... As férias estão próximas... Assim que chegarem... – E foi dito, e feito. Depois daquela conversa, Hinata seguiu para a e juntas, ela e a filha tornaram à Kyoto.

Meses se passaram, e Rikka ainda não sabia a identidade do pai; Hinata, assim como havia prometido à Suzuki naquele café, tentou sinceramente consertar as coisas. Sasuke passou apenas uma semana em lua de mel, e assim que retornou para o escritório, foi contatado para retirar as acusações, tanto da família Hyuuga, quanto do doutor Yakushi – que mesmo sem acusações, não foi nunca mais admitido em qualquer hospital correto. Entretanto, mesmo retirando as queixas, a imprensa não desistiu de persegui-los. Depois daquilo, Hina não mais deu entrevistas e apenas deixou uma nota de esclarecimento em uma rede social de que “seus motivos eram apenas seus”, e agradeceu à imprensa por todo o apoio para ajudá-la a recuperar a filha.

Rikka e Naruto se comunicavam por telefone, e vez ou outra, o loiro a visitava no colégio – já que não tinha coragem suficiente para se convidar para entrar no apartamento de Hinata. Assim que as férias de fim de ano de Rikka se aproximaram, elas começaram a arrumar as malas para uma curta temporada em Konoha, e quando enfim chegaram, a pequena era só alegrias.

Elas seguiram de carro até um apartamento pequeno que pertencia à Suzuki, num dos condomínios mais caros da pequena vila. Talvez pelo preço exorbitante, não haviam muitos vizinhos, o que era perfeito, já que ultimamente todos estavam dispostos a importuná-la dizendo que “mesmo que Hiashi fosse seu pai, ele merecia o pior por fazer o que havia feito com ela!”, como se a própria Hina não soubesse disso.

Era um domingo ensolarado quando elas chegaram no lugar. O apartamento era lindo, e o condomínio, muito bem decorado; elas não levaram mais que uma hora para se instalarem em seus respectivos quartos, e depois da mãe fazer uma limpeza básica – só para fazer a poeira sumir. E quando, cansadas, terminaram de fazer o que tinham que fazer, a menininha deu a genial ideia de seguirem até a sorveteria mais próxima.

Mesmo que estivesse cansada de dirigir e limpar, Hinata acabou cedendo à chantagem emocional da filha, que insistia que “derreteria se continuasse naquele calor, sem algo gelado”. Então, depois de um banho juntas, elas se vestiram para passear pelo centro da cidade natal da mãe.

Saíram do apartamento aos risos, risos que foram cortados pela visão que tinham do corredor.

Na porta da frente, Naruto, vestindo seu costumeiro terno de trabalho, estava com os olhos arregalados enquanto as fitava com as chaves de casa na mão direita. -... Naruto?! – Hinata não pôde deixar de exclamar.

- Hinata...?!

- Onii-chan! – A menina correu para os braços do loiro, que desajeitadamente a pegou. – Onii-chan! Eu te falei que a mamãe ia me trazer, viu só?! – O loiro riu.

- Estou vendo. – E depois, desajeitado, olhou para os orbes perolados da Hyuuga, que ainda estava em choque. – Eu pensei que ia desistir. – Ela sentiu o rosto corar, e olhou para o chão, sorrindo sem jeito.

- Eu quero me resolver com a Hanabi. – Ele assentiu, concordando.

- Onii-chan! Venha tomar sorvete conosco! – Ele ergueu a sobrancelha.

- Não acho que a sua mãe-...

- A mamãe não vê problema nenhum! – A menininha cortou energética. Olhou para a mãe com os orbes safiras puros e animados. – Não é, mamãe?! – Como ela poderia recusar aquele pedido?

No fim das contas, ninguém conseguia ser firme com Rikka. Então, juntos, como a família que deveriam ser Hinata, Yume e Naruto seguiram para a última sorveteria que os pais haviam frequentado como casal, no dia em que Sasuke avisara que sairia do país. Claro que a lembrança do fato não tornou o clima mais amigável.

Hina optou por um sorvete de frutas, já Naruto e a filha encheram seus potes com chocolate, doces e confeitos; tantos, que o preço de ambos os sorvetes ficou exorbitante. Cavalheiro, o pai da menina fez questão de pagar por todos, e a Hyuuga não pôde deixar de notar o anel preso à carteira dele. Os olhos dela ficaram fixos no seu presente de aniversário de dezessete anos por longos segundos, e ficaria por mais tempo, caso a filha não tivesse gritado, convocando-os a se sentar numa mesa com cadeiras altas. A mesa era redonda, então consequentemente, Naruto e Hinata sentaram-se um ao lado do outro, embora afastados. – Vocês pretendem ficar por muito tempo? – Hinata pôde encontrar a verdadeira pergunta nos olhos azuis ansiosos do rapaz, “você vai contar a verdade agora?”, era o que ele verdadeiramente queria dizer.

- Tempo suficiente para resolver os problemas familiares. – Hinata murmurou sem graça, mas ele sorriu ao compreender.

- Isso não é ótimo, Rikka? Você pode fugir para ficar comigo. – As sobrancelhas escuras da mulher se estreitaram, e ela olhou para Naruto com expressão irritadiça. O sorriso dele era travesso, como sempre.

- A Yume não precisa fugir de mim. – Ela respondeu realmente incomodada. Naruto riu daquilo.

- A Rikka – Ele pontuou. – Não é como você. Ela não gosta de ficar trancada em casa, na verdade é uma fujona. – Olhou para a filha como se a tivesse entregue. A menina corou um pouco.

- Eu não fujo mais. – Ela se defendeu, constrangida.

- Isso mesmo. – Sorrindo, Hina envolveu os ombros da filha com os braços. – A Yume – Também fez questão de pontuar. – Não precisa mais fugir. – O Uzumaki suspirou, simulando cansaço.

- Rikka, diga logo à sua mãe que prefere ser chamada de “Rikka”.

- Mas eu também gosto quando a mamãe me chama de Yume... – Ela confessou. Hina sorriu vitoriosa, e Naruto contorceu os lábios, desgostoso.

- Mas prefere Rikka. – Ela deu os ombros.

- Eu gosto de Rikka, mas Yume é mais bonito. Gosto muito quando a mamãe me chama assim, mesmo que ela seja a única. – Mais um sorriso vitorioso, que fez os olhos azuis se semicerrarem.

- E de quem você gosta mais? – Ela pareceu confusa. – De mim? – Ele apontou para si próprio. – Ou dela? – Apontou para a amada. Na realidade, aquela era uma duvida que ele tinha há tempos, desde que a mãe de Rikka aparecera.

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Os olhinhos azuis que tinham o formato dos grandes olhos de Hinata se cerraram pensativos. Ela até parou de comer, e colocou o indicador sobre os lábios. Ansiosos, os pais não conseguiam tirar os olhos dela, então de repente, a pequena soltou uma gargalhada. Segurou a mão de ambos, e juntou-as num aperto a três. – Eu gosto mais quando estamos todos juntos! – Exclamou alegremente.

Os pais se entreolharam, inicialmente confusos. Mas foi preciso apenas dois segundos de contato visual para eles não só entenderem, como concordarem. Ambos sorriram com a conclusão.

Naruto puxou o celular do bolso do paletó; ajeitou uma configuração e colocou sobre a mesa. – Então nós vamos deixar marcado esse momento.

- Você ainda gosta de fotos? – Hina não pôde deixar de sorrir, e ele deu os ombros, a expressão animada.

- Um, dois, três... – Hinata beijou o lado esquerdo, e Naruto, o direito do rosto da filha, que ria alegremente. A foto do futuro papel de parede do celular de Naruto foi tirada. Ela substituiria uma antiga imagem de pouca qualidade, em que ele e certa garota tímida sorriam abraçados num carrossel.